sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Enfermeira que sofreu trote no hospital de Kate é encontrada morta

Uma enfermeira que foi vítima de um trote quando a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, estava internada no hospital de Londres onde ela trabalhava foi encontrada morta nesta sexta-feira.
O príncipe William e sua mulher disseram em um comunicado que estão profundamente entristecidos com a morte da enfermeira Jacintha Saldanha.
A polícia foi chamada às 9h35 (7h35 de Brasília) por testemunhas que encontraram a mulher inconsciente na região central de Londres.
Na madrugada da última quarta-feira, Saldanha estava trabalhando no hospital King Edward VII quando atendeu a uma ligação de dois radialistas da Austrália que diziam ser a rainha Elizabeth 2ª e o príncipe Charles.
Sem saber que tratava-se de um trote da emissora 2Day FM, de Sydney, a enfermeira passou a ligação para uma colega, que revelou detalhes do estado médico de Kate aos radialistas.

'Confusa'

Príncipe William e Kate Middleton
Príncipe William e Kate Middleton deixam hopital; duquesa de Cambridge teve enjoos devido à gravidez.
Jacintha Saldanha, que era casada e tinha dois filhos, atendeu o telefonema porque no horário da ligação, às 5h30 locais (3h30 de Brasília), não havia telefonistas no hospital.
Segundo o jornalista da BBC Nicholas Witchell, há relatos de que ela teria se sentido muito solitária e confusa depois do trote.
Um porta-voz da família real disse que "em nenhum momento o palácio reclamou para o hospital a respeito do incidente".
A BBC apurou que Saldanha não foi suspensa ou alvo de processo disciplinar no hospital por ter sido enganada pelos autores do trote.
"Estamos chocados. Confirmamos que Jacintha recentemente foi vítima de um trote para o hospital", afirmou o diretor do hospital John Lofthouse. "Nós estávamos a apoiando durante este período difícil."
"Jacintha trabalhou no hospital King Edward VII por mais de quatro anos", acrescentou. "Ela era uma enfermeira excelente, respeitada e popular entre os colegas."
A Scotland Yard afirmou que o caso não está sendo tratado como morte suspeita.
Kate Middleton foi internada no hospital na última segunda-feira, devido a enjoos agudos ligados à gravidez, e recebeu alta na quinta-feira.
Os radialistas australianos autores do trote serão afastados temporariamente de seu programa, "em respeito ao que só pode ser descrito como uma tragédia", disse um representante da emissora.

.'Não aguento mais viver escondida’, diz brasileira em relatório da Anistia

Jurada de morte, espancada e obrigada a fugir, a agricultora amazonense Nilcilene Miguel de Lima é citada pela organização Anistia Internacional como exemplo da violência a que vêm sendo submetidos ativistas defensores de direitos humanos no continente americano.
''Eu não sei se vou resistir. Não aguento mais viver escondida, de favor, cada dia em um lugar, trancada no quarto'', disse Nilcilene, em entrevista à BBC Brasil. "Estou pedindo socorro pelos produtores e seringueiros. Estão matando todos nós."
Antes de ser ameaçada por madeireiros e grileiros, a produtora rural era presidente de uma associação que representa famílias de uma comunidade de pequenos produtores e extrativistas em Lábrea, cidade no Amazonas próxima à fronteira com o Acre e Rondônia.
Além dela, outros quatro brasileiros estão entre os 57 casos de ativistas do continente americano que foram mortos ou vivem sob ameaças e cujas histórias são citadas no relatório da Anistia Transformando dor em esperança - Defensoras e defensores dos direitos humanos nas Américas, divulgado nesta sexta-feira.

Impunidade

O documento diz que houve um alarmante aumento nos casos de violência contra ativistas nas Américas, seja por parte das forças de segurança, de paramilitares ou facções de crime organizado.
Para a organização, o Brasil não tem oferecido a proteção adequada a ativistas ameaçados. "Estamos muito aquém de um sistema de proteção efetivo", disse à BBC Brasil Átila Roque, presidente da Anistia Internacional Brasil, que também cita a impunidade como uma das principais causas da situação.
"Houve avanços com a criação da Secretaria de Direitos Humanos, mas infelizmente ela não dá conta (de proteger os ameaçados). É preciso vincular vários níveis do Estado, como por exemplo uma Justiça que pune os acusados de intimidar ou atacar ativistas."
"O caso do Brasil é simbólico porque mostra o tipo de desafio enfrentado para que haja o desenvolvimento de um país, mas que promova justiça e igualdade", disse.

Proteção

Oficialmente, Nilcilene é amparada por um programa de proteção a defensores de direitos humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Ela disse à BBC Brasil que não tem mais recebido a verba prevista pelo programa para ajudar na sua proteção.
"E os guardas que me acompanhavam só ficaram até caírem numa emboscada. Madeireiros, pistoleiros e grileiros atiraram em uma casa que a gente tinha passado. Mas conseguiram matar só o cachorro que vigiava", disse ela.
Consultada pela BBC Brasil, a assessoria de comunicação da Secretaria de Direitos Humanos disse que Nilcilene continua sob proteção do programa. "Nem a Força Nacional de Segurança Pública e nenhum dos policiais que a protegiam abandonaram suas funções", disse a assessoria.
Para Nilcilene, apenas o acompanhamento dos policiais não resolve, pois a segurança teria de ser fornecida para toda sua comunidade, para que eles pudessem continuar a viver no local.
"Semana passada mataram mais um vizinho meu, dentro da casa dele. Ele tinha mulher, seis filhos e dois netos. Não quis vender a terra para os grileiros e morreu", conta a agricultora. "A família toda teve de fugir. Cada um que morre ou que tem de fugir, eu fico mais doente e pensando se um dia vou conseguir voltar."

Ondas de um metro atingem Japão após forte tremor

Ondas de até um metro de altura atingiram a região nordeste do Japão após um forte terremoto de magnitude 7,3 ter eclodido próximo à costa nesta sexta-feira.
O Japão chegou a emitiu um alerta de tsunami após o tremor, registrado às 17h18 no horário local (6h18 de Brasília) no mar, mas o alerta foi retirado poucas horas depois.
A região nordeste é a mesma que foi devastada por um tremor seguido de tsunami em março de 2011.
Ainda não há informações sobre vítimas ou danos sérios provocados pelas ondas.
A Agência Meteorológica do Japão emitiu o alerta para cinco províncias: Miyagi, Aomori, Iwate, Fukushima e Ibaraki.
As primeiras ondas, de cerca de 20 centímetros, atingiram algumas cidades da costa nordeste. Segundo a agência, as ondas em Miyagi chegaram a ter um metro de altura.
Na TV, há alertas constantes para que a população procure por abrigos em lugares altos. Na região costeira, os bombeiros e grupos voluntários também trabalham para evacuar as pessoas que vivem próximas ao mar.
A emissora pública NHK informou que, por enquanto, não há informações sobre danos nas usinas nucleares localizadas na área afetada pelo terremoto. Apesar de estarem desativados, há reatores em Ibaraki, Fukushima e Miyagi.
A empresa JR, que administra o trem-bala, interrompeu sua circulação e também as de linhas locais.
O tremor também foi sentido em Tóquio, onde as linhas de metrô e trem foram paralisadas por alguns minutos.
De acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o epicentro do terremoto foi a cerca de 245 quilômetros da cidade costeira de Kamaishi, a uma profundidade de 36 quilômetros.
Outro terremoto, de magnitude 6,2, foi registrado às 17h31 na mesma região. A agência japonesa informou também que existe a possibilidade de ocorrerem tremores secundários na região.
Em março de 2011, um terremoto de magnitude 9 provocou um tsunami que deixou mais de 15 mil mortos. Ainda hoje, mais de 3,2 mil pessoas continuam desaparecidos e outras 300 mil vivem em casas provisórias.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Cúpula do Mercosul discutirá novas adesões e intercâmbio estudantil

Cinco meses após a entrada da Venezuela no Mercosul, os Estados-membros do bloco iniciam nesta quinta-feira, em Brasília, uma reunião de cúpula que discutirá a adesão de dois novos membros. No encontro, que termina na sexta-feira com a presença de chefes de Estado sul-americanos, o grupo também discutirá a criação de um programa regional de intercâmbio estudantil.
Subsecretário do Itamaraty para América do Sul, Central e Caribe, o embaixador Antonio Simões diz que, após incorporar a Venezuela em julho, o Mercosul agora trata da adesão da Bolívia e do Equador.
Atualmente, os dois países são Estados associados ao bloco, ao lado de Chile, Peru e Colômbia. Os membros plenos do grupo são Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
Em novembro, o presidente boliviano, Evo Morales, disse ser favorável ao ingresso de seu país no Mercosul, mas afirmou que a Bolívia não pretende deixar o outro bloco econômico regional a que pertence, a Comunidade Andina de Nações (CAN).
Segundo Simões, na reunião em Brasília, espera-se que Morales detalhe como a Bolívia pretende aderir ao Mercosul, e, a partir de então, serão analisados os entraves técnicos. O mesmo valerá para o ingresso do Equador, também membro da CAN.
"Tenho certeza de que vamos avançar muito em relação a esse tema nos próximos meses", diz o diplomata.
No entanto, mesmo que na cúpula se chegue a um consenso sobre as adesões, o regimento do Mercosul determina que o ingresso de novos membros está sujeito à chancela dos Congressos de cada país-membro.

