terça-feira, 5 de março de 2013

Morre o presidente da Venezuela Hugo Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu nesta terça-feira em Caracas, após sofrer "complicações" devido ao agravamento de uma infecção respiratória adquirida durante seu tratamento contra o câncer.
O líder da "revolução bolivariana" comandava a Venezuela há 13 anos e havia sido reeleito em 2012 para ocupar o cargo até 2019. Em julho de 2011, autoridades do país anunciaram que ele começava a ser tratado de um câncer na região pélvica. Detalhes da doença, porém, nunca foram esclarecidos pelo governo venezuelano.
O mandatário vinha fazendo viagens regulares a Havana para receber tratamento. Na última delas, em dezembro de 2012, já temendo o pior, reconheceu a precariedade de seu estado de saúde e apontou seu vice, Nicolás Maduro, como principal sucessor político.
Ele foi submetido à quarta cirurgia relacionada ao câncer no dia 11 de dezembro. Poucas informações foram divulgadas sobre o procedimento, exceto que durou seis horas e o presidente perdeu muito sangue. A operação foi considera "exitosa", mas desde então Chávez não foi mais visto publicamente.
Porém, o quadro de saúde do presidente se agravou, evoluindo para uma insuficiência respiratória. Autoridades do país abandonaram o tom otimista que vinham usando nos comunicados anteriores sobre a saúde de Chávez e pediram orações da população.
Uma crise política tomou forma em Caracas com a aproximação do dia 10 de janeiro - a data marcada para que Chávez tomasse posse de seu próximo mandato. A oposição fez pressão para que a Presidência fosse cedida ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello - que deveria organizar um novo pleito, segundo a Constituição.
A maioria chavista venceu o embate e a posse fosse adiada indefinidamente.
Nesta terça-feira, o governo convocou os venezuelanos para rezarem por Chávez em frente ao hospital onde o mandatário estava internado. No início da noite, o vice-presidente Nicolas Maduro discursou confirmando a morte de Chávez.

Sucessor

Venezuelanos fazem vigília por recuperação de  Chávez (foto: AFP)
Venezuelanos fazem vigília por recuperação de Chávez
Uma vez que a Justiça autorizou a continuidade do governo chavista mesmo sem a posse oficial do presidente, ainda não está claro como ocorrerá a sucessão na Venezuela.
Diferentemente de Chávez, Maduro não foi eleito, logo oposicionistas podem exigir a realização de novas eleições. Maduro foi chanceler da Venezuela por pouco mais de seis anos, até ser escolhido por Chávez para vice-presidente – substituindo Elisas Jaua, que deixou o governo para concorrer nas eleições regionais.
Segundo analistas, o processo de sucessão pode sofrer influência do setor militar do país. "Aqui há uma revolução militar que deve ser permanente e não pode ser detida", disse Maduro no último dia 28.
A oposição no país permanece fragmentada. O candidato mais provável para enfrentar o chavismo em um novo pleito é Henrique Capriles, reeleito no ano passado governador do Estado de Miranda.
Porém, parte da oposição o critica, dizendo que não teve força para assumir a liderança e não possui carisma suficiente para enfrentar os partidários de Chávez. Essa fragmentação abre a possibilidade para que outros oposicionistas disputem com Capriles uma eventual candidatura presidencial.
Mas isso também é sintomático de outro grande problema que impediu a oposição de levantar a cabeça: há partidos sem postulantes, e postulantes sem partidos.Ou seja, a oposição venezuelana segue sendo uma grande massa disforme de agremiações e pessoas disputando cotas de poder ou mera influência.

Chávez piora devido a nova infecção respiratória; situação é 'delicada'

Duas semanas após retornar a Caracas, o estado de saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é bastante delicado, em consequência de uma nova "severa" infecção respiratória, admitiu o governo na noite desta segunda-feira.
"No dia de hoje há uma piora na função respiratória relacionada como o estado de imuno-depressão próprio de sua situação clínica (...) atualmente (Chávez) apresenta uma nova e severa infecção", informou o ministro de Comunicação Ernesto Villegas ao ler um comunicado.
No documento, o Executivo afirma que Chávez está sendo submetido a sessões de quimioterapia de "forte impacto", além de outros tratamentos complementares para tentar combater o câncer contra o qual vem lutando.
"O estado geral continua sendo muito delicado", afirmou Villegas.
Imediatamente após a leitura do comunicado, transmitido em cadeia nacional de rádio e TV, Maria Gabriela, uma das filhas do presidente, escreveu em sua conta no Twitter que este é um "momento de oração" e que os familiares estão "apegados a Deus".
Esta é a segunda grave infecção respiratória que Chávez enfrenta desde que foi operado. Na primeira crise, iniciada logo após a cirurgia, o vice-presidente chegou a admitir recentemente que a situação foi "gravíssima", indicando que o governo já se preparava para o pior cenário.

Silêncio e rumores

A informação rompe um silêncio de dias relacionado à saúde do líder venezuelano, que não é visto ou ouvido em público desde dezembro, quando viajou à Cuba para submeter-se à sua quarta cirurgia para extirpar a doença.
No fim de semana, rumores sobre uma piora de seu estado de saúde e inclusive de seu suposto falecimento dominaram as redes sociais.
Saques e um suposto levantamento militar também foram alvo de intrigas que circularam nas redes e em mensagens de texto enviadas por celular. O impacto dos rumores tem sido tanto que o governo fala de uma "guerra de contra-informação" para desestabilizar o país.

Incertezas e 'campanhas'

Em meio aos rumores e informes sobre o estado de saúde do líder, prevalece no país o clima de incerteza quanto ao futuro da Presidência venezuelana.
O vice-presidente, Nicolás Maduro, e outros dirigentes governistas afirmam que Chávez continua governando. Porém, cada vez mais o Executivo dá sinais de que dificilmente Chávez voltará a assumir a Presidência como no passado e se esforça em mostrar que o ritmo das ações do governo continua sendo o mesmo, apesar da crise.
Frente a esse panorama, tanto chavistas, como opositores atuam como se estivessem em campanha eleitoral, adiantando-se à convocação de eleições antecipadas caso Chávez renuncie ou venha a falecer.
Do lado governista, o próprio Chávez indicou que caso "algo" lhe acontecesse, seu "sucessor" nas urnas deveria ser o vice-presidente Nicolás Maduro, que tem sido exposto quase que diariamente às câmeras de televisão inaugurando obras governamentais e ensaiando longos discursos, numa tentativa de emular o líder venezuelano.
Maduro é visto como um dos homens mais próximos e leais ao presidente.
Entre os opositores, o presidenciável mais cotado é o ex-candidato e governador Henrique Capriles, que foi derrotado por Chávez nas urnas em outubro do ano passado.
De acordo com pesquisa realizada pela empresa Hinterlaces, 50% dos venezuelanos votariam em Maduro se as eleições fossem hoje, contra 36% dos eleitores que optariam por Capriles.

Protestos

No fim de semana, chavistas e anti-chavistas realizaram pequenas manifestações em Caracas. Os primeiros para defender o "direito à recuperação" do presidente e os outros para exigir "a verdade" sobre seu estado de saúde. A coalizão opositora exige que uma junta médica avalie a saúde de Chávez para determinar se novas eleições devem ser convocadas.
O governo, por sua vez, se limita a dar breves comunicados e de manter viva a esperança dos simpatizantes do presidente. Comovedores spots de TV que marcam a trajetória do mandatário e sua relação com o povo marcam a programação do canal estatal.
Na sexta-feira, altos funcionários do governo inauguraram, acompanhado de uma das filhas de Chávez, uma capela no Hospital Militar de Caracas, onde o líder venezuelano está sendo tratado.
O semblante de tristeza visto no rosto dos dirigentes governistas, principalmente o de sua filha Maria Gabriela, foi alvo de especulações sobre o suposto deterioramento da saúde do mandatário. Ao mesmo tempo, o governo envia mensagens de esperança, dando margem à interpretação de que a recuperação de Chávez seria favorável.
"O teminha de hoje: 'o rosto de Maria Gabriela Chávez'. Tristeza? Não posso estar feliz se meu pai está doente! Mas continuo apegada a meu Deus", retrucou a filha do presidente em sua conta no Twitter, em resposta aos comentários nas redes sociais, na sexta-feira.
No comunicado desta segunda-feira, o governo afirma que o "comandante-presidente se mantém apegado a Cristo" e que está consciente das dificuldades que enfrenta em sua batalha contra o câncer.

