A coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeou nesta
segunda-feira um hospital em uma província sob controle rebelde no norte
do Iêmen, deixando ao menos 11 mortos e 20 feridos, 48 horas após
ataques aéreos que mataram 10 crianças iemenitas.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que possui uma equipe nesse
centro de atendimento, confirmou no Twitter "que o hospital Abs (na
província de Hajja) foi atingido por bombardeios aéreos hoje às 15h45
locais (09h45 de Brasília)".
Pouco depois, a organização informou que "a explosão matou na hora
nove pessoas, incluindo um funcionário da MSF, e dois outros pacientes
morreram quando eram transferidos" para um outro hospital.
Outras dezenove pessoas ficaram feridas e a explosão destruiu parcialmente o edifício.
A ONG criticou a morte de "um eletricista da MSF", informou por
telefone à AFP, de Barcelona, Teresa Sancristóval, encarregada da ONG
para operações urgentes no Iêmen. "Os outros mortos eram pacientes",
confirmou.
"Entre os feridos estão um médico e um enfermeiro da MSF, os dois com gravidade", acrescentou.
"Os demais são pacientes (...) Os mais graves foram levados para outro hospital situado a duas horas" do local, destacou.
A organização humanitária, cuja equipe trabalha desde 2015 no
hospital público de Abs, indicou que todos os pacientes e pessoal médico
foram evacuados.
A MSF lembrou que os responsáveis pelos bombardeios conheciam
perfeitamente a localização do hospital e que se trata do "quarto
ataque" contra uma instalação da MSF "em menos de 12 meses", criticou
Sancristóval.
Moradores de Abs confirmaram os bombardeios ao hospital, indicando
que a coalizão visou nos últimos dias posições rebeldes na cidade.
Em comunicado, a organização pediu aos beligerantes, "em particular à
coalizão comandada pela Arábia Saudita" que se comprometam a pôr um fim
a este tipo de ataque.
Os Estados Unidos condenaram os ataques, mas não responsabilizaram
diretamente a coalizão árabe liderada pelos sauditas e apoiada por
Washington.
"Estamos profundamente preocupados com as informações sobre um ataque
contra um hospital no norte do Iêmen. Os ataques contra instalações
humanitárias, principalmente hospitais, são particularmente
preocupantes", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Elizabeth
Trudeau.
Sem apontar diretamente os culpados, a porta-voz pediu a "todas as partes em conflito que parem imediatamente as hostilidades".
Estes bombardeios acontecem menos de 48 horas depois que a MSF acusou
a coalizão de matar 10 crianças ao bombardear uma escola corânica em
Saada, outra província rebelde do norte iemenita.
A coalizão negou ter atacado a escola e disse que se tratava de um
campo de treinamento de rebeldes, onde havia soldados menores de idade.
Ainda assim, afirmou que investigará o incidente.
A coalizão árabe iniciou sua campanha contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã e seus aliados em 26 de março de 2015.
Investigação
A Anistia Internacional condenou os ataques contra o hospital "que
causaram vítimas entre os civis e pessoal médico". "Atacar
intencionalmente instalações médicas é uma grave violação do direito
humanitário e pode constituir um crime de guerra", destacou a
organização, que pediu uma investigação.
"Os bombardeios de infraestruturas humanitárias, sobretudo hospitais,
são particularmente inquietantes", comentou a porta-voz do Departamento
de Estado americano, Elizabeth Trudeau.
Abs está localizada nos limites da cidade de Harad, perto da
fronteira com a Arábia Saudita. É a partir de Abs que os rebeldes
iemenitas lançam com certa frequência ataques contra regiões sauditas
perto da fronteira, causando vítimas.
Frequentemente bombardeada pela coalizão, Harad é também o palco de
violentos combates entre as forças governamentais apoiadas pelas tropas
da coalizão e os rebeldes xiitas huthis.
Fontes militares pró-governo disseram que veículos militares haviam
transferido de Harad rebeldes feridos ao hospital de Abs, sugerindo que
os ataques tinham como alvo este estabelecimento por este motivo.
A coalizão e a Arábia Saudita são regularmente acusadas de atacar, ainda que por erro, civis, inclusive crianças.
Nesta segunda-feira, a coalizão árabe anunciou que autorizou a
retomada dos voos humanitários no aeroporto internacional da capital
Sanaa, que havia sido fechado aos voos civis após a retomada dos ataques
aéreos.
Originários do norte do Iêmen, os huthis se levantaram contra o poder
do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi em 2014, tomando grandes porções
de território, incluindo a capital Sanaa.
Em março de 2015, a vizinha sunita Arábia Saudita, que acusa os
huthis de ligações com o Irã, assumiu a liderança de uma coalizão
militar árabe para parar o avanço dos rebeldes por meio de bombardeios
aéreos e combates no terreno.
Desde então, a guerra fez mais de 6.400 mortos e 30.000 feridos, incluindo muitos civis.
Um suíço de 27 anos ateou fogo a um vagão de trem na Suíça usando
líquido inflamável e esfaqueou vários passageiros neste sábado, ferindo
seis pessoas, entre elas um menino de seis anos, informou a polícia
suíça.
Este ataque é o último de uma série de atos violentos, muitas vezes
mortais, que ocorreram na Europa nos últimos meses. Entre os incidentes
ocorreram atentados reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico
(EI).
A polícia informou à AFP neste sábado que as motivações do autor ainda são desconhecidas.
"Não podemos nem excluir nem afirmar que se trata de um ato
terrorista", disse o porta-voz da polícia de San Galo, Bruno Metzger, ao
diário local St.Galler Tagblatts.
Seu colega Hanspeter Kruesi disse à AFP que o suspeito tem nacionalidade suíça e não é imigrante.
"De acordo com a informação que temos, um homem suíço de 27 anos
lançou líquido inflamável (que) provocou fogo", afirma o comunicado,
acrescentando que o homem "estava armado com ao menos uma faca".
O trem circulava pelo leste do país, ao longo da fronteira com
Liechtenstein, detalhou a polícia regional de St. Gallen em um
comunicado. O homem que realizou o ataque também ficou ferido.
Segundo a polícia, o incidente foi registrado às 14h20 locais (09h20
de Brasília) perto da estação de Salez, em um trem em movimento que se
dirigia de Buchs a Sennwald.
Seis pessoas feridas, assim como o próprio criminoso, foram
hospitalizadas com queimaduras e ferimentos provocados por facas,
indicou o comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Além do menino de seis anos, entre os feridos há dois homens de 17 e
50 anos, e três mulheres de 17, 34 e 43 anos, disse a polícia,
acrescentando que no momento do ataque dezenas de pessoas estavam no
trem.
Uma mulher e o agressor estão "gravemente feridos", disse à AFP Hanspeter Kruesi, porta-voz da polícia.
Ninguém tentou dominar o agressor, mas ele ficou ferido no incêndio, completou.
- Europa em suspense -
Um grande dispositivo de segurança, com policiais, bombeiros,
ambulâncias e helicópteros de resgate se dirigiu ao local do incidente.
A polícia informou que o trem sofreu danos no valor de 100.000 francos suíços (92.000 euros, 103.000 dólares).
O Ministério Público de St. Gallen já abriu uma investigação criminal para esclarecer o ataque.
A estação de Salez permanecia fechada e foi instalado um sistema de ônibus em seu lugar, de acordo com o comunicado.
O ataque é o último de uma série de atos violentos que têm deixado o Velho Continente em suspense.
Em janeiro de 2015, um ataque de comandos extremistas atingiu a
revista satírica francesa Charlie Hebdo, deixando 12 mortos, enquanto
outras quatro pessoas morreram depois em um atentado contra um
supermercado kosher de Paris.
Depois, em novembro, uma ação coordenada de extremistas suicidas do grupo Estado Islâmico deixou 130 mortos em Paris.
Em 22 de março deste ano, um ataque contra o aeroporto de Bruxelas e
contra uma estação de metrô, reivindicados pelo EI, deixaram 32 mortos.
Meses depois, em 14 de julho, um homem lançou seu caminhão contra a
multidão que comemorava a festa nacional na cidade francesa de Nice,
matando 85 pessoas.
Contudo, a Alemanha sofreu vários ataques e incidentes violentos nas últimas semanas.
Em julho, foram registrados dois atentados executados por migrantes no estado da Baviera, no sul do país.
Um ataque com machado cometido em um trem por um adolescente de 17
anos, provavelmente do Afeganistão, deixou cinco feridos, e um atentado
de um sírio, que morreu no ataque, feriu quinze pessoas nas imediações
de um festival de música.
Em Munique, um tiroteio executado por um jovem alemão de origem iraniana de 18 anos deixou nove mortos.
O PMDB e o PP manifestaram-se após o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a abertura de
processos de investigação eleitoral contra as legendas por,
supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais
declaradas oficialmente; as duas legendas dizem que as doações foram
legais, mas, em tese, as investigações podem levar à cassação do
registro dos partidos.
O PMDB e o PP manifestaram-se hoje (11) após o presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a
abertura de processos de investigação eleitoral contra as legendas por,
supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais
declaradas oficialmente. As duas legendas negaram o recebimento de
propina.