Paraguai

É possível ainda que a ausência do Paraguai na reunião, suspenso temporariamente do Mercosul em represália ao impeachment relâmpago do presidente Fernando Lugo, em junho, possa criar dificuldades aos novos processos de adesão.
Em julho, em reunião extraordinária do Mercosul em Brasília, a Venezuela tornou-se membro pleno do bloco. O fato só foi possível porque o Paraguai estava suspenso do grupo, já que o país era o único membro do Mercosul cujo Congresso ainda não havia aprovado o ingresso venezuelano, pleiteado desde 2006.
Assunção protestou contra a entrada e reclamou o direito de anulá-la. Os outros membros dizem, no entanto, que o ingresso não feriu o regimento do bloco. O Paraguai só deve voltar ao Mercosul após realizar as próximas eleições presidenciais, em abril de 2013.
Apesar da oposição paraguaia, Simões diz que o ingresso da Venezuela no Mercosul é fato consumado.
Segundo ele, Caracas tem avançado rapidamente na adoção das normas técnicas do bloco. Conforme o protocolo de adesão, o país tem quatro anos para concluir esses ajustes. Simões diz, porém, que o prazo deverá ser cumprido antecipadamente.

'Erasmus sul-americano'

O embaixador afirmou ainda que outro tema central do encontro será a criação de um "sistema de mobilidade acadêmica" no Mercosul, que estimule a circulação de estudantes entre os países do bloco.
O embaixador comparou a iniciativa ao programa "Ciências sem Fronteiras", que o Brasil mantém com países desenvolvidos.
Principal marca do governo Dilma Rousseff no setor de educação, o "Ciências sem Fronteiras" prevê a concessão, em quatro anos, de cerca de 100 mil bolsas de estudo para que brasileiros estudem em instituições de ponta no exterior. O programa busca ainda atrair pesquisadores estrangeiros que queiram se fixar no Brasil.
Segundo Simões, o programa de intercâmbio do Mercosul ajudará a aproximar ainda mais as economias dos países-membros, na medida em que deve facilitar a integração de suas cadeias produtivas.
Ele diz que a iniciativa tem como fonte inspiradora o programa Erasmus, que estimula o intercâmbio estudantil entre países membros da União Europeia.
No entanto, segundo Simões, a velocidade da implantação do programa dependerá de negociações entre os ministros de Educação do bloco.
Na quinta-feira, a reunião do Mercosul contará com os chanceleres da região. Na sexta, deverão se somar ao grupo os presidentes do Uruguai, Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Guiana e Suriname, além do vice-presidente do Peru.
Em tratamento de saúde em Cuba, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, não deve comparecer ao encontro.

Kate Middleton deixa o hospital

Kate Middleton, a duquesa de Cambridge, deixou nesta quinta-feira o hospital onde estava internada desde segunda-feira para tratamento de enjoo matinal intenso, sintoma de sua gravidez.
Ela sofre de hiperêmese gravídica, problema caracterizado por forte desconforto, náuseas e vômitos e que afeta em média uma em cada 200 gestantes.
Com um buquê de flores na mão, Kate saiu do hospital londrino pela manhã, ao lado do marido, o príncipe William. Questionada pelos repórteres se se sentia melhor, ela acenou que sim com a cabeça.
Segundo assessores, ela ficará em repouso no Palácio de Kensington, também no centro de Londres.
A duquesa está grávida há menos de 12 semanas. Seu filho ou filha será o terceiro na linha de sucessão do trono britânico.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Percepção de corrupção melhora no Brasil, mas problema ainda é endêmico, diz ONG

A percepção da corrupção no setor público do Brasil vem melhorando ligeiramente ano a ano, mas o problema ainda é endêmico no país, na avaliação de um representante da ONG Transparência Internacional.
A organização divulgou nesta quarta-feira um ranking global de percepção da corrupção no setor público que coloca o país em 69º lugar entre 176 países pesquisados.
O ranking é liderado pela Dinamarca, que tem a menor percepção de corrupção do mundo, seguida de Finlândia e Suécia. A Somália é o país com a mais alta percepção de corrupção, segundo a Transparência Internacional (TI).
Apesar de a TI publicar desde 2001 seu ranking de percepção da corrupção, as mudanças na metodologia e no número de países incluídos na lista impedem uma comparação de resultados ano a ano. Mas a organização vê a situação no Brasil com viés positivo.
"A corrupção é algo que sempre houve, não surgiu agora. É um problema endêmico, mas tem havido uma ligeira melhora ao longo dos últimos dez anos. Se o país continuar no caminho atual, com mudanças na lei e castigos aos corruptos, acredito que vai haver uma melhora, refletida no ranking a partir do próximo ano", afirmou à BBC Brasil o diretor da TI para as Américas, Alejandro Salas.

Punição

Para Salas, a lei de acesso às informações públicas e a lei da Ficha Limpa são mudanças importantes realizadas recentemente no Brasil para aumentar a transparência e a prevenção à corrupção.
Mas ele acrescenta que punições como a recente condenação pelo STF de réus poderosos no processo do mensalão, ou mesmo a demissão de ministros suspeitos de irregularidades, podem aumentar a percepção do problema por conta de sua exposição na mídia, mas têm também um efeito importante para prevenir novos casos.
Para diretor de ONG, punição a figuras poderosas como José Dirceu tem efeito de prevenção
"Se um prefeito de uma cidadezinha pequena do Brasil, por exemplo, vê que uma pessoa tão poderosa quanto (o ex-ministro condenado no caso do mensalão) José Dirceu pode terminar na prisão, vai pensar duas vezes antes de cometer um ato de corrupção", afirma.
"A punição é um fator muito importante, porque em muitos países as mudanças positivas na lei não são acompanhadas de punições", diz Salas. Ele cita o caso dos 65 PMs presos no Rio de Janeiro na terça-feira sob a acusação de receber propinas para não reprimir o tráfico de drogas e de vender armas para traficantes como outro bom exemplo para reduzir a sensação de impunidade no país.
Segundo ele, o impacto do julgamento do mensalão sobre a percepção da corrupção ainda não pode ser medido no ranking deste ano, que leva em consideração dados de várias pesquisas realizadas ao longo de até 24 meses com empresários, investidores e analistas de mercado do mundo todo.
"Em 2013 é provável que isso já seja refletido no ranking", diz. Uma mudança de metodologia feita neste ano pela TI permitirá que os resultados de ano a ano sejam comparados, o que não era possível no passado, segundo Salas.

América Latina

O ranking da TI deste ano coloca o Brasil entre os países com menor percepção de corrupção na América Latina, atrás somente de Chile (20º no ranking geral), Uruguai (empatado no 20º posto), Porto Rico (33º) e Cuba (58º).
O Brasil fica à frente de outras grandes economias da região, como Colômbia (94º), Argentina (102º) e México (105º).
A Venezuela e o Haiti, empatados na 165ª posição geral do ranking, são os países com a mais alta percepção de corrupção nas Américas, pouco atrás do Paraguai, que ocupa a 150ª posição. Canadá (9º), Barbados (15º) e Estados Unidos (19º) têm a menor percepção de corrupção no continente.
A Grécia, que vive grave crise econômica, tem a maior percepção de corrupção na União Europeia
O Brasil está emparado com a África do Sul na 69ª posição, mas à frente dos demais países emergentes do grupo Brics - China (80º), Índia (94º) e Rússia (133º).
Para Alejandro Salas, o fato de o Brasil estar entre os melhores da América Latina e à frente de outros grandes países emergentes é positivo, mas o ranking também mostra que "ainda falta muito a ser feito para o combate à corrupção no país, que está bem longe dos países desenvolvidos".