Quadro de saúde de Chávez se agrava

O quadro de saúde do presidente da Venezuela Hugo Chávez teria se agravado e é delicado.
A informação foi dada pelo ministro da Comunicação venezuelano, Ernesto Villega, em prounciamento realizado em cadeia de TV e de rádio.
Villega afirmou ainda que que Chávez estaria sofrendo de uma nova infecção respiratória aguda, após o tratamento a que se submeteu contra câncer, em Cuba.
Chávez não é visto em público desde dezembro, quando regressou a Caracas, onde está sendo tratabado em um Hospital Militar.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Homem vestido de Batman prende ladrão na Inglaterra

Câmeras do circuito interno de TV de uma delegacia em Bradford, no norte da Inglaterra, registraram o momento em que um homem vestido de Batman entregou às autoridades um criminoso procurado pela polícia.
O caso ocorreu no último dia 25 de fevereiro.
Segundo a polícia, o homem-morcego apareceu na delegacia de madrugada levando um jovem de 27 anos acusado de porte de objetos roubados e fraude.
"A pessoa que trouxe o homem estava vestida com uma fantasia de Batman. A sua identidade, entretanto, permanece desconhecida".
O suspeito irá a julgamento na próxima sexta-feira, dia 8 de março.

Elizabeth 2ª recebe alta após internação com sintomas de gastroenterite

A rainha britânica Elizabeth 2ª, de 86 anos, recebeu alta nesta segunda-feira do hospital onde foi internada no domingo com sintomas de gastroenterite.
Sorrindo, Elizabeth 2ª deixou o hospital King Edward 7, em Londres. Em seguida, ela entrou em um carro de sua comitiva e partiu sem fazer declarações.
Uma nota divulgada pela sua assessoria confirmou que ela deixou o hospital após uma “breve internação para a avaliação de sintomas de gastroenterite”.
Foi um raro momento no reinado de Elizabeth 2ª, conhecida pela boa saúde e que no ano passado comemorou 60 anos de reinado. Esta foi sua primeira internação em dez anos.
Todos os compromissos da monarca para esta semana foram cancelados.

Windsor

A monarca havia sido levada no domingo do castelo de Windsor diretamente para o hospital King Edward 7.
Na ocasião, o Palácio de Buckingham informou que a rainha foi internada apenas por precaução e, apesar da gastroenterite, apresentava "boa saúde".
Na sexta-feira, ela já havia cancelado uma viagem ao País de Gales que faria no sábado.
Também fora cancelada a viagem que a rainha faria nesta semana a Roma, a convite do presidente italiano, Giorgio Napolitano. Ainda não se sabe se a visita será reagendada.
Na manhã de domingo, antes da internação, ela participou de uma cerimônia particular de condecoração no castelo de Windsor.

Sem urgência

Segundo o correspondente da BBC para a família real Nicholas Witchell, não há uma sensação de "urgência" no Palácio de Buckingham em relação à saúde da monarca.
Há dez anos, a rainha foi internada, também no hospital King Edward 7, para realizar uma pequena operação no joelho.
Na ocasião, os médicos aproveitaram para remover pequenas lesões não cancerosas da pele da monarca.
Desta vez, o tratamento da rainha não foi revelado. Mas poderia incluir reidratação e exames para descobrir se a doença foi causada por uma infecção ou outro problema.
A gastroenterite é uma inflamação no estômago e intestinos, geralmente causada por vírus.
A transmissão ocorre por contato com uma pessoa infectada, por meio de comida ou água contaminada ou por contato com superfícies ou objetos.
Entre os sintomas estão vômito, febre e dor de estômago.

ONU pede ações de governos para acabar com violência contra mulheres

A diretora da agência ONU Mulheres, Michelle Blachelet, pediu que os líderes mundiais cumpram seus compromissos e apresentem planos concretos para acabar com a violência contra a mulher no mundo.
Blachelet discursou na sede da ONU no primeiro dia do encontro mundial da Comissão sobre o Status da Mulher.
"Durante as últimas décadas fizemos progressos na articulação de normas e padrões internacionais, leis e políticas", afirmou.
"Mas a violência contra mulheres e meninas continua muito difundida e a impunidade continua sendo a norma e não a exceção", disse.
O tema do encontro deste ano é a violência. Segundo estimativas da ONU, sete em cada dez mulheres do mundo são afetadas pela violência.
Participantes da reunião têm sido tomados por um clima emotivo devido a eventos recentes como o atentado do Taleban contra a menina Malala Yousafzai e estupros coletivos ocorridos na Índia e na África do Sul.

Apesar de avanços, cura da Aids para maioria 'ainda está longe'

Foto: SPL
Tratamento bem sucedido em criança americana pode ser exceção
Médicos dos Estados Unidos conseguiram o que está sendo chamado de cura "funcional" do vírus HIV em uma criança de 2 anos.
De acordo com os americanos, uma menina soropositiva do Estado do Mississippi (sul do país) não demonstra sinais de infecção pelo vírus após deixar o tratamento por cerca de um ano.
A cura livrou a criança de uma vida que seria marcada pelo alto consumo de medicamentos, o preconceito e o dilema de contar a amigos e familiares sobre a doença.
Mas, além da história de triunfo dos médicos, surge uma grande questão: esta descoberta coloca o mundo mais perto de uma cura para a Aids?
No caso da garota americana existem circunstâncias especiais: os médicos conseguiram atingir o vírus muito cedo e com muita força. Isto não é possível em adultos, que descobrem que contraíram pelo HIV meses e até anos depois da contaminação, quando o vírus já está completamente estabelecido.
Também não se sabe ainda como o sistema imunológico de um bebê recém-nascido pode afetar o tratamento. Bebês conseguem grande parte da sua proteção contra doenças a partir do leite materno.
Uma coisa é certa - esta abordagem não irá curar a grande maioria dos portadores do vírus. O que levanta a dúvida: haverá um dia esperança para os que vivem há décadas com o HIV?

Tratamento

Foto: BBC
Acesso a coquetel de medicamentos antiretrovirais é restrito
O vírus da Aids não é mais o assassino que costumava ser. Ele apareceu primeiro na África no começo do século 20 e se transformou em um problema de saúde global na década de 1980. Nos primeiros anos da epidemia, não havia tratamento.
O vírus matou mais de 25 milhões de pessoas nas últimas três décadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A partir da metade da década de 1990 surgiram as terapias com antiretrovirais, e o impacto que tiveram no número de mortes por Aids foi dramático.
As pessoas infectadas com o HIV que têm acesso a esse tratamento podem ter uma expectativa de vida normal, mas nem todas conseguem. Cerca de 70% das pessoas que vivem com o HIV estão na África ao sul do deserto do Saara, onde o acesso aos medicamentos é relativamente limitado.
A busca pela cura continua.
"Sempre presumimos que era impossível, mas começamos a descobrir coisas que não sabíamos antes, e (isso) está abrindo uma fenda na blindagem", disse à BBC o pesquisador John Frater, da Universidade de Oxford.

Escondido

Depois que uma pessoa é infectada pelo HIV, o vírus se espalha rapidamente, infectando células em todo o corpo. Ele se esconde dentro do DNA, onde não será afetado pelas terapias.
Já existem agora medicamentos experimentais para tratamento de câncer que poderiam tornar o vírus mais vulnerável.
"Este é um momento muito animador, mas não é a resposta no mundo atual. Temo que por querer uma cura tão desesperadamente nos esqueçamos das questões de custo e eficiência, que fazem a diferença."
Jane Anderson, professora do Hospital Homerton, em Londres
"(O medicamento) ataca o vírus dentro da célula e o deixa visível para o sistema imunológico. Poderemos alcançá-lo com uma vacina", afirmou Frater.
No entanto, a abordagem requer medicamentos que façam com que o vírus fique ativo e uma vacina que treine o sistema imunológico para acabar com ele. E isso não é algo que está próximo de ser descoberto.
Outro caminho sendo considerado envolve uma mutação rara que faz com que as pessoas fiquem resistentes à infecção.
Em 2007, Timothy Ray Brown se transformou no primeiro paciente que teria erradicado o vírus.
Seu sistema imunológico foi destruído como parte de um tratamento de leucemia. Em seguida, ele foi restaurado graças a um transplante de células-tronco de um paciente com a mutação.
Um pouco de engenharia genética também poderia ajudar a modificar o sistema imunológico do próprio paciente, para que ele adquira a mutação protetora.
Mas, novamente, esta é uma perspectiva distante.