Em nota, o PMDB disse que “sempre” arrecadou recursos seguindo os
parâmetros legais vigentes no país. “Em todos esses anos, após
fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as
contas do PMDB foram aprovadas, não sendo encontrado nenhum indício de
irregularidade.”
O PP também divulgou nota na qual diz que “não compactua com ilegalidades" e tem "todo interesse no esclarecimento dos fatos.”
As investigações têm como base informações obtidas em depoimentos de
delação premiada de envolvidos na Operação Lava Jato. Os pedidos foram
feitos pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, após receber
informações remetidas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de
Curitiba, responsável pela Lava Jato.
A ministra também já havia pedido investigação do PT. Se comprovadas
as acusações de recebimento de propina disfarçada de doações eleitorais
declaradas oficialmente, as legendas podem ter o registro na Justiça
Eleitoral cancelado e ficarão impedidas de disputar as eleições.
O jornalista Fernando Rodrigues publicou em primeira mão, na coluna
que assina para o Portal UOL, que o presidente interino Michel Temer
pode realizar uma reinterpretação da Constituição através de um despacho
normativo federal, sem consultar o Congresso Nacional. A saída é
discutida caso os parlamentares demorem para discutir a reforma. Temer
tem sustentado para assessores que a Constituição é clara ao estabelecer
que os anos de contribuição e a idade mínima são ambas condições
necessárias e não excludentes para se aposentar pelo INSS. “A
Constituição não diz que a aposentadoria pode ser obtida com apenas uma
dessas condições cumpridas”, afirma a interlocutores dentro do Palácio
do Planalto. A mudança seria realizada sem regra de transição.
Eis o que diz o parágrafo 7º do artigo 201 da Carta Magna: § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II –
sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se
mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de
ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal.
O presidente interino não acredita que esta seja a melhor saída para a
questão, este, seria um último recurso e deixaria de fora o sistema de
servidores públicos, visto que a Constituição apenas dispõe regras sobre
aposentadorias via INSS. A expectativa do rombo na Previdência é de R$
147 bilhões em 2016. No ano que vem, a cifra esperada é de R$ 183
bilhões. Com o envelhecimento da população, a equipe econômica de Michel
Temer calcula que o déficit somente desse último sistema chegará a R$
348 bilhões em 2060 caso as regras atuais sejam mantidas.
Justiça derruba veto a manifestações nas Olimpíadas e Comitê Olímpico recorre
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O Comitê Rio 2016 recorreu, na manhã desta terça-feira (9), liminar
que permite protestos nas arenas da Olimpíada. Nesta segunda-feira (8), a
Justiça Federal no Rio de Janeiro havia determinado que a União, o
Estado do Rio de Janeiro e o Comitê Rio 2016 deixassem “de reprimir
manifestações pacíficas de cunho político em locais oficiais durante a
realização dos Jogos Olímpicos de 2016”. A proibição de manifestações
nos jogos foi sancionada pela presidente afastada Dilma Rousseff.
Tal proibição de cunho político em estádios foi considerada legal, em
2014, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando a corte analisou um
recurso sobre a Lei da Copa. Na ocasião, o PSDB contestou o dispositivo
da lei que restringia o uso de bandeiras e cartazes nas arenas
esportivas. O dispositivo da lei de 2014, assinada por Dilma Rousseff,
proibia usar bandeiras “para outros fins que não o da manifestação
festiva e amigável”.
Nagasaki recorda os 71 anos de bombardeio atômico
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A cidade de Nagasaki, no Japão, lembrou nesta terça-feira, dia 9, o
71º aniversário do bombardeio atômico com um minuto de silêncio em
homenagem às dezenas de milhares de vítimas do ataque.
O ato começou às 10h35 (hora local) e teve seu momento mais forte às
11h02 (hora local), momento exato em que a bomba “Fat man” explodiu
sobre a cidade. Houve um minuto de silêncio acompanhado pelo tradicional
Sino da Paz, em homenagem às vítimas.
Após a cerimônia em memória das vítimas, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o prefeito de Nagasaki,
Tomihisa Taue, realizaram discursos onde destacaram a importância da
histórica visita de Obama a Hiroshima no mês de maio e pediram pelo fim
da proliferação nuclear.
‘Pokémon Go’ é máquina de coleta de dados, alerta especialista
Reprodução
A comissária para a privacidade no estado alemão de
Schleswig-Holstein, Marit Hansen, lançou um alerta sobre o “Pokémon
Go”. Em entrevista ao jornal Handelsblatt publicada na última
sexta-feira, Hansen afirmou que o jogo armazena dados “exatos e
detalhados” de cada movimento dos usuários pelas ruas. “É uma máquina
gigante de coleta de dados”, disse, acrescentando que o aplicativo de
realidade aumentada, além de espionar, também pode condicionar o
comportamento do consumidor.
A Niantic, empresa baseada na Califórnia e que ajudou a desenvolver o
jogo, não buscou apenas acesso a câmeras e microfones, mas também
disponibilizou uma ferramenta de marketing para “deliberadamente
orientar” os usuários do jogo aos chamados “Pokestops” em
estabelecimentos comerciais, afirmou Hansen. A especialista em política
de privacidade apontou também para a falta de controles legais,
repetindo diversas advertências recentes sobre o aplicativo feitas em
Nova York, na Austrália e nos Emirados Árabes Unidos.
“Como o jogo utiliza um provedor de fora da Europa, não temos o apoio
jurídico para agir”, disse Hansen, referindo-se às disputas entre União
Europeia (UE) e os EUA sobre a transferência de dados transatlânticos e
a cooperação da Niantic com o Google Maps.
No mês passado, a Federação das Associações Alemãs de Consumidores
(VZBV, na sigla em alemão) disse que contestou 15 cláusulas dos termos
de uso e privacidade da Niantic, dando à empresa americana até 9 de
agosto para responder. Caso a Niantic não se pronuncie, a VZBV advertiu
levar o caso a um tribunal.
Com proximidade do fim do impeachment, dólar cai a R$ 3,13
Reprodução
O dólar opera em queda em relação ao real nesta terça-feira (9), em
linha com os mercados externos mas com movimento potencializado pela
baixo volume de negócios por conta da expectativa com importantes
votações no Congresso Nacional. Às 12h30, a moeda norte-americana caía
0,92%, a R$ 3,1385.
No mês de agosto, o dólar acumula queda de 2,31%. Em 2016, recua 19,7%. *Com informações de UOL, G1 e Deutsche Welle.
domingo, 7 de agosto de 2016
Delegação pediu às autoridades brasileiras para reforçar a segurança nas praias.
A delegação australiana nos Jogos Olímpicos pediu às autoridades
brasileiras para reforçar a segurança nas praias do Rio de Janeiro após
dois treinadores da equipe de remo da Austrália serem assaltados em
Ipanema. No sábado, ministro de Portugal também foi assaltado no bairro.
De
acordo com o Comitê Olímpico Australiano, adolescentes armados com uma
faca renderam os técnicos quando eles retornavam para o seu hotel. Os
dois perderam suas carteiras, celulares e um casaco, mas nenhum deles
ficou ferido.
Mike Tancred, porta-voz do comitê, disse que o
incidente ocorreu na última sexta-feira, mas a delegação decidiu manter o
ocorrido em segredo por um tempo para não atrapalhar a concentração dos
atletas australianos em seu primeiro dia de competições.
Treinadores da equipe de canoagem da Austrália são assaltados em IpanemaMinistro de Portugal sofre assalto em Ipanema
O
ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, foi vítima
de assalto próximo a um hotel em Ipanema, na Zona Sul do Rio na tarde de
sábado (6), quando retornava da prova de ciclismo olímpico.
Acompanhado
pela assessora de imprensa do Ministério da Educação, Rita Roque, o
ministro foi atacado por dois homens que os ameaçaram com facas. Os
criminosos exigiram os celulares e dinheiro, fugindo a pé em seguida.
Populares
que viram a ação conseguiram imobilizar um dos bandidos, que foi levado
preso por policiais militares da Operação Lagoa Presente, que patrulham
a região. O homem seria da comunidade Pavão-Pavãozinho e foi
identificado como Márcio Luiz Brandão.
Como sofreu agressões dos
populares, antes de ser levado para a Delegacia Especial de Apoio ao
Turismo (DEAT), no Leblon, que registrou o caso, o criminoso recebeu
atendimento no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Ao ser preso Márcio Luiz
Brandão ainda tentou subornar os policiais oferendo R$ 5 mil.
Apesar do susto, o ministro da Educação de Portugal e a assessora não foram feridos.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar
Mendes, pediu hoje (5) ao presidente interino Michel Temer a permanência
do efetivo das Forças Armadas no Rio de Janeiro após a Olimpíada. Em
ofício enviado a Temer, o ministro justificou que a medida é necessária
para garantir a segurança das eleições de outubro.
Mendes atendeu pedido do governador do estado do Rio de Janeiro em
exercício, Francisco Dornelles, e da Justiça Eleitoral, que solicitaram
apoio de tropas de segurança após recentes casos de assassinatos de
pré-candidatos às eleições municipais deste ano.
