quinta-feira, 26 de julho de 2012

Em encontro com a presidente Dilma Rousseff, em Londres, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que ainda há cidades "no vermelho" no que diz respeito às obras para a Copa do Mundo de 2014.
Apesar disso, Blatter disse estar "muito feliz" com o andamento dos trabalhos preparatórios.
"Os trabalhos estão em progresso nos estádios, aeroportos, estradas e hotéis. Ainda há muito o que fazer, mas pude dizer à presidente Dilma que eles estão no bom caminho", disse Blatter.
Blatter afirmou ainda que a reunião faz parte de uma série de encontros de nível presidencial entre o Brasil e a Fifa e que desde o início de junho ficou acertado com o governo brasileiro que as obras teriam seu passo apressado.
"Em um ano acontece a Copa das Confederações, que não é um ensaio, mas é um dos maiores torneios organizados pela Fifa", afirmou.

Agenda

O presidente da Fifa se encontrou com Dilma no hotel em que ela está hospedada, no centro de Londres. A reunião durou cerca de meia hora.
Logo em seguida, Dilma seguiu para o próximo compromisso da agenda oficial, a abertura de uma exposição sobre ciência e tecnologia aplicadas aos esportes na nova sede da Embaixada brasileira em Londres.
A presidente também irá ao Museu da Ciência londrino, onde deve assinar com autoridades britânicas um acordo para dar início a um projeto de um museu de ciência no Brasil.
No local, Dilma aproveitará para promover o programa "Ciência sem Fronteiras", lançado pelo governo federal em 2010. Ela também se encontrará com alguns dos estudantes beneficiados pelo projeto, que visa conceder mais de 10 mil bolsas a universitários brasileiros em instituições britânicas até 2014.
Após passagem pelo Museu da Ciência, a presidente inaugura a Casa Brasil, uma "vila brasileira" erguida em Somerset House, na região central de Londres - próximo a Covent Garden, popular ponto turístico da cidade - para promover o turismo no Brasil e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.
Na sexta-feira, Dilma deve almoçar com atletas brasileiros no centro de treinamento de Crystal Palace, antes de partir para a recepção organizada a chefes de governo e Estado no Palácio de Buckingham, cuja anfitriã será a rainha Elizabeth 2ª.
A programação oficial será concluída com o comparecimento na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, no estádio olímpico.
No sábado, a presidente não tem compromissos oficiais marcados e deve embarcar de volta ao Brasil no início da noite.
O número de suspeitos mortos pela Polícia Militar de São Paulo subiu 44% em maio - o mês que antecedeu uma onda de violência contra policiais em junho, na qual oito PMs foram mortos, cinco bases atacadas a tiros e 15 ônibus queimados na Grande São Paulo.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, uma explicação possível para esse cenário é que a onda de violência contra policiais seja uma retaliação do crime organizado ao aumento da letalidade da Polícia Militar.
Segundo dados da Ouvidoria da Polícia, 36 pessoas foram mortas por mês pela PM entre fevereiro e abril. Em maio, o índice saltou para 52 casos (alta de 44%). Depois, voltou a cair em junho (29 casos) - o mês em que os policiais foram atacados.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, a alta do mês de maio foi de 13%.
Os números se referem a casos de "resistência seguida de morte", ou seja, suspeitos mortos após supostamente terem tentado reagir à prisão.
Todos os policiais militares vítimas da onda de violência em junho foram mortos quando estavam fora do serviço. Segundo a Ouvidoria da Polícia, foram registradas dez mortes de PMs nessa condição, contra seis no mês de maio.
Dados divulgados na quarta-feira pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mostram ainda que em meio a essa escalada da violência entre policiais militares e criminosos, o número de vítimas de homicídios no Estado aumentou 33% no mês de junho.
Foram 434 pessoas mortas em junho deste ano contra 324 no mesmo período do ano passado. Esse número não inclui casos de homicídios nos quais policiais figuram como autores ou vítimas. Porém, pode englobar assassinatos ainda não esclarecidos nos quais pode haver envolvimento de agentes da lei.

Mortos pela PM em 2012

Janeiro - 40
Fevereiro - 36
Março - 36
Abril - 36
Maio - 52
Junho - 29
Uma das práticas adotadas por alguns grupos de policiais militares desonestos em São Paulo é formar esquadrões de extermínio para realizar execuções extrajudiciais.
A maioria dos alvos são supostos traficantes usuários de drogas que atuam em bairros periféricos. Os policiais agem sem farda e mascarados, para dificultar sua eventual identificação.
A Polícia Civil já identificou ao menos três grupos como esses, que atuavam nas zonas norte e leste de São Paulo e também na cidade de Guarulhos.
A ação mais recente de grupos desse tipo pode ter ocorrido em 12 de julho em Osasco, na Grande São Paulo. Segundo o delegado local, oito pessoas foram assassinadas a tiros por homens mascarados em um carro e uma moto. Ele identificou "fortes indícios" de envolvimento de policiais militares no caso.

PM X PCC

Em declarações feitas entre junho e julho o governo paulista negou a existência de uma relação direta entre a suposta violência da PM e os ataques praticados contra policiais.
Setores de inteligência das polícias civil e militar investigam se a onda de violência contra a PM foi resultado de rixas entre traficantes de drogas e policiais ou uma ação planejada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
No fim de maio, o conflito entre a PM e o PCC se intensificou após a Rota - unidade de elite da corporação - matar seis integrantes da facção que planejavam resgatar um detento. Um deles teria sobrevivido ao tiroteio inicial e sido supostamente executado a tiros pelos PMs no caminho para o hospital, segundo um delegado do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
Segundo Martim de Almeida Sampaio, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), é possível interpretar a onda de violência contra PM como uma retaliação às ações duras da corporação.
Para o ouvidor da polícia, Luiz Gonzaga Dantas, o pico no número de assassinatos cometidos pela PM pouco antes do início da onda de violência contra policiais pode ser uma coincidência.
Porém, ele diz não ser possível descartar a hipótese de retaliação do crime organizado.
"No momento em que policiais agem fora da lei há uma represália da parte do crime, que é o que pode ser que tenha havido nesses momentos em que a gente observa ataques de um lado e ataques de outro", afirmou Dantas.
Uma carta apreendida com uma liderança do PCC que cumpre pena no sistema prisional reforça a hipótese de retaliação do PCC.
Nela, o condenado Roberto Soriano prega a violência contra a PM após se dizer insatisfeito com uma ação da Rota.

Eleições

Segundo Sampaio, em anos eleitorais como 2012 as autoridades do governo tendem a fazer "vistas grossas" para o tema da letalidade policial, pois a classe média tenderia a acreditar que policiais mais violentos são mais eficientes.
"A polícia mais dura, infelizmente, dá mais votos no Brasil. Os políticos olham (para o assunto) com tolerância. É o caso de São Paulo", disse.
Já na opinião de Melina Risso, diretora do Instituto Sou da Paz, é difícil fazer uma relação direta entre votos e a violência policial. "A gente observa uma preocupação e uma cautela do ponto de vista da classe política de assumir a responsabilidade em relação à segurança pública. Segurança é um tema muito sensível, qualquer caso de grande repercussão chama a atenção de forma bastante negativa", disse.
Segundo ela, o discurso de apologia à polícia que mata não tem mais espaço na discussão eleitoral, porém autoridades do governo falham ao não condenar publicamente os assassinatos cometidos por policiais.
"Quando é um caso de claro equívoco como o do publicitário (Ricardo Prudente de Aquino, assassinado a tiros em seu carro ao não obedecer uma ordem de parada da PM na semana passada) todos se manifestam, mas deveriam se manifestar em todas as ocorrências que resultam em morte", disse.
Segundo ela, como as cúpulas da segurança pública e do governo não fazem manifestações claras de reprovação à violência da PM, os policiais militares ficam com uma sensação de que "está tudo bem" quando um caso acaba em morte.
Ela cita como exemplo de mensagem simbólica negativa, dada pela cúpula da segurança pública paulista, a nomeação para o comando da Rota do coronel Salvador Modesto Madia, um dos réus do processo pelas 111 mortes de detentos no episódio do massacre do Carandiru, em 1992.
Risso diz ainda que a condenação pública da violência policial deve ser acompanhada por melhor treinamento dos policiais e medidas de controle e punição para militares envolvidos em ações de violência.