Medicina experimental

Para o presidente do programa de vacina da Aids da Grã-Bretanha, Jonathan Weber, professor da universidade Imperial College, no sul da Inglaterra, não há um consenso nos tratamentos para os que já estão infectados.
Foto: AFP
Transmissão do HIV de mãe para filho pode ser evitada
"Para a infecção estabelecida nós temos algumas ideias, mas tudo ainda nos domínios da medicina experimental. Não há um consenso e nenhum caminho claro (a ser seguido)", afirmou.
Para Weber, uma cura seria a solução para o problema dos gastos, já que dar remédios para as pessoas todos os dias para o resto de suas vidas pode ser muito caro.
A professora Jane Anderson, do Hospital Homerton, em Londres, prefere ser mais cautelosa sobre a possibilidade de uma cura para a Aids depois do caso nos Estados Unidos.
"Este é um momento muito animador, mas não é a resposta no mundo atual. Temo que, por querer uma cura tão desesperadamente, nos esqueçamos das questões de custo e eficiência, que fazem a diferença", afirmou.
Quase todos os casos de transmissão do HIV da mãe para a criança podem ser evitados com medicamentos, com a escolha pela cesariana e evitando que a mãe amamente o filho.
Em adultos, a maioria dos casos de infecção por HIV ocorre como resultado de sexo sem o uso de preservativos.

Cura de bebê cria esperança de geração sem Aids, diz ONU

Foto: AFP
Caso de menina pode ser esperança de crianças soropositivas
O Unaids, programa da ONU para o combate à Aids, comemorou a notícia de que uma criança de 2 anos pode ter sido completamente curada do vírus nos Estados Unidos.
Em comunicado, a ONU afirma que, se os resultados forem confirmados, este será o primeiro caso documentado de uma criança com o vírus HIV que parece não ter mais níveis detectáveis do vírus após parar o tratamento.
"Essa notícia nos dá muita esperança de que uma cura para o HIV em crianças é possível e pode ser um passo a mais rumo a uma geração livre da Aids", disse o diretor executivo da UNAIDS, Michel Sidibé, em comunicado oficia.
"Isso também ressalta a necessidade de pesquisa e inovação, especialmente na área do diagnóstico precoce."

Mais testes

Médicos americanos revelaram no domingo que uma menina soropositiva do Estado do Mississippi (sul do país), de 2 anos e meio, não demonstra sinais de infecção pelo vírus após deixar o tratamento por cerca de um ano.
No entanto, mais testes serão necessários para assegurar que o tratamento - que foi iniciado 30 horas após o nascimento da menina - funcionaria para outras pessoas.
A virologista Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, apresentou os resultados do tratamento na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Atlanta.
"É uma prova do conceito de que o HIV pode ser potencialmente curável em crianças", disse.

Coquetel antivírus

Se a garota americana continuar saudável, esse será o segundo caso documentado de um soropositivo que consegue se livrar do vírus HIV.
Em 2007, Timothy Ray Brown se tornou a primeira pessoa. Sua infecção foi erradicada por meio de um tratamento elaborado para a leucemia, que envolveu a destruição de seu sistema imunológico e um transplante de medula de um doador com uma mutação genética rara que resistia à ação do vírus.
O caso do bebê do Mississippi envolveu um coquetel de drogas disponíveis no mercado, conhecido como terapia antiretroviral, que já é usado para tratar a infecção em crianças.
Os resultados sugerem que o tratamento rápido aniquilou o vírus antes de que ele pudesse se depositar em "esconderijos" no organismo, os chamados reservatórios de células dormentes.
Deborah Persaud | Foto: Reuters
Laboratórios não encontraram vírus em garota depois de interrupção do tratamento
A existência desses reservatórios geralmente faz com que pessoas que interrompem o tratamento com o coquetel voltem a ter os níveis anteriores de infecção, segundo Deborah Persaud.

Surpresa

A menina nasceu em um hospital rural onde a mãe havia sido testada positivamente para infecção por HIV.
Porque a mãe não havia recebido nenhum tratamento pré-natal contra o HIV, os médicos sabiam que o bebê corria um alto risco de estar infectado.
De acordo com os pesquisadores, a menina foi transferida para o Centro Médico da Universidade do Mississippi em Jackson.
Uma vez lá, a especialista em HIV pediátrico Hannah Gay deu início ao tratamento com o coquetel de drogas apenas 30 horas depois do nascimento do bebê, mesmo antes de os testes de laboratório confirmarem a infecção pelo vírus.
O tratamento continuou por 18 meses, mas nesse momento a criança deixou de frequentar o hospital. Cinco meses depois, a mãe e a filha voltaram, mas haviam parado o tratamento.
Os médicos fizeram testes para determinar se o vírus havia retornado e ficaram surpresos ao descobrir que não.
"Muitos médicos de seis laboratórios diferentes fizeram testes diferentes e muito sofisticados para tentar encontrar o HIV nessa criança e ninguém conseguiu encontrar nada, disse Rowena Johnston, médica da Fundação de Pesquisa sobre Aids.
"Estamos confiantes de concluir até esse momento que a criança parece estar curada."

'Marginalizada', Teologia da Libertação espera impulso com novo papa

Enquanto ainda era cardeal, nos anos 1980, Joseph Ratzinger, que depois se tornaria o papa Bento 16, condenou a Teologia da Libertação, movimento nascido na América Latina que defende a justiça social como um compromisso cristão.
Ratzinger, na época prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, criticou "desvios prejudiciais à fé" pelo uso "de maneira insuficientemente crítica" de pensamentos marxistas na Teologia da Libertação.
Agora, passados mais de 40 anos desde que o termo foi cunhado (em 1971), com a renúncia de Bento 16 e a iminente eleição de um novo papa, o "projeto de libertação" dos mais pobres e oprimidos, que teve tanto impacto no Brasil e na América Latina, parece ter à frente uma nova chance de encontrar uma aceitação maior dentro da Igreja.
Não seria uma tarefa fácil. De um lado, defensores reforçam a relevância da Teologia da Libertação para combater a desigualdade social e também a degradação ambiental; de outros, observadores citam a perda de protagonismo e a "marginalização" dessa forma de pensamento.
Para André Ricardo de Souza, professor do departamento de sociologia da Universidade Federal de São Carlos, a teologia deixou importantes marcas percebíveis até hoje, influenciando a agenda de movimentos sociopolíticos (do Partido dos Trabalhadores ao Movimento dos Sem-Terra e à presidenciável Marina Silva, hoje evangélica) e ideais sociais, como o da economia solidária e da distribuição de renda.

Longe da tomada de decisões

No entanto, "embora seu discurso de auxílio aos pobres tenha sido, em boa medida, incorporado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), institucionalmente (a TL) virou algo marginal, sem acesso à tomada de decisões (na igreja). Poucos bispos e formadores se identificam com ela", opina Souza, que está escrevendo um livro sobre os laços entre igreja e economia solidária.
Essa visão é compartilhada pelo padre José Carlos Pereira, sociólogo e responsável pelas análises do Anuário Católico, que opina que a "opção preferencial pelos pobres", tão forte entre os anos 1960 e 80, "começou a se perder" na igreja nos anos 1990.
"Começou-se a se voltar mais à tradição de Roma, a ter uma preocupação mais litúrgica. No Brasil isso se acentuou muito. As questões sociais que eram evidenciadas nas décadas de 70 e 80 foram se esvaziando, se esfriando. Até o ponto de chegarmos a ter hoje seminaristas com aversão à Teologia da Libertação", diz à BBC Brasil.
"A preocupação com uma igreja na sociedade junto aos pobres esfriou e se tornou mais doutrinária, sobre questões internas e regras da Igreja. Com a eleição do Papa Bento 16 isso se acentuou muito, porque ele já tinha a tradição do conservadorismo. Geralmente as pessoas que vieram das regiões mais pobres são as que mais tem resistência a trabalhar com os pobres."

