Em meio ao recrudescimento dos enfrentamentos entre o Exército israelense e militantes em Gaza, Israel colocou 75 mil reservistas em alerta para uma possível ação militar, além dos 16 mil que havia convocado recentemente.
A medida reforça os temores de que seja iminente uma ação terrestre contra o território palestino.Os conflitos entre Israel e Gaza continuaram neste sábado, após Israel bombardear 200 alvos em Gaza durante a madrugada - inclusive a casa do premiê palestino Ismail Haniya - e ser atingida por cerca de 60 foguetes.
Um deles, direcionado à cidade de Tel Aviv, foi interceptado.
Estima-se que ao menos 40 palestinos e três israelenses tenham sido mortos desde a morte do líder militar do grupo radical Hamas (que controla a faixa de Gaza), Ahmed Jabari, na última quarta-feira, que serviu de estopim para o recrudescimento da violência.
Não há indícios de que a atual troca de fogo vá arrefecer. Israel afirmou que há centenas de alvos a serem atingidos em Gaza, para impedir que o Hamas continue a disparar foguetes em seu território.
O porta-voz do governo israelense, Mark Regev, disse à BBC que a operação só terminará quando "cidadãos israelenses estiverem seguros" e que todas as opções - incluindo uma incursão terrestre em Gaza - estão em debate.
O editor de Oriente Médio da BBC, Jeremy Bowen, explica que a atual crise é especialmente perigosa, já que a região está em seu momento mais turbulento e instável desde os anos 1950.
'Prontos para invadir'
Míssil sendo disparado de Gaza a Israel; sirenes voltaram a soar em Tel Aviv
Ela afirmou também que o Exército não vê distinção entre alvos militares e políticos do Hamas, alegando que tudo o que estiver ligado ao braço militar do grupo islâmico é considerado "alvo legítimo".
Em Israel, as sirenes de alerta voltaram a soar em Tel Aviv neste sábado, e o Exército israelense afirmou ter interceptado um míssil vindo de Gaza. Outro disparo aéreo atingiu um prédio residencial na cidade portuária de Ashdod, deixando vários feridos.
Do lado palestino, a Cidade de Gaza foi atingida novamente por uma nova série de explosões durante a madrugada.
Parte da sede do Hamas na região foi destruída, segundo testemunhas. O quartel-general do grupo havia sido visitado na véspera pelo primeiro-ministro do Egito, Hisham Qandil.
Em sua conta no Twitter, o correspondente da BBC em Gaza, Jon Donnison, relatou: "Cinco grandes ataques aéreos estão chacoalhando meu quarto agora. Parece perto".
Três membros das brigadas Izz al-Din al-Qassam, a ala militar do Hamas, estariam entre os mortos durante a madrugada.
No campo de refugiados de Jabalia, ao norte da Faixa de Gaza, ao menos 30 pessoas teriam ficado feridas após um míssil destruir a casa de um diretor do Ministério da Informação.
Além dos edifícios do Hamas, os ataques de Israel objetivaram transformadores elétricos e a rede de túneis usados para o contrabando de bens e armas do Egito para Gaza.
'Massacre'
Território palestino foi alvejado por diversos bombardeios
Neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Tunísia, Rafik Abdessalem, visitou Gaza para manifestar apoio ao Hamas.
Líderes ocidentais e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fizeram apelos a ambos os lados para que interrompam a violência.
Em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou o apoio americano ao "direito de autodefesa" de Israel.
Obama também conversou com o presidente do Egito, Mohammed Mursi. O presidente egípcio classificou os ataques israelenses de "uma clamorosa agressão contra a humanidade" e prometeu que o Egito "não deixará Gaza sozinha".
O Egito é um dos poucos países árabes a manter laços diplomáticos com Israel e tradicionalmente atua como moderador nas disputas entre Israel e palestinos.
Mas os laços entre o Hamas e o Egito se fortaleceram desde que Mursi chegou ao poder, no início do ano. Mursi é integrante da Irmandade Muçulmana, grupo a partir do qual o Hamas se originou.
israel está ponto para guerra!
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