A Polícia Federal (PF) investiga pelo menos dez casos de homicídios de pré-candidatos em municípios da Baixada Fluminense.
Nas eleições municipais de 2012, cerca de 140 municípios foram
autorizados pelo TSE a contarem com efetivo de tropas federais para
auxiliar na segurança do pleito.
A trajetória da tocha olímpica pelo Centro e Zona Portuária do Rio de
Janeiro foi recebida com uma onda de celulares em punho, com diversas
pessoas tentando registrar o ato, mas também queixas de moradores da
região e até protesto de um dos condutores da chama.
Tarcisio
Cisão, um dos que carregaram a tocha no bairro da Saúde, Zona Portuária,
fez um protesto contra o presidente interino do país, com os dizeres
"Fora, Temer" pintados com tinta nas nádegas. Em determinado momento do
trajeto, Tarcisio mostrou sua mensagem, mas a manifestação não chegou a
chamar a atenção dos que acompanhavam a passagem. Ele foi logo detido
pela Força Nacional, encaminhado para uma viatura e liberado em seguida. >> Professores bloqueiam trajeto da tocha olímpica em Caxias >> Sob forte aparato policial, tocha olímpica é conduzida pelo Rio de Janeiro Passagem da tocha na Rua Sacadura Cabral, Zona Portuária, entre curiosos e bloco carnavalescoUm
bloco carnavalesco de amigos de Tarcisio chegou a acompanhar a passagem
dele, tocando marchinhas. Daniel Galvão, carioca de 30 anos, que fazia
parte do grupo, acredita que a Olimpíada funciona como "um disfarce para
as politicagens mais podres" que envolvem a realização do evento na
cidade. Ele criticou ainda o fato do evento não permitir que a população
manifeste opinião -- como no caso do protesto do condutor da tocha --, e
aceitar apenas "aplausos", "como na ditadura".
"O problema não é
a competição esportiva em si, mas não vale a pena pagar o preço que a
cidade vai ter que pagar por esta Olimpíada", destacou Daniel Galvão.
Para ele, o megaevento traz benefícios para quem vive financeiramente
"da" cidade, não para quem vive "na" cidade. "A Olimpíada deixa um
rastro de entulho, sangue e merda por onde passa", acrescentou Daniel,
chamando a atenção para o grande número de remoções realizadas na
capital fluminense em nome da realização do evento.
Enquanto a
tocha passava pela Rua do Livramento, moradores reclamavam do ato. Nadia
Cristina, 21 anos, moradora do Rio desde os quatro anos, gritava,
parada na porta de sua casa, "palhaçada!". "Os hospitais estão todos
precisando de médico, não tem escola direito, um monte de gente morrendo
no meio da rua e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo, um foguinho
de nada, enquanto os brasileiros estão todos precisando", declarou ao
JB. "Os
hospitais estão precisando de médico, não tem escola, um monte de gente
morrendo no meio da rua, e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo",
comentou a moradora da Saúde, Nadia CristinaPara
Nadia, o grande número de policiais e integrantes da Força de Segurança
durante a passagem da tocha é "ridículo". "Acho que nem eles trabalhadores da segurança pública devem estar recebendo o dinheiro
deles e estão aí para proteger um pedacinho de fogo, enquanto o prefeito Eduardo Paes está ganhando dinheiro às custas dos outros."
Outra
que criticava a passagem da tocha na frente de sua casa, também na Rua
do Livramento, era Isamar Paulo de Oliveira, 43 anos, nascida e criada
no Rio de Janeiro. "O governo só olha para a Olimpíada, não olha pra
gente, que é pobre", disse ao JB.
"A gente precisa de hospital,
atendimento médico melhor, escola melhor, educação melhor, salário
melhor, porque a gente trabalha igual um condenado, e o governo não faz
isso. Agora, Olimpíada, está aí, eles estão fazendo tudo isso aí. Quando
a Olimpíada for embora, a gente fica jogado no lixo", completou
Isamar.
Sobre o forte aparato policial que acompanhava o trajeto
da tocha, Isamar apontou que o ideal seria proteger e oferecer segurança
e tranquilidade à população. "Não precisava ter essa segurança toda
para uma tocha, poderia ter essa segurança pra gente que trabalha, que é
cidadão", comentou . "Eduardo Paes não faz nada pelo pobre, ele só faz
pelo rico. Porque depois que a Olimpíada acabar, isto aqui vai ficar
jogado às traças."
A presidente afastada, Dilma
Rousseff, disse à BBC Brasil que é preciso "lutar" pela realização de um
plebiscito que consulte a população sobre a necessidade de uma eleição
presidencial antecipada.
De dentro do Palácio do Alvorada,
residência oficial da Presidência da República, ela elabora sua cartada
final para tentar voltar ao Palácio do Planalto, sede do governo, a
cerca de 5km dali - o feito hoje parece bastante difícil de ser
alcançado.
Em entrevista exclusiva concedida na sexta-feira, com
participação também da BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC), ela
contou que divulgará nesta semana os detalhes de sua proposta, em carta
direcionada ao povo brasileiro e ao Senado.
Para tentar convencer
ao menos 27 dos 81 senadores a votar contra sua cassação definitiva,
Dilma vai se comprometer a apoiar a convocação de um plebiscito após seu
eventual retorno ao comando do país.
"Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu
devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa.
Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54
milhões e meio de votos", afirmou Dilma.
Além disso, também pretende comparecer pessoalmente para fazer sua
defesa quando o caso for julgado pelo plenário do Senado, entre final de
agosto e início de setembro.
"Eu quero muito ir. Depende das
condições. Como o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, presidirá
(o julgamento), acredito que haverá condições", afirmou.
Sua
esperança é que a proposta de plebiscito sensibilize alguns senadores.
Cristovam Buarque (PPS-DF), por exemplo, votou pelo afastamento da
presidente, mas ainda não decidiu sua posição no julgamento. Ele tem
defendido que a melhor saída para a crise seria a eleição antecipada. É a
opinião também da maioria da população brasileira, segundo pesquisas recentes.
Para
que a petista seja condenada, é preciso que 54 dos 81 senadores votem
contra ela. O governo do presidente interino Michel Temer calcula ter
cerca de 60 votos pela cassação de Dilma.
Dificuldade
A realização de um
plebiscito depende de aprovação do Congresso - mesmo que Dilma consiga
retornar à Presidência, não poderia convocar a consulta com uma mera
canetada. Hoje parece muito difícil aprovar a proposta, já que a maioria
dos parlamentares apoia Temer.
A presidente afastada reconheceu a
dificuldade à BBC Brasil, mas ressaltou que é necessário apenas o apoio
da maioria simples dos congressistas (metade dos presentes na sessão)
para convocar um plebiscito.
No entanto, como antecipar a eleição
exige uma mudança na Constituição, muitos juristas e parlamentares
consideram que proposta só poderia caminhar com apoio de três quintos
dos deputados e senadores (quantidade mínima de votos exigida para
aprovar uma emenda constitucional).
"Acredito que nós temos que lutar para viabilizar o plebiscito. Pode
ser difícil passar (no Congresso), a eleição direta foi também. Nós
perdemos quando nós defendemos as Diretas Já (campanha pelo voto direto
em 1984) e tinha milhões de pessoas nas ruas. Perdemos num momento e
ganhamos no outro", afirmou.
Questionada sobre se a antecipação da
eleição poderia criar mais instabilidade política, Dilma respondeu:
"Essa argumentação foi a última que a ditadura militar fazia. 'Sabe por
que a gente não pode fazer eleição? Primeiro, porque causa instabilidade
política; segundo, o povo não é capaz de votar e escolher devidamente;
terceiro, nem sempre a maioria é lúcida'. Essas três razões nós deram 20
anos de ditadura".
'Gesto tresloucado'
Um
outro caminho para antecipar as eleições seria a renúncia simultânea de
Dilma e Temer. Questionada pela BBC Brasil se cogitaria propor um
acordo nesse sentido, a petista disse que "seria muita ingenuidade da
nossa parte (acreditar) que ele teria grandeza de renunciar".
O peemedebista de fato tem rechaçado a ideia. Ela tampouco aceita essa hipótese.
A
presidente afastada voltou a dizer que o processo de impeachment é um
"golpe" porque não haveria crime de responsabilidade que justifique sua
cassação. Já os que a acusam dizem que ela cometeu ilegalidades na
gestão das contas públicas.
"Quando você tem um julgamento de um presidente sem crime de
responsabilidade, nada mais oportuno do que esse presidente gentilmente
sair da pauta. Não renuncio. Eu volto para o governo e faço um
plebiscito. É essa a proposta. Não tem hipótese de eu fazer esse gesto
tresloucado: renunciar", afirmou.
"Eu acho que eu vou ser
conhecida também como a primeira (presidente) mulher que, apesar de
tudo, não deu um tiro no peito, e também não renunciei", reforçou,
afastando a sombra de Getúlio Vargas, presidente que se matou em 1954
com um tiro no peito, após forte pressão para que deixasse o governo.