'Atualidade enquanto meta'

Souza acredita que a eleição de um papa tido como mais progressista, como o cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga, pode aproximar a TL da cúpula eclesiástica.
Mas lembra que foi um "balde de água gelada" no movimento a declaração, de 2007, do cardeal brasileiro Odilo Scherer - este apontado como um dos nomes fortes para suceder Bento 16. Há cinco anos, em sabatina na Folha de S. Paulo, Scherer disse que a TL teve "o seu momento de crescer, o momento de decair e o momento de desaparecer".
Já Paulo Fernando Carneiro de Andrade, da PUC-RJ, acha que o legado da TL persiste no catolicismo, independentemente da eleição papal.
"Com aquele conteúdo específico marxista, ultrapassado desde a queda do Muro de Berlim (1989)", a TL não vai reverberar na Igreja atual, opina ele. "Mas a opção pelos pobres já influenciou toda a Igreja, é um patrimônio. E mantém sua atualidade enquanto proposta e meta."
Jorge Claudio Ribeiro, da PUC-SP, tem opinião semelhante. "As condições históricas, de oposição a ditaduras (latino-americanas), não existem mais. Mas a razão fundamental é a pobreza. Enquanto houver alguém que canalize isso para a visão religiosa, haverá Teologia da Libertação."
Mas ele também acredita que um papa mais progressista poderia dar ímpeto aos ideais da TL, acreditando que o futuro pontífice "pode ter uma margem de liberdade mesmo tendo sido nomeado (por um antecessor conservador), ter uma atitude mais calorosa com vítimas da opressão".
Consultado pela BBC Brasil, Leonardo Boff, um dos principais expoentes da Teologia da Libertação, remeteu a um texto seu de 2011, em que analisa as 40 anos do movimento, defendendo que este "é atualmente mais urgente do que quando surgiu".
"Apenas ficou mais invisível, pois saiu do foco das polêmicas que interessam à opinião pública. Enquanto existirem neste mundo pobres e oprimidos haverá pessoas, cristãos e igrejas que farão suas as dores", disse Boff, citando também a incorporação de valores ambientais do movimento. "(O meio ambiente) é vítima da mesma lógica que explora pessoas e subjuga as classes."
Quanto ao futuro pontífice, Boff disse em seu blog que "precisamos de um diferente tipo de papa, mais pastor que professor, não um homem da Igreja-instituição, mas um representativo de Jesus que disse 'quem vier a mim eu jamais rejeitarei'".

domingo, 3 de março de 2013

Venezuelanos vão às ruas exigir informações sobre saúde de Chávez

Centenas de estudantes venezuelanos e membros da oposição foram às ruas em Caracas para protestar e pedir informações detalhadas sobre o estado de saúde do presidente Hugo Chávez.
Chávez retornou para a Venezuela no mês passado, após ser submetido a um tratamento contra o câncer em Cuba. Mas não foi visto em público desde então.
Autoridades venezuelanas dizem que ele está governando de sua cama no hospital, apesar de não estar conseguindo falar, e que ele está fazendo quimioterapia.

Depois de dias de combates, rebeldes sírios invadem academia de polícia

Rebeldes sírios capturaram uma grande área de uma academia de polícia nos arredores da cidade de Aleppo, depois de uma violenta batalha que resultou em muitas mortes.
Segundo ativistas do grupo baseado em Londres Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os insurgentes tomaram a maior parte da academia de polícia durante a madrugada depois de realizar vários ataques contra o complexo nos últimos dias.
Rami Abdel Rahman, membro do Observatório, disse à agência de notícias AFP que, nos últimos oito dias, quase 200 pessoas foram mortas entre rebeldes e forças de segurança do governo, incluindo 120 soldados e policiais, na batalha pelo local.
Imagens de um vídeo divulgadas mais cedo mostravam dezenas de rebeldes se abrigando ao lado de um muro exterior do complexo enquanto podiam ser vistas explosões que, aparentemente, ocorriam dentro da academia de polícia.
Os ativistas afirmam que, apenas neste domingo, 34 soldados do governo morreram, o que seria um revés para as forças do presidente Bashar al-Assad. No sábado, o Exército sírio anunciou que tinha retomado o controle de vilarejos em uma rota importante que liga a cidade de Hama a Aleppo.
De acordo com o grupo, os rebeldes também tomaram uma prisão no norte do país, na província de Raqqa.
Apesar de o grupo ativista ser uma das organizações mais importantes documentando e informando sobre os incidentes e mortes no conflito sírio, as informações não podem ser verificadas de forma independente.

Entrevista

Em uma entrevista ao jornal britânico Sunday Times, o presidente sírio, Bashar al-Assad afirmou que seu governo está pronto para negociar com qualquer os rebeldes, incluindo militantes que depuserem suas armas.
"Mas não vamos lidar com terroristas que estão determinados a carregar armas", afirmou.
Assad também aproveitou a entrevista para criticar o governo britânico, afirmando que o governo da Grã-Bretanha é "ingênuo, confuso e pouco realista" em sua abordagem do conflito.
O presidente sírio também afirmou que o governo do primeiro-ministro, David Cameron, está disposto a militarizar a situação do país.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, afirmou que a Grã-Bretanha dá apoio à oposição síria, mas não fornece armas aos rebeldes.
No entanto, Hague acrescentou que "não descarto nada no futuro".
"Não vou anunciar nesta semana (o envio de) armas para a oposição síria", afirmou o ministro.
Mas, segundo Hague, quanto mais longo for o conflito na Síria, maior é o risco de estabelecimento do extremismo no país.
Desde o início da rebelião no país, em março de 2011, estima-se que cerca de 70 mil pessoas já morreram.
Os confrontos se espalharam por toda a Síria e centenas de milhares de refugiados já fugiram para os países vizinhos.

Secretário de Estado americano autoriza liberação de crédito ao Egito

O secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou neste domingo a liberação de crédito para auxiliar o Egito a recuperar sua economia.
Segundo Kerry, serão fornecidos imediatamente US$ 190 milhões devido ao que ele classificou de "necessidades urgentes" do país.
O anúncio foi feito após uma reunião entre Kerry e o presidente egípcio, Mohammed Morsi.
Durante sua visita ao Egito, Kerry também pediu que governo e oposição do país cheguem a um consenso depois de meses de protestos e impasse político.

Ex-chefe da Igreja Católica britânica admite conduta sexual inapropriada

Após renunciar na semana passada do posto mais importante da Igreja Católica da Grã-Bretanha, o cardeal Keith O’Brien admitiu neste domingo que teve uma conduta sexual inapropriada.
Em um comunicado, ele pediu perdão às pessoas que ele "ofendeu", à igreja católica e à população da Escócia, de onde era chefe da Santa Sé.
O cardeal, que tem 74 anos, havia deixado o cargo na segunda-feira, após ter seu nome envolvido no centro de um escândalo ocorrido há três décadas.
Ele é acusado por três padres e um ex-sacerdote de ter se "comportado de maneira inapropriada" nos anos 80. Os quatro afirmaram que foram vítimas de assédio sexual por parte de O´Brien.
Em entrevista ao jornal inglês The Observer, o ex-sacerdote relatou que o cardeal se aproveitava das orações noturnas para manter "contatos inapropriados".

'Pior momento posssível'

"Gostaria de aproveitar a oportunidade para admitir que, em alguns momentos, minha conduta sexual não foi compatível com os padrões esperados da minha pessoa, como padre, arcebispo e cardeal", disse O´Brien na nota.
Para o correspondente da BBC em Roma, David Willey, a admissão pública do cardeal ocorreu no pior momento possível para o Vaticano.
"Isso porque a confissão vem à tona no mesmo dia reunião em Roma com cardeais de todo o mundo para começar as discussões sobre o próximo papa.. No entanto, esse conclave vem sendo ofuscado por acusações de escândalos, intrigas e traições na hierarquia do Vaticano", disse Willey.
"E assim a credibilidade da Igreja Católica Romana vai ser ainda mais arranhada pela confissão do cardeal O’Brien"
O cardeal já havia dito que não viajaria a Roma para participar do conclave.
"Eu agora vou passar o restante da minha vida aposentado. Não terei mais nenhuma participação na vida pública da Igreja Católica da Escócia", disse, em seu comunicado, o cardeal O’Brien.

Ataques com bombas matam pelo menos 25 pessoas no Paquistão

Pelo menos 25 pessoas morreram no Paquistão em um ataque contra uma área de maioria xiita na maior cidade do país, Karachi.
Dezenas de outras pessoas ficaram feridas em duas explosões no bairro de Abbas Town.
Testemunhas afirmaram que as explosões foram tão fortes que destruíram vários apartamentos próximos e as janelas de outros prédios.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque que ocorreu uma semana depois de outra explosão na cidade de Quetta, sudoeste do país, matando quase 90 pessoas, xiitas em sua maioria.

Rainha britânica é internada devido a gastroenterite

A rainha britânica Elizabeth 2ª, de 86 anos, foi internada neste domingo em um hospital de Londres devido a uma gastroenterite (inflamação gastrointestinal causada por uma infecção, geralmente viral).
A monarca apresentou os primeiros sintomas da doença no final da semana passada e teve que cancelar uma visita que faria no sábado ao País de Gales.
O Palácio de Buckingham informou que todos os compromissos oficiais de Elizabeth 2ª para esta semana, incluindo uma visita à Roma, também foram cancelados ou adiados.
A monarca deve ficar internada durante dois dias.
A última vez que a rainha britânica precisou ser internada foi há dez anos.

