A interrupção no fornecimento de energia na tarde desta
quarta-feira (31) em trechos de municípios da Baixada Fluminense e na
zona norte do Rio deixou vários bairros às escuras. O problema ocorreu
por volta das 15h e, segundo a concessionária de energia Light, o
problema ocorreu por causa de uma falha no sistema de Furnas Centrais
Elétricas. O restabelecimento do fornecimento “depende de autorização do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, informou a
concessionária.
Os trens da Linha 2 do Metrô também foram
afetados pela falta de energia. A concessionária Metrô Rio informou que,
entre 15h05 e 15h34, foi afetado o trecho entre Vicente de Carvalho e
Pavuna. Nesse período, os trens circularam apenas entre Botafogo e Maria
da Graça. Com o restabelecimento do sistema, a Linha 2, ligando
Botafogo à Pavuna, voltou ao normal.
O mesmo ocorreu com o
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no trecho total entre a Rodoviária Novo
Rio e o Aeroporto Santos Dumont. O sistema ficou paralisado por menos
de uma hora, também devido ao problema de fornecimento de energia. Recomposição
O
Operador Nacional do Sistema Elétrico informou que às 14h54 ocorreu o
desligamento automático de duas linhas de transmissão em 500 kV, de
Furnas, em Adrianópolis, Nova Iguaçu.
Em nota, o ONS informou
que, em sequência, ocorreram desligamentos em diversos circuitos da rede
de operação em 138kV, pertencentes às distribuidoras de energia Light e
Ampla.
Com isso, houve a interrupção de cerca de 2,3 mil MW de
carga (cerca de 37% da carga total do Estado do Rio de Janeiro no
momento, 6,1 mil MW). Segundo informações preliminares, foram atingidos
consumidores das regiões dos lagos, norte e noroeste fluminense e alguns
bairros da capital. Desligamento
A
partir das 15h11 foi iniciada a recomposição das linhas de 500 KV,
terminando às 15h16. A recomposição das cargas pelas distribuidoras está
em andamento, com a carga do Estado já tendo alcançado 5,5 mil MW, às
16h30. O ONS se reunirá com os agentes envolvidos para analisar a
ocorrência.
Em comunicado, Furnas afirmou que houve o
desligamento às 14h54 das linhas de transmissão Adrianópolis - São José e
Angra - São José, de 500 kV, que alimentam a subestação São José.
“As
referidas linhas foram desligadas automaticamente pela atuação correta
do sistema de proteção de falhas e foram reenergizadas às 15h11 e 15h16,
respectivamente. A equipe técnica da empresa apura as causas da
ocorrência neste momento.".
O diretor
do Centro de Cidadania Fiscal, Bernard Appy, defendeu, há pouco, a
Proposta de Emenda à Constituição do Teto de Gastos (PEC 241/16).
Appy, que foi secretário executivo
e de Política Econômica do Ministério da Fazenda por seis anos na
gestão Lula, afirmou que discutir a aprovação da PEC é definir se o País
quer uma dívida pública explosiva ou solvência fiscal. “Ficar olhando o
detalhe da PEC e não olhar o todo, do meu ponto de vista, é um erro.”
Ele salientou que haveria duas opções à adoção
da PEC: o aumento de carga tributária ou a manutenção das regras
atuais. “Não fazer nada significaria para o Estado brasileiro a
insolvência, em um período de cinco a dez anos.”
Para Appy, a existência de um teto de gastos forçaria uma discussão mais
aprofundada, pelo Congresso, sobre prioridades orçamentárias. “Não
adianta falar que saúde e educação
é mais importante, se não dissermos o que é menos importante. Se tudo é
importante, nada é importante. Esse é o ponto relevante diante dessa
discussão.”
O modelo orçamentário atual, na opinião de Appy, joga para “debaixo
do pano” o debate mais importante que é qual a importância das políticas
públicas comparativamente.
Appy participa de audiência pública sobre os impactos na Saúde e na
Educação da PEC 241/16, que limita as despesas primárias da União aos
gastos do ano anterior corrigidos pela inflação oficial (IPCA). De
acordo com a proposta, em 2017 o limite de gastos será a despesa
primária federal de 2016, incluindo os restos a pagar, reajustada pelo
IPCA de 2016. A partir de 2018, será usado o teto do ano anterior
acrescido da inflação.
A proposta altera os critérios para cálculo das despesas mínimas com
saúde e educação a cargo da União. Hoje, ambas estão atreladas a
percentuais da receita. A PEC substitui essas vinculações e determina
que o gasto mínimo seja calculado pela despesa do ano anterior
reajustada pelo IPCA, sem aumento real para as duas áreas.
A audiência – proposta pelos deputados Odorico Monteiro (Pros-CE),
Erika Kokay (PT-DF), Patrus Ananias (PT-MG) e Darcísio Perondi (PMDB-RS)
– está sendo realizada no Plenário 13.