Nova rotina
Afastada
do comando do país, Dilma tem se dividido entre compromissos no
Alvorada, visitas à família em Porto Alegre e viagens pelo país
custeadas por uma "vaquinha" que já arrecadou quase R$ 800 mil na
internet.
Sua agenda inclui encontros com movimentos sociais,
parlamentares e muitas entrevistas - no dia anterior, quinta-feira,
havia recebido a imprensa japonesa.
Na conversa com a BBC Brasil,
na ampla biblioteca do Alvorada, disse que pouca coisa mudou na sua
vida pessoal - o tempo livre segue raro, segundo ela, e se divide entre
musculação, bicicleta, livros e filmes.
A principal novidade na agenda de compromissos, contou, é o aumento do contato mais direto com as pessoas.
"Hoje a atividade é diferente, eu não tenho atividade de gestão, mas
eu tenho atividade de conversa, persuasão, discussão, avaliação, e de
receber pessoas. Essa atividade exige uma presença minha extremamente
direta e pessoal. Não tem eu ser representada, que na atividade
presidencial tem. Tem um contato direto com as pessoas que tem sido
muito bom", notou.
Uma das companhias constantes no Alvorada tem
sido a da equipe da cineasta Anna Muylaert, que grava um documentário
sobre o afastamento de Dilma - eles acompanharam a entrevista à BBC
Brasil.
Outra visita frequente é a do seu advogado, o ex-ministro
da Justiça José Eduardo Cardozo. Na última sexta-feira, uma bicicleta
verde em estilo retrô, que Dilma emprestou para ele se locomover de um
hotel próximo, onde está morando, até o palácio, estava estacionada na
garagem do Alvorada ao lado de outras duas da presidente, com um
capacete pendurado na cestinha.
Apesar de a rotina seguir
"intensa", na sexta-feira, a agenda estava mais tranquila - após
conceder entrevista por uma hora à BBC Brasil, Dilma ficou mais 30
minutos conversando com a equipe de reportagem.
Contou que aprendeu a dançar tango com colegas de prisão durante
a ditadura militar, mas que hoje gosta mais de ouvir Bach. Disse também
que aprecia uma taça de vinho, pois os efeitos da quimioterapia que fez
para tratar um câncer já não lhe permitem beber muito mais que isso.
E
disse não ver "oposição" entre vida política e privada. "Elas se
inter-relacionam. O que é a vida política pra'ocê? É a vida em que você
se coloca perante os outros, em que você não está olhando só o seu
interesse".
Autocrítica
Sobre
as denúncias de corrupção envolvendo o seu partido, a presidente
afastada disse que o PT havia sido "contaminado pela política
tradicional" e precisava "fazer uma autocrítica".
No entanto, ao
ser questionada sobre ela própria poder se eximir de responsabilidades
pelo fato de o esquema de corrupção ter ocorrido enquanto exercia a
Presidência, repetiu a resposta que havia dado em entrevista à BBC em
maio, dias antes de ser afastada - fez novamente um paralelo entre o
esquema de corrupção da Petrobras e a crise financeira que estourou em
2008 nos Estados Unidos.
"O maior processo de corrupção recente
no mundo foi o estouro da bolha financeira. Nada envolveu mais dinheiro,
mais malfeito e processos irregulares de controle. (...) Não é algo
trivial descobrir a corrupção. (...) A característica principal da
corrupção é agir às escuras, escondendo suas práticas corruptas, é
esconder e criar toda uma cumplicidade e não deixar traços."
A presidente afastada voltou a dizer que ela e seu antecessor, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investiram e fortaleceram as
instituições de combate à corrupção. Afirmou também que não se pode
"demonizar o PT".
"Este é um processo necessário ao Brasil. Uma
sociedade tem de se fortalecer para combater a corrupção. O que não é
correto é transformar uma luta contra a corrupção numa luta
político-ideológica, como se o que ocorre no Brasil seja integral
responsabilidade do Partido dos Trabalhadores".
No momento em que
os olhos do mundo se voltam para a Olimpíada do Rio de Janeiro, Dilma
disse que sua ausência na abertura do evento não é um "mau sinal" para a
comunidade internacional.
"Eu
acredito que os chefes de Estado, de governo, as delegações (são)
pessoas sensíveis e inteligentes que vão entender claramente que eu
participar da Olimpíada, tendo como a pessoa que preside a Olimpíada o
vice-presidente que deu um golpe no meu governo, eu ficar disputando
quem é que é a autoridade dentro do Maracanã é que daria um mau sinal",
disse.
"E um mau sinal para mim também. Tenho clareza de que meu
lugar era na tribuna de honra, não só por ser presidenta, porque nisso
quem trabalhou fui eu. Então, por direito e também por trabalho, era lá
que eu tinha de estar", acrescentou.
domingo, 31 de julho de 2016
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder histórico da
esquerda, virou réu por tentativa de obstrução das investigações do
megaesquema de corrupção na Petrobras.
"A causa é por obstrução da Justiça", no âmbito da investigação da
Operação Lava Jato, declarou nesta sexta-feira (29) uma porta-voz da
promotoria de Brasília à AFP.
É a primeira vez que o fundador do Partido dos Trabalhadores, que foi
presidente do Brasil de 2003 a 2010, irá a julgamento pelo escândalo
que defraudou a Petrobras durante uma década, custando mais de 2 bilhões
de dólares, para beneficiar dezenas de políticos, empresários e
funcionários da empresa petroleira.
Lula, de 70 anos, deixou a presidência no fim de 2010 com mais de 80%
de popularidade, devido seus programas sociais que tiraram mais de 40
milhões de brasileiros da pobreza.
Seu carisma foi fundamental para que o Rio de Janeiro fosse escolhido
em 2009 como a cidade-sede dos Jogos Olímpicos que começarão em uma
semana, mas seu legado foi assombrado pela gigantesca rede de corrupção
descoberta na Petrobras, em que dezenas de políticos de seu partido
estavam envolvidos.
Mas nem Lula, nem sua sucessora Dilma Rousseff, suspensa pelo
Congresso enquanto é julgada por uma suposta manipulação das contas
públicas, assistirão a cerimônia inaugural dos Jogos em 5 de agosto, que
será liderada pelo presidente interino Michel Temer.
Na mesma decisão, o juiz federal Ricardo Leite aceitou uma denúncia
por obstrução da justiça contra outras seis pessoas envolvidas no caso,
entre elas o banqueiro André Esteves (ex-presidente do BTG Pactual), o
empresário pecuarista, e amigo de Lula, José Carlos Bumlai e o ex-líder
do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-senador Delcídio do Amaral.
Cumpridor da lei
Após saber que irá a julgamento, o ex-presidente insistiu nesta
sexta-feira de sua inocência. "Duvido que haja alguém mais cumpridos da
lei que eu. A única coisa que quero é respeito, que não haja um
ajuizamento através dos titulares e filtrações contra pessoas
inocentes", disse em uma seminário em São Paulo, citado pelo jornal
Folha de S. Paulo.
"O que fizeram foi vingança política (...) O objetivo de tudo isso é
tirar o Lula da campanha de 2018" à presidência do Brasil, afirmou.
Lula "já esclareceu ao procurador-geral da República, em uma
declaração, que jamais interferiu ou tentou interferir em declarações
relativas a Lava Jato", assinalou em uma nota o escritório de advogados
Teixeira, Martins & Advogados, que representa o ex-presidente.
Quando for notificado "apresentará sua defesa e ao final sua inocência será certamente reconhecida", acrescentaram.
"A acusação se baseia exclusivamente na delação premiada de um réu
confesso e sem credibilidade, que fez acordo com o Ministério Público
Federal para ser transferido para a prisão domiciliar", acrescentaram os
advogados de Lula, fazendo referência ao ex-senador Delcídio do Amaral.
Em declarações à promotoria, Delcídio afirmou que Lula, Esteves e
Bumlai, entre outros, se juntaram para tentar comprar o silêncio do
ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que se
prestava a assinar um acordo com a justiça e proporcionar detalhes de
como funcionava o esquema de subornos na estatal.
A tentativa de silenciar Cerveró motivou a denúncia pelo crime de obstrução da justiça.
A prisão de Delcídio, em novembro de 2015, quando ainda era membro do
Congresso, convulsionou a classe política e em especial o PT, temeroso
das repercussões que sua confissão poderia trazer para seus filiados.
A justiça investiga também se Lula, que por ser um ex-presidente não
está protegido por foros, se beneficiou de supostos pagamentos de
construtoras que obtinham contratos na Petrobras em troca de subornos.
O ex-presidente apresentou na quinta-feira (28) uma demanda ao Comitê
de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, para denunciar "abusos de
poder" contra ele por parte do juiz Sérgio Moro, que lidera a
investigação da Lava Jato.
Dias difíceis para o PT
O julgamento contra Lula chega em um momento difícil para o PT,
abatido por diversos escândalos de corrupção, além do processo de
impeachment de Dilma Rousseff, sua sucessora, que está em curso no
Congresso.
Rousseff foi provisoriamente suspensa em 12 de maio, acusada por seus
opositores de maquiar e usar irregularmente as contas públicas em 2014 -
ano de sua reeleição - e 2015.