Com operação rápida, polícia do Rio ocupa Complexo do Caju e Barreira do Vasco

As polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro ocuparam na madrugada deste domingo as comunidades da Barreira do Vasco e o Complexo do Caju, na zona norte da cidade.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio, a operação começou por volta das 5h da manhã e, depois de apenas 25 minutos, todas as ruas já estavam ocupadas.
A operação não teve incidentes graves e nenhum tiro foi disparado.
As comunidades fazem parte de alguns dos principais redutos do tráfico de drogas de todo o Estado do Rio de Janeiro, comandadas por uma facção responsável por grande parte dos roubos de carros na cidade.
As 13 comunidades do Complexo do Caju e a Barreira do Vasco têm mais de 20 mil habidantes, segundo informações do Insituto Pereira Passos com base no censo do IBGE de 2010.
As regiões ocupadas firam entre a zona portuária do Rio de Janeiro e a Avenida Brasil, sendo cortadas pela Linha Vermelha, que chegou a ter um trecho interditado, mas, por volta das 6h30 da manhã já estava liberado.

'Uma área a menos'

A Polícia Militar informou que cerca de 1.400 membros do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) e 200 fuzileiros navais participaram da ocupação, junto com 17 blindados da Marinha, retroescavadeiras e os veículos blindados do Bope (conhecidos como "caveirões").
Além dos blindados, também foram usados helicópteros durante a ocupação.
Agora, as áreas ocupadas vão receber duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Ao todo, o Rio de Janeiro já tem 30 UPPs em áreas onde vivem cerca de 450 mil moradores.
Antes da ocupação, durante vários dias, os policiais anunciaram a operação e fizeram um cerco à região e, apesar do saldo positivo deste domingo, a polícia acredita que os principais chefes do tráfico do local já tenham ido embora.
A polícia afirma que o objetivo no caso destas comunidades era de retomada do território e não de confronto.
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, acompanhou a ocupação a partir do Quartel General da PM, no centro da cidade, e conversou com os policiais antes do início da operação.
"Vai ser uma área a menos onde vocês vão ter que operar fazendo a guerra", afirmou o secretário em um discurso informal para os policiais.

Sobe para 240 o número de mortos em tragédia de Santa Maria

Pedro Falcão, de 25 anos, estava hospitalizado em Porto Alegre e morreu no sábado. Ele permaneceu internado 34 dias e não resistiu aos ferimentos renais e pulmonares

Morreu neste sábado em Porto Alegre a 240ª vítima do incêndio na boate Kiss, ocorrido em janeiro em Santa Maria (RS). Pedro Falcão Pinheiro tinha 25 anos e estava internado na capital gaúcha, no Hospital Cristo Redentor, que confirmou a morte ocorrida no final da manhã.
Primeiro paciente transferido de Santa Maria para Porto Alegre no domingo do incêndio, ele permaneceu os 34 dias da internação na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Cristo Redentor e não resistiu às complicações renais e pulmonares decorrentes de queimaduras severas e da inalação de gases tóxicos produzidos pelo incêndio.
Veja também: a cobertura completa da tragédia em Santa Maria

Natural de Santana do Livramento, Pinheiro estudou no Centro Universitário Franciscano (Unifra) e trabalhava na América Latina Logística, segundo informações divulgadas por ele mesmo na página que mantinha no Facebook.
Na sexta-feira, os dois sócios da boate e dois músicos, que já estavam em prisão temporária, tiveram prisão preventiva decretada . A Polícia Civil ainda não concluiu o inquérito da tragédia na cidade gaúcha.
O incêndio na boate Kiss começou por volta das 3h de 27 de janeiro quando, segundo a polícia, faíscas de um artefato pirotécnico acionado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que tocava no local, entraram em contato com o revestimento acústico que estava no teto da casa.
A fumaça da queima do material liberou um gás tóxico  que provocou a maioria das 240 mortes por asfixia. Um laudo técnico mostrou, no corpo das vítimas, a presença de cianeto, que teria sido liberado com a queima da espuma. Ainda há 21 internados em hospitais de Santa Maria e Porto Alegre.

Choques entre polícia e manifestantes deixam 15 mortos em Bangladesh

Pelo menos 15 pessoas morreram em Bangladesh devido aos confrontos entre a polícia e partidários de um político islâmico setenciado à morte por crimes de guerra.
O vice-presidente do Partido Jamaat-e-Islami, Delwar Hossain Sayedee, foi sentenciado à morte na quinta-feira por assassinato, estupro e tortura durante a guerra de independência do país em 1971.
Desde então, mais de 60 pessoas já morreram nos choques entre manifestantes e polícia em todo o país.
O Partido Jamaat-e-Islami organizou uma greve de dois dias no país e os membros e simpatizantes do partido atacaram a polícia, prédios do governo e ferrovias, interrompendo o transporte.
Oito pessoas foram mortas em Bogra, no norte de Bangladesh, onde os soldados foram convocados para ajudar a dispersar a multidão de manifestantes.
Pelo menos outras sete pessoas foram mortas em confrontos em outros locais do país.

sábado, 2 de março de 2013

Principal militante islâmico do norte da África é morto no Mali, diz Chade

O governo do Chade afirmou neste sábado que seus soldados mataram, no Mali, o principal militante islâmico do norte da África Mokhtar Belmokhtar.
Belmokhtar é um ex-líder da Al-Qaeda e teria ordenado um ataque ocorrido em janeiro em uma refinaria na Argélia, no qual 37 reféns foram mortos.
As tropas do Chade estão combatendo miitantes islâmicos no Mali como parte de uma força internacional liderada pela França.
"Nossos soldados destruíram completamente a principal base jihadista nas montanhas de Adrar, matando vários terroristas, incluindo o líder Mokhtar Belmokhtar", disse um porta-voz do Exército do Chade, que leu um comunicado transmitido na TV local.
Segundo a nota, também foram apreendidos mais de 60 veículos, além de armas e outros equipamentos.
Se confirmada, sua morte terá um grande impacto entre os militantes islâmicos no Mali, de acordo com o correspondente da BBC no oeste da África, Thomas Fessy.

Al-Qaeda

A notícia vem à tona um dia após o presidente do Chade, Idriss Deby, anunciar que forças de seu país haviam matado o líder da Al-Qaeda Abdelhamid Abou Zeid, durante confrontos no Mali.
Acredita-se que Zeid, cuja a morte está sendo confirmada por exames de DNA, fosse o segundo no comando da Al-Qaeda no Magreb Islâmico, que está combatendo as forças internacionais no Mali.
A França, que lidera a missão, não confirmou nenhuma das duas mortes. No entanto, na sexta-feira, o presidente François Hollande disse que a operação estava em seu estágio final.
Militantes islâmicos se refugiaram nas montanhas do nordeste do Mali, após fugirem das cidades durante a ação das tropas francesas, que usou helicópteros e caças. O Exército do Mali e tropos de outros países africanos também estão envolvidas no conflito.
Rebeldes islâmicos tomaram o controle da região nordeste do país um ano após militares darem um golpe de Estado na capital Bamako, no sul.
A França interveio em janeiro, em meio a temores de que os militantes estariam planejando um ataque em Bamako.

Sr. Marlboro

Nascido na Argélia, Belmokhtar lutava na militância islâmica havia mais de duas décadas.
Ele dizia ter recebido treinamento militar no Afeganistão, antes de retornar para a Argélia, onde ele perdeu um olho durante uma batalha nos anos 90.
Ele então se junto à Al-Qaeda do Magreb, que opera ao longo do deserto do Sahara, mas acabou deixando o grupo para formar sua própria milícia islâmica.
O ataque à refinaria In Amenas, na Argélia, do qual ele diz estar por trás, seria a primeira grande ação de seu grupo.
Belmokhtar também era conhecido como o Sr. Marlboro, por conta de sua suposta participação no tráfico de cigarros da região.
Belmokhtar e Zeid também estão envolvidos em diversos sequestros. Suas mortes, se confirmadas, causa temores sobre a vida de vários reféns estrangeiros que estariam sob o poder de suas milícias, de acordo com o correspondente da BBC.

Revoltados, portugueses vão às ruas para protestar contra medidas de austeridade

Diversas cidades em Portugal abrigaram neste sábado manifestações em massa contra medidas de austeridades anunciadas pelo governo.
Na capital Lisboa, estudantes e professores se reuniram diante do Ministério da Educação para protestar contra cortes no setor.
De acordo com a correspondente da BBC em Portugal, Alison Roberts, a decisão do governo de seguir implementando cortes no orçamento vem causando revolta na população, em um momento em que o país enfrenta um desemprego recorde e uma economia enfraquecida.
O governo alega que as medidas são necessárias para lidar com a crise que assola o país. Já a oposição socialista defende mais ações para incentivar os investimentos e criar mais empregos.