Impacto da economia

O ranking deste ano indica ainda um impacto da situação econômica global na percepção da corrupção entre os países.
A Grécia, que enfrenta uma série crise econômica e financeira, tem a maior percepção de corrupção entre os 27 países da União Europeia, na 94ª posição geral.
No ano passado, o país da União Europeia mais mal colocado no ranking era a Bulgária, que neste ano ficou na 75ª posição.
Para a Transparência Internacional, há uma correlação forte entre pobreza, conflito e os níveis de percepção de corrupção.
"Os governos precisam integrar as ações anticorrupção em seu processo de tomada de decisões", afirma Huguette Labelle, presidente da organização.
"As prioridades incluem melhores regras sobre lobby e financiamento político, uma maior transparência nos gastos públicos e nos contratos oficiais e uma maior prestação de contas dos órgãos públicos à população", diz.

Radialista se passa pela rainha e faz trote com hospital de Kate

Uma dupla de radialistas de uma emissora FM da Austrália fez um trote na madrugada desta terça-feira com o hospital onde Kate Middleton está internada, em Londres, se fazendo passar pela rainha Elizabeth 2ª e pelo príncipe Charles.
O hospital King Edward 7º confirmou ter recebido o trote e disse que uma de suas enfermeiras chegou a revelar detalhes do estado de saúde da duquesa de Cambridge, que se recupera de hiperêmese gravídica, uma complicação de gravidez que causa náuseas e vômitos e pode levar à desidratação.
Embora o hospital já tenha tratado a rainha-mãe, a própria rainha Elizabeth 2ª e outros membros da realeza, estando acostumado com os procedimentos que envolvem receber membros da monarquia, a recepcionista que atendeu a ligação e a enfermeira foram enganadas pelos radialistas, que deram um tom cômico à conversa.
A chefia do hospital disse tratar-se de uma "pegadinha boba" e afirmou que os protocolos de atendimento ao telefone e confidencialidade estão sendo revistos.
Porta-vozes do príncipe William e de Kate Middleton disseram que não vão se pronunciar a respeito do caso. O bebê do casal deve ser o terceiro na linha de sucessão ao trono da Grã-Bretanha.

Complicação

Hospital | Foto: Reuters
Jornalistas aguardam por notícias em frente ao King Edward's Hospital, em Londres

Kate apareceu em público pela última vez na sexta-feira passada, quando visitou a escola St. Andrew, em Berkshire, onde estudou na infância.
Na segunda-feira, a gravidez foi anunciada, e Kate foi internada com intensos enjoos matinais. Ela sofre de hiperêmese gravídica, problema caracterizado por forte desconforto, náuseas e vômitos e que afeta uma a cada 200 gestantes.
Um porta-voz disse que o casal soube da gravidez "recentemente". Acredita-se que o fato de Kate ter sido internada apressou o anúncio oficial da gravidez.
Em entrevista à BBC, o médico Tim Draycott, porta-voz do Conselho Real de Obstetras e Ginecologistas da Grã-Bretanha, disse que os remédios podem reduzir o desconforto associado à hiperêmese gravídica.
"Com o tratamento – fluidos intravenosos e medicação para controlar os vômitos e as náuseas –, a condição é razoavelmente benigna embora horrível de enfrentar. O risco maior é não tratar", afirmou Draycott.
Ele disse que o problema está ligado à variação nos níveis de hormônios da gravidez, e que a condição tende a melhorar por volta da 13ª semana da gestação, quando os níveis caem.
"Não temos certeza sobre os motivos que fazem algumas mulheres terem o problema, e outras não, mas é relativamente mais comum em mães que esperam gêmeos."
Acredita-se que o problema seja genético, o que significa que Kate deve apresentar os mesmos sintomas em futuras gestações.
É bastante improvável que a complicação cause riscos ao bebê. No entanto, como ela provoca perda de peso, pode ser que o bebê nasça abaixo do peso ideal.

Cientistas descobrem gene da 'bebedeira'

Cientistas acreditam ter descoberto uma variação de um gene que incentiva o consumo exagerado de álcool em algumas pessoas.
O gene, conhecido como RASGRF-2, eleva o nível de substâncias químicas presentes no cérebro associadas à sensação de felicidade e acionadas com a ingestão de bebidas alcoólicas, informou a revista científica PNAS.
A equipe de pesquisadores, formada por especialistas da Universidade King's College, de Londres, descobriu que animais que não possuíam a variação do gene tinham menos "desejo" por álcool do que aqueles que apresentavam tal alteração.
O estudo também analisou exames de ressonância magnética dos cérebros de 663 adolescentes do sexo masculino.
O mapeamento revelou que em portadores da versão do gene associada à "bebedeira", todos com 14 anos de idade, havia uma atividade maior em uma parte do cérebro chamada estriado ventral, conhecida por liberar dopamina, substância associada à sensação de prazer.
Quando os pesquisadores questionaram os adolescentes sobre seus hábitos de consumo de álcool dois anos depois, descobriram que aqueles que tinham a variação do gene RASGRF-2 bebiam mais frequentemente.
Contudo, o responsável pelo estudo, Gunter Schumann, explicou que ainda não há provas contundentes de que o gene, sozinho, provocaria a compulsão alcoólica, uma vez que outros fatores ambientais e genéticos também estão envolvidos.
Ele ressaltou, por outro lado, que a descoberta é importante porque joga luz sobre os motivos pelos quais algumas pessoas tendem a ser mais vulneráveis ao álcool do que outras.
"Nosso estudo indica que talvez este gene regule a sensação de bem estar que o álcool oferece para determinados indivíduos", explicou.
"As pessoas buscam situações que provoquem tal sensação de 'recompensa' e deixem-nas felizes. Portanto, se o seu cérebro for condicionado a atingir tal estágio por meio do álcool, é provável que sempre procure essa estratégia afim de alcançar tal meta".
"Agora nós entendemos a cadeia da ação: como os genes moldam a função em nossos cérebros e como que, em contrapartida, isso afeta o comportamento humano".
"Nós descobrimos que o gene RASGRF-2 tem um papel crucial em controlar como o álcool estimula o cérebro a liberar dopamina e, em seguida, ativa a sensação de recompensa".
"Portanto, para as pessoas que têm a variação genética do gene RASGRF-2, o álcool lhes proporciona uma maior sensação de recompensa, levando-as a se tornar beberrões".
Schumann reiterou, entretanto, que mais provas são necessárias para comprovar sua teoria. Ele alertou que o estudo analisou apenas adolescentes do sexo masculino e de uma determinada idade, o que dificultaria estabelecer tendências de consumo de bebidas alcoólicas ao longo prazo.
Ele disse que, no futuro, pode ser possível realizar testes genéticos para ajudar a prever quais pessoas estão mais propensas ao consumo excessivo de álcool.
As descobertas também abririam caminho a novas drogas que bloqueiam o efeito de recompensa que algumas pessoas têm após ingerir bebida alcoólica.
Por outro lado, Dominique Florin, da entidade britânica Medical Council on Alcohol, faz um alerta.
"É provável que haja um componente genético relacionado ao consumo exagerado de álcool, mas isso não quer dizer que se você tiver o gene, você não pode beber, enquanto se você não o tiver, você pode beber o quanto quiser".

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sem Chávez, Venezuela vive nova era de incertezas

Três semanas após a última aparição pública de Hugo Chávez, no último dia 15 de novembro, a população da Venezuela pouco ou nada sabe sobre o verdadeiro estado de saúde do "El Comandante", como o presidente é popularmente conhecido.
Na última quarta-feira, ele viajou a Havana, em Cuba, para um suposto "tratamento especial" de oxigenação hiperbárica.
Mas, até agora, Chávez - nem qualquer membro de seu governo - deram explicações detalhadas sobre o que, de fato, motivou a ausência do líder venezuelano.
De acordo com o jornalista da BBC Mundo Abraham Zamorano, não é a primeira vez que o mandatário passa uma temporada na ilha comunista. Foi no país que o presidente se tratou - e afirmou ter se curado - de um câncer.
Contudo, dessa vez, chamou atenção dos venezuelanos o fato de que o assunto não foi tratado como de praxe, com ampla cobertura do noticiário oficial. Não houve despedida tampouco imagens da viagem, por exemplo.
A longa ausência de Chávez, conhecido pelas longas horas de participação em programas de rádio e TV, vem alimentado rumores sobre o estado de saúde do presidente venezuelano.
Os meios de comunicação estão repletos de manchetes sobre o tema. Entretanto, sem confirmação por parte de fontes oficiais, muitas das notícias sobre o líder restringem-se ao campo das especulações.
Segundo o analista político Luis Vicente Léon, em sua coluna publicada no jornal "El Universal" no último domingo, o principal questionamento é saber "se a deterioração do estado de saúde do presidente é devido às sequelas de sua recuperação (do câncer) ou está ligada a uma nova doença".
Hugo Chávez / Reuters
Hugo Chávez retornou a Cuba em meio a especulações sobre recidiva do câncer
Ou seja, se Chávez está em Cuba por causa do impacto das sessões de radioterapia a que se submeteu para tratar o câncer ou se está com uma recidiva da doença.
Em meio à indefinição sobre o estado de saúde do líder venezuelano, a oposição do país tem cobrado detalhes sobre a ausência do presidente, sob a alegação de que tal assunto é obrigação do chefe de Estado.
"A saúde (do presidente) não pode ser algo tratado sob sigilo, porque o povo tem direito de conhecer como anda a saúde do presidente", afirmou Henrique Capriles, candidato da oposição derrotado por Chávez nas eleições de outubro deste ano.
Para o cientista político John Magdaleno, a "saúde do presidente é a principal fonte de incerteza na Venezuela".
"O governo tem tentado dar a informação mínima necessária porque se forem divulgados o local exato do tumor e seu atual estágio, isso pode levar a especulações sobre a expectativa de vida do presidente", disse.
Já o ministro de Comunicação, Ernesto Villegas, negou a falta de transparência. Entretanto, Villegas protagonizou um mal entendido nos bastidores do governo ao informar que o presidente estaria no dia 10 de janeiro para o começo de seu novo - e terceiro - mandato.
A declaração foi interpretada por alguns meios de comunicação como um sinal de que Chávez permaneceria em Cuba até tal prazo, o que foi negado por Villegas.
O vice-presidente do país, Nicolás Maduro, também se pronunciou sobre a saúde do líder venezuelano. Integrante do governo mais próximo de Chávez durante sua recuperação, ele exigiu respeito ao chefe de Estado do país.
"Ele (Chávez) está cumprindo com rigor e disciplina o plano de governar o país pelos próximos seis anos, com mais força, mais maduro, com mais sabedoria", disse o vice-presidente durante um comício de campanha às vésperas das eleições regionais no próximo dia 16 de dezembro.

