As equipes dedicadas ao resgate das
vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho e à procura dos
desaparecidos poderão contar com a ajuda dos dados sobre os sinais de
celulares de quem estava na região no horário do acidente quando as
buscas forem retomadas.
Na noite de ontem, a AGU (Advocacia Geral
da União) obteve na Justiça Federal de Minas Gerais uma liminar que
exige que as operadoras de telefonia móvel liberem informações sobre os
aparelhos daqueles que estavam na área afetada pela tragédia no Córrego
do Feijão sempre que solicitado pelas autoridades envolvidas com a
operação de resgate e salvamento. Através dos dados é possível saber também qual torre de comunicação recebeu o último sinal emitido por um celular que por ventura esteja agora inativo, diminuindo a área de busca o que facilitaria a localização dos aparelhos.
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Com as informações, as equipes de socorro poderiam saber, por exemplo, quais aparelhos se mantiveram ativos após a tragédia e quais estão inativos desde então.
Na madrugada deste domingo, técnicos da mineradora Vale informaram que havia "risco iminente de rompimento" da barragem B6 e, por isso, o trabalho dos Bombeiros e da Defesa Civil no local foi interrompido.
A decisão da Justiça de Minas se estende aos clientes que estavam nas imediações da Mina de Córrego de Feijão entre a meia-noite de quinta-feira, dia 24 de janeiro, e o mesmo horário do dia 25, em um raio de 20 quilômetros.
Conforme o pedido da AGU, as operadoras Vivo, Tim, Claro, Oi, Nextel, Algar Telecom e Sercomtel devem entregar os dados diretamente aos envolvidos nas operações.
A agência informa que autorização judicial é necessária porque o sigilo das comunicações é protegido pela Constituição.
Ajuda externa
Neste domingo, chega a Minas Gerais uma equipe de 136 soldados do Exército israelense, especializada em operações de resgate em situações extremas, para auxiliar na busca por sobreviventes.A informação, antecipada no sábado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi confirmada pelo governo de Minas Gerais.
Na segunda-feira, a equipe fará um reconhecimento da área e iniciará em seguida os trabalhos. Além de especialistas em salvamento, a equipe israelense conta com cães farejadores e 16 toneladas de equipamentos, incluindo radares terrestres.