O Senador decidirá no final de agosto, após o fim dos Jogos Olímpicos
no Rio de Janeiro, se Dilma deverá ser afastada definitivamente do
cargo e se seu vice-presidente e ex-aliado político, Michel Temer
(PMDB), a substituirá na presidência até que novas eleições
presidenciais ocorram em 2018.
"Estamos esperando que o impeachment seja resolvido entre os dias 25 e
26 de agosto, porque se for verificado nos dia 4, 5 ou 6 de setembro, o
Brasil não poderá estar na cúpula do G20 (na China). O undo necessita
saber quem é o presidente" do Brasil, disse Temer nesta sexta-feira em
uma entrevista com a AFP e outras agências internacionais.
Manifestantes fizeram um protesto na Praia de Copacabana, na manhã
deste domingo (31), contra a corrupção e em apoio à Operação Lava Jato.
Vestidos de verde e amarelo, com cartazes e alguns com os rostos
pintados, os ativistas se concentraram na altura do Posto 5 e tiveram o
apoio de dois caminhões de som.
O alvo principal dos
manifestantes foi a presidenta afastada, Dilma Rousseff, mas sobraram
críticas também ao governo do presidente interino, Michel Temer. A
Polícia Militar não informou o número de manifestantes.
“Eu vim à
passeata em protesto contra a corrupção, a crise econômica e a crise
política que estão assolando o país. O povo quer o afastamento
definitivo da Dilma. O atual governo está menos pior. Não temos saúde,
não temos educação nem segurança pública. Também não temos emprego, são
mais de 12 milhões de desempregados”, declarou o comerciante Fernando
Ribeiro, que carregava um cartaz escrito em inglês com seu protesto.
“Eu
estou aqui porque sou contra a corrupção. Não basta a saída da Dilma,
temos que ir em frente, dando apoio à Polícia Federal. Eu apoio o
governo Temer, porque ele está tentando acertar”, disse a dona de casa
Sileide de Sá Ribeiro.
“Sou a favor do impeachment da Dilma,
porque ela quebrou o país. O Brasil precisa acabar com a corrupção
generalizada. O atual governo me satisfaz em alguns aspectos, em outros
não. No campo econômico, o Temer está fazendo a coisa certa”, disse o
professor aposentado Luiz Carlos Ryff. Com cartazes e vestidos de verde e amarelo, ativistas se concentraram na altura do Posto 5Tânia Rêgo/Agência Brasil “Eu
não quero mais a corrupção no meu país. Temos de ir além. A saída da
Dilma é só o começo da mudança. Queremos um Brasil novo, com novos
políticos e pessoas com mentes diferentes. Que a mudança venha melhorar a
saúde e a educação. O atual governo não é o ideal, mas no momento está
nos servindo”, disse o dentista Fábio Oliveira.
Por volta de
12h30, os líderes do protesto, ligados ao Movimento Vem Pra Rua,
encerraram a passeata. Não foram registrado incidentes durante a
manifestação, que também atraiu a atenção dos milhares de turistas e de
jornalistas estrangeiros que estão na cidade para a Olimpíada e
aproveitaram o dia de sol para passearem em Copacabana.
Em todo o país, movimentos favoráveis e contrários ao impeachment de Dilma Rousseff promovem manifestações neste domingo.
A presidenta afastada Dilma Rousseff
disse hoje (27) que os supostos pagamentos ilegais referentes à sua
campanha presidencial de 2010, recebidos pelo publicitário João Santana e
a mulher dele, Mônica Moura, por meio de caixa 2, devem ser explicados
pela tesouraria do PT, e não por sua coordenação de campanha à época.
Na
semana passada, João Santana e Mônica Moura confirmaram, em depoimento
ao juiz Sérgio Moro, terem recebido, em 2013, U$ 4,5 milhões referentes a
dívidas da campanha de 2010 de Dilma, por meio de uma conta do
empresário Zwi Skornicki na Suíça. O casal de publicitários encontra-se
preso preventivamente em Curitiba desde fevereiro.
“Não
é a mim que você deve perguntar isso. Como o próprio João Santana
falou, ele tratou disso com a tesouraria do PT”, respondeu Dilma ao ser
questionada sobre o assunto, em entrevista à Rádio Educadora, de
Uberlândia (MG).
A
petista argumentou que uma vez que o suposto pagamento foi feito, três
anos após encerrada a campanha, quem deve esclarecer o repasse do
dinheiro é o PT. “A minha campanha não tem nenhuma responsabilidade
sobre as circunstâncias em que se pagou uma dívida remanescente da
campanha de 2010, por que ela foi paga três anos depois”, afirmou a
presidenta afastada.
Romance
Dilma
negou também declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), que disse na semana passada a jornalistas ter escutado um
“desabafo” da petista, no qual ela confidenciou estar cansada e abatida
com o processo de impeachment. “Quero acabar logo com essa agonia”,
teria confessado a presidenta afastada.
“Isso
é um romance, porque, primeiro, eu não estive com o presidente do
Senado nem na semana passada, nem na semana retrasada”, afirmou ela. Sem
citar quais, Dilma acusou veículos de imprensa de querer criar a
impressão de que ela esteja propensa a renunciar. “Há uma fantasia, uma
invenção, uma ficção que foi divulgada de forma incorreta e indevida.”
Ela
garantiu que irá cumprir o prazo dado até amanhã (28) para apresentar
suas alegações finais à Comissão Processante do Impeachment no Senado.
“Não estou cansada, não. Estou plenamente disposta a lutar até o ultimo
minuto pelos meus direitos”, afirmou Dilma.
Perguntada
se a tendência para a votação do impeachment não estaria desfavorável a
ela, Dilma respondeu que “não é verdade” que não tenha votos o bastante
para derrotar seu impedimento. “Nós teremos uma guerra de informações,
uma parte vai dizer que tem os votos, outra parte vai dizer que não tem,
mas nós vamos saber só no dia o que vai acontecer.”
Olimpíada
Dilma
confirmou que não comparecerá à abertura dos Jogos Olímpicas do Rio
2016, marcada para 5 de agosto. “Eu não vou participar de um ato nessa
condição de expectadora, num ato em que fui protagonista, então prefiro
não ir, para não causar nenhum constrangimento”, explicou ela.
A
presidenta afastada demonstrou descontentamento com o fato do
presidente interino Michel Temer, “uma pessoa que não trabalhou” ser o
representante do governo que estará no palanque da cerimônia ao lado de
outras autoridades internacionais.
Vítima, que estava enrolada em um cobertor e apresentava sinais de violência, foi encontrada pela companheira
O corpo de um empresário do ramo de transportes, de 64 anos, foi
encontrado na manhã desta segunda-feira (25), embaixo do sofá da casa da
família, usada para passar fim de semana. O imóvel está localizado na
rua Dona Maria da Glória, em Macacos (São Sebastião das Águas Claras),
na região metropolitana de Belo Horizonte.
A mulher da vítima, uma médica, foi quem acionou a Polícia Militar
(PM). Ela contou aos policiais que a família mora em Belo Horizonte, mas
que nos finais de semana segue para essa propriedade para descansar.
Neste final de semana, especificamente, o empresário foi sozinho para o
local.
Como o companheiro não entrou em contato durante o sábado e o domingo,
algo incomum, ela decidiu pedir ao caseiro do local para ir até a casa e
verificar se estava tudo bem. Segundo informações da médica à polícia, o
funcionário encontrou a casa trancada, mas uma das janelas estava
entreaberta. A mulher foi informada e decidiu ir até a propriedade.
No local, ela encontrou o corpo do marido embaixo do sofá. Ele
apresentava ferimentos na cabeça e estava enrolado em um cobertor.
"Ainda não podemos dizer o que teria acontecido. Não tem evidência. Não
há nada que pudesse identificar o que teria ocorrido", explicou o major
Damom Matheus, da Polícia Militar.
A Polícia Civil informou que não havia nenhum registro de empresário
desaparecido na região. Se a família notou o sumiço do homem, pode ser
que não tenha registrado na polícia. Porém, uma equipe da Polícia Civil
esteve na residência da vítima na tarde desta segunda (25) e a
corporação irá investigar o caso. Vítima
Conforme informações dadas à polícia pela mulher do empresário, que
estava casada com ele há mais de 20 anos, ele não tinha problemas com
ninguém e também não tinha antecedentes criminais.
O empresário deixa uma filha do primeiro casamento.
A defesa do ex-presidente Lula divulgou nota neste sábado, em que rebate
a afirmação do juiz Sergio Moro, que disse que já poderia ter prendido o
ex-presidente Lula, se assim o desejasse; "Essa afirmação é
manifestamente descabida e apenas reforça que o juiz Moro perdeu a
imparcialidade para julgar qualquer assunto envolvendo Lula, como vem
sendo reiterado pelos seus advogados", diz o texto assinado pelos
advogados Cristiano Martins e Roberto Teixeira; eles lembram que um juiz
só pode decretar prisão se houver pedido do Ministério Público – o que
não ocorreu no caso de Lula; "Lula não se opõe a qualquer investigação,
mas tem o direito de ver observadas suas garantias constitucionais e
aquelas previstas em Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a
cumprir", diz ainda a nota.