Eleições

A saída de cena de Chávez ocorre em meio à campanha para as eleições regionais. Como esperado, a ausência provocou polêmica e dividiu opiniões do público.
"A experiência mostra que, quando o presidente está em tratamento, está mais presente do que nunca no debate interno", tuitou Luis Vicente Léon, presidente do instituto de pesquisas Datanálisis.
Já para Madagleno, "é quase inevitável que isso (os rumores sobre o estado de saúde de Chávez) seja objeto de debate público diariamente, às vezes semanalmente. Não é uma questão irrelevante que o presidente tem câncer".

Complicação na gravidez de Kate afeta uma em cada 200 gestantes

Um dia após anunciar sua gravidez de cerca de três meses, Kate Middleton foi internada em um hospital de Londres com intensos enjoos matinais. Ela sofre de hiperêmese gravídica, problema caracterizado por forte desconforto, náuseas e vômitos e que afeta uma a cada 200 gestantes.
A londrina Ebru Macavoy, de 29 anos, passou pelo mesmo problema, cujo principal risco é a desidratação, quando deu à luz em 2009.
"Foi traumático, debilitante, horrível. Eu estava constantemente nervosa e vomitava 30 vezes por dia. Me sinto triste por Kate, por ela ter que passar por isso, sinto muito por ela", disse.
Na época ela era uma jovem advogada, casada havia apenas alguns meses e logo no início da sua primeira gestação.
Ebru se lembra de já acordar exausta e diz ter emagrecido quase quatro tamanhos no manequim. Hoje em dia ela é voluntária para ajudar outras mulheres com o problema.
"Da hora em que abria os olhos já sentia náuseas. Se me mexesse na cama, vomitava. Cada vez que me movia me sentia enjoada. Não podia dirigir ou caminhar, todas as tarefas mais simples se tornavam impossíveis", conta.
Ebru disse ter sido internada mais de 20 vezes durante a gravidez, mas finalmente o problema foi aliviado com medicamentos que limitaram os vômitos a cerca de cinco por dia.

Tratamento e riscos

Em entrevista à BBC, o médico Tim Draycott, porta-voz do Conselho Real de Obstetras e Ginecologistas da Grã-Bretanha, disse que os remédios podem reduzir o desconforto.
"Com o tratamento – fluidos intravenosos e medicação para controlar os vômitos e as náuseas –, a condição é razoavelmente benigna embora horrível de enfrentar. O risco maior é não tratar", explica.
Ele disse que o problema está ligado à variação nos níveis de hormônios da gravidez, e que a condição tende a melhorar por volta de 13 semanas, quando os níveis caem.
"Não temos certeza sobre os motivos que fazem algumas mulheres terem o problema e outras não, mas é relativamente mais comum em mães que esperam gêmeos".
Acredita-se que o problema seja genético, o que significa que Kate deve apresentar os mesmos sintomas em futuras gestações.
Rosie Dodds, da Fundação Nacional de Partos, diz que evitar cheiros que podem desencadear enjoos, como fumaça e comidas gordurosas, pode ajudar.
"Há poucas provas, mas o uso de gengibre, vitamina B6 e 'acupressão' (mistura de acupuntura com pressão) foram eficientes para algumas mulheres, embora seja melhor checar com seu médico ou parteira primeiro. Comer comidas secas, como torradas, não deve fazer mal também", avalia.
"Desejamos muita sorte a William e Catherine com sua gravidez e esperamos que a duquesa se recupere logo", acrescenta.

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Kate apareceu em público pela última vez na sexta-feira passada, quando visitou a escola St. Andrew, em Berkshire, onde estudou na infância.
De acordo com o porta-voz, Kate foi internada por estar sofrendo de hiperêmese gravídica.
É bastante improvável que a complicação cause riscos ao bebê. No entanto, como ela provoca perda de peso, pode ser que o bebê nasça abaixo do peso ideal.
Um porta-voz disse o casal soube da gravidez "recentemente". Acredita-se que o fato de Kate ter sido internada apressou o anúncio oficial da gravidez.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Corrupção, economia e narcotráfico: veja os desafios do novo presidente do México

Corrupção em todas as camadas da sociedade, exposição à crise econômica mundial e níveis recordes de violência devido ao narcotráfico são alguns dos principais desafios para Enrique Peña Nieto, que tomou posse neste sábado como novo presidente do México.
O México enfrenta a maior onda de violência relativa ao tráfico de drogas em toda sua história. O governo de Felipe Calderón, que deixou o cargo, disse que foi preciso recorrer ao Exército para lidar com a escalada na criminalidade que começou em 2006.
No entanto, Calderón diz que o México ainda tem uma taxa de homicídios inferior a de outros países da região, como Brasil, Venezuela e Honduras.
Ainda assim, a brutalidade dos cartéis mexicanos vem chamando atenção internacional. Nos últimos meses, a imprensa local noticiou massacres, com dezenas de cadáveres mutilados, vítimas penduradas em pontes e cabeças degoladas deixadas em frente a prédios do governo.
Confira abaixo alguns dos principais desafios do novo governo mexicano que começa neste sábado.

REDES CRIMINOSAS

Narcotráfico
Rede do narcotráfico que promove violência está cada vez mais sofisticada
Alguns grupos de criminosos evoluíram e se tornaram redes sofisticadas. O caso mais notório é o do Los Zetas. Originalmente o grupo foi formado por ex-militares de México e Guatemala. Hoje ele domina o noroeste do país.
Outro grupo que se destaca é o cartel Sinaloa, liderado por Joaquín "Chapo" Guzmán, o traficante mais procurado do mundo.
O presidente mexicano terá que decidir se continua com a estratégia de usar ajuda militar no combate à violência, ou se buscará novas táticas.
A especialista em segurança Ana María Salazar acredita que negociar diretamente com cartéis não é uma alternativa viável.
"A força destas organizações torna isso impossível. 'Negociável' significa que a eventual ruptura de um acordo terá consequências. E isso significa que o governo terá que ser ainda mais violento contra os cartéis. A ideia de um pacto não agrada, e eu considero isso impossível", diz a especialista.
O novo presidente também terá que pressionar mais os Estados Unidos para reduzir a demanda por drogas e controlar melhor o tráfico de armas que tem o México como destino.
A luta contra o crime organizado é uma tarefa hercúlea, ainda mais devido à impunidade. Estima-se que 97% dos assassinatos relacionados ao narcotráfico seguem sem condenados.

