Morreu na manhã de hoje (12) em Porto Alegre, aos 63 anos, a
intelectual e ativista do movimento negro Luiza Helena Bairros,
ex-ministra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial,
cargo que ocupou entre 2011 e 2014. Ela foi vítima de um câncer no
pulmão, contra o qual lutava havia três meses.
De acordo com informações da família, o corpo da ex-ministra será velado até amanhã (13), quando deve ser sepultado.
Uma
das principais personalidades brasileiras da luta contra o racismo,
Luiza passou os últimos anos em viagens pelo país realizando palestras e
trabalhando intensamente na articulação do movimento negro, atividade
que desempenhava há mais de 40 anos.
Durante sua passagem pelo
governo federal, foi responsável por criar o Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), cujo objetivo é implementar
políticas públicas voltadas a proporcionar à população negra igualdade
de oportunidades e instâncias de combate à discriminação e à
intolerância.
A principal forma de atuação do Sinapir, conforme
defendia Luiza Bairros, é por meio da articulação com municípios e
governo estaduais, através da criação de órgão regionais para a promoção
da igualdade racial.
“Luiza foi uma incansável militante da
causa negra e da democracia brasileira. Sua obra permanece viva e
continua sendo um símbolo da luta contra o preconceito e em favor das
melhores causas da vida política nacional”, escreveu a presidenta
afastada Dilma Rousseff em nota na qual lamentou a morte da ex-ministra.
Natural
de Porto alegre, Luiza Bairros formou-se em administração pública pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e era doutora em sociologia
pela Univesidade de Michigan (EUA). Entre 2001 e 2005, trabalhou em
programas da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o racismo.
Com residência em Salvador, Luiza Bairros foi também um dos principais nomes do Movimento Negro Unificado (MNU).
“Perdi
uma mãe, uma amiga, uma companheira, uma referência para toda vida, a
mais ousada e primorosa combinação de inteligência, disciplina,
generosidade e coerência que o movimento negro produziu nos últimos 40
anos”, escreveu o assessor pessoal da ex-ministra, o advogado Felipe
Freitas, em sua conta no Facebook.
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