O
presidente americano, Barack Obama, pediu neste domingo que os
americanos fizessem uma "reflexão calma" depois que o vigilante
voluntário George Zimmerman, acusado de matar um adolescente negro em
2012, foi absolvido pela Justiça.
O veredicto desencadeou uma série de protestos
em várias cidades dos Estados Unidos, como San Francisco, Filadélfia,
Chicago, Washington e Atlanta. Em Oakland, na Califórnia, alguns
manifestantes iniciaram pequenos incêndios e quebraram janelas.Antes mesmo do pronunciamento do veredicto, manifestantes já estavam reunidos em frente à corte onde Zimmerman estava sendo julgado.
De acordo com o correspondente da BBC na Flórida David Willis, há mais protestos planejados para o Estado e a polícia já fez planos para conter os tumultos.
Em meio aos protestos, o presidente americano divulgou uma declaração em que afirmou que a morte de Trayvon foi uma tragédia e também pediu a retomada do debate sobre a violência gerada pelo uso de armas no país.
Segundo a declaração de Obama, a morte de Trayvon Martin "foi um tragédia. Não apenas para a família dele, ou para qualquer pessoa da comunidade, mas para os Estados Unidos."
"Sei que estes caso suscitou paixões. E, logo após o veredicto, sei que estas paixões podem estar ainda mais fortes. Mas, somos uma nação de leis e o júri se pronunciou."
O presidente afirmou ainda que todos os americanos devem respeitar o pedido feito pela família Martin, de reflexão calma, e que "enquando fazemos isto, devemos nos perguntar se estamos fazendo tudo o possível para ampliar o círculo de compaixão e compreensão em nossas próprias comunidades".
Trayvon Martin usava um capuz quando foi morto
"Como cidadãos, este é um trabalho para todos nós. Esta é a forma de honrar Trayvon Martin."
Zimmerman, que se identifica como hispânico, atirou e matou Trayvon Martin no ano passado em um caso que repercutiu em todo o país.
Martin, de 17 anos, morreu quando seguia para a casa do pai em Sanford. Ele usava um agasalho com capuz e não portava armas.
Promotores afirmavam que Zimmerman matou o adolescente motivado por racismo, mas a defesa afirmou que o vigilante voluntário atirou em legítima defesa, já que tinha sido atacado por Martin.
Intervenção
Grupos de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos também pediram calma à população neste domingo, mas protestaram contra a absolvição de Zimmerman.O ativista Jesse Jackson declarou à rede de televisão CNN que estava "chocado com a decisão. O Departamento de Justiça precisa intervir para levar isto (o veredicto) a outro nível".
Família afirma que Zimmerman está sendo ameaçado
Jackson no entanto afirmou que os manifestantes que forem para as ruas tentando fazer justiça com as próprias mãos vão "prejudicar o sangue inocente e o legado de Trayvon Martin" e pediu calma.
Al Sharpton, outro ativista americano, afirmou que o veredicto foi um "tapa na cara do povo americano".
Ele comparou o caso com o caso de Rodney King, que foi vítima de um episódio de violência policial que deu início a uma onda de violência e tumultos em Los Angeles há mais de 20 anos.
A Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP na sigla inglês), uma das mais influentes organizações civis para os direitos dos negros, iniciou um abaixo-assinado para exigir que o Departamento de Justiça abra um caso de direitos civis contra George Zimmerman. Até este domingo, já havia recebido 350 mil assinaturas.
E, enquanto a tensão aumenta, a família de Zimmerman afirma que ele recebeu ameaças em sites de redes sociais e, o irmão dele, Robert, afirma que há "agora mais do que nunca razões para acreditar que as pessoas estão tentando matá-lo".
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