Bogotá, 27 - As principais lideranças das Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia planejam se reunir uma última vez em meados de setembro
para ratificar o acordo de paz firmado com o governo colombiano esta
semana e mapear a estratégia política do grupo. "A importância
histórica deste evento é de que o povo da Colômbia e o mundo vejam de
perto o desenvolvimento e conclusões do que será a última conferência da
nossa organização armada", disseram as Farc, em um comunicado divulgado
neste sábado, que convida a mídia para cobrir a conferência. O
encontro ocorrerá entre os dias 13 e 19 de setembro, em San Vicente del
Caguán, uma área onde os rebeldes têm sido dominantes e que foi o centro
de uma zona desmilitarizada da Suíça que foi cedida às Farc durante uma
tentativa anterior de paz há mais de uma década. Cerca de 200
delegados devem participar do evento, incluindo 29 membros do comando
central das Farc, um órgão de decisão superior. Vários dignitários
estrangeiros cujos nomes não foram revelados também são esperados. O
acordo de paz tem 297 páginas e foi alcançado esta semana em Cuba,
pondo fim ao conflito com guerrilhas mais antigo da América Latina, que
causou mais de 220 mil mortes e tirou 5 milhões de pessoas de suas casas
ao longo de cinco décadas. Como parte do acordo, os membros das
Farc devem entregar suas armas no prazo de seis meses após o negócio ser
formalmente assinado, em vez tentar convencer os colombianos céticos de
que a organização está pronta para jogar pelas regras da democracia. Em
troca, o movimento político que será criado após a entrega das armas
terá um mínimo de 10 cadeiras no Congresso, cinco da câmara baixa e
cinco no Senado, por dois períodos legislativos. Além disso, serão
criados 16 assentos na câmara para ativistas de base em áreas rurais,
tradicionalmente negligenciadas pelo Estado e onde os partidos políticos
existentes serão proibidos de lançar candidatos. Depois de 2026,
ambos os arranjos vão acabar e os ex-rebeldes terão de demonstrar a sua
força política nas urnas. Fonte: Associated Press.
Senador tucano afirmou que os responsáveis por irregularidades nas
contas da campanha da chapa que elegeu a presidente Dilma Rousseff e
Michel Temer como vice, em 2014, devem "responder criminalmente" por
elas; "O PSDB fez a sua parte. Aguarda agora o julgamento das contas.
Não é papel do PSDB decidir qual jurisprudência seguirá o TSE", disse;
Aécio Neves (PSDB-MG) também mandou um recado a Temer: "Este não é o
governo do PSDB. É um governo de transição, um governo constitucional.
Quando afastada a presidente, estaremos sempre ao lado".O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves
(MG), voltou a sinalizar que está buscando um distanciamento do governo
do vice-presidente em exercício Michel Temer ao afirmar que os
responsáveis por irregularidades nas contas da campanha da chapa que
elegeu a presidente Dilma Rousseff e Temer como vice, em 2014, devem
"responder criminalmente" por elas. Com medo de ser cassado, Temer
defende a separação das contas da chapa no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
"O PSDB fez a sua parte. Aguarda agora o julgamento das contas. Não é
papel do PSDB decidir qual jurisprudência seguirá o TSE”, disse o
tucano. A afirmação faz referência ao fato ter sido o PSDB quem formulou
a denúncia de uma suposta lavagem de dinheiro, originário de corrupção,
pela chapa PT e PMDB nas últimas eleições presidenciais.
Apesar disto, Aécio, cujo partido vem amentando pressão sobre Temer e
o PMDB, buscou minimizar o atrito entre as legendas. "O PSDB sempre
deixou claro o seu apoio ao projeto do PMDB. O presidente Michel tem a
consciência clara de que o seu governo, para se viabilizar, depende
dessas reformas", disse .
Ele também mandou um recado a Temer ao afirmar que após a votação do
processo de impeachment da presidente Dilma pelo Senado, o PSDB não
deverá ser um aliado incondicional da gestão do peemedebista. "Este não é
o governo do PSDB. É um governo de transição, um governo
constitucional. Quando afastada a presidente, estaremos sempre ao lado",
destacou.
As autoridades da Turquia começaram nesta terça-feira a retirar os
moradores da cidade de Karkamis, situada na fronteira com a Síria, e que
foi alvo de bombardeios, ontem e hoje, a partir da cidade síria de
Yarabulus, dominada pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
Foram lançados cinco morteiros, três na noite de segunda-feira e dois
nesta terça, sobre o munícipio de cerca de 10 mil habitantes, situado na
província de Gaziantep, a poucos metros da fronteira, sem causar
vítimas.
Inicialmente, as autoridades pediram aos moradores para que não
deixassem suas casas, mas após o impacto de um terceiro morteiro, por
volta das 12h30 de hoje (horário de Brasília) foi tomada a decisão de
evacuar a cidade, segundo a emissora "CNNTÜRK".
As autoridades locais enviaram vans para organizar a saída dos
habitantes e os funcionários deste município receberam dois dias de
licença.
Ao mesmo tempo, as unidades de artilharia turcas situadas na fronteira
responderam os ataques, bombardeando posições do EI em Yarabulus com
mísseis 'firtina'.
A opinião pública turca segue com apreensão os fatos na fronteira, dado
que ao sul de Yarabulus se desenvolvem combates entre o EI e as Forças
da Síria Democrática, uma aliança de milícias lideradas pela aliança
curdo-síria YPG, que avançam em direção ao norte, respaldadas pelos
Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, garantiu
hoje em entrevista coletiva que Ancara "apoia a operação em Yarabulus"
contra o EI.
"Segue nossa luta contra as organizações terroristas no interior e
exterior do país. Continua na Síria e Iraque. Continua contra o PKK (a
guerrilha curda da Turquia), o YPG e o EI", afirmou o ministro, de
acordo com o jornal "Hürriyet".
"Contribuímos em todos os aspectos para limpar tanto a Síria como o
Iraque do EI. Apoiamos as operações nas regiões mencionadas (no noroeste
da Síria). Daremos todo tipo de apoio tanto aos que avançam desde o
leste de Afrin em direção ao norte, como as operações que começarão
desde Yarabulus", garantiu.
A faixa entre o reduto curdo de Afrin e as regiões, também curdas, ao
leste de Yarabulus, é a última sob o domínio do EI que fazem fronteira
com a Turquia.
Ancara reiterou que não permitirá que as milícias YPG expulsem os
jihadistas desta faixa, dado que seria estabelecido uma região autônoma
sob controle curdo ao longo de quase toda a fronteira sírio-turca.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu hoje (21) os
passaportes dos irlandeses Kevin Kilty, Dermot Henihan e Staphen
Martins, membros do Comitê Olímpico da Irlanda. Eles são suspeitos de
participar de um esquema de venda ilegal de ingressos, assim como o
presidente do comitê, Patrick Hickey, e executivos das empresas THG e
Pro10 Team.