Paraná 247 – A
defesa do ex-presidente Lula divulgou nota neste sábado, em que rebate a
afirmação do juiz Sergio Moro, que disse que já poderia ter prendido o
ex-presidente Lula, se assim o desejasse (leia aqui).
"Essa afirmação é manifestamente descabida e apenas reforça que o juiz
Moro perdeu a imparcialidade para julgar qualquer assunto envolvendo
Lula, como vem sendo reiterado pelos seus advogados", diz o texto
assinado pelos advogados Cristiano Martins e Roberto Teixeira. Eles
lembram que um juiz só pode decretar prisão se houver pedido do
Ministério Público – o que não ocorreu no caso de Lula.
Leia, abaixo, a íntegra da nota:
O juiz Sergio Moro afirmou ontem
(22/07/2016) - e foi repercutido pela imprensa – que o teor dos diálogos
interceptados dos ramais do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
“por si só poderia justificar, por ocasião da busca e apreensão, a
prisão temporária dele, tendo sido optado, porém, pela medida menos
gravosa da condução coercitiva”.
Essa afirmação é manifestamente
descabida e apenas reforça que o juiz Moro perdeu a imparcialidade para
julgar qualquer assunto envolvendo Lula, como vem sendo reiterado pelos
seus advogados.
O fato é que Moro deixou de observar que:
(a) a lei apenas permite ao juiz
decretar a prisão temporária se houver pedido do órgão policial ou do
Ministério Público (Lei nº 7.960/1989, art. 2º), o que não existiu em
relação a Lula;
(b) no dia 24/02/2016 o MPF
requereu a condução coercitiva do ex-Presidente Lula, sem abrir a opção
de prisão temporária — até porque ausentes os requisitos legais (Lei nº
7.960/1989, art. 1º) —, como no trecho abaixo:
Lula não se opõe a qualquer
investigação, mas tem o direito de ver observadas suas garantias
constitucionais e aquelas previstas em Tratados Internacionais que o
Brasil se obrigou a cumprir.
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira brasileiros suspeitos de
planejar ataques na Olimpíada do Rio. Eles se comunicavam pela internet e
parte fez juramento de lealdade ao grupo autodenominado Estado Islâmico
- mas, segundo as investigações, não tiveram contato direto com os
extremistas.
São 12 pessoas com pedidos de prisão, sendo que 10 já foram detidos.
Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, eles não se
conheciam pessoalmente e vivem em diferentes Estados do país.
"Aparentemente,
era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo", disse o
ministro em entrevista coletiva no fim da manhã. De acordo com ele, a
probabilidade de um ataque na Olimpíada é "mínima".
São
12 pessoas com prisão decretada, sendo que 10 já foram detidas. As
outras duas já foram rastreadas pela Polícia Federal, mas ainda não
tinham sido detidas até o momento do pronunciamento de Moraes, no fim da
manhã.
Todos os suspeitos são brasileiros - suas idades não
foram reveladas. Segundo o juiz federal Marcos Josegei da Silva, um dos
responsáveis pelo caso, há jovens e pessoas de meia idade. "A maioria
tem entre 20 e 40 anos de idade", disse.
O magistrado afirmou que
nenhum deles têm nome ou sobrenome característicos do Oriente Médio, mas
utilizam em suas conversas pela internet apelidos de origem árabe.
Além das 12 pessoas com pedido de prisão, um menor de idade foi alvo de ação de busca e apreensão.
Os
suspeitos nunca marcaram um encontro pessoal - eles não se conheciam
pessoalmente e viviam em Estados diferentes. Segundo o ministro, a ordem
era cada um por si.
De acordo com a Justiça Federal, os
investigados preconizam a intolerância racial, de gênero e religiosa,
além do uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus
objetivos.
Eles foram detidos em dez Estados: Amazonas, Ceará,
Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná e Rio Grande do Sul. Dois deles já foram condenados e cumpriram
prisão por homicídio.
Além disso, a operação investiga uma ONG
"com atuação na área humanitária e educacional" que teria colaborado com
o grupo suspeito.
2) Como eles se comunicavam?
Os
envolvidos participavam de um grupo virtual chamado Defensores da
Sharia - a lei islâmica. A investigação contou com quebra de sigilo
telefônico e de dados dos suspeitos, que trocavam mensagens usando redes
sociais.
Eles também se comunicavam via aplicativos de mensagens
instantâneas como WhatsApp e Telegram. Questionado pela BBC Brasil, o
ministro disse, no entanto, que não poderia esclarecer se houve
monitoramento desses aplicativos.
Nesta semana, o WhatsApp foi
tirado do ar por algumas horas, após decisão judicial, justamente por
sua resistência em quebrar a privacidade dos usuários para permitir
monitoramento de supostos criminosos - a empresa diz que, como as
conversas agora são criptografadas de ponta a ponta, ela não tem acesso
às conversas.
"Nós temos outros métodos de investigação", disse o ministro, sem especificar quais.
3) Qual era o contato com o Estado Islâmico?
Segundo
as investigações, não houve contato direto com os extremistas. Mas
alguns dos suspeitos fizeram juramento ao grupo pela internet - de
acordo com Moraes, isso foi realizado por meio de uma ferramenta online
padrão.
Ele não soube precisar o número, mas de quatro a seis indivíduos teriam feito o juramento.
Além
disso, um deles teria manifestado a intenção de ir ao exterior para
fazer contato com o grupo, mas dias depois desistiu por falta de
recursos para custear a viagem.
4) O que permitiu que eles fossem presos?
O
grupo detido nesta quinta-feira está sendo investigado com base em dois
artigos da recém aprovada lei 13.260, a Lei Antiterrorismo.
Segundo
o juiz Silva, um deles é o artigo 3º, que caracteriza como crime
"promover, constituir, integrar ou prestar auxílio" a organização que
realiza ataques terroristas. A punição varia de cinco a oito anos de
prisão e multa.
O outro é o artigo 5º, que descreve a ação
criminosa de "realizar atos preparatórios de terrorismo". A pena para
esse crime depende do ato que vinha sendo realizado pelo suspeito.
Segundo
o ministro Moraes, as pessoas presas trocaram mensagens em que
planejavam iniciar treinamento em artes marciais e em tiro.
Um deles enviou e-mail para uma loja de armas para comprar um fuzil AK-47, disse o ministro.
As autoridades não deram mais detalhes sobre a preparação dos supostos ataques.
5) Que tipo de ataque pretendiam executar?
Pelas
conversas monitoradas, o ministro identificou que o grupo teria mais
interesse em um ataque por tiros, já que discutiram sobre treinamento em
armas e um deles tentou comprar um AK-47.
Além disso, disse
Moraes, eles elogiaram nas conversas o ataque recente de um atirador
solitário em uma boate gay em Orlando, nos EUA, que terminou com 50
pessoas mortas. "Em nenhum momento eles falaram de bomba", notou o
ministro.
Em outro ataque recente, em Nice, na França, um homem atirou um caminhão contra uma multidão, matando 84.
6) Qual o nível de periculosidade do grupo?
Moraes
classificou o grupo de "célula absolutamente amadora" e
"desorganizada". Os suspeitos vivam em Estados diferentes e nunca tinham
se encontrado pessoalmente.
O ministro disse que não pode
detalhar quando teve início o monitoramento dos presos, mas revelou, por
exemplo, que as mensagens sobre treinamento em artes marciais e tiro
eram muito recentes.
"Aparentemente, era uma célula absolutamente
amadora, sem nenhum preparo. 'Vamos treinar artes marciais', essa
mensagem é recentíssima. E qualquer célula organizada não tentaria
comprar uma arma na internet. Até porque um deles estava no Paraná, mais
próximo de onde sabemos que infelizmente se compra muita arma, que é o
Paraguai", explicou.
Apesar do claro amadorismo dos suspeitos, o ministro disse que nenhuma ameaça, por mínima que seja, deve ser ignorada.
"Nenhuma
força de segurança séria pode ignorar, mesmo verificando que tudo
levaria a crer que não realizaria um ato sério, competente de
terrorismo, mas não seria de bom senso aguardar para ver", destacou.
7) Qual o grau de risco para a Olimpíada?
Moraes
informou que nem o governo brasileiro nem as agências internacionais
alteraram a classificação de risco de ataque no Brasil após essas
prisões.
Ele reiterou que "a questão da segurança pública (na
Olimpíada) é muito mais importante, gera muito mais preocupação que a
questão do terrorismo".
"Probabilidade mínima de ataque terrorista", disse ainda.
8) Quais serão as próximas etapas da investigação?
Além
das prisões, a Polícia Federal realizou uma série de mandados de busca e
apreensão. Os objetos coletados (entre eles computadores, celulares e
documentos) serão analisados e os suspeitos detidos, interrogados.
O objetivo é tentar verificar se eles realmente pretendiam realizar os atentados sobre os quais falaram na internet.
"Nem tudo que uma pessoa preconiza no mundo virtual, ela vai realizar no mundo real", disse o juiz.