Outro lado

O governo de Geraldo Alckmin não comentou as declarações dos ativistas. Mas, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou por meio de nota que o índice de letalidade da PM foi reduzido em 5% no primeiro semestre de 2012 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo a pasta, 241 pessoas foram mortas pela PM nos seis primeiros meses de 2011 e 229 no mesmo período deste ano. O número de feridos, por sua vez, aumentou de 153 para 191 (diferença de 25%).
A Secretaria da Segurança também afirmou que "ao contrário do que se imaginou pelos noticiários, o mês de junho de 2012 apresentou uma redução muito significativa de mortes em relação ao mês de maio: - 44%". Em relação ao mesmo período de 2011, a queda foi de -53%.
A SSP-SP afirmou ainda que 79% das pessoas que participaram de confrontos com as polícias no primeiro semestre não morreram e 30% saíram ilesas.
"São Paulo encerra o semestre com a segunda menor taxa de morte por ocorrência de prisão/apreensão da década: uma morte por 306 prisões e apreensões – taxa superada apenas por 2005 (1/326,8)."

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que a Olimpíada de Londres será "a melhor já realizada", em seu discurso no lançamento da nova campanha publicitária internacional da Embratur, em Londres.
Acompanhada por uma comitiva de ministros, Dilma disse que é obrigação de todos fazerem das últimas Olimpíadas sempre as melhores já feitas e acrescentou ter certeza de que "quando chegar a vez do Rio, nós faremos a nossa parte".
"Nós saudamos essas Olimpíadas que são, sem dúvida nenhuma, a melhor Olimpíada já realizada até agora. Nós do mundo temos sempre que fazer a última Olimpíada ser a melhor de todos os tempos", disse.
A campanha de R$ 50 milhões tem o slogan "O mundo se encontra no Brasil. Venha celebrar a vida" e foi apresentada pela ex-jogadora de basquete e atual diretora de seleções da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Hortência.
Discursaram também o ministro do Turismo, Gastão Vieira, e o presidente da Embratur, Flávio Dino.
O ministro Vieira afirmou que a intenção do governo é posicionar o Brasil entre os três maiores pólos turísticos do planeta até o ano do bicentenário, 2022.

Cameron

Antes do evento da Embratur, Dilma se encontrou o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Estou feliz de estar no Reino Unido, em Londres, para assistir as Olimpíadas, porque essa é uma ocasião especial, sobretudo porque o Brasil sediará e sucede o Reino Unido nas próximas Olimpíadas", disse ela antes do encontro com o premiê britânico.
"O Reino Unido está fazendo um trabalho brilhante de organização e recepção de tantas pessoas", completou.
Cameron disse ser "um prazer receber a presidente Dilma e ter a possibilidade de discutir uma vasta gama de assuntos, principalmente as Olimpíadas, já que o Brasil é o próximo a sediar (os Jogos)", disse ele.
"Esta é uma oportunidade de cooperação e desenvolver os laços em uma grande variedade de assuntos."
A presidente também vai se reunir com o líder da oposição no país, o trabalhista Ed Milliband, na sexta-feira.

Ciência

Na quinta-feira, Dilma inaugura uma exposição sobre ciência e tecnologia aplicadas aos esportes na nova sede da Embaixada brasileira em Londres.
Em seguida, a presidente vai até o Museu da Ciência londrino, onde deve assinar com autoridades britânicas um acordo para dar início a um projeto de um museu de ciência no Brasil.
No local, Dilma aproveitará para promover o programa "Ciência sem Fronteiras", lançado pelo governo federal em 2010. Ela também se encontrará com alguns dos estudantes beneficiados pelo projeto, que visa conceder mais de 10 mil bolsas a universitários brasileiros em instituições britânicas até 2014.
Após passagem pelo Museu da Ciência, a presidente inaugura a Casa Brasil, uma 'vila brasileira' erguida em Somerset House, na região central de Londres - próximo a Covent Garden, popular ponto turístico da cidade - para promover o turismo no Brasil e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.
Na próxima sexta-feira, Dilma deve almoçar com atletas brasileiros no centro de treinamento de Crystal Palace, antes de partir para a recepção organizada a chefes de governo e Estado no Palácio de Buckingham, cuja anfitriã será a rainha Elizabeth 2ª.
A programação oficial será concluída com o comparecimento na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, no estádio olímpico.
No sábado, a presidente não tem compromissos oficiais marcados e deve embarcar de volta ao Brasil no início da noite.
Na comitiva presidencial, também estão os ministros Helena Chagas (Comunicação Social), Aldo Rebelo (Esportes) e Gastão Vieira (Turismo).
A contagem regressiva para as Olimpíadas já começou, mas apesar do clima de festa, uma série de contratempos e más notícias no campo econômico têm impedido os britânicos de esquecer a crise em que o país está mergulhado.
Nas últimas semanas, categorias profissionais importantes para o bom funcionamento dos Jogos têm ameaçado fazer greve - calculando que seu poder de barganha é maior em um momento em que as atenções internacionais estão voltadas para os Jogos.
O objetivo é aumentar a pressão sobre o governo ou sobre seus empregadores para que eles revertam medidas de austeridade adotadas recentemente ou melhorem as suas condições de trabalho e benefícios.
De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas britânico, o PIB do país teve uma queda de 0,7% entre abril e junho. Nos primeiros três meses do ano, a retração foi de 0,3%.
Autoridades dizem que os dados do PIB para o último trimestre podem ter sido prejudicados pelo feriado do Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth 2ª. Mas muitos grupos e setores atribuem a recessão às medidas de austeridade adotadas pelo governo, como o enxugamento dos postos de trabalho e benefícios oferecidos pelo Estado britânico.
Entre esses setores, estão alguns dos que ameaçam entrar em greve antes ou durante os Jogos Olímpicos.

'Jogos inclusivos'

Eles pedem uma Olimpíada "mais inclusiva" que beneficie a todos os cidadãos britânicos que têm sofrido com a crise econômica.
Os funcionários do setor de imigração dos aeroportos britânicos só desistiram de cruzar os braços durante os Jogos, segundo seus líderes sindicais, depois que o governo concordou em criar centenas de novas vagas no serviço, nesta quarta-feira, dia 25.
De acordo com a organização trabalhista que representa o setor, a Public and Commercial Services (PCS), seriam abertos 800 postos na agência encarregada do controle das fronteiras britânicas e 300 nos escritórios que fazem o processamento de passaportes. O governo, porém, nega o acordo.
Na terça-feira, funcionários responsáveis pela limpeza do metrô e de alguns trens que chegam em Londres também anunciaram uma greve de dois dias que incluiria a abertura das Olimpíadas para pressionar por aumentos de salários, aposentadorias e benefícios.
"É hora de as companhias de limpeza e o prefeito de Londres, Boris Johnson - que é responsável pela contratação dessas empresas - resolverem essa disputa (com os funcionários da limpeza) para assegurar uma Olimpíada inclusiva, na qual todos podem se beneficiar", disse Bob Crow, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e do Transporte (RMT - Rail, Maritime and Transport), que representa esse e outros setores.
Recentemente, a RMT também anunciou que os funcionários do metrô se recusarão a fazer hora extra durante as Olimpíadas. Entre os outros setores que nos últimos meses ameaçaram com paralisações durante as Olimpíadas estão o dos motoristas de ônibus, funcionários das ferrovias e taxistas.
Segundo analistas, a chegada de turistas e delegações que acompanham os atletas deve dar um estímulo importante para a economia britânica. O problema é que o alívio será temporário - e os dados sobre a queda do PIB divulgados hoje mostram que o país ainda está longe de retomar uma trajetória de crescimento sustentável.
A mídia estatal norte-coreana confirmou nesta quarta-feira que a "mulher misteriosa" ao lado de quem o líder Kim Jong-un havia sido fotografado semanas atrás é na verdade sua mulher e se chama Ri Sol-ju.
A reportagem da rádio estatal do país deixou claro que ela é a mulher do líder e a chamou de "camarada Ri Sol-ju".
Há uma popular cantora norte-coreana com o mesmo nome, mas ninguém confirmou até o momento que as duas são a mesma mulher.
Semanas atrás Kim havia sido visto ao lado de uma "mulher misteriosa", sobre a qual não havia detalhes.
As imagens foram veiculadas pela TV estatal norte-coreana e mostravam Kim Jong-un ao lado de uma mulher elegante, de cabelos curtos, vestida de preto e aparentemente na faixa dos 20 anos de idade durante uma cerimônia que marcou os 18 anos da morte do seu avô, Kim Il-sung, fundador do país.
Por ser extremamente fechada ao mundo exterior, a sociedade norte-coreana não tem a tradição de divulgar dados pessoais de figuras públicas.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Com apenas 9 anos, Kieron Williamson já é um artista consagrado - e agora caminha para ser um milionário.
Na semana passada, 24 de suas pinturas foram vendidas por um total de 250.000 libras (cerca de R$ 790.000). Nesta semana, uma exposição na cidade de Holt, na região britânica de Norfolk, mostra ao público uma retrospectiva de seu trabalho.
A exposição, na galeria Picturecraft, reúne mais de 100 obras, incluindo os primeiro quadros de Kieron, feitos quando ele tinha apenas 5 anos.
Na abertura da exibição, no dia 20, também foi lançado o livro Kieron Williamson: Coming to Light, em que os pais do menino contam sua trajetória.
Mas Kieron se importa com dinheiro?
"Não", diz ele. "Mas eu gosto, um pouquinho."

