sexta-feira, 11 de maio de 2012

Com 64 andares e 300 metros de altura, a Gran Torre Costanera de Santiago de Chile será o edifício mais alto da América Latina.
Mas especialistas advertem que o arranha-céus em vias de ser construído na capital do Chile poderá provocar um caos sem precedentes.
Considerado um ícone da da atual onda de desenvolvimento chilena, até mesmo a ex-presidente Michelle Bachelet classificou o edifício como um "símbolo do renascimento".
Ao mesmo tempo, críticos afirmam que ele aumentará consideravelmente o trânsito na região. Estudos do Ministério do Transporte chileno indicam que o tráfego de veículos na região poderá subir entre 30% e 50%, quando for inaugurado o shopping de seis andares que funcionará na torre.
O estabelecimento empregará mais de 5.200 pessoas e será o maior shopping center do país. As quatro torres do complexo de edifícios em torno do arranha-céus ocupam um espaço de 190 mil m².
O Torre Costanera faz parte de um megaprojeto do magnata de origem alemã Horst Paulmann e sua construção foi retomada em dezembro de 2009, após ter sido interrompida por 11 meses devido à crise econômica mundial.

Engarrafamentos

A expectativa dos que defendem o arranha-céus é de que ele vá conferir ainda mais importância à região conhecida como Sanhattan, o coração financeiro da capital chilena.
Mas alguns, como o engenheiro de transportes Louis de Grange, afirmam que o projeto agravará problemas já existentes. ''A região de Sanhattan está bastante saturada e provavelmente engarrafamentos na área irão se intensificar ainda mais'', comenta o engenheiro.
Além do trânsito de veículos, há também o temor de que o tráfego humano na região vá chegar a tal ponto que até mesmo sair do edifíco possa demorar até duas horas.
Maquete do Costanera Center (BBC)
Autor do projeto diz ser preciso aprender a se mover em cidades grandes e densas
''Isso pode gerar uma mudança de comportamento e fazer com que as pessoas deixem de passar por aqui nos horários mais movimentados e optem por outras rotas e horários. Com a mudança do fluxo para outros locais, poderá haver (incremento) no tráfego em outros pontos da cidade, o que aumentará ainda mais a área de congestionamento'', disse à BBC o engenheiro Diego Edwards.
Edwards, professor da Escola de Engenharia de Logística e Transportes da Universidade Andrés Bello, estima que o edifício vá provocar também um congestionamento de pedestres, agravando uma situação já complicada nos horários de pico desde que o edifício Titanium - até então o mais alto do Chile - foi inaugurado, em maio de 2010.
Um comitê conjunto de autoridades de Santiago estabeleceu 28 medidas para tentar mitigar possíveis impactos no trânsito local. A maior parte delas diz respeito a mudanças no fluxo de tráfego na região, a sincronização de sinais de trânsito, a ampliação de avenidas e mudanças de itinerário.
"Acredito que o impacto do Costanera será muito positivo. Temos que aprender a nos mover em cidades apertadas, tumultuadas e densas. É o que vemos em Nova York, na hora do almoço, por exemplo, quando todos saem para as ruas, sem incomodar uns aos outros. Não creio que haverá problemas'', defende o arquiteto Yves Besançon, que comanda o projeto do arranha-céus mais alto da América Latina.
Após dois anos e meio de polêmicas e negociações, a presidente Dilma Rousseff nomeou nesta quinta-feira os integrantes da Comissão Nacional da Verdade, que pretende esclarecer violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.
Os membros da comissão serão sete:José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça), Gilson Dipp (ministro do Superior Tribunal de Justiça), Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada), Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho (jurista).
De acordo com o texto que criou a comissão, os critérios para a escolha dos membros deveria privilegiar pessoas "de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificadas com a defesa da democracia e institucionalidade constitucional, bem como com o respeito aos direitos humanos".
Segundo a Agência Brasil, o convite a cada um foi feito pessoalmente pela presidente, que recebeu os sete em audiências nesta quinta-feira no Palácio do Planalto. Ainda não há informações sobre quem presidirá o grupo.
Prevista no Programa Nacional de Direitos Humanos, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2009, a comissão busca trazer à tona a "verdade histórica" sobre o período e "promover a reconciliação nacional".
A BBC Brasil preparou uma série de perguntas e respostas sobre como a comissão operará.