Segundo ele, as prisões eram necessárias devido ao contexto mundial de ataques recentes.
Os suspeitos cumprirão prisão temporária de 30 dias - prorrogáveis por mais 30 - para que não atrapalhem as investigações.
As delegadas da Convenção do Partido Republicano defendem que o
provável candidato à presidência dos Estados Unidos pela legenda, o
empresário Donald Trump, é um aliado das mulheres e minimizaram a
importância da retórica machista que lhe rendeu uma impopularidade
recorde entre o eleitorado feminino.
Todas as delegadas e convidadas para a convenção com as quais a
reportagem da Agência Efe entrevistou rejeitaram categoricamente que o
emprésário tenha um discurso machista, com argumentos como seu apoio às
mulheres em suas empresas e a confiança que tem em sua filha Ivanka, uma
de suas principais assessoras.
Trump enfrenta a uma situação duplamente insólita: concorrerá à
presidência com a primeira mulher candidata por um grande partido, a
democrata Hillary Clinton, e o faz com uma impopularidade histórica
entre o eleitorado feminino, que supera os 70% em algumas pesquisas.
"Ele valoriza as mulheres muito mais do que Hillary, as mulheres, para
ela, não poderiam importar menos. Se é que há uma guerra contra as
mulheres (algo do qual os democratas acusam recorrentemente os
republicanos), essa guerra vem do Partido Democrata", comentou,
indignada, Barbara Heming, convidada pelos delegados da Flórida.
"Hillary não quer mulheres líderes, quer um governo com muito peso,
quer controlar os indivíduos, tirar seus direitos", acrescentou,
exibindo um vistoso chapéu vermelho com laço azul e adesivos de apoio a
Trump.
Sherry Ogrodnik, que a acompanhava, a interrompeu para acrescentar que
Trump tem "valores" como os que nos anos 80 a incentivaram a deixar de
ser democrata e passar a apoiar os republicanos, atraída pelas propostas
do presidente conservador Ronald Reagan.
Quando perguntadas se o magnata é suficientemente conservador em
assuntos sociais, ambas se apressaram em lembrar que essa dúvida ficou
liquidada no dia em que ele anunciou que seu candidato a vice-presidente
seria o governador de Indiana, Mike Pence, que acumula décadas de
batalha contra o aborto e o casamento gay.
Nos corredores da Quicken Loans Arena, que recebe a convenção, as
mulheres republicanas exibem com orgulho seu apoio a Trump, um candidato
que, segundo as pesquisas, é rejeitado por mais de 40% das
conservadoras por seu longo e documentado histórico de comentários
pejorativos sobre as mulheres, a quem com frequência julga apenas por
seu aspecto físico.
"Se ouvir tudo o que disse, a razão pela qual fez esses comentários foi
para obter muita atenção da mídia, para poder falar depois dos temas
importantes", justificou à Efe a jovem Nazly de la Hoya, delegada pelo
Texas.
Perguntada se, por ter origens mexicanas, se sentiu ofendida com os
insultos de Trump sobre os imigrantes desse país, ela sorriu, fez uma
pausa e se explicou.
"Não me senti ofendida, o que acontece é que Trump não teve filtro. Seu
ex-chefe de campanha dizia que tinha um cartaz no qual colocava 'deixem
que Trump seja Trump'. Muitas das coisas que disse eram só para que a
mídia falasse constantemente dele", alegou.
Nazly, que pertence a dois segmentos do eleitorado muito difíceis para
Trump, argumentou que não há nenhum conflito entre ser mulher e latina e
apoiar o magnata ou o Partido Republicano, que têm seu nicho de apoio
entre homens brancos.
Para Barbie Jones, uma designer de joias que vende suas criações na
praça de alimentação da convenção, Trump é um homem a quem admira por
"sua força e sua bondade" e porque "não tem medo de ser ele mesmo".
"Me fascina seu discurso a favor de que os produtos sejam fabricados
aqui, e não fora. Eu o faço com minhas joias, tudo é feito aqui porque é
bom para os empregos e porque as coisas são de melhor qualidade quando
feitas aqui", afirmou, enquanto mostrava um elegante bracelete com um
elefante, símbolo republicano, em prata.
A poucos passos de seu estande de joias estão as meninas da ONG Future
Female Leaders ("Futuras mulheres líderes"), um movimento social de
jovens conservadoras que visa convencer outras de que podem e devem ser
orgulhosas de serem republicanas.
"Nas universidades, as jovens republicanas podem se sentir em minoria,
não representadas, porque são espaços onde uma maioria é progressista,
sobretudo em temas sociais como o aborto. Nós queremos criar um orgulho
de ser republicana", contou à Efe Amanda Owens, fundadora do movimento.
Aos 18 anos, e já uma delegada substituta pelo estado do Texas,
Brittany Divver está acostumada a ser perguntada por amigas por que é
republicana. E responde de forma simples e direta: "Acredito nos valores
do partido".
O Exército israelense informou que disparou dois mísseis contra um drone
que entrou o seu espaço aéreo vindo da Síria. Segundo os militares,
dois mísseis Patriot foram lançados contra o drone a partir do sistema
de defesa aérea israelense nos Montes Golã. Os militares dizem que o
aparelho voltou para a Síria. Israel já abateu aeronaves síria no
passado. Em 2014, o país derrubou um drone e um jato sírio que tinham
entrado em seu espaço aéreo em duas ocasiões distintas. Israel
tem evitado tomar partido na guerra civil síria. No entanto, tropas
israelenses têm respondido a tiros de morteiros que atingem os Montes
Golã. Israel também alega que atingiu alvos ligados ao grupo militante
libanês Hezbollah localizados na Síria.
Monumento receberá iluminação especial por três dias.
Maior símbolo da França, a Torre Eiffel ficará iluminada com as cores
da bandeira francesa pelos próximos três dias, em homenagem às vítimas
do ataque em Nice. As cores branca, vermelha e azul iluminarão o
monumento por todo o período em que vigorar o luto nacional. Um homem de
31 anos, identificado como Mohamed Bouhlel, originário da Tunísia, mas
com cidadania francesa, jogou um caminhão contra uma multidão que aguardava as celebrações do feriado do Dia da Bastilha na avenida Promenade des Anglais.
Ele percorreu quase dois quilômetros a uma velocidade
de 80 km/h com seu caminhão e matou 84 pessoas. Outras 200 estão
feridas, sendo que 50 correndo risco de vida. Em 13 de novembro do ano
passado, Paris sofreu o maior atentado de sua história, organizado pelo
grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis), com 130 mortos.
Brasileiro estaria por trás do planejamento dos ataques que deveriam ocorrer durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro
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Em 2015, ataques reivindicados pelo Estado Islâmico deixaram mais de 130 mortos na França
A facção terrorista Estado Islâmico, também conhecida por Daesh ou ISIS, responsável pelos recentes atentados no aeroporto de Istambul e
de Paris no ano passado, havia planejado novos ataques contra delegação
da França durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, informou um
novo relatório oficial da agência de inteligência do governo francês
nesta quarta-feira (13).
A
informação foi anunciada pelo chefe da Direção de Inteligência Militar
(DRM), general Christophe Gomart, durante uma audição, em maio, na
comissão parlamentar de luta contra o terrorismo, responsável por
investigar os atentados de 2015 na França. Na ocasião, os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico e deixaram 130 pessoas mortas. O episódio é considerado um dos mais sangrentos da história recente do país.
Há
indícios de que um brasileiro poderia estar por trás dos ataques,
assegurou Gomart em declaração aos parlamentares. Não se sabe se o
brasileiro estaria sendo treinado remotamente ou em bases locais do
Estado Islâmico no oriente médio. De acordo com a agência ANSA, é
provável que ele estivesse fora do Brasil e já tenha sido detido. LEIA MAIS: Trump elogia ditador Saddam Hussein por matar terroristas
Em
nota, o jornal francês “Libération” afirmou que o diálogo entre Gomart e
os parlamentares não deixam claro a identidade desse suposto
brasileiro.
Dario Oliveira/Código19/Estadão Conteúdo - 7.5.16
Em maio, uma simulação de ataque terrorista foi realizada no metrô de São Paulo
Analistas
afirmam que pela grande concentração de turistas no País, os Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro, que ocorre entre 5 a 21 de agosto, podem
ser oportunos para atentados terroristas.
SEGURANÇA REFORÇADA
A
Abin (Agência de Inteligência brasileira) vem delineando estratégias
para reforçar a segurança durante os jogos. Em Junho, o ministro da
Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou que o contingente de soldados da
Força Nacional de Segurança terá um reforço de mil homens de São Paulo
para a segurança do Rio de Janeiro.
Em abril, a Abin elevou o
risco de ataque do Estado Islâmico durante as Olimpíadas ao constatar
aumento no número de cidadãos brasileiros que se aliaram ao jihadista
Estado Islâmico. LEIA MAIS: Polícia Federal procura sírio suspeito de terrorismo no Brasil
O
ministro da Defesa do governo interino de Michel Temer, Raul Jungmann,
também admitiu que o Estado Islâmico é uma preocupação para o Brasil,
alertando que população não deve ignorar as ameaças.