Descoberta

O talento de Kieron foi descoberto por seus pais durante umas férias da família na Cornualha, quando o garoto tinha apenas cinco anos. Desde então, só se aprimorou.
"Meu estilo mudou", ele declarou em 2010, quando obteve destaque em jornais britânicos por fazer sua primeira grande venda, no valor de 150.000 libras (R$ 474 mil).
Desde então, Kieron tem recebido centenas de pedidos de pessoas que querem uma pintura sua, inclusive celebridades e membros da família real.
"Não tenho pintado muito, mas acho que meus quadros estão melhores do que eram", diz Kieron, sentado em seu estúdio de arte em sua casa nova, em Ludham. "Meu estilo mudou e eu agora tenho todos os meios (para pintar)."
Suas paisagens, já impressionantes há dois anos, hoje têm uma grande quantidade de detalhes. Os óleos, aquarelas e pastéis mostram uma certa maturidade.
Para Kieron, seu melhor quadro é uma paisagem da cidade de Wells sob a névoa.

Quadro de Kieron Williamson (Foto Divulgação)
Quadro de Kieron: garoto costuma pintar paisagens mas tem feito experiências com outros temas
"Ela mostra um barco de pesca e outros barcos destacados pela luz, mas você não pode ver o horizonte por causa da névoa", diz Kieron, que diz não querer vender esse quadro.

Experimentação

Em geral, Kieron retrata paisagens, mas em seu mini-estúdio também há pinturas feitas para experimentar novos temas e técnicas. "Estou pintando mais cavalos e pessoas", diz.
"Fiz essa pintura de um homem colhendo algas. Minha mãe tirou uma foto dele e eu fiquei inspirado para pintá-lo."
Kieron conta que costuma procurar fotos para pintar na internet antes de ir para a escola. "De vez em quando, penso sobre a imagem na escola - fico com ela na cabeça", afirma.
A mãe Kieron, Michelle diz que o talento natural do garoto surpreendeu a todos.
"Se você me dissesse há cinco anos, onde estaríamos hoje, não teria acreditado", diz ela.
"Quando ainda era bebê, Kieron disse que seria famoso, mas não esperava que alcançasse tudo isso, para ser sincera. Ele tem a coragem e determinação do pai."
Segundo Michelle, o contador da família disse que o garoto ainda não é milionário, mas esse patamar deve ser alcançado a qualquer momento. "Ele é um garoto de sorte", diz.
As noites não têm sido fáceis para Karla Gadaian Dishoian. Moradora de Aleppo, a brasileira de 37 anos conta que não consegue dormir com o barulho dos tiros e das explosões que sacodem a segunda maior cidade da Síria, um dos principais palcos do enfrentamento entre o regime de Bashar al-Assad e as forças opositoras nos últimos dias. Ela conta que já se prepara para fugir para o Líbano, de onde pretende voltar ao Brasil.
Em entrevista por telefone à BBC Brasil a partir de sua casa no bairro armênio cristão de Villat, "não muito distante dos combates na cidade", Karla relata um clima de insegurança nas ruas, muitas delas controladas agora pelo Exército Livre Sírio (ELS), formado por opositores do regime.
"Desde a noite de ontem mal conseguimos dormir. Há muitos tiroteios e explosões em bairros próximos ao nosso", conta a brasileira.
A situação na cidade é alarmante devido ao aumento dos confrontos desde o último fim de semana. Em resposta à ofensiva dos rebeldes, o regime de Assad deu início nesta terça-feira a ataques aéreos contra alguns bairros da cidade, com caças e helicópteros de guerra, segundo relato do repórter da BBC Ian Pannel, que está em Aleppo.
Karla, que é natural de São Paulo, é casada com um sírio e mora há 20 anos no país, junto com as duas filhas, de 14 e 16 anos. Segundo ela, com a situação na cidade se deteriorando cada vez mais, a família já planeja deixar a Síria em breve.
"Vários amigos fugiram para a Turquia e Armênia. Nós planejamos fugir para o Líbano e de lá, talvez para o Brasil", revelou.
Segundo ela, os passaportes brasileiros dela e das filhas precisam ser renovados para que possa viajar.
Como a embaixada e o consulado do Brasil em Damasco estão sob a tutela apenas de um funcionário em caráter emergencial, ela renovará os documentos em Beirute, capital libanesa.
Os diplomatas brasileiros foram retirados da capital da Síria na semana passada em meio à escalada da guerra civil na cidade.
A jornada para sair de Aleppo e chegar ao Líbano levará a família pela região de Latakia, na costa oeste da Síria, região de grande concentração de cristãos e alauítas (grupo sectário ao qual pertence Assad).
Latakia e seus arredores ainda é controlada pelas tropas leais ao governo, mas também viu confrontos entre rebeldes e forças de segurança sírias.
"Vamos esperar a oportunidade certa e sairmos daqui. A tendência é de que a situação fique cada vez pior. Não queremos arriscar de ficarmos presos aqui".

Emergência em Aleppo

Karla indica que a violência dos combates é tão intensa que a cidade está paralisada e poucas pessoas se aventuram nas ruas.
A apreensão já passou a afetar também o comércio, e seu marido sírio decidiu não abrir sua loja em um bairro próximo.
"Meu marido se mostrou muito preocupado e decidiu não abrir. Outros comerciantes da área também optaram por não abrir. Alguns, inclusive, já deixaram a cidade".
Ela falou que serviços de telefonia fixa e celular, internet e eletricidade funcionam normalmente.
"Em nosso bairro e outros ainda dá para comprar comida e água. Mas em outros locais já faltam produtos", disse.
O clima de tensão na região aumentou após os rebeldes expandirem sua presença no país, intensificarem os confrontos em torno da capital e tomarem postos de fronteira com a Turquia e o Iraque.
"Ainda na semanada passada, pessoas falaram para nós que o Jeish el-Hor (Exército Livre, em árabe) estava vindo apra Aleppo. Alguns ficaram desesperados e fugiram antes dos combates iniciarem", contou a brasileira.