Quais serão as atribuições da Comissão da Verdade?
A comissão terá como finalidade "examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos" praticadas entre 1946 e 1988, "a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional".
Para isso, a comissão deverá analisar casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres, ainda que ocorridos no exterior. Também deverá identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos, assim como suas eventuais ramificações nos aparelhos estatais e na sociedade.
A comissão deverá ainda encaminhar aos órgãos públicos competentes todas as informações que possam auxiliar na localização e identificação de corpos e restos mortais dos 140 desaparecidos políticos do período.
Deputada Manuela d'Avila e ministra Maria do Rosário. ABr
O texto original foi alterado, aumentado o período de investigação dos crimes até 1946
A Comissão terá o poder de punir ou recomendar que acusados de violações sejam punidos?
Não. Em abril de 2010, instado por ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Supremo Tribunal Federal decidiu por sete votos a dois que a Lei da Anistia, de 1979, não deveria ser alterada para possibilitar a responsabilização penal dos indivíduos envolvidos em crimes como a tortura
- ou como em ataques terroristas, no caso dos adeptos da luta armada.
A decisão enterrou a possibilidade de que a Comissão da Verdade tivesse qualquer poder punitivo.
Como a comissão atuará?
Os integrantes terão acesso a todos os arquivos do poder público sobre o período e poderão convocar vítimas ou acusados de violações para depoimentos, ainda que convocação não tenha caráter obrigatório.
Ao fim de dois anos, prazo de atuação do grupo, a comissão poderá publicar um relatório com seus principais achados.
O grupo não terá, todavia, a obrigação de divulgar tudo o que descobrir.
Caso elabore uma lista com nomes de torturadores, por exemplo, a comissão pode optar por encaminhá-la somente à presidente e ao ministro da Defesa.
Quais as principais críticas à comissão?
Desaparecidos argentinos. WikimediaCommons
Na Argentina, ex-presidentes militares foram julgados e presos pelo desaparecimento de civis
Ativistas que defendem a investigação de crimes cometidos durante a ditadura afirmam que, sem o poder de punir, a comissão não colaborá para que se faça justiça.
Dizem ainda que o longo período contemplado pela comissão impedirá uma análise aprofundada da época em que houve mais violações, a ditadura militar.
Já alguns militares e policiais temem que o grupo não dê o devido peso aos crimes cometidos por organizações esquerdistas e se queixam por não terem representantes na comissão.
Eles ainda afirmam que os trabalhos podem "reabrir feridas" na sociedade brasileira.
Para alguns analistas, a comissão disporá de prazo muito curto (dois anos) e terá poucos integrantes para concluir seu trabalho de forma satisfatória.
O modelo já foi testado em outros países?
Sim. Segundo pesquisa de Simone Rodrigues Pinto, professora da Universidade de Brasília, desde 1974, mais de 20 comissões semelhantes foram criadas no mundo todo. Na África do Sul, a comissão ajudou a esclarecer violações de direitos humanos ocorridas sob o regime do apartheid.
Também foram instaladas comissões em nações sul-americanas como Argentina, Chile e Peru - nesses países, no entanto, alguns militares, policiais e até ex-presidentes foram presos após os trabalhos.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os cavalos foram domesticados por humanos pela primeira vez há cerca de 6 mil anos em campos na Ucrânia, sudoeste da Rússia e oeste do Cazaquistão. A conclusão é de um estudo da Universidade de Cambridge.
A partir de então, cavalos domésticos espalharam-se pela Europa e Ásia, reproduzindo-se com éguas selvagens no processo - diz a pesquisa publicada pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O trabalho combina duas teorias diferentes sobre a domesticação dos cavalos, assunto que tem sido tema de debates acalorados entre especialistas.
Evidências arqueológicas indicam que os cavalos foram domesticados no oeste das estepes da Eurásia (Ucrânia, sudoeste da Rússia e oeste do Cazaquistão).
Os especialistas acreditam que os animais eram usados como montaria, fonte de carne e leite.
Porém, essas pistas arqueológicas - vestígios de leite de cavalo identificados em panelas muito antigas encontradas nas estepes da Eurásia - parecem contradizer evidências obtidas a partir de exames de DNA mitocontrial.
Segundo esses estudos, a domesticação teria acontecido em vários pontos da Europa e Ásia.