ECONOMIA

Gerardo Esquivel, conselheiro do Banco Mundial e da OCDE, identifica três desafios fundamentais para a economia mexicana.
"O primeiro é reestabelecer o crescimento econômico de forma sustentável e em um patamar maior. Depois é preciso combater a pobreza, onde os resultados foram muito fracos nos últimos anos; e o terceiro é gerar maiores oportunidades de emprego, particularmente entre os mais jovens."
Sergio Martin, economista-chefe do banco HSBC do México, diz que a previsão de taxa de crescimento mexicano para 2012 – de 3% a 4% – é "saudável", especialmente se comparada à Europa e Estados Unidos.
Mas Esquivel acredita que esta taxa de crescimento oculta uma realidade econômica preocupante.
"Se considerarmos que a economia caiu fortemente em 2009, que nossa recuperação gerou muito pouco emprego formal e que muitos postos criados têm salários inferiores à média, a perspectiva é um pouco mais crítica", disse o economista à BBC.
Outro tema espinhoso é a possível privatização da Pemex, a estatal mexicana do petróleo. A medida pode gerar bilhões de dólares para o governo mexicano, mesmo no caso de uma privatização parcial.
No entanto, a Constituição mexicana obriga que a Pemex seja controlada pelo poder público. Uma potencial alteração na Constituição envolve um trabalho pesado no Congresso mexicano.

CORRUPÇÃO

Polícia mexicana
Mexicanos confiam cada vez menos na polícia e em outras instituições oficiais
O governo atual tentou introduzir medidas anticorrupção, inclusive com uma campanha de conscientização da população e com cortes em órgãos públicos.
No entanto, os debates durante as eleições presidenciais revelaram que o estigma da corrupção persiste no país.
Os quatro principais candidatos à Presidência estiveram envolvidos, em algum grau, em acusações de possíveis casos de corrupção – de escândalos do passado à ligações com pessoas de reputação duvidosa.
"No pacto fiscal existente no México, governadores e prefeitos não precisam dar explicações sobre o dinheiro que recebem [do governo central]", afirma Eric Magar, cientista político do Instituto Tecnológico Autônomo da Cidade do México (ITAM).
Magar acredita que, para enfrentar a corrupção, é preciso examinar o papel e a autonomia das autoridades locais e estaduais.
"Se supõe que os Estados devem justificar como se usa o dinheiro, mas há pouco que o Congresso pode fazer para verificar realmente o que vai para cada Estado. E isso dá margem para que se use os recursos como cada um quiser."
A guerra contra as drogas complicou ainda mais o tema, já que traficantes possuem dinheiro para comprar apoio de políticos. Cartéis de droga estão infiltrados na polícia e em órgãos de Justiça de diversos Estados. Muitos mexicanos têm pouca ou nenhuma confiança no sistema.

MONOPÓLIOS

Jovens manifestantes
Jovens manifestantes protestam contra monopólio na mídia mexicana
Os jovens mexicanos foram às ruas do país para se manifestar durante as eleições contra monopólios dominados pela elite no país, sobretudo na mídia.
A campanha #yosoy132 começou como protesto estudantil. Após ser vaiado por estudantes, Peña Nieto havia dito que eles eram agentes pagos pelos seus opositores – e não alunos de verdade. Um vídeo de repúdio ao político, assinado por 131 estudantes, se espalhou pela internet, ganhando apoiadores (o slogan significa "eu sou o 132º estudante").
O #yosoy132 cresceu bastante – gerando comparações até mesmo com o movimento dos indignados da Espanha. O principal foco dos protestos foi o PRI, partido que governou o México pela maior parte do século passado.
Mas Magar sugere que todos os partidos têm problemas na hora de enfrentar as famílias mais poderosas do país, como a de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo e dono de um império de comunicações no México.
"Para ir contra Slim, é necessário ter uma grande coalizão. Ele tem tanto poder e influência em tantas áreas, que seria necessária uma coalizão unida e muito forte, e ainda assim isso levaria décadas."
As redes Televisa e TV Azteca estão entre os alvos das críticas dos manifestantes.

'TECIDO SOCIAL'

A psicóloga social Andrómeda Valencia acredita que é preciso reconstruir o "tecido social" mexicano. Famílias em diversos Estados vivem sob o medo da violência do narcotráfico, o que tem um efeito traumático entre os mais jovens.
Seis anos de violência intensa destruíram muitas comunidades e provocaram um êxodo à Cidade do México. O governo instaurou algumas instituições de apoio às famílias das vítimas, mas muitos reclamam que esses recursos são inacessíveis ou burocráticos demais.

Crise faz prefeitura criar 'loteria' de emprego na Espanha

Na pequena cidade espanhola de Alameda, a duas horas de Sevilha, conseguir trabalho depende de sorte - literalmente.
Com um em cada três moradores sem emprego por causa da crise econômica que assola a Espanha, o prefeito da cidade, Juan Lorenzo Piñera, resolveu transformar a seleção para os trabalhos disponíveis na prefeitura em uma loteria.
Os trabalhos sorteados são para limpar prédios públicos, varrer ruas e trabalhar no setor de construção.
"A situação está muito difícil," diz Piñera, que conhece boa parte dos 5,6 mil habitantes da cidade.
Alameda é um labirinto de ruas estreitas repletas de laranjeiras e casinhas brancas. Mas a crise mudou totalmente a rotina dessa pitoresca cidade cercada de plantações de oliveira até onde a vista alcança.
"Todos os homens que trabalhavam na construção civil perderam seus empregos e agora muitos deles já não qualificam para receber ajuda do governo", conta Piñera. "Muitas famílias foram expulsas de suas casas. Outras vêm à prefeitura para pedir comida."
Todos os meses, oito mulheres são selecionadas para limpar os prédios da prefeitura. Elas trabalham quatro horas por dia e recebem 650 euros por mês (R$ 1.780).
Homem participa de colheita em oliveiras
Homens assumem funções femininas, como a colheita
Mais de 600 mulheres se inscreveram no sorteio para conseguir esse trabalho e todos os meses se espremem em uma sala na prefeitura para assistir o prefeito sortear o nome das selecionadas.
A dona de casa Montse Solsona, uma das "vencedoras" da loteria deste mês, varre e esfrega os pisos das salas de aula de uma escola local. Solsona costumava trabalhar na colheita da azeitona, mas diz que, como os homens da cidade passaram a fazer esse trabalho, está desempregada há dois anos.
"Esse trabalho na limpeza já é uma ajuda incrível", diz ela. "Só queria não fosse temporário. No final do mês volto aos trabalhos domésticos. A nossa situação está difícil porque meu marido está desempregado e a ajuda que recebíamos do governo foi cortada."
O marido de Maria José Bastida costumava ter um trabalho bem remunerado na construção civil, por isso ela nunca havia precisado trabalhar.
Mas como seu marido está desempregado há cinco anos, Bastida ficou muito feliz quando seu nome foi sorteado na loteria. "Recebemos 426 euros (R$ 1.160) em benefícios e é o meu salário como faxineira que paga a hipoteca", diz.

'Algo para se acreditar'

Jose Antonio trabalha como varredor
O espanhol Jose Antonio foi sorteado para trabalhar como varredor de rua
Os homens não podem se inscrever na loteria da limpeza - mas sim para serviços de pedreiro. Todos os meses 750 moradores têm se candidatado para esse trabalho, mas há alguns meses o sorteio foi suspenso porque não há dinheiro para financiar as obras públicas.
Os homens agora estão trabalhando na colheita das oliveiras, uma ocupação tradicionalmente exercida pelas mulheres.
A loteria da varrição das ruas acontece a cada três meses. Na lista de candidatos estão os nomes de cerca de 200 homens e mulheres. Jose Antonio foi uma das três pessoas selecionadas no sorteio mais recente.
Ele empurra um carrinho por uma praça pequena perto da prefeitura da cidade, varrendo folhas e detritos. Apesar de ser um eletricista competente, está desempregado há cinco anos.
Em placas penduradas em palmeiras nessa praça é possível ler: "devemos salvar as pessoas, não os bancos" e "temos vergonha de vocês políticos, não aplaudimos seus cortes".
O governo central adotou uma série de medidas de austeridade e os recursos que costumavam vir de Madri e da União Europeia estão minguando. Por isso, segundo o prefeito, a "loteria" da cidade é tão importante.
"As pessoas daqui sabem que não terão emprego por um tempo", afirmou. " A economia está morta. Eles não enxergam um futuro. A loteria ao menos dá a eles alguma coisa para acreditar em cada mês".

Quarta grande guerra ninja


Isso é uma guerra bem no começo

brasil urgente


Um acidente!

polemica

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dilma veta alteração em contratos atuais de royalties

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira um veto parcial ao projeto de lei do Congresso que trata da distribuição dos royalties do petróleo e apresentou uma Medida Provisória (MP) que obriga Estados, União e municípios a investir 100% dessas receitas em educação.
Dilma vetou integralmente o artigo do projeto que buscava alterar a divisão dos royalties em contratos de exploração vigentes. O artigo reduzia a parcela de royalties, espécie de compensação financeira paga pelos exploradores, repassada a Estados produtores – principalmente Rio de Janeiro e Espírito Santo – e ampliava a de não-produtores.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto por quatro ministros: Gleisi Hoffman (Casa Civil), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Aloizio Mercadante (Educação) e Edison Lobão (Minas e Energia). Segundo os ministros, o veto busca evitar a quebra dos contratos vigentes, o que, segundo eles, representaria uma violação constitucional.
Com o veto presidencial, feito no último dia do prazo, só haverá mudanças na divisão dos royalties para poços a serem explorados. Segundo o texto aprovado pelo Congresso, em futuros contratos para a exploração petrolífera no mar, os Estados produtores – que pelas regras atuais recebem 26,25% dos royalties – passarão a ganhar 20%.
Os municípios produtores, que também recebem 26,25% pelas leis vigentes, terão o percentual progressivamente reduzido até 3%, em 2017. A participação da União também encolherá: de 30% para 20%.