Roubos

Aleppo é também o centro comercial e industrial do país, considerada importante para o governo do presidente Assad. Desde o início dos protestos pela queda do líder, em março do ano passado, a cidade vinha se mantendo, de forma geral, relativamente neutra, sem muitas manifestações.
Mas desde a última sexta-feira, dia 20, os rebeldes do ELS iniciaram uma operação para tomar vários bairros locais.
Segundo Karla, delegacias de polícia foram abandonadas, ou por deserção dos policiais ou porque rebeldes tomaram a área e alguns oficiais, ainda leais ao governo, fugiram.
"Com isso, escutei relatos de vizinhos e pessoas de outros bairros que tiveram suas lojas saqueadas por falta de policiamento. Ficamos todos muitos assustados, porque não nos sentimos seguros. Além da guerra, há o medo de gangues e bandidos".
Segundo ativistas sírios, há uma imensa onda de refugiados se deslocando para áreas mais seguras da cidade, vivendo em "condições desfavoráveis e pobreza".
Franco-atiradores do governo, de acordo com os ativistas, estariam alvejando civis pegos no fogo cruzado em Aleppo. Combates também estariam ocorrendo próximo ao prédio da emissora estatal, em uma tentativa dos rebeldes de tomarem controle da transmissão de rádio e televisão.
Agências humanitárias calculam que cerca de 1,5 milhões de sírios já foram deslocados de suas casas em função do conflito.
Países vizinhos – Turquia, Iraque, Jordânia e Líbano – vêm recebendo um grande número de refugiados. Segundo a ONU, o número já chega a um total de 120 mil sírios nestes países.
O governo da Espanha obteve um empréstimo de 3 bilhões de euros (cerca de R$ 7,3 bilhões), mas terá de pagar juros de 3,7% por seis meses sobre o montante emprestado
Investidores temem que o país não será capaz de lidar com sua enorme dívida.
Os empréstimos de longo prazo do governo atingiram um nível recorde na segunda-feira.
Os investidores temem que a Espanha não conseguirá lidar com a sua enorme dívida.
A recessão espanhola vem se aprofundando e diversos governos regionais que compõem o país estão pedindo auxílio do governo central para conter seus problemas financeiros.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A situação humanitária na Síria está se agravando não apenas dentro do país, mas também nas regiões de fronteira, alertam a ONU e o Crescente Vermelho. O alerta foi feito no mesmo dia em que o governo sírio admitiu, pela primeira vez, a existência de armas químicas no país.
Segundo o Crescente Vermelho na Síria, cerca de 1,5 milhão de pessoas no país não têm onde morar. Muitas estão recorrendo a abrigo em escolas e outras acomodações coletivas.
Calcula-se que entre 200 mil e 250 mil pessoas estejam buscando refúgio em países como Jordânia, Turquia, Líbano e Iraque.
Nos próximos dias, deverá ficar pronto um novo campo de refugiados com capacidade para 110 mil pessoas construído pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na Jordânia, país que recebe um fluxo diário de cerca de mil refugiados sírios.
Segundo agentes humanitários que atuam na Síria, a situação é a mais grave vivida pelos sírios em várias gerações, e a população não está "preparada psicologicamente".
"Eles não querem abandonar seu país", disse à BBC um agente humanitário da ONU.
As agências estimam que 2,5 milhões de pessoas estejam sendo afetadas de alguma maneira. Neste cálculo estão incluídos sírios que perderam seus empregos ou que estão abrigando desalojados em suas casas.

Armas químicas

Em meio ao agravamento da crise, o governo sírio reconheceu nesta segunda-feira a existência de armas químicas no país.
Em entrevista transmitida pela TV estatal do país, o porta-voz do Ministério do Exterior, Jihad Makdissi, disse que armas químicas ou biológicas "nunca serão usadas" dentro do país, não importa o que aconteça na atual crise interna.
No entanto, ele admitiu que o país pode recorrer a essas armas – que estão guardadas e protegidas pelas forças armadas – em caso de "agressão externa".
A confirmação da existência de armas químicas na Síria provocou reações internacionais.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que seria "condenável" se alguém na Síria estiver contemplando o uso desse tipo de armas de destruição em massa.
O presidente americano, Barack Obama, disse que o presidente sírio, Bashar al-Assad, estaria cometendo um "erro trágico" caso decidisse usar essas armas.
A revelação de que James E. Holmes, de 24 anos, que matou 12 pessoas a tiros em um ataque na cidade americana de Aurora, tinha comprado 6 mil balas pela internet e adquirido as armas usadas no ataque legalmente em lojas no Estado do Colorado, reacendeu o debate sobre o controle de vendas de armas no país.
Mas tanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto o pré-candidato republicano à presidência americana, Mitt Romney, vêm evitando o tema em todos os seus pronunciamentos sobre o massacre.
Holmes, que está sendo mantido em uma solitária na prisão do condado de Arapahoe, comparecerá a um tribunal pela primeira vez nesta segunda-feira.
Foram poucos os políticos americanos que se posicionaram a favor do controle de armas após o incidente, em que 12 pessoas foram mortas e outras 58 ficaram feridas. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que defende o controle de armas abertamente, disse que cabe a Obama e Romney agirem em relação ao tema.

Obama e Romney

''Palavras amenas são boas, mas talvez seja a hora de que essas duas pessoas que pretendem ser presidentes dos Estados Unidos se manifestem e digam o que pretendem fazer a respeito'', afirmou Bloomberg.
Segundo o chefe de polícia de Aurora, Dan Oates, todas as armas - duas pistolas Glock e um rifle AR-15 -, os pentes de balas e a munição que teriam sido utilizadas por Holmes no ataque foram adquiridas legalmente. Holmes comprou as armas ao longo dos últimos dois meses em lojas do Colorado.
Oates disse que a munição e os vários pentes de balas usados no massacre foram comprados pela internet.
Segundo reportagem publicada no New York Times nesta segunda-feira, Holmes pôde comprar as milhares de balas que usou sem chamar a atenção das autoridades porque vendedores não precisam fornecer informações sobre vendas de armas à polícia, mesmo quando feitas em grandes quantidades.
A senadora pela Califórnia Dianne Feinstein questionou a razão da disponibilidade nos Estados Unidos de uma arma com um pente com capacidade para cem balas, como o que teria sido adquirido por Holmes, segundo a polícia.
''Você não precisa disso para autodefesa, precisa? Por que nós disponibilizamos isso?'', afirmou, em uma entrevista à rede de TV Fox News.

Veto

David Vice, do Centro Brady para Prevenção de Violência com Armas, afirmou que o pente de balas que Holmes teria usado é proibido de acordo com um veto a armas de assalto. Mas, segundo Vice, quando o veto expirou, em 2004, fabricantes de armas inundaram o mercado com câmaras de balas de alta capacidade.
Durante a campanha presidencial de 2008, Obama chegou a defender a restauração do veto federal, que havia sido instaurado na gestão do ex-presidente Bill Clinton, mas que expirou durante o mandato de George W. Bush.
Pouco antes da chegada de Obama à Casa Branca, houve um aumento da venda de armas, devido a temores de que o líder americano impusesse restrições ao seu comércio. Mas, desde eleito, Obama deixou de pressionar por medidas de controle à venda de armas.
Grupos que defendem o direito ao porte de armas exercem um poderoso lobby nos Estados Unidos. O direito de portar armas é garantido pela segunda emenda da Constituição Americana. Os defensores do porte de armas são particularmente fortes nas regiões rurais e mais conservadoras dos Estados Unidos.
O número de casamentos e a taxa de natalidade da população caíram na Espanha pelo terceiro ano consecutivo.
A acentuação dessa tendência desde 2008, ano em que a crise econômica eclodiu globalmente, é vista como reflexo da grave crise econômica que atingiu o país e vem provocando mudanças drásticas nos hábitos sociais dos espanhóis.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o número de nascimentos vinha subindo anualmente até 2008, quando nasceram 518.503 bebês na Espanha, e começou a cair a partir do ano seguinte. Em 2009, nasceram 493.717; em 2011, foram 468.430 nascimentos.
De 2008 para 2011, a redução na taxa de natalidade foi, portanto, de 9,7%. O fenômeno ganha ainda mais contornos de reflexo de uma mudança de hábitos quando se observa que a população geral do país cresceu 2,2% nesse mesmo período.

Mãe mais tarde

Seguindo tendência iniciada em 2004, o número de casamentos caiu ainda mais a partir da crise. No ano passado, foram realizados 163.085 casamentos, 30.937 a menos que em 2008, uma redução de quase 16%.
Em um outro sinal de mudança, muitas mulheres adiaram os planos de maternidade e resolveram ser mães mais tarde. A idade média das mulheres em maternidade subiu de 30,8 anos em 2008 para 31,4 anos em 2011.
Valentina Sicardi (foto:Liana Aguiar)
Valentina Sicardi ficou grávida aos 34 anos; média das espanholas sobre para 31 anos
Foi o caso da física Valentina Sicardi, de 34 anos, que está grávida de sete meses. Será o primeiro filho da italiana que vive em Barcelona com o namorado catalão, com quem mantém um relacionamento há cinco anos.
"Apesar da crise, não podemos parar a vida", afirma. Ela diz que vê a decisão pela gravidez como "uma loucura", mas que este era o seu momento de ser mãe.
A taxa de fecundidade, que já era muito baixa no país, continuou caindo a partir de 2008 e chegou a 1,35 filho por mulher em 2011 - uma das menores da Europa.
Para Margarita Delgado, demógrafa do Conselho Superior de Pesquisas Científicas, os espanhóis estão adiando os planos de formação de casal ou de uma família devido às dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e a moradia, além do desemprego juvenil.