Segundo
o Comitê Olímpico da Irlanda, além dos passaportes, foram apreendidos
os celulares e laptops dos três irlandeses. Foram cumpridos mandados de
busca e apreensão no escritório do comitê na Vila Olímpica e nos quartos
de hotel dos suspeitos.
Os três, que agora estão impedidos de
deixar o país, deverão prestar depoimento na terça-feira (23). O
presidente do comitê foi preso semana passada e encaminhado para o
complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste da cidade.
Quatro
executivos da empresa britânica de hospitalidade esportiva THG e três
dirigentes da irlandesa Pro10 Team também estão sendo investigados e
tiveram a prisão decretada.
Obras de arte em tamanho real são exibidas em Nova York, São Francisco,
Los Angeles, Seattle e Cleveland. Coletivo de artistas intitula o
trabalho de "O imperador não tem bolas".
Moradores de cinco cidades dos EUA foram surpreendidos com uma imagem
do candidato republicano à presidência do país como nunca viram.
Estátuas em tamanho real de Donald Trump pelado vêm chamando a atenção
de passantes em Nova York, São Francisco, Los Angeles, Seattle e
Cleveland.
Inauguradas nesta quinta-feira (18/08), as obras que retratam o magnata
foram criadas por um artista de Cleveland e reivindicadas por um
coletivo chamado Indecline. O grupo inclui artistas plásticos, músicos e
cineastas e já se manifestou contra Trump anteriormente.
Várias das estátuas mostram Trump com as mãos cruzadas sobre a barriga
protuberante. Enquanto algumas partes da genitália masculina são
visíveis, outras estão faltando. O coletivo intitulou o trabalho de "O
imperador não tem bolas".
Na Union Square, em Nova York, uma das esculturas rapidamente chamou a
atenção dos passantes, que riam e tiravam fotos com o Trump nu, até que a
obra foi removida pela prefeitura.
"É através dessas esculturas que transmitimos a personificação física e
metafórica da alma medonha de um dos políticos mais infames e
insultados da América", disse o coletivo em comunicado. "Esperamos que o
candidato nunca se instale na posição política e militar mais poderosa
do mundo."
O comitê de campanha de Trump não quis comentar as obras.
O Instituto de Energia Atómica norte-coreano afirmou que a Coreia do
Norte retomou a produção de plutónio e não tenciona parar de fazer
testes nucleares enquanto Washington continuar a «ameaçá-la», noticiou
esta quarta-feira a agência noticiosa japonesa Kyodo. Nós
reprocessámos barras de combustível nuclear retiradas de um reator»,
indicou o instituto norte-coreano numa entrevista escrita à agência
Kyodo, sem precisar a quantidade produzida. Quando estiver
totalmente operacional, o complexo de Yongbyon terá capacidade para
produzir cerca de seis quilos de plutónio por ano, ou seja, uma
quantidade suficiente para uma ou duas bombas nucleares.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeou nesta
segunda-feira um hospital em uma província sob controle rebelde no norte
do Iêmen, deixando ao menos 11 mortos e 20 feridos, 48 horas após
ataques aéreos que mataram 10 crianças iemenitas.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que possui uma equipe nesse
centro de atendimento, confirmou no Twitter "que o hospital Abs (na
província de Hajja) foi atingido por bombardeios aéreos hoje às 15h45
locais (09h45 de Brasília)".
Pouco depois, a organização informou que "a explosão matou na hora
nove pessoas, incluindo um funcionário da MSF, e dois outros pacientes
morreram quando eram transferidos" para um outro hospital.
Outras dezenove pessoas ficaram feridas e a explosão destruiu parcialmente o edifício.
A ONG criticou a morte de "um eletricista da MSF", informou por
telefone à AFP, de Barcelona, Teresa Sancristóval, encarregada da ONG
para operações urgentes no Iêmen. "Os outros mortos eram pacientes",
confirmou.
"Entre os feridos estão um médico e um enfermeiro da MSF, os dois com gravidade", acrescentou.
"Os demais são pacientes (...) Os mais graves foram levados para outro hospital situado a duas horas" do local, destacou.
A organização humanitária, cuja equipe trabalha desde 2015 no
hospital público de Abs, indicou que todos os pacientes e pessoal médico
foram evacuados.
A MSF lembrou que os responsáveis pelos bombardeios conheciam
perfeitamente a localização do hospital e que se trata do "quarto
ataque" contra uma instalação da MSF "em menos de 12 meses", criticou
Sancristóval.
Moradores de Abs confirmaram os bombardeios ao hospital, indicando
que a coalizão visou nos últimos dias posições rebeldes na cidade.
Em comunicado, a organização pediu aos beligerantes, "em particular à
coalizão comandada pela Arábia Saudita" que se comprometam a pôr um fim
a este tipo de ataque.
Os Estados Unidos condenaram os ataques, mas não responsabilizaram
diretamente a coalizão árabe liderada pelos sauditas e apoiada por
Washington.
"Estamos profundamente preocupados com as informações sobre um ataque
contra um hospital no norte do Iêmen. Os ataques contra instalações
humanitárias, principalmente hospitais, são particularmente
preocupantes", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Elizabeth
Trudeau.
Sem apontar diretamente os culpados, a porta-voz pediu a "todas as partes em conflito que parem imediatamente as hostilidades".
Estes bombardeios acontecem menos de 48 horas depois que a MSF acusou
a coalizão de matar 10 crianças ao bombardear uma escola corânica em
Saada, outra província rebelde do norte iemenita.
A coalizão negou ter atacado a escola e disse que se tratava de um
campo de treinamento de rebeldes, onde havia soldados menores de idade.
Ainda assim, afirmou que investigará o incidente.
A coalizão árabe iniciou sua campanha contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã e seus aliados em 26 de março de 2015.