Educação

Já os Estados não produtores ampliarão progressivamente sua participação, de 1,75% até 27%, em 2019, e os municípios não produtores passarão, no mesmo período, de 7% a 27%.
Estima-se que, com o avanço da exploração na camada pré-sal, os royalties ultrapassem R$ 50 bilhões em 2020.
Ainda que tenha mantido os percentuais definidos pelo Congresso, Dilma editará uma Medida Provisória (MP) determinando qual será o destino das receitas. Segundo o ministro Aloizio Mercadante, 100% dos royalties arrecadados por Estados, municípios e pela União deverão ser investidos em educação.
A MP, que deverá ser publicada na segunda-feira, também estabelecerá que a educação deverá ser o destino de 50% dos rendimentos do fundo social do pré-sal, a ser formado principalmente pela venda do petróleo pertencente à União.
Os gastos com educação, segundo Mercadante, deverão se somar aos investimentos mínimos exigidos pela Constituição. Ele afirmou que, dessa maneira, os royalties ajudarão a financiar o Plano Nacional de Educação, que tramita no Congresso e prevê ampliar os investimentos na área.
A próxima rodada de licitações pela nova regra está marcada para maio.
O Congresso pode, no entanto, derrubar o veto da presidente ou se recusar a aprovar a MP. Eventuais derrotas do governo postergariam ainda mais a disputa em torno dos royalties, que se arrasta desde 2010 e impede novas rodadas de licitação.

Premiê de Israel é cobrado por 'bofetão diplomático' na ONU

Enquanto nos territórios palestinos a população comemora o novo status de "Estado observador não-membro" nas Nações Unidas, em Israel o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu vem sendo responsabilizado pelo que os críticos consideram uma grave derrota diplomática.
Nesta quinta-feira, a Assembleia Geral da ONU aprovou por 138 votos a favor, 9 contra e 41 abstenções a nova condição para os palestinos, que os equipara à condição do Estado do Vaticano.
O respaldo ao pedido palestino por reconhecimento como Estado superou até os cálculos mais otimistas da Autoridade Nacional Palestina e de seu presidente, Mahmoud Abbas.
Mas o que para Abbas foi um grande triunfo diplomático, para Netanyahu é um revés que muitos em Israel já estão lhe cobrando.

'Bofetão'

A deputada Shelly Yacimovich, presidente do Partido Trabalhista, de oposição, afirmou que o resultado da votação na ONU é consequência da política externa de Netanyahu e do aprofundamento da paralisação do processo de paz com os palestinos.
Em declarações à imprensa local, Yacimovich afirmou que Netanyahy e o chanceler Avigdor Lieberman "envergonharam o país internacionalmente" e presentearam os palestinos com uma vitória histórica.
Zahava Gal On, presidente do partido pacifista Meretz, afirmou que a comunidade internacional "deu um bofetão na cara de Netanyahu", mas assegurou que o reconhecimento palestino poderia ajudar Israel a se envolver de novo no processo de paz.
A se julgar pelas declarações dos principais porta-vozes israelenses, porém, é pouco provável que o novo status palestino possa ter esse efeito.
Lieberman afirmou que o discurso de Abbas na ONU pedindo "um certificado de nascimento para a Palestina" demonstra que ele não está interessado na paz.

'Luz de advertência'

Netanyahu
Netanyahu disse que não permitirá Estado palestino sem garantias de segurança aos israelenses
Em sua edição desta sexta-feira, o diário israelense Haaretz afirma que Israel sofreu uma derrota "humilhante" na ONU e diz que o resultado foi uma "luz de advertência" ao país. Segundo o diário, países "amigos" enviaram com seus votos a mensagem de que a paciência com a ocupação dos territórios palestinos está acabando.
Em um artigo no jornal, o especialista em assuntos diplomáticos Avi Issacharoff afirma que "Abbas nunca admitirá, mas deve um enorme agradecimento ao governo israelense e em particular ao chanceler Avigdor Lieberman".
"Até alguns poucos dias atrás, parecia que Abbas poderia evaporar da consciência palestina e internacional em consequência dos avanços do Hamas durante a operação Pilar de Defesa", escreveu Issacharoff, fazendo referência à recente ofensiva militar israelense contra Gaza para neutralizar os ataques com foguetes lançados por grupos palestinos.
O analista destaca que, agora, Abbas recuperou sua posição de liderança, ao menos entre os círculos políticos do mundo árabe, e conseguiu um consenso raro entre os palestinos, divididos entre os seguidores do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e do Fatah, de Abbas, que controla a Cisjordânia.

'Ocupação racista'

Em seu discurso diante da Assembleia Geral, antes da votação, Abbas fez declarações duras contra Israel, acusando o país de promover "uma ocupação colonial racista" equiparável ao apartheid, o sistema de discriminação racial vigente na África do Sul até os anos 1990.
"O mundo pôde ver um discurso difamatório e venenoso, cheio de propaganda mentirosa contra o Exército israelense e os cidadãos israelenses", afirmou Netanyahu, em um comunicado divulgado após a intervenção de Abbas.
"Alguém que deseja a paz não fala dessa maneira", diz o comunicado. "Não se criará um Estado palestino que não garanta a segurança dos cidadãos israelenses", afirmou.
"O caminho da paz entre Jerusalém e Ramallah passa por negociações diretas sem condições prévias e não por decisões unilaterais na ONU", acrescentou.
Em declarações à BBC, o porta-voz do governo israelense Mark Regev afirmou nesta sexta-feira que a concessão de status de Estado aos palestinos é "um teatro político negativo" e "prejudicará a paz".
"Isso é um teatro político negativo, que vai nos tirar do processo de negociação. Vai prejudicar a paz", disse Regev.

ONU 'hostil'

Assembleia Geral da ONU
Os governos israelenses costumam acusar a ONU de 'hostilidade' contra o país
Apesar de Israel ter nascido a partir da resolução da ONU pela partilha da Palestina, aprovada exatos 65 anos antes, em 29 de novembro de 1947, seus governos costumam acusar a organização de "hostilidade" contra o país e de pretender impor uma solução multilateral ao problema com os palestinos.
"Temo que a Autoridade Palestina possa usar a ONU como um clube político contra Israel", afirmou o senador republicano americano Lindsey Graham.
O republicano e outros congressistas americanos apresentaram um projeto de lei ao Congresso que retiraria os fundos que os Estados Unidos destinam à ONU se os palestinos não entrarem em "conversações significativas" para solucionar suas questões bilateralmente.
Apesar de a Casa Branca ter deixado claro que não considerava boa a ideia de mudança do status palestino na ONU, a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, pediu que os dois lados comecem a falar de paz "e parem de se provocar em Nova York (cidade sede da ONU) ou em qualquer outra parte".

Distúrbios do sono incluem sexo e envio de mensagens de texto pelo celular

Cada vez mais pessoas têm procurado ajuda médica devido a distúrbios do sono, mas algumas apresentam comportamentos mais exóticos. Só na Grã-Bretanha, mais de 30% da população sofre de insônia ou outros problemas, e alguns chegam a mandar mensagens de texto, comer e até manter relações sexuais enquanto dormem.
De acordo com a Fundação de Saúde Mental britânica esses distúrbios que impedem as pessoas de terem uma noite de sono saudável podem ter conseqüências mentais e físicas muito sérias.
Clínicas do país dizem receber mais de 50 pacientes por semana – um número cinco vezes maior do que o registrado dez anos atrás. O que chama a atenção dos médicos e especialistas, no entanto, não é só o aumento da incidência desses distúrbios, mas também a ocorrência de padrões de sono muito irregulares e comportamentos cada vez mais estranhos.
Veja alguns deles:

Envio de mensagens de texto

Problemas no sono podem prejudicar o humor, a concentração e relacionamentos
Cada vez mais pessoas estão enviando mensagens de texto a partir de seus celulares enquanto dormem, diz Kirstie Anderson, que gerencia o Departamento Neurológico do Sono do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla em inglês).
"É muito comum que as pessoas façam durante o sono coisas que fazem repetidamente durante o dia", explica a médica.
São atividades consideradas pelos especialistas como comportamentos indesejáveis que ocorrem durante o sono e podem ir desde um leve abrir de olhos intencional até sair da cama e dirigir um carro.
No caso das mensagens de texto, a maioria não faz muito sentindo, diz a médica, acrescentando que a medicina ainda tem pouco conhecimento sobre a lógica que leva as pessoas a agirem dessa forma.
Segundo o especialista Chris Idzikowski, diretor da Clínica do Sono de Edinburgh, problemas como esse raramente se manifestam nas condições controladas em uma clínica do sono, mas as pesquisas têm avançado com equipamentos de medição que permitem monitoramento em casa.