Casamento mais barato

Outro fenômeno ligado à crise é a opção por cerimônias de casamento mais baratas. Segundo a Federação de Usuários Consumidores Independentes (FUCI), a despesa prevista pelos noivos caiu 42% desde que começou a crise.
Em 2008, o custo médio de uma festa para 100 convidados era de 20.805 euros (quase R$ 52 mil). Neste ano, gasta-se em média 13.190 euros (R$ 33 mil), uma queda de 8,3% em relação a 2011.
Gustavo Samayoa, presidente da FUCI, afirma que a queda pelo quinto ano consecutivo do gasto com casamentos na Espanha "é consequência direta da conjuntura econômica negativa, que está sobrecarregando a economia dos espanhóis".
A busca pela redução de custos do casamento levou a opções mais criativas. Sonia Justo Jiménez, de 39 anos, desempregada há três anos, terá uma festa de casamento grátis em outubro.
A crise a transformou em uma rastreadora de sorteios de casamento. Ganhou tudo para a festa, do vestido de noiva até o cruzeiro de lua de mel. Ela ensina a outras noivas os caminhos para fazer o mesmo no blog Mi boda gratis (Meu casamento grátis).
"Me dava pena que muitas garotas como eu, noivas em tempos de crise, não sabiam que existem esses sorteios", disse ela à BBC Brasil. Foi assim que, no último mês de maio, ela pensou em criar o que diz ser o primeiro blog do mundo dedicado a sorteios de casamento e informação para noivas em tempos de crise.
Laura Arguello Solano
Laura Arguello Solano criou um blog sobre casamentos em 'tempos de crise'
A engenheira de organização industrial Laura Argüello Solano, de 32 anos, também resolveu criar um blog, La boda de la novia (O casamento da noiva), no qual escrever sobre a experiência de se casar em tempos de crise.
Em uma enquete feita no blog, ela verificou que 75% das leitoras declararam que terão uma cerimônia íntima e familiar, enquanto somente 25% disseram que terão uma festa com toda pompa.
"Para casar não se pode comprometer a renda familiar dos próximos dois ou três anos", afirma.

Pirâmide

A queda no número de nascimentos, a redução da taxa de fecundidade e a tendência de adiamento nos planos de casamento e maternidade, os reflexos desses fatores sobre o futuro do país causam preocupação, em particular em relação à estrutura demográfica da Espanha, que cada vez terá menos forma de pirâmide.
Isso significa que a Espanha terá cada vez mais uma população envelhecida.
As pessoas com mais de 65 anos representavam 17% do total da população segundo o Censo de 2001. Projeções do INE dizem que esse porcentual subirá para 32% em 2049. Além disso mais de um terço desses idosos terá mais de 80 anos.
"Isso significa uma série de necessidades, cuidados, atenções. Haverá um enorme desequilíbrio entre a população em idade ativa e a população dependente", diz a demógrafa Margarita Delgado.

domingo, 22 de julho de 2012

As duas maiores cidades da Síria, a capital Damasco e a cidade de Aleppo, foram atingidas por combates violentos neste domingo, com as forças do governo tentando retomar o controle de áreas rebeldes.
A quarta divisão de elite do Exército, com o apoio de helicópteros, lançou um ataque no bairro de Barzeh, nordeste de Damasco. Soldados também foram enviados para o oeste, no bairro de Mezzeh.
A televisão estatal da Síria mostrou imagens de destruição em Damasco incluindo corpos espalhados pelas ruas que a emissora afirma ser de terroristas mortos nos combates.
O correspondente da BBC em Damasco Jim Muir informou que as forças do governo parecem decididas a expulsar completamente os rebeldes do Exército Livre da Síria (ELS) de Damasco e estão tentando isto com ataques sistemáticos.
Depois de retomar um bairro perto do centro e outro na parte nordeste da cidade, o soldados agora concentram os ataques em Mezzeh e Barzeh, segundo Muir.
O ataque contra Barzeh realizado pela quarta divisão de elite do Exército, comandada pelo Maher al-Assad, irmão do presidente Bashar al-Assad, fez com que os moradores fugissem do bairro, segundo informações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Helicópteros dispararam foguetes e atiradores ocuparam os telhados de prédios e casas, afirmou o diretor do grupo, Rami Abdul Rahman, à agência de notícias AFP.
O correspondente da BBC afirma ainda que os rebeldes, que carregam apenas armas leves, não conseguem superar o grande poder de fogo das forças do governo, que também estão em um número superior aos rebeldes.

Aleppo

Os combates continuaram neste domingo, pelo terceiro dia, na segunda maior cidade da Síria, Aleppo.
Ativistas que estão na cidade informaram que ocorreram mais choques durante a noite e na manhã de domingo entre o Exército Livre da Síria e as forças de segurança do governo.
Um prédio no bairro de Saif al-Dawla teria desabado devido aos disparos de tanques.
Soldado do Exército Livre da Síria verifica arma em cidade próxima de Aleppo (Reuters)
Rebeldes carregam armas leves contra grande poder de fogo do governo sírio
Moradores de Aleppo disseram à agência de notícias Reuters que os rebeldes estão lutando contra as forças do governo perto dos escritórios da agência secreta síria, no centro da cidade.
Mohammed Saeed, ativista baseado em Aleppo, afirmou que os rebeldes ainda tem o controle de dois bairros na região central, mas a cidade "está testemunhando batalhas violentas nas ruas" e também choques no caminho para o aeroporto.
O canal estatal de televisão afirmou que os soldados sírios estão apenas caçando "terroristas".

Vídeos e números

O comandante do Exercito Lívre da Síria em Aleppo, coronel Abdul Jabar Mohammed Aqidi, prometeu liberar a cidade.
Em um vídeo postado na internet, Aqidi pediu a deserção dos soldados do governo para que eles se juntem aos rebeldes.
O presidente Bashar al-Assad, por sua vez, foi mostrado neste domingo pela televisão estatal recebendo o novo comandante das Forças Armadas, general Ali Abdullah Ayub e dando a ele instruções para combater os rebeldes.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização baseada na Grã-Bretanha, divulgou que pelo menos 19.106 pessoas foram mortas na Síria desde o início da rebelião em março de 2011.
Entre os mortos estão 13.296 civis, incluindo os que se juntaram aos rebeldes.
A ONU informou em maio que pelo menos 10 mil pessoas tinham sido mortas desde março de 2011. Em junho, o governo sírio afirmou que 6.947 sírios tinham morrido, incluindo pelo menos 3.211 civis e 2.566 funcionários das forças de segurança.
Os super-ricos brasileiros detêm o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas do país em um ano, em contas em paraísos fiscais, livres de tributação. Trata-se da quarta maior quantia do mundo depositada nesta modalidade de conta bancária.
A informação foi revelada este este domingo por um estudo inédito, que pela primeira vez chegou a valores depositados nas chamadas contas offshore, sobre as quais as autoridades tributárias dos países não têm como cobrar impostos.
O documento The Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice Network, mostra que os super-ricos brasileiros somaram até 2010 cerca de US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) em paraísos fiscais.
O estudo cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais para chegar a valores considerados pelo autor.
Em 2010, o Produto Interno Bruto Brasileiro somou cerca de R$ 3,6 trilhões.

'Enorme buraco negro'

O relatório destaca o impacto sobre as economias dos 139 países mais desenvolvidos da movimentação de dinheiro enviado a paraísos fiscais.
Henry estima que desde os anos 1970 até 2010, os cidadãos mais ricos desses 139 países aumentaram de US$ $ 7,3 trilhões para US$ 9,3 trilhões a "riqueza offshore não registrada" para fins de tributação.
A riqueza privada offshore representa "um enorme buraco negro na economia mundial", disse o autor do estudo.
"Instituições como Bank of America, Goldman Sachs, JP Morgan e Citibank vêm ofrecendo este serviço"
John Christensen, diretor Tax Justice Network

Na América Latina, chama a atenção o fato de, além do Brasil, países como México, Argentina e Venezuela aparecerem entre os 20 que mais enviaram recusos a paraísos fiscais.
John Christensen, diretor da Tax Justice Network, organização que combate os paraísos fiscais e que encomendou o estudo, afirmou à BBC Brasil que países exportadores de riquezas minerais seguem um padrão. Segundo ele, elites locais vêm sendo abordadas há décadas por bancos, principalmente norte-americanos, pára enviarem seus recursos ao exterior.
"Instituições como Bank of America, Goldman Sachs, JP Morgan e Citibank vêm oferecendo este serviço. Como o governo americano não compartilha informações tributárias, fica muito difícil para estes países chegar aos donos destas contas e taxar os recuros", afirma.
"Isso aumentou muito nos anos 70, durante as ditaduras", observa.