Investigação
A Anistia Internacional condenou os ataques contra o hospital "que
causaram vítimas entre os civis e pessoal médico". "Atacar
intencionalmente instalações médicas é uma grave violação do direito
humanitário e pode constituir um crime de guerra", destacou a
organização, que pediu uma investigação.
"Os bombardeios de infraestruturas humanitárias, sobretudo hospitais,
são particularmente inquietantes", comentou a porta-voz do Departamento
de Estado americano, Elizabeth Trudeau.
Abs está localizada nos limites da cidade de Harad, perto da
fronteira com a Arábia Saudita. É a partir de Abs que os rebeldes
iemenitas lançam com certa frequência ataques contra regiões sauditas
perto da fronteira, causando vítimas.
Frequentemente bombardeada pela coalizão, Harad é também o palco de
violentos combates entre as forças governamentais apoiadas pelas tropas
da coalizão e os rebeldes xiitas huthis.
Fontes militares pró-governo disseram que veículos militares haviam
transferido de Harad rebeldes feridos ao hospital de Abs, sugerindo que
os ataques tinham como alvo este estabelecimento por este motivo.
A coalizão e a Arábia Saudita são regularmente acusadas de atacar, ainda que por erro, civis, inclusive crianças.
Nesta segunda-feira, a coalizão árabe anunciou que autorizou a
retomada dos voos humanitários no aeroporto internacional da capital
Sanaa, que havia sido fechado aos voos civis após a retomada dos ataques
aéreos.
Originários do norte do Iêmen, os huthis se levantaram contra o poder
do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi em 2014, tomando grandes porções
de território, incluindo a capital Sanaa.
Em março de 2015, a vizinha sunita Arábia Saudita, que acusa os
huthis de ligações com o Irã, assumiu a liderança de uma coalizão
militar árabe para parar o avanço dos rebeldes por meio de bombardeios
aéreos e combates no terreno.
Desde então, a guerra fez mais de 6.400 mortos e 30.000 feridos, incluindo muitos civis.
Um suíço de 27 anos ateou fogo a um vagão de trem na Suíça usando
líquido inflamável e esfaqueou vários passageiros neste sábado, ferindo
seis pessoas, entre elas um menino de seis anos, informou a polícia
suíça.
Este ataque é o último de uma série de atos violentos, muitas vezes
mortais, que ocorreram na Europa nos últimos meses. Entre os incidentes
ocorreram atentados reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico
(EI).
A polícia informou à AFP neste sábado que as motivações do autor ainda são desconhecidas.
"Não podemos nem excluir nem afirmar que se trata de um ato
terrorista", disse o porta-voz da polícia de San Galo, Bruno Metzger, ao
diário local St.Galler Tagblatts.
Seu colega Hanspeter Kruesi disse à AFP que o suspeito tem nacionalidade suíça e não é imigrante.
"De acordo com a informação que temos, um homem suíço de 27 anos
lançou líquido inflamável (que) provocou fogo", afirma o comunicado,
acrescentando que o homem "estava armado com ao menos uma faca".
O trem circulava pelo leste do país, ao longo da fronteira com
Liechtenstein, detalhou a polícia regional de St. Gallen em um
comunicado. O homem que realizou o ataque também ficou ferido.
Segundo a polícia, o incidente foi registrado às 14h20 locais (09h20
de Brasília) perto da estação de Salez, em um trem em movimento que se
dirigia de Buchs a Sennwald.
Seis pessoas feridas, assim como o próprio criminoso, foram
hospitalizadas com queimaduras e ferimentos provocados por facas,
indicou o comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Além do menino de seis anos, entre os feridos há dois homens de 17 e
50 anos, e três mulheres de 17, 34 e 43 anos, disse a polícia,
acrescentando que no momento do ataque dezenas de pessoas estavam no
trem.
Uma mulher e o agressor estão "gravemente feridos", disse à AFP Hanspeter Kruesi, porta-voz da polícia.
Ninguém tentou dominar o agressor, mas ele ficou ferido no incêndio, completou.
- Europa em suspense -
Um grande dispositivo de segurança, com policiais, bombeiros,
ambulâncias e helicópteros de resgate se dirigiu ao local do incidente.
A polícia informou que o trem sofreu danos no valor de 100.000 francos suíços (92.000 euros, 103.000 dólares).
O Ministério Público de St. Gallen já abriu uma investigação criminal para esclarecer o ataque.
A estação de Salez permanecia fechada e foi instalado um sistema de ônibus em seu lugar, de acordo com o comunicado.
O ataque é o último de uma série de atos violentos que têm deixado o Velho Continente em suspense.
Em janeiro de 2015, um ataque de comandos extremistas atingiu a
revista satírica francesa Charlie Hebdo, deixando 12 mortos, enquanto
outras quatro pessoas morreram depois em um atentado contra um
supermercado kosher de Paris.
Depois, em novembro, uma ação coordenada de extremistas suicidas do grupo Estado Islâmico deixou 130 mortos em Paris.
Em 22 de março deste ano, um ataque contra o aeroporto de Bruxelas e
contra uma estação de metrô, reivindicados pelo EI, deixaram 32 mortos.
Meses depois, em 14 de julho, um homem lançou seu caminhão contra a
multidão que comemorava a festa nacional na cidade francesa de Nice,
matando 85 pessoas.
Contudo, a Alemanha sofreu vários ataques e incidentes violentos nas últimas semanas.
Em julho, foram registrados dois atentados executados por migrantes no estado da Baviera, no sul do país.
Um ataque com machado cometido em um trem por um adolescente de 17
anos, provavelmente do Afeganistão, deixou cinco feridos, e um atentado
de um sírio, que morreu no ataque, feriu quinze pessoas nas imediações
de um festival de música.
Em Munique, um tiroteio executado por um jovem alemão de origem iraniana de 18 anos deixou nove mortos.