A nova teoria

O novo trabalho analisou amostras de DNA nuclear retiradas de 300 cavalos vivendo em oito países na Europa e Ásia.
Dados genéticos foram inseridos em modelos computadorizados criados para considerar diferentes hipóteses de domesticação.
A pesquisadora Vera Warmuth, do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, disse que "[o modelo] mostra que a domesticação do cavalo se originou na parte oeste das estepes e que o alastramento da domesticação envolveu muita integração com cavalos selvagens".
A teoria explica por que evidências de DNA mitocondrial - que contêm apenas os genes herdados da mãe - mostram que os cavalos foram domesticados muitas vezes, em lugares diferentes.
Na verdade, parece que éguas selvagens eram usadas para repor estoques de cavalos domesticados, talvez porque eles não se reproduziam com facilidade no cativeiro.
Este é o caso do cavalo Przewalski, o mais próximo parente selvagem dos cavalos modernos.
O desenvolvimento de novos tipo de drogas e sua rápida distribuição no mercado desafia as autoridades da Europa no combate ao consumo de entorpecentes no continente.
Segundo dados da União Europeia, o continente viu surgir em 2011, em média, um novo tipo de droga a cada semana. No total foram identificados 49 novos compostos, todos feitos em laboratório – um crescimento de 20% em relação às 41 novas drogas de 2010.
Em Portugal, onde o consumo é descriminalizado (mas não a produção e a venda), a polícia se diz impotente. Além do rápido desenvolvimento e distribuição, as autoridades levam muito tempo para identificar o seu perigo e listá-las como substâncias proibidas.
"Para nós é complicado, porque estamos realmente impotentes para atuar. Só podemos atuar após a colocação na lista de substâncias sob controle", afirma o superintendente da Polícia Judiciária portuguesa, Joaquim Pereira.
"Demora cerca de dois anos (para que sejam incluídas na lista de substâncias ilícitas). E como são drogas criadas em laboratório - elas têm uma pequena modificação na fórmula química, o que mantém os efeitos apesar de ser uma substância diferente -, ainda não foram proibidas. Trata-se de um verdadeiro jogo de gato e rato".
Os países europeus usam como referência a lista de drogas proibidas da União Europeia (UE) e da ONU. Mas fica a cargo de cada país introduzir ou não as proibições na suas legislações.
A última substância que entrou na lista das drogas proibidas da UE e da ONU foi a mefedrona – vendida com o nome de miau-miau –, há dois anos. Ela foi considerada responsável por mortes no Grã-Bretanha e na Polônia. Mesmo assim, só foi proibida em Portugal em março deste ano.

Fertilizante

A quantidade de novas substâncias usadas fez com que a União Europeia criasse um sistema para monitorar o aparecimento de novas drogas no mercado.
"Cada vez que se detecta uma droga em qualquer país da União Europeia, a informação é passada para o sistema de alerta rápido", explica Ana Gallegos, pesquisadora do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência.
Segundo Ana, após a identificação da nova droga – através de equipamentos de espectrografia de massas e ressonância magnética nuclear – é feita uma análise de risco sobre os impactos na saúde. Atualmente, mais de 200 substâncias narcóticas estão listadas pela ONU.
Os produtores de narcóticos, no entanto, lançam mão de estratagemas para driblar a fiscalização.
"As substâncias são comercializadas com embalagens em que está escrito que contêm produtos não aptos para consumo humano. Desta forma evitam a vigilância sanitária e as autoridades que verificam produtos de consumo", diz Gallegos.
Muitas das novas drogas são vendidas em smart shops, lojas que comercializam assessórios que podem ser ligados ao consumo de drogas (cachimbos especiais, papéis de cigarro, "moedores"), cogumelos alucinógenos (que são liberados em vários países) e produtos em geral apresentados como não aptos ao consumo humano.
Gallegos conta que a mefedrona – um estimulante com efeitos semelhantes à cocaína e ao ecstasy – apresentava na embalagem a indicação de que era um fertilizante, não indicado para ser ingerido por seres humanos.

Tratamento

Em Portugal, as novas drogas não chegam a tirar o mercado das tradicionais, como haxixe, cocaína ou heroína. O número de dependentes desses novos narcóticos também é menor.
"Até agora, o número é de menos de 1% do total das pessoas (dependentes) que nos pedem ajuda", conta João Goulão, presidente do Instituto Português da Droga e da Toxicodependência, responsável por uma rede nacional de centros de tratamento de viciados.
Goulão relata a diferença entre as novas substâncias e as tradicionais: "São drogas de efeito imediato. É nos serviços de urgência dos hospitais que se veem mais as consequências dessas drogas. Aparecem pessoas com ataques de pânico, surtos psicóticos, crises de taquicardia".
Segundo Goulão, o fato de as novas drogas serem vendidas em lojas de porta aberta cria mais um problema: "Dá uma falsa sensação de segurança para o consumidor".