Otan pede desculpas por morte de meninos afegãos em ataque

As forças lideradas pela Otan (aliança militar ocidental) no Afeganistão pediram desculpas pelas mortes de dois meninos afegãos, mortos quando um helicóptero disparou contra eles ao confundí-los com insurgentes.
Os meninos, que tinham menos de sete anos de idade, foram mortos em fevereiro na província de Uruzgan.
O comandante das forças militares estrangeiras no país, general Joseph Dunford, afirmou afirmou que a missão assume "total responsabilidade" pelo incidente, que ele chamou de tragédia.
Analistas afirmam que as mortes de civis têm enfurecido o povo afegão e também o presidente Hamid Karzai.
Segundo o correspondente da BBC em Cabul Quentin Sommerville, Karzai já exigiu várias vezes que as forças da Otan tomem mais cuidado e evitem incidentes como este.
Em fevereiro, um ataque aéreo da Otan na província de Kunar, leste do país, matou dez civis, entre eles cinco mulheres e quatro crianças.

Órgão que estabelece regras de futebol discute monitor cardíaco para jogadores

O órgão responsável por estabelecer regras do futebol mundial, o International Football Association Board (IFAB), está analisando a proposta de permitir que jogadores usem monitores cardíacos durante as partidas.
Em uma reunião na Edimburgo, o IFAB estuda a proposta feita pela Associação Escocesa de Futebol apresentada depois do caso do jogador do time britânico Bolton Fabrice Muamba, que sofreu um ataque cardíaco durante um jogo, quase morreu e teve que se aposentar.
O painel do IFAB vai examinar se aprova ou não a realização de testes de um chip que seria colocado na camiseta dos jogadores e que poderia alertar em caso de problemas de saúde.
Os dados seriam enviado do chip para um computador que poderia ser monitorado por médicos e técnicos.
Comunicações eletrônicas entre jogadores e técnicos são proibidas, mas alguns clubes já usam GPS e sensores durante os treinos para avaliação de performance.

Três morrem em protesto contra execução de líder islâmico em Bangladesh

Pelo menos três pessoas morreram no último episódio de violência em Bangladesh em meio aos protestos contra a condenação à morte de um político islâmico no país.
A polícia informou que as forças de segurança na cidade portuária de Chittagong dispararam balas de borracha e munição normal para dispersar a multidão de partidários do Partido Jamaat-e-Islami, que atirava pedras contra a polícia.
Um templo e casas da comunidade hindu, que é minoria, também foram incendiados no sudoeste do país.
Mais de 40 pessoas já morreram em Bangladesh desde a última quinta-feira, quando um tribunal de crimes de guerra condenou à morte o vice-presidente do Partido Jamaat-e-Islami, Delwar Hossain Sayedee, por assassinato, estupro e tortura durante a guerra de independência do país.
Sayedee e o partido eram contra a separação de Bangladesh do Paquistão, ocorrida em 1971, mas os líderes do partido negam ter apoiado milícias partidárias do Paquistão, responsáveis por assassinatos em massa durante a guerra de independência.

Chávez passa por sessões de quimioterapia, diz vice-presidente

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está passando por sessões de quimioterapia em um hospital de Caracas, segundo declarações do vice-presidente Nicolás Maduro.
"Os tratamentos que o comandante Chávez está recebendo são difíceis, mas ele é mais forte que os tratamentos", disse o vice-presidente a jornalistas.
A declaração de Maduro foi feita depois de uma missa na sexta-feira na capela do Hospital Militar da capital venezuelana, onde, segundo as autoridades, Chávez está internado para tratamento desde a semana passada.
Uma das filhas do presidente, Maria Gabriela, e outras autoridades do país participaram da missa.
Maduro informou ainda aos jornalistas presentes que, depois de uma "melhora geral" nas condições de saúde de Chávez, os médicos decidiram começar os "tratamentos complementares".
"Você sabe o que são tratamentos complementares? São (sessões de) quimioterapia aplicadas a pacientes depois de operações", disse o vice-presidente.
Maduro acrescentou que o presidente está se comunicando com seus assessores, "escrevendo e por outras formas que ele inventou".
"Você sabe que o presidente Chávez é muito criativo e suas mãos não estão atadas quando é preciso comunicar ordens, orientações e preocupações."
As declarações de Maduro foram feitas depois que o líder da oposição, Henrique Capriles, acusou o vice-presidente de mentir sobre a "real situação" de saúde do presidente.
Enquanto a especulação sobre o futuro da presidência da Venezuela aumenta, vários estudantes se acorrentaram juntos em uma rua de Caracas, exigindo que o governo "diga a verdade" sobre Chávez.

'Lutando pela vida'

Segundo a correspondente da BBC em Caracas Irene Caselli, mais da metade dos venezuelanos acredita que o presidente vai se recuperar, apesar de quase um terço da população não acreditar que ele possa voltar ao cargo.
O vice-presidente foi indicado por Chávez como o sucessor. Se o presidente não conseguir voltar para o cargo, uma eleição deve ser realizada dentro de 30 dias, segundo a Constituição da Venezuela.
Na quinta-feira, Maduro afirmou que o presidente Hugo Chávez estava "lutando pela vida".
"Ele está lutando pela vida e estamos com ele", afirmou o vice-presidente em um pronunciamento na televisão.
O líder venezuelano, de 58 anos, não foi mais visto em público desde que passou por uma nova cirurgia para tratamento de um câncer em Cuba, no mês de dezembro. Ele voltou para a Venezuela no dia 18 de fevereiro.
Chávez, que ocupa a Presidência há 14 anos, estaria sofrendo de câncer na região pélvica, mas não foram divulgados mais detalhes sobre a doença
Chávez anunciou no Twitter seu retorno à Venezuela depois do tratamento para o câncer em Cuba. Uma semana antes foram divulgadas imagens de Chávez sorrindo na cama de hospital em Cuba, durante uma visita de suas filhas.
No entanto, ele ainda não fez nenhum pronunciamento ou aparição pública.
Chávez anunciou em junho de 2011 que estava com câncer e já passou por quatro cirurgias desde então, além de quimioterapia e radioterapia.
Ele foi reeleito para mais seis anos de Presidência em outubro de 2012, mas a Suprema Corte venezuelana determinou que a cerimônia de posse poderia ser transferida para outra data, por causa da doença de Chávez.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Presidente queniano faz apelo por eleição pacífica

O presidente queniano Mwai Kibaki fez um apelo à população para que vote de forma pacífica nas eleições gerais da próxima segunda-feira.
Kibaki, que está deixando o poder após dois mandatos, disse que estava fazendo um apelo passional para que os quenianos garantam eleições livres, justa e pacífica.
Mais de mil pessoas morreram na onda de violência deflagrada no último pleito em 2007.
Em entrevista à BBC, o premiê Raila Odinga, um dos principais candidatos à eleição, disse que aceitará o resultado se não for eleito.

Problema de saúde faz rainha britânica cancelar compromisso

A rainha britânica Elizabeth 2ª, de 86 anos, cancelou seus compromissos públicos no sábado por conta de problemas de saúde.
A monarca participaria de uma celebração do Dia de S. Davi no País de Gales.
Mas, segundo o Palácio de Buckingham, ela sofre de gastroenterite (inflamação gastrointestinal causada por uma infecção, geralmente viral).
Ela passará o final de semana no palácio de Windsor.

Polícia de Santa Catarina mata 53% a mais entre 2010 e 2012

Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Santa Catarina indicam que o número de pessoas mortas pela polícia do Estado aumentou 53% em um período de dois anos, entre 2010 e 2012.
O balanço mostra que as polícias militar e civil mataram 69 pessoas em 2012, em casos classificados como "resistência seguida de morte". O número é 19% maior que o registrado em 2011 (58 casos) e 53% mais elevado que o de 2010 (45).
A elevação da letalidade policial ocorre em um momento em que o Estado enfrenta ondas de ataques da facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense) e recorre à ajuda de tropas da Força Nacional de Segurança para tentar conter a violência.
O governo de Santa Catarina afirmou, por meio de nota, que tal elevação se explica pela ação do crime organizado, pelo crescimento do tráfico de drogas e pelo aumento populacional. "Não lidamos mais com pessoas que cometem pequenos delitos ou crimes contra a honra, armadas com navalhas ou revólveres calibre 38. Os bandidos têm acesso a armas de grosso calibre, o que obriga a polícia (civil ou militar) a ter uma reação à altura", diz o texto.
Uma base de dados diferente, tabulada trimestralmente pela SSP, também sugere que as ações da polícia no Estado se tornaram mais letais. Ela mostra que ao mesmo tempo em que aumenta o número de assassinatos cometidos pela polícia catarinense, diminui o número de feridos em operações policiais. Foram 30 vítimas feridas em 2012 contra 54 no ano anterior – uma queda de 44%¨.