O PMDB e o PP manifestaram-se após o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a abertura de
processos de investigação eleitoral contra as legendas por,
supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais
declaradas oficialmente; as duas legendas dizem que as doações foram
legais, mas, em tese, as investigações podem levar à cassação do
registro dos partidos.
O PMDB e o PP manifestaram-se hoje (11) após o presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a
abertura de processos de investigação eleitoral contra as legendas por,
supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais
declaradas oficialmente. As duas legendas negaram o recebimento de
propina.
Em nota, o PMDB disse que “sempre” arrecadou recursos seguindo os
parâmetros legais vigentes no país. “Em todos esses anos, após
fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as
contas do PMDB foram aprovadas, não sendo encontrado nenhum indício de
irregularidade.”
O PP também divulgou nota na qual diz que “não compactua com ilegalidades" e tem "todo interesse no esclarecimento dos fatos.”
As investigações têm como base informações obtidas em depoimentos de
delação premiada de envolvidos na Operação Lava Jato. Os pedidos foram
feitos pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, após receber
informações remetidas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de
Curitiba, responsável pela Lava Jato.
A ministra também já havia pedido investigação do PT. Se comprovadas
as acusações de recebimento de propina disfarçada de doações eleitorais
declaradas oficialmente, as legendas podem ter o registro na Justiça
Eleitoral cancelado e ficarão impedidas de disputar as eleições.
O jornalista Fernando Rodrigues publicou em primeira mão, na coluna
que assina para o Portal UOL, que o presidente interino Michel Temer
pode realizar uma reinterpretação da Constituição através de um despacho
normativo federal, sem consultar o Congresso Nacional. A saída é
discutida caso os parlamentares demorem para discutir a reforma. Temer
tem sustentado para assessores que a Constituição é clara ao estabelecer
que os anos de contribuição e a idade mínima são ambas condições
necessárias e não excludentes para se aposentar pelo INSS. “A
Constituição não diz que a aposentadoria pode ser obtida com apenas uma
dessas condições cumpridas”, afirma a interlocutores dentro do Palácio
do Planalto. A mudança seria realizada sem regra de transição.
Eis o que diz o parágrafo 7º do artigo 201 da Carta Magna: § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II –
sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se
mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de
ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal.
O presidente interino não acredita que esta seja a melhor saída para a
questão, este, seria um último recurso e deixaria de fora o sistema de
servidores públicos, visto que a Constituição apenas dispõe regras sobre
aposentadorias via INSS. A expectativa do rombo na Previdência é de R$
147 bilhões em 2016. No ano que vem, a cifra esperada é de R$ 183
bilhões. Com o envelhecimento da população, a equipe econômica de Michel
Temer calcula que o déficit somente desse último sistema chegará a R$
348 bilhões em 2060 caso as regras atuais sejam mantidas.
Justiça derruba veto a manifestações nas Olimpíadas e Comitê Olímpico recorre
Reprodução
O Comitê Rio 2016 recorreu, na manhã desta terça-feira (9), liminar
que permite protestos nas arenas da Olimpíada. Nesta segunda-feira (8), a
Justiça Federal no Rio de Janeiro havia determinado que a União, o
Estado do Rio de Janeiro e o Comitê Rio 2016 deixassem “de reprimir
manifestações pacíficas de cunho político em locais oficiais durante a
realização dos Jogos Olímpicos de 2016”. A proibição de manifestações
nos jogos foi sancionada pela presidente afastada Dilma Rousseff.
Tal proibição de cunho político em estádios foi considerada legal, em
2014, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando a corte analisou um
recurso sobre a Lei da Copa. Na ocasião, o PSDB contestou o dispositivo
da lei que restringia o uso de bandeiras e cartazes nas arenas
esportivas. O dispositivo da lei de 2014, assinada por Dilma Rousseff,
proibia usar bandeiras “para outros fins que não o da manifestação
festiva e amigável”.
Nagasaki recorda os 71 anos de bombardeio atômico
Reprodução
A cidade de Nagasaki, no Japão, lembrou nesta terça-feira, dia 9, o
71º aniversário do bombardeio atômico com um minuto de silêncio em
homenagem às dezenas de milhares de vítimas do ataque.
O ato começou às 10h35 (hora local) e teve seu momento mais forte às
11h02 (hora local), momento exato em que a bomba “Fat man” explodiu
sobre a cidade. Houve um minuto de silêncio acompanhado pelo tradicional
Sino da Paz, em homenagem às vítimas.
Após a cerimônia em memória das vítimas, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o prefeito de Nagasaki,
Tomihisa Taue, realizaram discursos onde destacaram a importância da
histórica visita de Obama a Hiroshima no mês de maio e pediram pelo fim
da proliferação nuclear.
‘Pokémon Go’ é máquina de coleta de dados, alerta especialista
Reprodução
A comissária para a privacidade no estado alemão de
Schleswig-Holstein, Marit Hansen, lançou um alerta sobre o “Pokémon
Go”. Em entrevista ao jornal Handelsblatt publicada na última
sexta-feira, Hansen afirmou que o jogo armazena dados “exatos e
detalhados” de cada movimento dos usuários pelas ruas. “É uma máquina
gigante de coleta de dados”, disse, acrescentando que o aplicativo de
realidade aumentada, além de espionar, também pode condicionar o
comportamento do consumidor.
A Niantic, empresa baseada na Califórnia e que ajudou a desenvolver o
jogo, não buscou apenas acesso a câmeras e microfones, mas também
disponibilizou uma ferramenta de marketing para “deliberadamente
orientar” os usuários do jogo aos chamados “Pokestops” em
estabelecimentos comerciais, afirmou Hansen. A especialista em política
de privacidade apontou também para a falta de controles legais,
repetindo diversas advertências recentes sobre o aplicativo feitas em
Nova York, na Austrália e nos Emirados Árabes Unidos.