Quem eniva

Segundo o diretor da Tax Justice Network, além dos acionistas de empresas dos setores exportadores de minerais (mineração e petróleo), os segmentos farmacêutico, de comunicações e de transportes estão entre os que mais remetem recursos para paraísos fiscais.
"As elites fazem muito barulho sobre os impostos cobrados delas, mas não gostam de pagar impostos", afirma Christensen. "No caso do Brasil, quando vejo os ricos brasileiros reclamando de impostos, só posso crer que estejam blefando. Porque eles remetem dinheiro para paraísos fiscais há muito tempo".
Chistensen afirma que no caso de México, Venezuela e Argentina, tratados bilaterais como o Nafta (tratado de livre comércio EUA-México) e a ação dos bancos americanos fizeram os valores escondidos no exterior subirem vertiginosamente desde os anos 70, embora "este seja um fenômeno de mais de meio século".
O diretor da Tax Justice Network destaca ainda que há enormes recursos de países africanos em contas offshore.
Autoridades de Denver, nos Estados Unidos, informaram na tarde deste sábado que retiraram "grandes ameaças" do apartamento do suspeito de matar 12 pessoas na estreia do filme Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, na noite de sexta-feira.
Policiais disseram que "reduziram de forma significativa" a ameaça das bombas e armadilhas colocadas por James Holmes.
A polícia afirmou que o suspeito agiu com "cálculo e deliberação", comprando munição durante meses.
Os agentes do FBI e da polícia descobriram que o apartamento do suspeito tinha armadilhas e explosivos quando usaram uma câmera na ponta de uma vara de mais de três metros para conseguir observar o interior do apartamento.
"Pessoalmente, nunca vi nada como o que encontramos lá", disse Dan Oates, delegado de polícia de Aurora, bairro onde ocorreu o ataque ao cinema.
Neste sábado, o esquadrão antibomba realizou uma pequena explosão controlada no prédio e os policiais desarmaram as armadilhas feitas com fios, junto com um dispositivo incendiário.
A primeira armadilha era um fio estendido em frente à porta de entrada do apartamento. Dentro estariam potes com catalisadores, produtos químicos que explodiriam quando misturados e mais de 30 granadas improvisadas.
"Este apartamento foi projetado para matar quem quer que entrasse", afirmou Oates, acrescentando que a primeira pessoa a morrer caso as armadilhas tivessem sido ativadas, seria um policial.
Devido à ameaça de explosão, durante a operação o edifício onde fica o apartamento de Holmes e outros quatro prédios foram evacuados. Mas a polícia espera liberar a área para a volta dos moradores no domingo.

Vítimas

As autoridades de Denver divulgaram neste sábado os nomes e idades das vítimas do ataque ao cinema do bairro de Aurora.

As vítimas do ataque

- Jessica Ghawi, 24 anos
- Veronica Moser, 6 anos
- John Larimer, 27 anos
- Alexander Boik, 18 anos
- Jesse Childress, 29 anos
- Jonathan Blunk, 26 anos
- Rebecca Ann Wingo, 32 anos
- Alex Sullivan, 27 anos
- Gordon Cowden, 51 anos
- Micayla Medek, 23 anos
- Alexander Teves, 24 anos
- Matthew Mcquinn, 27 anos (identificação ainda aguarda confirmação)
As idades dos mortos pelo atirador variam entre 6 anos e 51 anos.
Além dos 12 mortos, outras 58 pessoas ficaram feridas no ataque ao cinema Century 16, em um shopping center de Aurora.
Testemunhas dizem que o atirador - que usava roupas pretas e uma máscara - lançou uma bomba de gás antes de abrir fogo contra a multidão.
James Holmes foi preso momentos após o ataque em um estacionamento perto do cinema. Ele carregava um fuzil e uma pistola. O FBI (a polícia federal americana) se juntou às investigações, mas disse não ter motivos para acreditar que se trate de um atentado terrorista.
Dan Oates, o delegado de Aurora, informou que Holmes comprou munição para armas pela internet e todas as armas e munição foram compradas de forma legal nos últimos meses.
O delegado também afirmou que o suspeito recebeu uma grande quantidade de encomendas em sua casa e local de trabalho.
James Holmes deve comparecer perante um juiz na segunda-feira.

Vigília

Centenas de pessoas fizeram uma vigília perto do cinema onde ocorreu o ataque na noite de sexta-feira, deixando flores e velas no local.
James Holmes (AP)
James Holmes, de 24 anos, é ex-estudante de medicina
O Hospital da Universidade do Colorado, onde as vítimas feridas foram levadas, informou que quatro pacientes ainda estão em unidades de tratamento intensivo.
O incidente em Denver foi o maior ataque a tiros nos EUA desde 2007, quando o estudante Seung-Hui Cho matou 32 pessoas no campus da faculdade de Virginia Tech, antes de se matar.
O cinema em Aurora fica a 32 quilômetros da escola Columbine, onde dois estudantes mataram a tiros 13 colegas em 1999.
O ataque provocou reações em várias cidades dos EUA e do mundo. Em Paris, a estreia do filme em um cinema do Champs-Elysées, foi cancelada.
Em Nova York, a polícia decidiu enviar oficiais a várias sessões do filme, temendo que o ataque fosse "copiado" por outras pessoas. Em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama, emitiu nota dizendo estar "chocado e entristecido" com o episódio.
Christopher Nolan, o diretor do filme Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, expressou em comunicado divulgado nesta sexta-feira sua "profunda dor" pelo ataque em Aurora.
"Em nome do elenco e da equipe de gravação de O Cavaleiro das Trevas Ressurge gostaria de demonstrar nossa profunda dor pela tragédia sem sentido que atingiu toda a comunidade de Aurora", disse.
"A sala de cinema é o meu lar, e é devastadora a ideia de que alguém possa violar esse lugar inocente e cheio de esperança de maneira tão insuportavelmente selvagem", acrescentou.

sábado, 21 de julho de 2012

Promotores do Chile estão investigando cerca de 60 escolas da capital, Santiago, devido a acusações de abuso sexual contra os alunos.
A maioria das escolas investigadas está localizada em áreas mais ricas, no leste da capital chilena.
O procurador-geral chileno, Sabas Chahuan, afirmou que 49 escolas no leste de Santiago e mais de dez na região oeste da cidade serão investigadas.
"Onde quer que as crianças estejam, vamos investigar, da mesma forma que fazemos com corrupção ou crimes contra a economia", disse Chahuan na sexta-feira, depois de se reunir com representantes da associação de pais.
"Nos colocamos no lugar dos pais e sabemos que eles estão preocupados, ansiosos e desesperados."
No começo da semana, o presidente, Sebastian Pinera, anunciou uma série de medidas para combater o abuso sexual de crianças.

Aumento nas denúncias

A investigação começou depois de um aumento no número de denúncias de abuso sexual infantil em escolas e creches registrado em 2012.
Segundo a Autoridade Nacional de Promotores do Chile, as denúncias de abuso sexual de crianças com menos de 14 anos aumentaram em 22% no primeiro semestre de 2012 em comparação com o mesmo período de 2011.
Na quarta-feira, o presidente Pinera afirmou que um banco de dados com os registros de pessoas que já foram condenadas por abuso sexual de crianças e adolescentes ou por crimes ligados à pornografia infantil começará a funcionar em agosto.
Uma nova lei foi aprovada no Chile em junho proibindo que pessoas já condenadas por pedofilia trabalhem perto de crianças.
Ativistas informaram neste sábado que os combates se intensificaram entre as forças de segurança do governo da Síria e os rebeldes na segunda maior cidade do país, Aleppo.
Segundo Observatório Sírio para os Direitos Humanos os confrontos entre soldados e membros do grupo rebelde Exército Livre da Síria (ELS) começaram no bairro de Salah al-Din ainda na sexta-feira pela manhã e, na parte da tarde, se espalharam para outros bairros.
O ativista Mohammed Saeed, que está em Aleppo, afirmou que os choques continuaram durante a noite e se estenderam até a manhã deste sábado.
"Na noite passada foi muito ruim", disse o ativista à agência de notícias Associated Press. "Ocorreram grandes explosões e o tiroteio não parou durante horas. A rebelião finalmente chegou a Aleppo."
Aleppo vinha sendo poupada dos choques e bombardeios entre as forças do governo e os insurgentes desde o início da rebelião no país, em março de 2011.
Segundo Saeed, os combatentes do ELS chegaram a Aleppo pela zona rural. A cidade não é longe da fronteira com a Turquia, onde fica a base com os comandantes do ELS.
De acordo com a rede de ativistas Comitê de Coordenação Local, está ocorrendo um "êxodo" dos moradores do bairro de Salah al-Din, "devido ao medo de uma ofensiva e bombardeio do governo".
O correspondente da BBC Jim Muir, que está em Beirute, afirmou que os combates em Aleppo significam uma péssima notícia para o presidente sírio, Bashar al-Assad, pois a cidade tinha conseguido até o momento ficar fora da rebelião.