Comer

Embalagens de alimentos vazias e uma cozinha bagunçada são cenários típicos para alguns sonâmbulos após acordarem.
Pequenos lanches feitos pelas pessoas enquanto dormem em geral não são considerados um grande problema, mas casos extremos são categorizados como Síndrome Alimentar Noturna.
Pessoas que sofrem do mal podem sair da cama e ir até a cozinha diversas vezes sem lembrarem de nada ao acordar. Alguns acabam por aumentar de peso e outros chegam a correr o risco de se engasgarem com a comida enquanto dormem.
E na maioria das vezes, diz Anderson, o distúrbio pode ser estimulado por um comportamento simples realizados horas antes.
"Os sonâmbulos geralmente fazem coisas simples que acabam fazendo sentido, como comer devido a ter ido para a cama com fome ou ter feito dieta durante o dia", explica.
Em casos mais complicados, as pessoas podem chegar a cozinhar uma refeição, entrando em um estado de semi-consciência, embora não se recordem de nada no dia seguinte, como um tipo de amnésia, diz Jim Horne, do Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Loughborough.

Sexo

Distúrbio do sono pode levar pessoas a fazer sexo enquanto dormem
"Sexsomnia" é o termo em inglês que descreve a condição de pessoas que fazem sexo dormindo - problema que tem chamado a atenção do público nos últimos anos.
Até agora há poucas pesquisas médicas sobre o fenômeno, porém cada vez mais casos são descritos.
Eles podem se tornar mais frequentes em pessoas que sofrem de estresse ou consumiram álcool ou drogas. Variam de algumas carícias ao ato sexual completo - em alguns casos com consequências sérias.
Idzikowski produz laudos em julgamentos que envolvem estupros e abuso sexual. Ele diz que essas desordens do sono são mais comum no estágio de "sono pesado" na qual a parte do cérebro responsável pela consciência e o raciocínio está desligada. Nessa fase, porém, a parte responsável pelas necessidades básicas, como o sexo, continuam funcionando.
"É comportamento instintivo, as pessoas não estão conscientes na hora", diz. "Quando você está em sono profundo o processo de decisão moral e racional não ocorre. Fico surpreso com os tipos de problemas de sono que as pessoas têm e frequentemente não fazem nada para obter ajuda".

Parar de respirar

A parada na respiração em pessoas que estão dormindo é uma desordem chamada apneia. Apesar de não ser um problema novo, um número crescente de pessoas vem procurando as clínicas em busca de tratamento. Especialistas dizem acreditar que tais estatísticas devem crescer ainda mais, na medida em que a obesidade é um dos fatores que contribuem para o problema.
Geralmente acompanhada do ronco, a apneia ocorre quando os músculos da garganta colapsam e bloqueiam as vias respiratórias.
Após testes recentes realizados como parte de um programa da BBC sobre o tema, Paul Asbury, de King's Lynn, descobriu que parava de respirar por 26 segundos durante o sono.
"Eu fiquei muito assustado quando soube", disse. "Fiquei em pânico em pensar que eu regularmente parava de respirar por todo esse tempo. Eu pensava que tinha apenas o problema de roncar, mas isso é muito mais sério".
Essas pausas na respiração acordavam também um paciente de 47 anos, que não terá o nome revelado, mais de 50 vezes por hora em uma noite. Em casos extremos, esse número pode chegar a 80, segundo Idzikowski.
"O paciente frequentemente não se lembra de ter acordado. Isso acontece porque, nesse estado, o cérebro não fica totalmente conectado com o corpo. Assim, a pessoa esá acordada, mas não sabe disso. Leva mais ou menos um minuto para o cérebro se reconectar com o corpo, causando a sensação do despertar.
"O resultado é que os doentes ficam muito pouco tempo em sono profundo, que é a fase restauradora do ciclo do sono. De manhã eles se sentem incrivelmente cansados", afirma Idzikowski.
Isso pode ter consequências sérias se a passoa exerce atividades como operação de maquinário. O problema de Asbury está sendo tratado com o uso de uma máscara especial, que tem funcionado até agora.

Síndrome da cabeça explodindo

Você está quase caindo no sono e repentinamente é como se uma bomba tivesse explodido dentro de sua cabeça. A sensação de ouvir um som súbito, incrivelmente alto e vindo da própria cabeça é chamado de síndrome da cabeça explodindo.
Esse é um outro distúrbio do sono. Pacientes têm descrito o som alto como a explosão de uma bomba, um trovão ou um tiro. O fenômeno não causa dor, mas deixa as pessoas angustiadas. Há relatos de pessoas que correm para a janela para procurar a fonte da explosão.
Alguns especialistas dizem que o fenômeno é muito raro, mas Anderson diz que casos foram relatados nos últimos anos.
"As pessoas ouvem uma explosão quando estão caindo no sono e depois percebem que ela não pode ser externa porque ninguém mais ouviu", disse.
"É inteiramente benigno, embora pareça alarmante. Às vezes medicação é administrada se o paciente se incomoda muito".
Frequentemente, não há padrão nos episódios, mas eles podem se estender por anos e prejudicar a qualidade de vida.

América Latina tem ano de 'perdedores' e 'vencedores' na economia

Após um período de crescimento acelerado, a América Latina fechará o ano dividida. Em média, as economias da região devem crescer 3,2% em 2012 segundo o FMI, menos que os 4,5% de 2011, mas uma expansão ainda "sólida" na visão do fundo. Tal média, porém, oculta situações bastante díspares, como uma recessão no Paraguai (de -1,5%) e um crescimento "chinês" no Panamá (de 8,5%).
"Ela esconde o fato de que esse foi um ano em que há duas histórias para serem contadas sobre a América Latina: uma, dos países que cresceram acima ou em linha com seu potencial, outra dos que cresceram abaixo", acredita Luis Oganes, especialista em América Latina do banco JP Morgan.
No primeiro grupo estão as economias que continuaram crescendo rapidamente (ainda que tenham desacelerado um pouco) como Peru, Chile, Colômbia, México e Bolívia - além do Panamá.
No outro, principalmente os países do Mercosul - além do Paraguai, o Brasil, a Argentina e o Uruguai - em que a freada foi mais drástica. "O Brasil, acabou puxando a média regional para baixo por representar 45% do PIB nominal da região”, diz Oganes.
Para o FMI, foi um ano de "perspectivas e desafios diferentes" em cada um dos países da região.
Mas o que explica essa diferença?
A BBC Brasil entrevistou analistas e economistas para entender o que impulsionou as economias-estrela da região em 2012 e o que levou o Cone Sul – em especial o Brasil – a ficar para trás dos vizinhos.

Pânico

Para Ignacio Munyo, do Centro de Estudos da Realidade Econômica e Social, no Uruguai, parte da explicação está ligada ao "pânico" que tomou os mercados globais no segundo semestre de 2011, com o agravamento da crise europeia.
Em um estudo para a Brookings Institution, Munyo e alguns colegas defendem que três aspectos definiram a capacidade dos países ganharem ou perderem em termos econômicos no cenário criado pela crise.
Primeiro, exportadores de commodities acabaram se saindo melhor por causa da valorização desses produtos. Segundo, aqueles que dependiam menos de "economias avançadas" (EUA e Europa) - seja em termos comerciais, seja por não serem destino de remessas de imigrantes - também teriam prosperado mais.

"Esse foi um ano em que há duas histórias para serem contadas sobre a América Latina: uma, dos países que cresceram acima ou em linha com seu potencial, outra dos que cresceram abaixo"
Luis Oganes, JP Morgan
Finalmente, países mais inseridos nos fluxos financeiros globais teriam recebido mais investimentos quando oportunidades de negócios nas economias tradicionais minguaram.
"Com o pânico que tomou conta dos mercados a partir de meados de 2011, porém, os investidores fugiram até dos emergentes, procurando ativos seguros como títulos dos EUA e ouro. Isso mudou um pouco as regras do jogo e fez com que políticas específicas adotadas em cada país para estimular os investimentos passassem a fazer uma grande diferença", defende.
A pressão teria sido particularmente intensa em países que estavam crescendo muito, como o Brasil e a Argentina. "Na Argentina, uma crise de confiança doméstica ganhou força, exacerbada pelas medidas heterodoxas adotadas pelo governo", diz Munyo, referindo-se ao polêmico sistema de controle de câmbio aprovado por Buenos Aires.
No Brasil, esse "pânico" dos mercados teria criado dificuldades adicionais em um momento em que o país via esgotar sua capacidade instalada e precisava lidar com problemas ligados a gargalos de infraestrutura.
Oganes acrescenta que justo nesse momento o Brasil também estava implementando medidas recessivas para conter a inflação. O resultado foi uma freada brusca, que teria tido impacto em países do Mercosul.