“Como o jogo utiliza um provedor de fora da Europa, não temos o apoio
jurídico para agir”, disse Hansen, referindo-se às disputas entre União
Europeia (UE) e os EUA sobre a transferência de dados transatlânticos e
a cooperação da Niantic com o Google Maps.
No mês passado, a Federação das Associações Alemãs de Consumidores
(VZBV, na sigla em alemão) disse que contestou 15 cláusulas dos termos
de uso e privacidade da Niantic, dando à empresa americana até 9 de
agosto para responder. Caso a Niantic não se pronuncie, a VZBV advertiu
levar o caso a um tribunal.
Com proximidade do fim do impeachment, dólar cai a R$ 3,13
Reprodução
O dólar opera em queda em relação ao real nesta terça-feira (9), em
linha com os mercados externos mas com movimento potencializado pela
baixo volume de negócios por conta da expectativa com importantes
votações no Congresso Nacional. Às 12h30, a moeda norte-americana caía
0,92%, a R$ 3,1385.
No mês de agosto, o dólar acumula queda de 2,31%. Em 2016, recua 19,7%. *Com informações de UOL, G1 e Deutsche Welle.
domingo, 7 de agosto de 2016
Delegação pediu às autoridades brasileiras para reforçar a segurança nas praias.
A delegação australiana nos Jogos Olímpicos pediu às autoridades
brasileiras para reforçar a segurança nas praias do Rio de Janeiro após
dois treinadores da equipe de remo da Austrália serem assaltados em
Ipanema. No sábado, ministro de Portugal também foi assaltado no bairro.
De
acordo com o Comitê Olímpico Australiano, adolescentes armados com uma
faca renderam os técnicos quando eles retornavam para o seu hotel. Os
dois perderam suas carteiras, celulares e um casaco, mas nenhum deles
ficou ferido.
Mike Tancred, porta-voz do comitê, disse que o
incidente ocorreu na última sexta-feira, mas a delegação decidiu manter o
ocorrido em segredo por um tempo para não atrapalhar a concentração dos
atletas australianos em seu primeiro dia de competições.
Treinadores da equipe de canoagem da Austrália são assaltados em IpanemaMinistro de Portugal sofre assalto em Ipanema
O
ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, foi vítima
de assalto próximo a um hotel em Ipanema, na Zona Sul do Rio na tarde de
sábado (6), quando retornava da prova de ciclismo olímpico.
Acompanhado
pela assessora de imprensa do Ministério da Educação, Rita Roque, o
ministro foi atacado por dois homens que os ameaçaram com facas. Os
criminosos exigiram os celulares e dinheiro, fugindo a pé em seguida.
Populares
que viram a ação conseguiram imobilizar um dos bandidos, que foi levado
preso por policiais militares da Operação Lagoa Presente, que patrulham
a região. O homem seria da comunidade Pavão-Pavãozinho e foi
identificado como Márcio Luiz Brandão.
Como sofreu agressões dos
populares, antes de ser levado para a Delegacia Especial de Apoio ao
Turismo (DEAT), no Leblon, que registrou o caso, o criminoso recebeu
atendimento no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Ao ser preso Márcio Luiz
Brandão ainda tentou subornar os policiais oferendo R$ 5 mil.
Apesar do susto, o ministro da Educação de Portugal e a assessora não foram feridos.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar
Mendes, pediu hoje (5) ao presidente interino Michel Temer a permanência
do efetivo das Forças Armadas no Rio de Janeiro após a Olimpíada. Em
ofício enviado a Temer, o ministro justificou que a medida é necessária
para garantir a segurança das eleições de outubro.
Mendes atendeu pedido do governador do estado do Rio de Janeiro em
exercício, Francisco Dornelles, e da Justiça Eleitoral, que solicitaram
apoio de tropas de segurança após recentes casos de assassinatos de
pré-candidatos às eleições municipais deste ano.
A Polícia Federal (PF) investiga pelo menos dez casos de homicídios de pré-candidatos em municípios da Baixada Fluminense.
Nas eleições municipais de 2012, cerca de 140 municípios foram
autorizados pelo TSE a contarem com efetivo de tropas federais para
auxiliar na segurança do pleito.
A trajetória da tocha olímpica pelo Centro e Zona Portuária do Rio de
Janeiro foi recebida com uma onda de celulares em punho, com diversas
pessoas tentando registrar o ato, mas também queixas de moradores da
região e até protesto de um dos condutores da chama.
Tarcisio
Cisão, um dos que carregaram a tocha no bairro da Saúde, Zona Portuária,
fez um protesto contra o presidente interino do país, com os dizeres
"Fora, Temer" pintados com tinta nas nádegas. Em determinado momento do
trajeto, Tarcisio mostrou sua mensagem, mas a manifestação não chegou a
chamar a atenção dos que acompanhavam a passagem. Ele foi logo detido
pela Força Nacional, encaminhado para uma viatura e liberado em seguida. >> Professores bloqueiam trajeto da tocha olímpica em Caxias >> Sob forte aparato policial, tocha olímpica é conduzida pelo Rio de Janeiro Passagem da tocha na Rua Sacadura Cabral, Zona Portuária, entre curiosos e bloco carnavalescoUm
bloco carnavalesco de amigos de Tarcisio chegou a acompanhar a passagem
dele, tocando marchinhas. Daniel Galvão, carioca de 30 anos, que fazia
parte do grupo, acredita que a Olimpíada funciona como "um disfarce para
as politicagens mais podres" que envolvem a realização do evento na
cidade. Ele criticou ainda o fato do evento não permitir que a população
manifeste opinião -- como no caso do protesto do condutor da tocha --, e
aceitar apenas "aplausos", "como na ditadura".
"O problema não é
a competição esportiva em si, mas não vale a pena pagar o preço que a
cidade vai ter que pagar por esta Olimpíada", destacou Daniel Galvão.