Atentados e vandalismo

Santa Catarina sofreu desde o último dia 30 de janeiro ao menos 113 atentados e atos de vandalismo supostamente realizados por membros do PGC. A maioria das ações registradas foram incêndio de veículos e disparos contra edifícios públicos e órgãos da polícia.
A presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB-SC, Cynthia Pinto da Luz, afirmou à BBC Brasil que o aumento da letalidade policial pode contribuir para o aumento da violência relacionada ao crime organizado, em especial ao PGC, no Estado.
Ela disse também que ainda não é possível fazer uma conexão direta entre as ondas de ataques no Estado e o fato da polícia estar matando mais.
Os atentados, entre outros fatores, estariam ligados a supostos maus tratos de agentes do Estado contra detentos do sistema prisional catarinense.
Os policiais militares da Força Nacional de Segurança ajudaram no processo de transferência de lideranças do PGC para presídios federais.

Mortes suspeitas

Cynthia Pinto da Luz afirmou que a comissão de direitos humanos da OAB suspeita que nem todos os assassinatos praticados por policiais nos últimos dois anos tenham ocorrido com o objetivo de defesa, como alega o governo.
Segundo ela, o órgão tem recebido denúncias de que entre os casos de "resistências seguidas de morte" podem ter ocorrido casos de abuso da violência e até eventuais execuções de suspeitos.
A secretaria de comunicação do governo do Estado afirmou que a corregedoria das polícias militar e civil "investiga e pune qualquer desvio de conduta".
Um dos mais recentes casos investigados pela comissão de direitos humanos da OAB – a partir de uma suspeita de abuso de violência por parte de policiais militares – é o do assassinato do auxiliar de produção Jean de Oliveira, de 22 anos, na cidade de Joinville, no dia 3 de fevereiro.
Ele foi morto com um tiro na cabeça, disparado por policiais militares, enquanto andava de moto com um amigo. Segundo a OAB, ele não estava armado e pode ter sido confundido por PMs com um criminoso ligado aos ataques do PGC.
"O meu filho foi morto como um bandido e enterrado como um bandido, mas ele não era. Podem me matar, mas eu vou provar que ele era inocente", disse à BBC Brasil a mãe da vítima, a auxiliar de serviços gerais Sueli Messias Onofre, de 42 anos.

Outro lado

No mesmo período em que registrou aumento da letalidade da polícia, Santa Catarina teve uma queda no número geral de homicídios. Em 2012 foram registrados 728 casos – uma redução de 5% em relação ao ano de 2010.
O governo catarinense afirmou por meio de nota que o aumento dos assassinatos cometidos por policiais deve ser contextualizado em um cenário de explosão demográfica no Estado, que acontece acompanhado pelo aumento do trabalho informal e do tráfico de entorpecentes. Segundo o governo, “se hoje os indicadores de letalidade das polícias civil e militar crescerem é por conta do crime organizado”.
"O policial é obrigado a agir de forma estratégica para enfrentar um criminoso que tem uma arma de alto poder bélico e que está despreparado para usá-la. Dificilmente um criminoso morre num confronto com a polícia portando uma arma de calibre 22 ou 38. Normalmente são pistolas, submetralhadoras, fuzis", diz a nota.
O governo catarinense afirmou ainda que mantém um sistema de corregedorias para identificar e penalizar eventuais abusos comedidos por suas forças de segurança.
"Quaisquer excessos cometidos por policiais civis ou militares são investigado e punidos com rigor por suas corregedorias", afirma a nota.
Especificamente sobre a morte de Oliveira, o governo afirmou que "quando um policial se envolve em alguma ação que suscite qualquer dúvida sobre a legalidade de sua atuação, imediatamente é instaurado inquérito policial. Se comprovado algum desvio de conduta, há punição prevista em lei. Este inquérito ainda não está concluído".

Abuso sexual de menina de 7 anos gera protestos na Índia

A agressão sexual sofrida por uma menina de sete anos de idade em uma escola em Nova Déli provocou protestos violentos na Índia.
Centenas de manifestantes se reuniram em frente ao hospital em que a garota está internada, vandalizaram ônibus e atiraram pedras contra policiais.
Um porta-voz da polícia disse que o caso foi registrado e que um segurança e professores estão sendo interrogados.
Agressões sexuais a mulheres e meninas ganharam mais atenção na Índia desde que uma estudante morreu, em dezembro, após ter sido vítima de estupro coletivo em um ônibus na capital.

China executa 4 por assassinato de marinheiros em 2011

Um líder do tráfico de drogas e três cúmplices, todos de Mianmar, foram executados na China pelo assassinato de 13 marinheiros chineses no rio Mekong.
A rede de televisão estatal CCTV mostrou imagens dos quatro homens sendo levados de suas celas para o local da execução, na cidade de Kunming, na província de Yunnan.
O momento da morte, por injeção letal, não foi televisionado.
As imagens dos quatro homens sendo levados para a morte provocaram polêmica. Enquanto alguns internautas aplaudiram a cobertura, outros a consideraram insensível.
O crime, ocorrido em 2011, causou comoção na China e levou Pequim a enviar patrulhas em barcos rio abaixo, além de suas fronteiras.
O Ministério do Exterior chinês disse que o caso mostrou a disposição da China e de outros países de trabalhar em conjunto para combater o crime nas fronteiras.

Dilma diz que agora Brasil entra no seleto grupo do submarino nuclear

O Brasil deu um passo importante nesta sexta-feira para aderir ao grupo de países que têm submarinos de propulsão nuclear, com a inauguração da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, no município fluminense de Itaguaí, que vai construir submarinos projetados pela França.
A presidente Dilma Rousseff inaugurou a fábrica que vai fazer as estruturas de metal para quatro submarinos de ataque convencionais Scorpene e um submarino alimentado por um reator nuclear desenvolvido inteiramente pelo Brasil.
Os submarinos serão feitos pela construtora de navios francesa DCNS em uma joint venture com a brasileira Odebrecht na base da Marinha na baía de Sepetiba, sul do Rio de Janeiro.
O programa de 7,8 bilhões de reais vai entregar o primeiro submarino convencional em 2015 e o submarino de propulsão nuclear ficará pronto em 2023 e entrará em operação em 2025, após dois anos de testes, informou a Marinha do Brasil em comunicado.
Os submarinos são uma parte fundamental do esforço do Brasil para construir uma Marinha moderna, que possa defender seu petróleo e os interesses comerciais no Atlântico Sul, uma região há muito dominada pelas Marinhas britânica e norte-americana. É também um renascimento do desenvolvimento nuclear militar brasileiro, que foi interrompido em 1990 com o fim do programa de bomba atômica do país.
Dilma indicou, em seu discurso, que a construção de um submarino nuclear coloca o Brasil mais próximo de alcançar o objetivo de conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, um grupo ao qual o país aspira se juntar.
"Podemos dizer que, de fato, com ela nós entramos no seleto grupo que é aquele dos integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, únicas nações que têm acesso ao submarino nuclear, Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia", disse Dilma em discurso na cerimônia de inauguração da fábrica.
"Acredito que nós podemos afirmar com orgulho que o programa de desenvolvimento de submarinos é uma realidade", acrescentou.
EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China são os únicos países com capacidade para construir submarinos nucleares. A Marinha indiana tem um submarino de ataque de propulsão nuclear, o INS Chakra, que foi arrendado da Rússia, e a Índia está construindo um submarino nuclear com tecnologia própria que deve estar em funcionamento até 2015.
Segundo Dilma, apesar de o Brasil viver em profunda paz com todos os vizinhos e de não fazer disputas bélicas, existe a consciência de que o mundo é complexo, e que o Brasil assumiu nos últimos anos uma extrema relevância.
"Isso (ser pacífico) não nos livra de termos uma indústria da defesa e termos toda uma constribuição a dar na garantia de nossa soberania e nos inserirmos cada vez de forma mais pacífica... no cenário internacional", disse.
A Marinha do Brasil salientou que o sistema de propulsão nuclear será construído com tecnologia inteiramente nacional, que não foi transferida pela França.
"Eu gostaria de louvar um fato que é muito importante. Uma indústria da defesa, como disse o ministro (da Defesa) Celso (Amorim), é uma indústria da paz. Mas eu acho que a indústria da de defesa é sobretudo uma indústria do conhecimento. Aqui se produz tecnologia, aqui tem também um poder imenso de difundir tecnologia. É isso que em outros países a indústria da defesa faz", acrescentou Dilma.
TRANSFERÊNCIA TECNOLÓGICA
O programa de submarino Brasil-França foi acertado em 2008 pelos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, e é o projeto de defesa mais caro do Brasil.
"É um programa importante porque é necessário que o Brasil modernize sua estrutura de defesa", disse o deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB), membro da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara.
"Nós estamos há muitos anos sem fazer investimentos. Temos um dos maiores litorais do mundo e precisamos ter mecanismos para fazer a defesa e a vigilância desse litoral, e os submarinos são uma grande peça de defesa dos oceanos."
A Força Aérea Brasileira (FAB) também está buscando renovar sua frota com a compra de 36 caças, num contrato de defesa avaliado em 4 bilhões de dólares inicialmente. A Boeing Co., a francesa Dassault Aviation e a sueca Saab AB estão na disputa pelo acordo.
O Brasil tem insistido na máxima transferência de tecnologia em tais contratos militares para melhorar sua indústria de defesa privada que se tornou um importante exportador de armas.
"Nós temos, por parte do povo brasileiro, a missão de garantir e assegurar que de fato essa tecnologia nos seja transferida conforme o contrato", afirmou Dilma sobre o acordo com a França a respeito dos submarinos.
Na quarta-feira, a unidade de defesa da Embraer ganhou seu primeiro contrato militar dos EUA para a venda de 20 aviões leves de ataque Super Tucano, para uso na contra-insurgência no Afeganistão.
"Foi um certificado de qualidade" para a industria nacional de defesa, disse Amorim.

