Policiais federais (PF) e integrantes do Ministério Público Federal
(MPF) cumprem nesta terça-feira(23) seis mandados de prisão e 18 de
busca e apreensão contra suspeitos de fraudes em obras no Rio de
Janeiro. A Justiça decretou a prisão preventiva do ex-secretário
municipal de Obras Alexandre Pinto, do ex-subsecretário Vagner de Castro
Pereira e do doleiro Juan Luis Bertran Bitllonch.
Os outros três mandados de prisão são temporários. Os agentes também cumprem seis intimações para depoimento na delegacia.
A
Operação Mãos à Obra é um desdobramento da Rio 40 Graus, que revelou
esquema de propina na Secretaria Municipal de Obras em outubro do ano
passado.
A Mãos à Obra identificou a cobrança
de propina em seis obras municipais: na restauração da linha Vermelha;
no programa Asfalto Liso; entorno do Maracanã; BRT Transoeste; BRT na
Transcarioca; e BRT Transbrasil.
Segundo o MPF,
parte dos recursos obtidos por Alexandre Pinto foi remetida ao exterior
por meio de empresas offshore operadas por terceiros e com recursos à
disposição do ex-secretário. Juan Bertran teria sido o responsável por
realizar as operações de dólar que abasteceram a conta da Centovali,
offshore que concentrava os recursos de Alexandre.
Vagner
de Castro Pereira também teve importante papel no esquema, de acordo
com o MPF. Os pagamentos do Consórcio Dynatest-TCDI, responsável pelas
atividades de monitoramento dos contratos de obras e serviços
relacionados à implantação do Transbrasil, corredor exclusivo de BRT que
liga o centro da cidade do Rio de Janeiro ao bairro de Deodoro, eram
feitos diretamente ao subsecretário.
“As
investigações revelaram que o consórcio foi formado por indicação de
Alexandre Pinto, que solicitou a inclusão da TCDI, de propriedade de
Wanderley Tavares da Silva, que por sua vez auxiliava na liberação de
recursos do Ministério das Cidades para o município do Rio de Janeiro.
Com isso, a Dynatest tinha participação de 80% no contrato e a TCDI de
20%”, diz nota do MPF.
Ainda de acordo com o
Ministério Público, o esquema contava com a participação dos fiscais que
supervisionavam, que cobravam cerca de 3% do valor total. Com isso,
estima-se que apenas na prestação de serviço de monitoramento das obras
do Transbrasil tenham sido pagos R$ 1,8 milhão, sendo R$ 1 milhão
recebidos por Vagner de Castro em nome de Alexandre Pinto e R$ 392,5 mil
pelos fiscais.
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