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um casal americano que tentou ter filhos por dez anos agora espera quatro bebês, já que a mulher engravidou de gêmeos ao mesmo tempo que a mãe de aluguel que havia implantado seus embriões.
Após duas tentativas fracassadas de fertilização in vitro (FIV) e um aborto natural, Misty e Brian Baker se diziam exauridos, tanto no aspecto financeiro, como emocional e físico, quando a amiga Amber Pluckebaum, que já tinha dois filhos, se ofereceu para ajudar.
"Quando ela disse estar disposta (a ser mãe de aluguel), me pareceu tão perfeito e natural", disse Misty ao canal de TV RTV6.
Em outubro do ano passado, o médico responsável pelo procedimento sugeriu que, além de implantar os embriões do casal no útero da amiga, Misty também tentasse a FIV uma última vez.
"Eu acho que ela (Misty) pensou: 'Claro, por que não? Mas não vai funcionar para mim. Nunca funciona'", disse o médico William Gentry.
Gentry selecionou dois embriões mais saudáveis para Amber e quatro de menor qualidade para Misty.

Surpresa dupla

Misty e o marido Brian em imagem cedida pela RTV6
Misty já tinha perdido as esperanças de engravidar
A notícia de que ambas estavam grávidas de gêmeos surpreendeu a todos, inclusive ao médico.
"Nunca as duas ficam grávidas de gêmeos ao mesmo tempo. Nunca vi isso antes", disse Gentry ao canal de TV local.
Segundo ele, Misty achou que a amiga ia ser bem-sucedida, então relaxou e acabou, finalmente, conseguindo engravidar.
"Nós realmente acreditamos que ela (Amber) era o pedaço do quebra-cabeça que estava faltando, não só para que tenhamos as crianças que ela está esperando por nós, mas também esses dois", disse o futuro pai Brian à RTV6, enquanto passava a mão na barriga de Misty.

Separação

Amber (à esq.) e o marido Brian em imagem cedida pela RTV6
Amber queria ajudar a amiga a realizar o sonho de ter filhos
As duas amigas tiveram que passar a gravidez separadas, já que Misty e Brian se mudaram para Seattle, enquanto Amber e o marido, que também se chama Brian, continuaram a viver em Kokomo, Indiana, a 3 mil quilômetros de distância.
Complicações no início da gravidez impediram que as duas viajassem, então Misty vem mantendo contato com Amber via Skype e telefone, enquanto seu marido visitou a mãe de aluguel algumas vezes.
Os bebês que vão nascer em Seattle, um menino e uma menina, vão se chamar Connor e Hope, que quer dizer esperança; os nomes das gêmeas que nascerão em Indiana, duas meninas, serão Madison e Victoria.
Amber e o marido dizem que sempre terão uma ligação especial com as duas meninas, mas com filhos de seis e quatro anos, eles brincam que estão felizes por não ter mais que acordar de madrugada ou trocar fraldas.
Os quatro bebês têm data prevista para nascimento em junho, mas os médicos acham que o parto deve acontecer antes disso.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A empresa de cronometragem Omega vai lançar nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 a sua mais nova tecnologia, capaz de detectar com precisão o desempenho de cada atleta ao milésimo de segundo.
A cronometragem de atletas passou por diversas revoluções desde as Olimpíadas de 1936 em Berlim, quando um técnico com 27 cronômetros foi responsável por supervisionar todos os tempos.
Em Londres, serão 450 profissionais dedicados à tarefa, com ajuda de 800 voluntários especialmente treinados. No total, os Jogos usarão 420 toneladas de equipamentos, o que inclui 390 placares e 180 quilômetros de cabos.
Em competições olímpicas, medalhas podem ser ganhas em uma fração mínima de tempo. A disputa mais visada pelos técnicos é a de 100 metros rasos do atletismo masculino.