Para ele, o megaevento traz benefícios para quem vive financeiramente
"da" cidade, não para quem vive "na" cidade. "A Olimpíada deixa um
rastro de entulho, sangue e merda por onde passa", acrescentou Daniel,
chamando a atenção para o grande número de remoções realizadas na
capital fluminense em nome da realização do evento.
Enquanto a
tocha passava pela Rua do Livramento, moradores reclamavam do ato. Nadia
Cristina, 21 anos, moradora do Rio desde os quatro anos, gritava,
parada na porta de sua casa, "palhaçada!". "Os hospitais estão todos
precisando de médico, não tem escola direito, um monte de gente morrendo
no meio da rua e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo, um foguinho
de nada, enquanto os brasileiros estão todos precisando", declarou ao
JB. "Os
hospitais estão precisando de médico, não tem escola, um monte de gente
morrendo no meio da rua, e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo",
comentou a moradora da Saúde, Nadia CristinaPara
Nadia, o grande número de policiais e integrantes da Força de Segurança
durante a passagem da tocha é "ridículo". "Acho que nem eles trabalhadores da segurança pública devem estar recebendo o dinheiro
deles e estão aí para proteger um pedacinho de fogo, enquanto o prefeito Eduardo Paes está ganhando dinheiro às custas dos outros."
Outra
que criticava a passagem da tocha na frente de sua casa, também na Rua
do Livramento, era Isamar Paulo de Oliveira, 43 anos, nascida e criada
no Rio de Janeiro. "O governo só olha para a Olimpíada, não olha pra
gente, que é pobre", disse ao JB.
"A gente precisa de hospital,
atendimento médico melhor, escola melhor, educação melhor, salário
melhor, porque a gente trabalha igual um condenado, e o governo não faz
isso. Agora, Olimpíada, está aí, eles estão fazendo tudo isso aí. Quando
a Olimpíada for embora, a gente fica jogado no lixo", completou
Isamar.
Sobre o forte aparato policial que acompanhava o trajeto
da tocha, Isamar apontou que o ideal seria proteger e oferecer segurança
e tranquilidade à população. "Não precisava ter essa segurança toda
para uma tocha, poderia ter essa segurança pra gente que trabalha, que é
cidadão", comentou . "Eduardo Paes não faz nada pelo pobre, ele só faz
pelo rico. Porque depois que a Olimpíada acabar, isto aqui vai ficar
jogado às traças."
A presidente afastada, Dilma
Rousseff, disse à BBC Brasil que é preciso "lutar" pela realização de um
plebiscito que consulte a população sobre a necessidade de uma eleição
presidencial antecipada.
De dentro do Palácio do Alvorada,
residência oficial da Presidência da República, ela elabora sua cartada
final para tentar voltar ao Palácio do Planalto, sede do governo, a
cerca de 5km dali - o feito hoje parece bastante difícil de ser
alcançado.
Em entrevista exclusiva concedida na sexta-feira, com
participação também da BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC), ela
contou que divulgará nesta semana os detalhes de sua proposta, em carta
direcionada ao povo brasileiro e ao Senado.
Para tentar convencer
ao menos 27 dos 81 senadores a votar contra sua cassação definitiva,
Dilma vai se comprometer a apoiar a convocação de um plebiscito após seu
eventual retorno ao comando do país.
"Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu
devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa.
Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54
milhões e meio de votos", afirmou Dilma.
Além disso, também pretende comparecer pessoalmente para fazer sua
defesa quando o caso for julgado pelo plenário do Senado, entre final de
agosto e início de setembro.
"Eu quero muito ir. Depende das
condições. Como o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, presidirá
(o julgamento), acredito que haverá condições", afirmou.
Sua
esperança é que a proposta de plebiscito sensibilize alguns senadores.
Cristovam Buarque (PPS-DF), por exemplo, votou pelo afastamento da
presidente, mas ainda não decidiu sua posição no julgamento. Ele tem
defendido que a melhor saída para a crise seria a eleição antecipada. É a
opinião também da maioria da população brasileira, segundo pesquisas recentes.
Para
que a petista seja condenada, é preciso que 54 dos 81 senadores votem
contra ela. O governo do presidente interino Michel Temer calcula ter
cerca de 60 votos pela cassação de Dilma.
Dificuldade
A realização de um
plebiscito depende de aprovação do Congresso - mesmo que Dilma consiga
retornar à Presidência, não poderia convocar a consulta com uma mera
canetada. Hoje parece muito difícil aprovar a proposta, já que a maioria
dos parlamentares apoia Temer.
A presidente afastada reconheceu a
dificuldade à BBC Brasil, mas ressaltou que é necessário apenas o apoio
da maioria simples dos congressistas (metade dos presentes na sessão)
para convocar um plebiscito.
No entanto, como antecipar a eleição
exige uma mudança na Constituição, muitos juristas e parlamentares
consideram que proposta só poderia caminhar com apoio de três quintos
dos deputados e senadores (quantidade mínima de votos exigida para
aprovar uma emenda constitucional).
"Acredito que nós temos que lutar para viabilizar o plebiscito. Pode
ser difícil passar (no Congresso), a eleição direta foi também. Nós
perdemos quando nós defendemos as Diretas Já (campanha pelo voto direto
em 1984) e tinha milhões de pessoas nas ruas. Perdemos num momento e
ganhamos no outro", afirmou.
Questionada sobre se a antecipação da
eleição poderia criar mais instabilidade política, Dilma respondeu:
"Essa argumentação foi a última que a ditadura militar fazia. 'Sabe por
que a gente não pode fazer eleição? Primeiro, porque causa instabilidade
política; segundo, o povo não é capaz de votar e escolher devidamente;
terceiro, nem sempre a maioria é lúcida'. Essas três razões nós deram 20
anos de ditadura".
'Gesto tresloucado'
Um
outro caminho para antecipar as eleições seria a renúncia simultânea de
Dilma e Temer. Questionada pela BBC Brasil se cogitaria propor um
acordo nesse sentido, a petista disse que "seria muita ingenuidade da
nossa parte (acreditar) que ele teria grandeza de renunciar".