Damasco

O mesmo acontecia com a capital, Damasco. Mas, segundo Muir, isto agora acabou e as duas cidades foram tomadas pelos combates.
As forças do governo reagiram na sexta-feira, usando todo seu poder de fogo para retomar o bairro de Midan, no sul da capital, causando muitos danos. Os tiroteios e explosões foram ouvidos pelos moradores da cidade durante toda a noite.
Carros queimados no bairro de Midan, em Damasco (Reuters)
Moradores de Damasco ouviram tiroteios e explosões durante madrugada

O governo de Damasco afirmou que toda a resistência será retirada da cidade dentro de cinco dias. No entanto, não muito longe de Midan, em Yarmouk, vídeos divulgados na internet por ativistas mostram o que parece ser uma delegacia de polícia tomada pelos rebeldes.
Do outro lado de Damasco, no bairro de al-Tal, ao norte, outro vídeo mostra o que seria o chefe do Diretório de Segurança Política local e os funcionários do departamento se rendendo aos rebeldes.

Observadores

Os combates violentos na Síria ocorrem depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado a ampliação da permanência da missão dos cerca de 300 observadores da organização por mais 30 dias.
A resolução declara que depois deste período, os monitores deverão sair da Síria se não conseguirem mais realizar o trabalho de verificar a aplicação do plano de paz de Kofi Annan, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe ao país.
Se o uso de armas de fogo pesadas continuar, o mandato dos observadores poderá ser renovado mais uma vez.
A maior parte do trabalho dos monitores da ONU tinha sido suspensa desde junho devido ao aumento da violência no país.
Mais de 300 pessoas teriam morrido na quinta-feira e outras 200 na sexta-feira devido aos intensos combates espalhados pela Síria.
Pela primeira vez em uma Olimpíada, a delegação brasileira terá um programa médico dedicado a cuidar de incômodos que, invisíveis ao público, podem afetar o desempenho e o bem-estar das atletas mulheres: a tensão pré-menstrual (TPM) e o ciclo menstrual.
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) terá em Londres, durante os Jogos Olímpicos, uma ginecologista dedicada a atender as atletas brasileiras.
Essa mesma médica está, desde 2011, acompanhando cerca de 70 atletas da delegação do Brasil (de um total de 123), que optaram por tomar medicamentos – anticoncepcionais hormonais ou anti-inflamatórios – para reduzir os sintomas da tensão pré-menstrual ou mesmo evitar a menstruação durante os Jogos de Londres-2012.
É o caso da ala Patricia Ferreira, a Chuca, da seleção de basquete, que se queixava de perda sanguínea excessiva, irritação e dores ao disputar partidas durante seu período menstrual.
"É legal ter controle sobre isso. Já tive anemia, então é bom não perder muito sangue", disse a jogadora à BBC Brasil. "Nosso jogo melhora e não nos sentimos tão debilitadas", afirmou.
A perda sanguínea excessiva pode atrapalhar as atletas durante atividades aeróbicas, explica o médico britânico Christopher Hughes, consultor e palestrante em medicina esportiva das universidades Newham e Queen Mary.
"(Esse tipo de controle hormonal) já é amplamente usado em atletas de elite do esporte mundial", diz ele.

Diversas modalidades

No caso do Brasil, o trabalho com a seleção de basquete, desde 2009, foi o que deu início ao projeto com foco na Olimpíada, explica a ginecologista Tathiana Parmigiano, que atenderá as atletas do Brasil em Londres.
Depois do basquete, foi a vez de as meninas do judô, iniciativa a ser adotada pela delegação brasileira como um todo. Desde 2011, Parmigiano está atendendo esportistas de diversas modalidades - como futebol, vela, pentatlo, judô, esportes aquáticos, atletismo -, com tratamentos individualizados.
A principal queixa das meninas, diz ela, são as cólicas e os outros sintomas da TPM.
Antes da Olímpíada de 2012, Parmigiano também fez trabalho semelhante com atletas que disputaram o Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, cujos resultados a médica pretende apresentar em um congresso de medicina esportiva em setembro, em Roma.
"A ideia é oferecer um acompanhamento para que a parte hormonal não seja um problema para a atleta", disse Parmigiano à BBC Brasil. "Podemos planejar o ciclo menstrual de acordo com o calendário esportivo."
No caso de Patricia e de outras jogadoras da seleção de basquete, a opção foi suspender a menstruação durante os meses de julho e agosto, quando as atletas têm as temporadas pré-Olímpica e Olímpica.

Desempenho

Ala Patrícia Ferreira, a Chuca
A ala Patricia Ferreira sofria com perda excessiva de sangue, irritação e dores
Para José Alfredo Padilha, chefe do departamento médico do COB, a ideia é "colocar o ciclo dentro de um ritmo favorável à mulher e à competição", para evitar incômodos como retenção de líquido, irritação, e dificuldades em perder peso, prejudicando o desempenho das esportistas.
Padilha afirmou que iniciativas do tipo já são bastante descritas na literatura médica, mas diz que o projeto brasileiro não se inspirou em outro país.
"O feedback é positivo. (Parmigiano) é uma das médicas mais procuradas da delegação brasileira. É algo que influencia muito a performance das atletas", afirmou ele.
Segundo Parmigiano, é difícil quantificar essa melhora na performance, mas a grande vantagem é que "(o ciclo menstrual) é uma coisa a menos com que a atleta tem que se preocupar".
O médico britânico Christopher Hughes também diz que a medição dos efeitos disso na performance não é fácil, mas, se a mulher sofre muito no período menstrual, pode sentir melhoras.
"Não dá para ignorar esse diferencial entre as atletas mulheres e os homens, e isso muitas vezes é subestimado", opina Parmigiano. "Defendo que as atletas saibam que existe (uma forma de evitar isso)."

Doping e efeitos colaterais

Os tratamentos são individualizados, para encontrar as doses ideais para cada atleta e para prevenir efeitos colaterais da medicação, como dores de cabeça ou diarreia.
Hughes adverte também para efeitos do tratamento em lesões e na densidade óssea das atletas. O problema, diz ele, é que há estudos contraditórios a respeito – alguns sugerem que o uso prolongado de hormônios pode ter efeitos negativos na densidade óssea; outros apontam efeito positivo.
"A resposta ao tratamento muda de indivíduo para indivíduo. Mas, no geral, as vantagens são maiores do que as desvantagens."
Outra preocupação é evitar que o tratamento gere problemas com a Wada, a agência mundial antidoping.
"Algumas progesteronas podem ser confundidas com anabolizantes em exames antidoping, então não podem estar nos anticoncepcionais receitados", explicou Parmigiano.
Pela primeira vez em uma Olimpíada, a delegação brasileira terá um programa médico dedicado a cuidar de incômodos que, invisíveis ao público, podem afetar o desempenho e o bem-estar das atletas mulheres: a tensão pré-menstrual (TPM) e o ciclo menstrual.
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) terá em Londres, durante os Jogos Olímpicos, uma ginecologista dedicada a atender as atletas brasileiras.
Essa mesma médica está, desde 2011, acompanhando cerca de 70 atletas da delegação do Brasil (de um total de 123), que optaram por tomar medicamentos – anticoncepcionais hormonais ou anti-inflamatórios – para reduzir os sintomas da tensão pré-menstrual ou mesmo evitar a menstruação durante os Jogos de Londres-2012.
É o caso da ala Patricia Ferreira, a Chuca, da seleção de basquete, que se queixava de perda sanguínea excessiva, irritação e dores ao disputar partidas durante seu período menstrual.
"É legal ter controle sobre isso. Já tive anemia, então é bom não perder muito sangue", disse a jogadora à BBC Brasil. "Nosso jogo melhora e não nos sentimos tão debilitadas", afirmou.
A perda sanguínea excessiva pode atrapalhar as atletas durante atividades aeróbicas, explica o médico britânico Christopher Hughes, consultor e palestrante em medicina esportiva das universidades Newham e Queen Mary.
"(Esse tipo de controle hormonal) já é amplamente usado em atletas de elite do esporte mundial", diz ele.