'Anos-luz'

Alan Bell, que será responsável pelo tiro de largada da prova, conta que houve muita evolução técnica desde que ele começou a se envolver com o assunto, nos anos 80, quando ainda se usava cronômetros de bolso.
"A cronometragem de corridas percorreu anos-luz desde então", disse ele à BBC. Mais antigos ainda são os tempos em que se usava uma fita para determinar o vencedor. A última olimpíada em que isto foi usado foi a de Londres – em 1948.
Em 2012, a pistola usada para o disparo será um modelo eletrônico e totalmente integrado ao sistema de contagem do tempo. A tecnologia é capaz de detectar movimentações 40 vezes mais rápidas do que um piscar de olhos.
Natação. | Foto: BBC
O toque da chegada é uma das partes mais treinadas por atletas da natação
O disparo envia uma corrente elétrica a placas de pressão na pista – que detectam qualquer movimento que pode acusar uma possível queimada da largada.
O som do disparo é amplificado por caixas de som colocadas próximas ao corredor. É importante que cada atleta consiga ouvir o som ao mesmo tempo, para que nenhum deles tenha vantagem na largada em relação aos demais.
Na parte final da prova, um laser é projetado na linha de chegada. Quando o atleta vencedor cruza a chegada, essa informação é enviada ao sistema que marca o tempo do atleta. Isso é sincronizado com uma câmera digital de alta velocidade, que também pode ser usada na hora de se decidir o vencedor.
Um sistema semelhante é usado no ciclismo de pista. O pneu dianteiro carrega um transponder, dispositivo que emite códigos de localização da bicicleta. Na natação, placas sensíveis ao toque ajudam a marcar o momento em que os atletas encostam na beira da piscina.
Bell, que é ex-atleta, diz que já teve grandes momentos em sua carreira como técnico de cronometragem. Foi ele quem deu o tiro inicial no Mundial de Atletismo de 2010, em Berlim, quando Usain Bolt bateu o recorde dos 100m rasos.
Também foi dele o disparo na Coreia do Sul, no ano passado, que ficou famoso pela queimada de largada do próprio Bolt.
Mas Bell afirma que o ápice da sua carreira serão os Jogos de Londres 2012. Ele afirma que hoje em dia a cronometragem não é importante apenas para corridas de curto percurso. Em Atenas 2004, a corrida feminina de 800 metros foi decidida em centésimos.

Batendo o relógio

Ciclismo. | Foto: BBC
No ciclismo de pista, sensores estão nos pneus dianteiros da bicicleta
A tecnologia impossibilita que atletas consigam enganar o cronômetro, mas existem alguns fatores que colaboram para melhorar o desempenho em largadas e chegadas.
O psicólogo Costas Karageorghis, que trabalha com atletas britânicos, disse que a grande presença de torcedores locais estimula a reação motora dos competidores. Em outras palavras, em Londres 2012, os atletas britânicos podem ter uma pequena vantagem, pois estariam com os sentidos mais aguçados na hora da largada.
Karageorghis também acredita que é possível "antecipar-se" ao tiro de largada ao estudar com cuidado a reação dos demais competidores segundos antes do começo da prova.
No entanto, Alan Bell discorda que seria possível prever quando o tiro será dado através de uma "leitura" dos demais competidores.
Na chegada, a técnica mais conhecida é jogar o corpo para frente. Manter o braço totalmente estendido na chegada, em vez de colado ao corpo, também pode ajudar a decidir finais de provas.
Na natação, os atletas costumam "boiar" em direção à beira da piscina nos últimos segundos da prova, para conseguirem encostar mais rápido na placa que detecta o toque do nadador.
Se ele tentar continuar nadando, levantando o braço para um novo movimento, pode demorar mais tempo até atingir a placa, o que pode – em casos extremos – lhe custar uma medalha.

domingo, 6 de maio de 2012

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, poderá se tornar, neste domingo, o primeiro líder do país a não se reeleger nos últimos 30 anos.
O favorito neste segundo turno das eleições presidenciais francesas é o socialista François Hollande, que registra entre 52% e 53,5% das intenções de voto nas últimas pesquisas.
Em caso de derrota, Sarkozy seria o segundo presidente da história da França, após Valérie Giscard d’Estaing, em 1981, a disputar um segundo mandato em eleições diretas e não conseguir se reeleger.
Caso vença neste domingo, como apontam todas as pesquisas de opinião, Hollande poria fim a 17 anos de ausência da esquerda francesa na presidência da França.
O socialista François Mitterrand, eleito em 1981, conseguiu se reeleger em 1988 e ocupou o cargo até maio de 1995.