O peemedebista de fato tem rechaçado a ideia. Ela tampouco aceita essa hipótese.
A
presidente afastada voltou a dizer que o processo de impeachment é um
"golpe" porque não haveria crime de responsabilidade que justifique sua
cassação. Já os que a acusam dizem que ela cometeu ilegalidades na
gestão das contas públicas.
"Quando você tem um julgamento de um presidente sem crime de
responsabilidade, nada mais oportuno do que esse presidente gentilmente
sair da pauta. Não renuncio. Eu volto para o governo e faço um
plebiscito. É essa a proposta. Não tem hipótese de eu fazer esse gesto
tresloucado: renunciar", afirmou.
"Eu acho que eu vou ser
conhecida também como a primeira (presidente) mulher que, apesar de
tudo, não deu um tiro no peito, e também não renunciei", reforçou,
afastando a sombra de Getúlio Vargas, presidente que se matou em 1954
com um tiro no peito, após forte pressão para que deixasse o governo.
Nova rotina
Afastada
do comando do país, Dilma tem se dividido entre compromissos no
Alvorada, visitas à família em Porto Alegre e viagens pelo país
custeadas por uma "vaquinha" que já arrecadou quase R$ 800 mil na
internet.
Sua agenda inclui encontros com movimentos sociais,
parlamentares e muitas entrevistas - no dia anterior, quinta-feira,
havia recebido a imprensa japonesa.
Na conversa com a BBC Brasil,
na ampla biblioteca do Alvorada, disse que pouca coisa mudou na sua
vida pessoal - o tempo livre segue raro, segundo ela, e se divide entre
musculação, bicicleta, livros e filmes.
A principal novidade na agenda de compromissos, contou, é o aumento do contato mais direto com as pessoas.
"Hoje a atividade é diferente, eu não tenho atividade de gestão, mas
eu tenho atividade de conversa, persuasão, discussão, avaliação, e de
receber pessoas. Essa atividade exige uma presença minha extremamente
direta e pessoal. Não tem eu ser representada, que na atividade
presidencial tem. Tem um contato direto com as pessoas que tem sido
muito bom", notou.
Uma das companhias constantes no Alvorada tem
sido a da equipe da cineasta Anna Muylaert, que grava um documentário
sobre o afastamento de Dilma - eles acompanharam a entrevista à BBC
Brasil.
Outra visita frequente é a do seu advogado, o ex-ministro
da Justiça José Eduardo Cardozo. Na última sexta-feira, uma bicicleta
verde em estilo retrô, que Dilma emprestou para ele se locomover de um
hotel próximo, onde está morando, até o palácio, estava estacionada na
garagem do Alvorada ao lado de outras duas da presidente, com um
capacete pendurado na cestinha.
Apesar de a rotina seguir
"intensa", na sexta-feira, a agenda estava mais tranquila - após
conceder entrevista por uma hora à BBC Brasil, Dilma ficou mais 30
minutos conversando com a equipe de reportagem.
Contou que aprendeu a dançar tango com colegas de prisão durante
a ditadura militar, mas que hoje gosta mais de ouvir Bach. Disse também
que aprecia uma taça de vinho, pois os efeitos da quimioterapia que fez
para tratar um câncer já não lhe permitem beber muito mais que isso.
E
disse não ver "oposição" entre vida política e privada. "Elas se
inter-relacionam. O que é a vida política pra'ocê? É a vida em que você
se coloca perante os outros, em que você não está olhando só o seu
interesse".
Autocrítica
Sobre
as denúncias de corrupção envolvendo o seu partido, a presidente
afastada disse que o PT havia sido "contaminado pela política
tradicional" e precisava "fazer uma autocrítica".
No entanto, ao
ser questionada sobre ela própria poder se eximir de responsabilidades
pelo fato de o esquema de corrupção ter ocorrido enquanto exercia a
Presidência, repetiu a resposta que havia dado em entrevista à BBC em
maio, dias antes de ser afastada - fez novamente um paralelo entre o
esquema de corrupção da Petrobras e a crise financeira que estourou em
2008 nos Estados Unidos.
"O maior processo de corrupção recente
no mundo foi o estouro da bolha financeira. Nada envolveu mais dinheiro,
mais malfeito e processos irregulares de controle. (...) Não é algo
trivial descobrir a corrupção. (...) A característica principal da
corrupção é agir às escuras, escondendo suas práticas corruptas, é
esconder e criar toda uma cumplicidade e não deixar traços."
A presidente afastada voltou a dizer que ela e seu antecessor, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investiram e fortaleceram as
instituições de combate à corrupção. Afirmou também que não se pode
"demonizar o PT".
"Este é um processo necessário ao Brasil. Uma
sociedade tem de se fortalecer para combater a corrupção. O que não é
correto é transformar uma luta contra a corrupção numa luta
político-ideológica, como se o que ocorre no Brasil seja integral
responsabilidade do Partido dos Trabalhadores".
No momento em que
os olhos do mundo se voltam para a Olimpíada do Rio de Janeiro, Dilma
disse que sua ausência na abertura do evento não é um "mau sinal" para a
comunidade internacional.
"Eu
acredito que os chefes de Estado, de governo, as delegações (são)
pessoas sensíveis e inteligentes que vão entender claramente que eu
participar da Olimpíada, tendo como a pessoa que preside a Olimpíada o
vice-presidente que deu um golpe no meu governo, eu ficar disputando
quem é que é a autoridade dentro do Maracanã é que daria um mau sinal",
disse.
"E um mau sinal para mim também. Tenho clareza de que meu
lugar era na tribuna de honra, não só por ser presidenta, porque nisso
quem trabalhou fui eu. Então, por direito e também por trabalho, era lá
que eu tinha de estar", acrescentou.