Diversas modalidades

No caso do Brasil, o trabalho com a seleção de basquete, desde 2009, foi o que deu início ao projeto com foco na Olimpíada, explica a ginecologista Tathiana Parmigiano, que atenderá as atletas do Brasil em Londres.
Depois do basquete, foi a vez de as meninas do judô, iniciativa a ser adotada pela delegação brasileira como um todo. Desde 2011, Parmigiano está atendendo esportistas de diversas modalidades - como futebol, vela, pentatlo, judô, esportes aquáticos, atletismo -, com tratamentos individualizados.
A principal queixa das meninas, diz ela, são as cólicas e os outros sintomas da TPM.
Antes da Olímpíada de 2012, Parmigiano também fez trabalho semelhante com atletas que disputaram o Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, cujos resultados a médica pretende apresentar em um congresso de medicina esportiva em setembro, em Roma.
"A ideia é oferecer um acompanhamento para que a parte hormonal não seja um problema para a atleta", disse Parmigiano à BBC Brasil. "Podemos planejar o ciclo menstrual de acordo com o calendário esportivo."
No caso de Patricia e de outras jogadoras da seleção de basquete, a opção foi suspender a menstruação durante os meses de julho e agosto, quando as atletas têm as temporadas pré-Olímpica e Olímpica.

Desempenho

Ala Patrícia Ferreira, a Chuca
A ala Patricia Ferreira sofria com perda excessiva de sangue, irritação e dores
Para José Alfredo Padilha, chefe do departamento médico do COB, a ideia é "colocar o ciclo dentro de um ritmo favorável à mulher e à competição", para evitar incômodos como retenção de líquido, irritação, e dificuldades em perder peso, prejudicando o desempenho das esportistas.
Padilha afirmou que iniciativas do tipo já são bastante descritas na literatura médica, mas diz que o projeto brasileiro não se inspirou em outro país.
"O feedback é positivo. (Parmigiano) é uma das médicas mais procuradas da delegação brasileira. É algo que influencia muito a performance das atletas", afirmou ele.
Segundo Parmigiano, é difícil quantificar essa melhora na performance, mas a grande vantagem é que "(o ciclo menstrual) é uma coisa a menos com que a atleta tem que se preocupar".
O médico britânico Christopher Hughes também diz que a medição dos efeitos disso na performance não é fácil, mas, se a mulher sofre muito no período menstrual, pode sentir melhoras.
"Não dá para ignorar esse diferencial entre as atletas mulheres e os homens, e isso muitas vezes é subestimado", opina Parmigiano. "Defendo que as atletas saibam que existe (uma forma de evitar isso)."

Doping e efeitos colaterais

Os tratamentos são individualizados, para encontrar as doses ideais para cada atleta e para prevenir efeitos colaterais da medicação, como dores de cabeça ou diarreia.
Hughes adverte também para efeitos do tratamento em lesões e na densidade óssea das atletas. O problema, diz ele, é que há estudos contraditórios a respeito – alguns sugerem que o uso prolongado de hormônios pode ter efeitos negativos na densidade óssea; outros apontam efeito positivo.
"A resposta ao tratamento muda de indivíduo para indivíduo. Mas, no geral, as vantagens são maiores do que as desvantagens."
Outra preocupação é evitar que o tratamento gere problemas com a Wada, a agência mundial antidoping.
"Algumas progesteronas podem ser confundidas com anabolizantes em exames antidoping, então não podem estar nos anticoncepcionais receitados", explicou Parmigiano.
A polícia do Colorado informou ter conseguido entrar no apartamento e ter desarmado a armadilha feita com fios e explosivos na casa de James Holmes, suspeito de matar 12 pessoas na estreia de um filme da série "Batman", na sexta-feira, em Denver.
A porta-voz da polícia do Colorado, Cassidee Carlson, afirmou que os dispositivos desarmados tinham como objetivo "matar qualquer um que entrasse no apartamento". Segundo ela, há outro dispositivo perigoso. A polícia vai continuar trabalhando no local e não descarta ter que fazer uma explosão controlada para tornar o local seguro.
As autoridades isolaram cinco edifícios próximos e estabeleceram um perímetro de várias quadras para garantir o trabalho de esquadrões antibomba. Mais cedo, a policia afirmou ter encontrado explosivos "extremamente sofisticados" no apartamento do suspeito.
James Holmes - que foi preso horas após a matança - foi identificado como ex-estudante da Escola de Medicina de Denver, da Universidade do Colorado, que abandonou o curso em junho. A universidade divulgou uma foto do suspeito na tarde desta sexta-feira.
O Clique ataque começou na madrugada desta sexta-feira no Cinema Century 16, em um shopping center do bairro de Aurora, durante a estreia do filme Batman, o Cavaleiro das Trevas Ressurge. Ao menos 12 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas, 11 em estado grave. A vítima mais nova do ataque tinha 3 meses de idade.
O ataque provocou reações em várias cidades dos EUA e do mundo. Em Paris, a estreia do filme em um cinema do Champs-Elysées, foi cancelada. Em Nova York, a polícia decidiu enviar oficiais a várias sessões do filme, temendo que o ataque fosse "copiado" por outras pessoas. Em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama, emitiu nota dizendo estar "chocado e entristecido" com o episódio.
De acordo com a polícia de Aurora, bairro onde aconteceu a matança, Holmes se mudou para o Colorado vindo de San Diego, para a Califórnia, onde planejava obter seu diploma de pós-doutorado. A família de Holmes, que vive em San Diego, pediu à imprensa que "respeite sua privacidade e a da vizinhança".
Em nota, a família diz: "Nossos corações estão com os envolvidos nessa tragédia e com as famílias e amigos dos envolvidos. (...) Nossa família está cooperando com as autoridades em San Diego, Califórnia, e Aurora, Colorado. Ainda estamos tentando processar essa informação, e gostaríamos que as pessoas respeitassem nossa privacidade".
Cenas de horror
Testemunhas relatam pânico em cinema após disparos
Polícia identificou atirador como James Holmes, ex-estudante de medicina de 24 anos.
Para executar este conteúdo em Java você precisa estar sintonizado e ter a última versão do Flash player instalada em seu computador.
O ataque ocorreu na premiére do filme da série Batman que teve início à meia-noite, em uma sala de cinema do shopping center Aurora, no bairro de mesmo nome, em Denver.
Testemunhas dizem que o atirador - que usava roupas pretas e uma máscara - lançou uma bomba de gás antes de abrir fogo contra a multidão.
Holmes foi preso momentos após o ataque em um estacionamento perto do cinema. Ele carregava um fuzil e uma pistola. O FBI (a polícia federal americana) se juntou às investigações, mas disse não ter motivos para acreditar que se trate de um atentado terrorista.
Foto de James Holmes divulgada pela Universidade do Colorado, onde ele estudava.
O incidente em Denver foi o maior ataque a tiros nos EUA desde 2007, quando o estudante Seung-Hui Cho matou 32 pessoas no campus da faculdade de Virginia Tech, antes de se matar.
O cinema em Aurora fica a 32 quilômetros da escola Columbine, onde dois estudantes mataram a tiros 13 colegas em 1999.
Jornalistas e testemunhas contam que o ataque começou cerca de 30 ou 40 minutos após o início da sessão, e que muitos achavam que os tiros faziam parte do filme.
Vídeo mostra feridos após matança em estreia de 'Batman'
Imagens mostram homem ensanguentado sendo levado para fora de cinema em Denver, diante da comoção das pessoas ao redor.
Para executar este conteúdo em Java você precisa estar sintonizado e ter a última versão do Flash player instalada em seu computador.
"Eles (a plateia) primeiro acharam que era parte do filme, depois, que fosse alguma espécie de brincadeira. De repente todos começaram a se jogar no chão, e a correr para fugir do cinema", contou à BBC Brenda Stewart, da rádio americana KOA News.
Horas após o ataque, o presidente dos EUA, Barack Obama, emitiu comunicado lamentando a matança e dizendo que ele e a mulher, a primeira-dama Michelle Obama, estavam "chocados e entristecidos". Pouco depois, em um discurso, prometeu que seu governo fará tudo que ao seu alcance para apoiar as vítimas e punir o responsável, ou responsáveis, pelo incidente.
Tanto Obama quanto o candidato presidencial republicano, Mitt Romney, cancelaram compromissos de campanha para acompanhar as investigações sobre o incidente e o trabalho de apoio às vítimas. "Haverá outros dias para tratar de política. Hoje o dia é para rezar e refletir", disse Obama.