Experiência e mídia

Jacques Chirac, antecessor de Sarkozy e do partido do presidente, o UMP, venceu as eleições presidenciais em 1995 e se reelegeu em 2002. A partir dessa data, o mandato presidencial na França passou a ser de cinco anos em vez de sete.
"Normalmente, segundo dados internacionais, dois terços dos presidentes que disputam reeleições, desde os anos 60, obtém a vitória", disse à BBC Brasil o professor de ciências políticas Stéphane Montclaire, da Universidade Sorbonne.
"A derrota de Sarkozy seria ainda mais paradoxal porque seu adversário nunca ocupou um cargo de governo e não é tido como carismático."
Stéphane Montclaire, cientista político, Universidade Sorbonne
Os candidatos à reeleição normalmente se beneficiam da experiência acumulada durante o exercício da função e podem definir políticas para seduzir o eleitorado, além de se beneficiar de um acesso maior à mídia, o que influencia seu favoritismo, explica o especialista.
"Além de poder fazer parte da minoria de presidentes que não consegue se reeleger, a derrota de Sarkozy seria ainda mais paradoxal porque seu adversário nunca ocupou um cargo de governo e não é tido como carismático", diz Montclaire.
Ele atribui as dificuldades de Sarkozy ao balanço de seu governo – que não cumpriu promessas de reduzir o desemprego e aumentar do poder aquisitivo da população – além de problemas ligados à imagem de Sarkozy, associada por boa parte do eleitorado a de "um presidente dos ricos".

'Surpresas'

Sarkozy conseguiu reduzir a diferença em relação ao adversário nas últimas pesquisas, divulgadas na quinta e na sexta-feira, subindo entre meio ponto e dois pontos percentuais.
O presidente registra entre 46,5% e 48% das intenções de voto, de acordo com pesquisas de oito institutos.
Mas nenhuma pesquisa levou em conta o fato de o candidato centrista, François Bayrou, que obteve 9,1% dos votos no primeiro turno, ter declarado na noite de quinta-feira que irá votar em Hollande por contestar os discursos radicais de Sarkozy contra a imigração.
Apesar de não ter liderado nenhuma das pesquisas realizadas nos últimos meses, Sarkozy declarou que está "confiante" e que haverá "surpresas" neste domingo.

'Fio da navalha'

Eleição na França
O comparecimento às urnas na França costuma ser maior no segundo turno
Em seu último comício, na sexta-feira, Sarkozy afirmou que o resultado da votação será "no fio da navalha", indicando que a margem de diferença de votos entre os dois candidatos seria muito pequena.
"Se Sarkozy vencer, será uma façanha", disse à BBC Brasil Dominique Reynié, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris.
Para conseguir se reeleger, Sarkozy teria de reunir três condições ao mesmo tempo, afirmam analistas.
Sarkozy precisa atrair grande parte dos eleitores da candidata da extrema direita, Marine Le Pen, e também do centrista Bayrou. Além disso, é necessário que boa parte das pessoas que se abstiveram no primeiro turno vote majoritariamente no presidente.
O voto não é obrigatório na França. No primeiro turno, em 22 abril, a taxa de abstenção foi de 20,5% do eleitorado.

Comparecimento

No segundo turno, tradicionalmente na França, o índice de comparecimento às urnas costuma ser maior do que no primeiro.
Neste domingo, ao meio-dia (7h em Brasília), a taxa de participação parcial divulgada pelo ministério do Interior era de 30,6%. Ela é maior do que a registrada no primeiro turno, em abril, nesse mesmo horário, que havia sido de 28,3%. Mas está abaixo do índice de 2007, de 34,1% ao meio-dia, em Paris. Em 2007, o índice total de comparecimento às urnas no segundo turno atingiu 84%, um recorde.
Hollande, que se diz confiante em relação ao resultado, reagiu em relação à diminuição de sua vantagem sobre Sarkozy nas pesquisas e pediu, na sexta-feira, que os eleitores não deixem de participar da votação.
O socialista teme que seu favoritismo e o clima de que sua vitória estaria garantida possam desmobilizar o eleitorado, que não veria mais a necessidade de votar neste domingo.
"A vitória ainda é incerta. Precisamos nos mobilizar até o último momento", declarou Hollande.