Sucessos

A alta das commodities continuaria explicando parcialmente muitos dos "sucessos" da região, segundo os analistas.
O Peru, por exemplo, deve crescer 6% este ano (FMI), beneficiando-se dos preços historicamente altos dos minérios, embora sua expansão também seja atribuída a fatores como o fortalecimento de seu mercado interno e seus alto níveis de investimentos privados.

Usina na Venezuela (Foto AP)
Usina na Venezuela: commodities ainda ajudam a explicar bom desempenho da região
A recuperação do petróleo venezuelano teria ajudado a Venezuela a crescer 5,7% este ano ao aliviar os cofres do governo local. "Foi um crescimento impulsionado pelos gastos públicos em um ano de eleição", diz Neil Shearing, da consultoria Capital Economics.
É claro que há muita divergência nas análises sobre as causas dos sucessos e fracassos latino-americanos.
Sem ignorar os fatores externos, o economista chileno Andrés Solimano, presidente do Centro Internacional para Globalização e Desenvolvimento, por exemplo, enfatiza a importância das políticas adotadas em cada país para estimular investimentos, ampliar mercados consumidores e dar competitividade à indústria local (criação de infraestrutura, melhorias no sistema tributário, etc).
Em um estudo divulgado neste mês, o Banco Mundial aponta um crescimento de 50% na classe média da região e atribui o avanço - que resulta em mercados internos mais sólidos - também a políticas de redução da pobreza.
Para Solimano, porém, mesmo os países que continuam a crescer aceleradamente estão longe de ter feito todas as reformas que lhes garantiriam estabilidade no longo prazo: "Os índices de expansão do PIB podem ser diferentes, mas ainda há desafios comuns. Faltam mais investimentos em educação, medidas para reduzir a desigualdade de renda e para ampliar a sofisticação das estruturas produtivas da região."
Abaixo, entenda caso a caso, por que, na visão dos analistas, alguns países continuam crescendo rapidamente, enquanto outros pisaram no freio:

Panamá

Canal do Panamá (Foto AP)
Canal do Panamá: investimentos de US$5,2 bilhões

Em 2012 o Panamá deve crescer 8,5% (FMI), depois de ter crescido 10,6% em 2011 e 7,6% em 2010. Além disso, desde 2006, a pobreza no país caiu de 38% para 26%.
Segundo Oganes, esse crescimento é impulsionado por um boom no setor de construção e o efeito multiplicativo dos investimentos massivos feitos na expansão do movimentado canal que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico.
O país assumiu a responsabilidade pelo canal (que antes era dos EUA) em 2000 e passou a reinvestir os recursos obtidos com sua administração internamente. Só a expansão do canal está custando US$ 5,2 bilhões.
Além disso, o governo está investindo em outras obras de infraestrutura - como linhas de metrô ou serviços de comunicação e energia.
Para completar, por ser um paraíso fiscal e ter uma economia dolarizada o Panamá tem atraído um grande fluxo de recursos, consolidando-se como um importante centro financeiro da região.

Peru

Mina peruana (Foto Wikicommons/Ottocarotto)
Minérios representam 63% das exportações peruanas

A previsão do FMI é que o Peru cresça 6% este ano, liderando o ranking das maiores expansões sul-americanas. Desde 2005, o país só não cresceu mais de 6% em 2009.
Entre os fatores que têm favorecido a economia peruana estão os preços historicamente altos dos minérios, que representam 63% do total exportado pelo país.
Também ajuda o fato que, dentro dessa categoria, a pauta de produção peruana é variada, incluindo ouro, cobre, zinco e prata. Frequentemente, uma alta do ouro compensa uma baixa do cobre, como explica Oganes.
O país tem níveis de investimentos altos se comparados com os vizinhos. Lá a taxa é de 25% do PIB, contra 18% do Brasil, por exemplo. E no Peru, 80% dos investimentos são privados.
Vários acordos de livre comércio assinados nos últimos anos também ajudariam a atrair investimentos de fora.
Para completar, um crescimento vigoroso da classe média peruana teria impulsionado seu mercado interno. Há planos para dobrar o numero de shopping centers no país em dois anos, por exemplo.

México

Maquiladora mexicana (Foto Wikicommons - Guldhammer)
Maquiladora mexicana: produtos do país estão ganhando uma fatia maior do mercado dos EUA
O México teria crescido 3,8% neste ano segundo o FMI. Seu crescimento seria mais baixo que o da maior parte dos países andinos, mas como o país tem uma economia maior e mais diversificada, acabou substituindo o Brasil como a menina dos olhos dos investidores estrangeiros.
A taxa de câmbio é uma das mais atrativas para os investidores e o mercado interno tem crescido de forma vigorosa, segundo analistas.
Além disso, o país não só está se beneficiando da recuperação da economia americana para manter o nível de suas exportações, mas também tem conseguido ampliar sua fatia de mercado nos EUA.
Para Oganes, em parte isso ocorre em função dos aumentos dos salários na China, que têm reduzido o diferencial entre a mão de obra chinesa e a mexicana.
O resultado é que não só as exportações mexicanas se tornaram mais atrativas, mas o México passou a atrair investimentos para o setor manufaturado que iriam para a China.

Paraguai

Soja (Foto Reuters)
Quebra da safra de soja castigou o Paraguai

Com uma retração de 1,5% no PIB, o Paraguai teria o pior desempenho em 2012 entre os latino-americanos segundo o FMI.
Para se ter uma ideia do tombo que esse índice representará se confirmado, basta lembrar que em 2010 o Paraguai foi o país que mais cresceu na região, tendo uma expansão de mais de 15%.
A retração ocorre em um momento em que o Paraguai está politicamente isolado do Mercosul e da Unasul, mas é atribuída a duas outras causas por analistas.
Primeiro, a seca do fim de 2011 e início de 2012, que fez a produção e exportação de soja do país cair pela metade.
Segundo, a suspensão das exportações de carne paraguaias para vários países, após a detecção de febre aftosa no gado local.
Tentando reverter a recessão, o Banco Central paraguaio já anunciou uma expansão dos gastos em infraestrutura. Ele também prevê uma “supersafra” de soja para 2013.
O FMI espera que o Paraguai se expanda 11% neste ano.

Brasil

Estádio de Manaus (Foto Rio)
Construção do estádio de Manaus para Copa: desafio de retomar o crescimento

Já em 2011 o Brasil deu sinais de que poderia deixar de ser a estrela dos investidores ao passar de um crescimento de 7,5% para 2,5%. Em 2012, voltaria a decepcionar, segundo o FMI, com estimados 1,5%.
Munyo ressalta que a indústria brasileira parece ter chegado ao limite de sua capacidade instalada e há um importante déficit de infraestrutura a ser suprido.
Os baixos índices de investimento na indústria são apontados como uma das causas da desaceleração.
"O problema foi que o consumo interno continuou a crescer mas a produção foi freada", opina Neil Shearing.
"Até recentemente, a política de juros altos parece ter sido um grande freio para investimentos e a economia nos últimos anos", diz Solimano.
Para 2014, tanto o FMI quanto o JP Morgan esperam uma recuperação do país, com um crescimento de 4% (que faria o Brasil ultrapassar o México).
Os pacotes de estímulos, as obras da Copa e Olimpíadas e a queda dos juros contribuíriam para a retomada.

Argentina

Cristina Kirchner (Foto AFP)
Presidente Argentina Cristina Kirchner: políticas polêmicas de controle de câmbio

A Argentina havia crescido 8,9% no ano passado, mas este ano ficaria com uma média de 2,6% segundo o FMI.
De acordo com Shearing, entre os motivos da desaceleração estariam as estritas medidas de controle de capitais e câmbio adotadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner.
Agora, toda aquisição de divisas feita no país precisa da aprovação do Fisco – o que dificulta as importações e até as viagens internacionais dos argentinos.
"Ao contrário do que ocorre com o Brasil, na Argentina há sérias dúvidas sobre se haverá uma retomada do crescimento pela crise de confiança interna que se produziu como consequência das medidas adotadas pelo governo”, opina Munyo.