Chávez está 'lutando pela vida', diz vice-presidente

O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que o presidente Hugo Chávez está "lutando por sua vida".
"Ele está lutando pela vida e estamos com ele", afirmou o vice-presidente em um pronunciamento na televisão.
Maduro ainda disse que o presidente "não cuidou da saúde, pois deu o corpo e a alma" para o povo.
"Nosso comandante está doente pois ele deu a vida por aqueles que não têm nada", disse Maduro.
Chávez não foi mais visto em público desde que passou por uma nova cirurgia para tratamento de um câncer em Cuba, no mês de dezembro. Ele voltou para a Venezuela no dia 18 de fevereiro e estaria enfrentando uma grave infecção respiratória.
Anteriormente, o governo venezuelano afirmou que Chávez está governando o país do hospital.
Chávez, que ocupa a Presidência há 14 anos, estaria sofrendo de câncer na região pélvica, mas não foram divulgados mais detalhes sobre a doença.
O vice-presidente, que foi indicado por Chávez como seu o sucessor preferido para o cargo, afirmou que o tratamento do líder venezuelano está em uma "fase complexa e difícil".

Boatos

O governo venezuelano tinha informado que Chávez está respirando com a ajuda de um tubo na traqueia, e que estaria redigindo ordens e se reunindo com ministros de governo no quarto de um hospital militar de Caracas, onde está internado.
Chávez anunciou no Twitter seu retorno à Venezuela depois do tratamento para o câncer em Cuba. Uma semana antes foram divulgadas imagens de Chávez sorrindo na cama de hospital em Cuba, durante uma visita de suas filhas.
No entanto, ele ainda não fez nenhum pronunciamento ou aparição pública.
Autoridades do governo já haviam falado sobre a "grande batalha" de Chávez pela vida e os últimos comentários de Nicolas Maduro foram feitos em meio à intensificação de boatos sobre a saúde do presidente venezuelano.
Se referindo aos boatos, Maduro afirmou que "mentiras e grosserias no Twitter e Facebook" são o trabalho de uma "minoria pequena e venenosa".
Chávez anunciou em junho de 2011 que estava com câncer e já passou por quatro cirurgias desde então, além de quimioterapia e radioterapia.
Ele foi reeleito para mais seis anos de Presidência em outubro de 2012, mas a Suprema Corte venezuelana determinou que a cerimônia de posse poderia ser transferida para outra data, por causa da doença de Chávez.

SC teme escalada em violência com aniversário de facção

A atual onda de violência promovida pela facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) em Santa Catarina completa um mês nesta semana com um saldo de mais de 110 atentados e atos de vandalismo.
Autoridades se preparam agora para lidar com eventuais distúrbios no próximo domingo, dia 3 – data do aniversário de 10 anos da facção criminosa.
Autoridades do Judiciário e da Polícia Militar catarinenses afirmaram à BBC Brasil que informes de inteligência do início do ano identificavam a possibilidade de ataques do crime organizado por conta do aniversário da facção. Porém, a atual onda de atentados começou antes do previsto: no dia 30 de janeiro.
Desde o início da crise foram registrados ao menos 113 ataques em 37 cidades. A polícia catarinense os divide entre 85 casos de atentados ligados ao PGC e 28 de vandalismo. Nesses últimos, as autoridades investigam a ação de oportunistas e não membros da facção.
No período, aproximadamente 190 pessoas foram presas, em uma operação batizada pelo governo como "Salve Santa Catarina". Ao menos 40 lideranças da facção criminosa foram transferidos para presídios federais.
Policiais militares da Força Nacional de Segurança, enviados ao Estado no último dia 15, estão mobilizados dentro das unidades prisionais para evitar eventuais rebeliões. Autoridades chegaram a registrar uma tentativa frustrada de levante em um presídio no dia 18 e não descartam novas ações dos detentos no dia 3.
Os ataques foram motivados por uma série de motivos, segundo autoridades. Alguns deles, segundo o promotor Alexandre Graziotin, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) de Florianópolis, seriam supostas agressões de agentes do Estado contra detentos do sistema penitenciário e transferências de presos.
Um desses abusos de violência foi gravado por uma câmera de segurança do Presídio Regional da Joinville e divulgado pela imprensa. Agentes prisionais aparecem nas imagens disparando tiros de borracha e lançando bombas de efeito moral contra um grupo de presos nus, dominados e enfileirados em um pátio.
O governo Raimundo Colombo (PSD) atribui também os ataques a ações da polícia contra traficantes de drogas supostamente ligados ao PGC.
Uma outra interpretação, segundo Graziotin, pode ser uma tentativa do PGC de demonstrar força na época de seu aniversário de 10 anos para dissuadir a facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) de aumentar sua influência no Estado.
O PGC tem cerca de 2 mil integrantes e controla a maioria das unidades prisionais do Estado. O PCC já tem integrantes "batizados" no sistema prisional catarinense, mas, em número reduzido, eles não são capazes de fazer frente ao crime organizado local. Para analistas, a expansão do PCC teria espaço fora das prisões do Estado.
A Polícia Militar, por sua vez, diz não acreditar na tese de demonstração de força. A estratégia atual das forças de segurança para conter a onda de violência, segundo seu comandante geral, o coronel Nazareno Marcineiro, é "sufocar o tráfico de drogas".
"Estamos concentrando forças nas rodovias que dão acesso ao Estado, além de portos e aeroportos", afirmou. O objetivo é impedir a entrada de entorpecentes e armamentos em Santa Catarina para diminuir os recursos financeiros dos traficantes.
A Polícia Militar afirmou à BBC Brasil que está "atenta" à data de 3 de março, mas não pode detalhar quais medidas tomará na ocasião devido a questões estratégicas.

Soluções

As transferências de lideranças da facção criminosa para presídios federais têm sido vistas como positivas por autoridades do governo e do Judiciário, na medida em que contribuem para o isolamento dos cabeças da facção.
Porém, segundo o juiz de execuções penais de Joinville, João Marcos Buch, apenas grandes investimentos a longo prazo no sistema prisional poderão acabar com a crise. "Presos estão dormindo com ratos e baratas; falta uma presença do Estado (no sistema prisional)", afirmou.
Segundo ele, o sistema convive com uma realidade de superlotação e falta de itens básicos de alimentação e higiene – além de casos de abuso da violência por agentes do Estado contra os presos. Enquanto a situação persistir, os detentos continuarão se filiando a facções criminosas para suprir suas necessidades e se defender, afirmou ele.
De acordo com dados do Ministério da Justiça de junho do ano passado, o sistema carcerário catarinense possui capacidade para abrigar cerca de 10 mil presos, mas mantém mais de 16 mil detentos.
"Necessitamos de uma política de Estado para o sistema prisional", afirmou o juiz.
O governo catarinense afirmou ter uma política de ressocialização de presos que conta com 172 convênios com empresas que geram 6 mil empregos para detentos. Outros dois mil participam de programas educacionais. Essa seria uma das estratégias para afastar os detentos do crime organizado.