sábado, 5 de maio de 2012

blogdoconhecimentoatual

Insetos gigantes, que viveram 165 milhões de anos atrás, tinham uma picada dolorosa e se alimentavam do sangue de grandes dinossauros, segundo cientistas.
Os animais tinham uma morfologia similar à das pulgas dos dias de hoje, mas eram cerca de dez vezes maiores.
"Estes eram insetos muitos maiores do que as pulgas modernas e pelo tamanho de sua probóscide, o apêndice tubular alongado com o qual extraem o sangue, podemos dizer que sua picada seria bastante dolorosa", disse George Poinar Jr., professor de zoologia da Universidade do Estado de Oregon, nos Estados Unidos, e especialista em animais extintos, que escreveu sobre o assunto na revista científica Current Biology.
"Teria provocado uma sensação similar à causada por uma agulha hipodérmica. Por sorte, as pulgas atuais são bem menores."

Sangue

Poinar diz que é possível que os insetos jurássicos cujos fósseis foram encontrados na Mongólia, por cientistas chineses, sejam ancestrais evolucionários das pulgas modernas, mas provavelmente pertencem a uma linhagem separada e, agora, extinta.
Os fósseis das espécies Pseudopulex jurassicus e Pseudopulex magnus tinham corpos achatados, parecidos com os de percevejos ou carrapatos, e garras longas capazes se segurar às escamas dos dinossauros enquanto os insetos sugavam o sangue.
Pulgas modernas têm corpos mais compactos e antenas mais curtas e são capazes de se mover rapidamente por penas ou pelo.

'Janela para o passado'

"Estes são fósseis muito bem preservados que nos abrem uma janela para a vida em um passado muito distante, nos períodos Cretáceo e Jurássico", diz Poinar, que também estudou pulgas "mais jovens", de 40-50 milhões de anos, preservadas em âmbar.
Todas as pulgas verdadeiras são adaptadas para se alimentar de vertebrados de sangue quente, segundo Poinar, e hoje 94% das mais de duas mil espécies conhecidas atacam mamíferos, enquanto o restante se alimenta do sangue de pássaros.
Mas as características e habilidades incomuns identificadas nessas "pulgas pré-históricas" levaram os cientistas a acreditar que elas se alimentavam do sangue de grandes dinossauros, cuja pele mais fina, entre as escamas, elas conseguiriam perfurar com facilidade.
O estudo recorda que as pulgas causaram doenças devastadoras na história da humanidade. Elas foram responsáveis pela transmissão da peste bubônica, por exemplo, que causou dezenas de milhões de mortes na Europa do século 14.

blogdoconhecimentoatual

Brasil está entre os líderes de mortes em acidentes de trânsito

De acordo com o estudo, 90% dos acidentes com vítimas ocorreram nos países emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China

FOLHA
Os acidentes de trânsito provocaram a morte de cerca de 1,3 milhão de pessoas no mundo em 2010, de acordo com relatório inédito divulgado quarta-feira (2) pelo Forum Internacional de Transporte, da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Outros 50 milhões ficaram feridos.

De acordo com o estudo, 90% dos acidentes com vítimas ocorreram nos países emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China.

Na quinta-feira (3), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) divulgou um balanço sobre as mortes no trânsito em 2011 na cidade de São Paulo. No ano passado foram 1.365 vítimas fatais nas vias da cidade --45,2% eram pedestres e 37,5% eram motociclistas.

Enquanto os países emergentes concentram os acidentes com vítimas, nos países ricos as mortes estão caindo. Alguns deles registraram os menores patamares da década no ano passado.

A pesquisa, organizada pelo Irtad (Grupo Internacional de Informação e Análise de Segurança de Tráfego), divulgou apenas os dados dos 32 países-membros, a maior parte europeus e asiáticos. EUA e Argentina também fazem parte da instituição.

"Na maioria destes países, as medidas de segurança de tráfego estão bem definidas. Elas foram baseadas na experiência adquirida nos últimos anos e agora mostram seus frutos", afirmou Véronique Feypell, especialista em segurança de tráfego da Irtad.

O estudo apontou ainda uma relação estreita entre a redução nas mortes e leis com menor tolerância para o álcool e direção. Na média, os países permitem no máximo 0,5 g/l de álcool no sangue dos motoristas. No Brasil, o limite é de 0,6 g/l.

A pesquisa também mostrou que as mortes tendem a ser menores nos países onde há leis que proíbem o uso de celulares pelos motoristas.

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