*Com informações da Agência Ansa
Morreu na manhã de hoje (12) em Porto Alegre, aos 63 anos, a
intelectual e ativista do movimento negro Luiza Helena Bairros,
ex-ministra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial,
cargo que ocupou entre 2011 e 2014. Ela foi vítima de um câncer no
pulmão, contra o qual lutava havia três meses.
De acordo com informações da família, o corpo da ex-ministra será velado até amanhã (13), quando deve ser sepultado.
Uma
das principais personalidades brasileiras da luta contra o racismo,
Luiza passou os últimos anos em viagens pelo país realizando palestras e
trabalhando intensamente na articulação do movimento negro, atividade
que desempenhava há mais de 40 anos.
Durante sua passagem pelo
governo federal, foi responsável por criar o Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), cujo objetivo é implementar
políticas públicas voltadas a proporcionar à população negra igualdade
de oportunidades e instâncias de combate à discriminação e à
intolerância.
A principal forma de atuação do Sinapir, conforme
defendia Luiza Bairros, é por meio da articulação com municípios e
governo estaduais, através da criação de órgão regionais para a promoção
da igualdade racial.
“Luiza foi uma incansável militante da
causa negra e da democracia brasileira. Sua obra permanece viva e
continua sendo um símbolo da luta contra o preconceito e em favor das
melhores causas da vida política nacional”, escreveu a presidenta
afastada Dilma Rousseff em nota na qual lamentou a morte da ex-ministra.
Natural
de Porto alegre, Luiza Bairros formou-se em administração pública pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e era doutora em sociologia
pela Univesidade de Michigan (EUA). Entre 2001 e 2005, trabalhou em
programas da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o racismo.
Com residência em Salvador, Luiza Bairros foi também um dos principais nomes do Movimento Negro Unificado (MNU).
“Perdi
uma mãe, uma amiga, uma companheira, uma referência para toda vida, a
mais ousada e primorosa combinação de inteligência, disciplina,
generosidade e coerência que o movimento negro produziu nos últimos 40
anos”, escreveu o assessor pessoal da ex-ministra, o advogado Felipe
Freitas, em sua conta no Facebook.
A defesa da ex-mulher de Fernando Collor, Rosane Collor, solicitou a
penhora do salário do senador na 27ª Vara de Família de Alagoas.
Uma
decisão transitada em julgado no Superior Tribunal de Justiça obriga
Collor a dar dois apartamentos de R$ 3,4 milhões, dois carros Toyota
Corolla, R$ 700 mil e uma pensão de 30 salários mínimos a Rosane.
Se Collor não aceitar pagar, no dia 8 de agosto, a Justiça deve arrestar seus bens. As informações são da coluna Painel, da Veja.
Os policiais do estado do Rio mataram ao menos 645 pessoas em 2015 e
mais de 8.000 na década passada, é o que denuncia um longo relatório
divulgado nesta quinta-feira pela ONG Human Rights Watch.
Diante destas cifras, fica a pergunta: é possível ser um bom policial no perigoso Rio de Janeiro?
A HRW denuncia em seu estudo as dezenas de execuções extrajudiciais
pelas mãos dos que devem proteger a população e a impunidade destes
crimes a menos de um mês da inauguração dos Jogos Olímpicos do Rio, no
dia 5 de agosto.
A HRW identificou 64 casos nos últimos oito anos, nos quais a polícia
do Rio tentou acobertar massacres ilegais e que deixaram 116 mortos,
incluindo ao menos 24 crianças.
"Matar criminosos era exigido por meus superiores como forma de
mostrar um bom desempenho", disse à HRW um dos mais de 30 policiais
entrevistados para o relatório, que não fornecem seu nome por medo de
represálias fatais de seus colegas.
"Danilo" (nome fictício), como é identificado este policial que
depois de se formar foi enviado a um dos bairros pobres mais perigosos
do Rio, disse ter participado de operações para matar traficantes de
drogas com a meta de diminuir a criminalidade.
Segundo este policial ainda em atividade, alguns de seus colegas
também sequestram traficantes, obtêm pilhagens e depois os matam. Outros
assassinam traficantes para ser reconhecidos como assassinos e,
portanto, poder extorqui-los mais facilmente.
Para esconder os crimes, os policiais às vezes plantam armas ou
drogas perto das pessoas que executaram. E, por vezes, ameaçam
testemunhas para que não contem a verdade.
Em 2011, por exemplo, torturaram e mataram o filho de 14 anos de uma
testemunha de uma execução na favela do Salgueiro para intimidá-la,
segundo apontaram ao HRW.
Para cada policial que morreu em serviço em 2015, a polícia matou 24
civis, uma taxa duas vezes maior que na África do Sul e três vezes maior
que nos Estados Unidos.
Os abusos cometidos por alguns policiais colocam em risco toda a
corporação e tornam ainda mais perigoso seu trabalho nas favelas, alerta
o HRW.
Com colegas assim, é difícil ser um policial honesto, afirma o
documento "O bom policial tem medo: os custos da violência policial no
Rio".
"As execuções ilegais pelas mãos de colegas policiais tornam um
trabalho já perigoso em ainda mais perigoso" e encorajam a ira da
população em relação às forças de ordem, afirma a HRW.
Em razão dos abusos policias, os moradores das favelas não alertam a
polícia do perigo, e os próprios criminosos não se rendem quando
suspeitam que serão torturados ou mortos.
A situação é especialmente complicada para os agentes que moram nas
favelas, que escondem suas identidades dos vizinhos e não podem se quer
lavar seus uniformes em casa.
Mas denunciar os colegas corruptos também pode levar à morte.
"O policial que quer fazer o seu trabalho direito no Rio de Janeiro
tem medo. Tem mais medo de seus colegas policia do que de outros
criminosos. Porque se denunciar um ato de delito por parte de outros
policiais - corrupção, execuções, torturas - corre risco de morte",
explicou à AFP César Muñoz, investigador do HRW responsável pelo
relatório.
O Procurador-Geral de Justiça do estado do Rio de Janeiro, Marfan
Martins Vieira, disse à ONG de defesa dos direitos humanos que uma
grande porcentagem dos tiroteios reportados pela polícia foram
"simulados", mas admitiu que seu gabinete denunciou um número muito
pequeno de homicídios cometidos pela polícia.
Vieira acusa a polícia civil, encarregada de investigar os
homicídios, de não realizar bem seu trabalho. Mas a HRW afirma que "a
responsabilidade por colocar fim a esta impunidade nos últimos tempos
recai sobre o gabinete do procurador-geral do Rio de Janeiro, que tem
autoridade legal para supervisionar o trabalho de investigadores
policiais, assim como de realizar suas próprias investigações".
Dos 64 casos identificados pela HRW, apenas oito foram a julgamento, e
apenas quatro terminaram com a detenção de policiais envolvidos em
assassinatos.
No entanto, a ONG elogiou algumas iniciativas recentes, como a
criação há seis meses de um grupo de fiscais para denunciar os abusos
cometidos por policiais e nas prisões um programa piloto que obriga os
policiais a trabalhar com câmeras instaladas em suas roupas.
O plenário do Senado aprovou hoje (5) as indicações presidenciais
para quatro diretorias do Banco Central (BC). O administrador Reinaldo
Le Grazie foi aprovado para a Diretoria de Política Monetária; o atual
procurador-geral do BC, Isaac Sidney Menezes Ferreira, foi aprovado para
a Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania; o economista
Tiago Couto Berriel, assumirá a diretoria de Assuntos Internacionais e
de Gestão de Riscos Corporativos e o economista Carlos Viana de Carvalho
foi aprovado para a diretoria de Política Econômica.
Os quatro passaram por sabatina hoje mais cedo na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde também foram aprovados. Eles defenderam o controle da inflação, a responsabilidade fiscal e o câmbio flutuante, mas com intervenções no mercado.
O
administrador Reinaldo Le Grazie, indicado para a Diretoria de Política
Monetária, foi criticado por assumir cargo no BC depois de ser
diretor-superintendente da Bradesco Asset Management. O líder da
minoria, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), argumentou, durante a
sabatina, que há conflito de interesse. No plenário, Lindbergh voltou a
criticar a aprovação de quatro novos diretores do banco antes da
conclusão do processo de impeachment.
“Me espanta ver que, ainda
na interinidade, o presidente interino Michel Temer mexe nos cinco
diretores do Banco Central. É, no mínimo, uma contradição com quem faz
esse discurso da independência do Banco Central. Podiam esperar o
julgamento da presidenta Dilma, que vai acontecer no final de agosto”,
disse.
O líder encaminhou voto contra a indicação de Le Grazie em
razão de sua ligação com o banco Bradesco, mas a favor das outras
indicações por se tratarem de funcionários de carreira do BC ou
provenientes da academia. “Quero demarcar aqui a nossa posição. Há uma
mudança de conteúdo no Banco Central, há uma entrega para o setor
privado desses importantes cargos para regulação no sistema financeiro”,
disse Lindbergh sobre o voto contra.
No entanto, todos os quatro
foram aprovados com placares de 53 favoráveis e nove contrários para Le
Grazie; 49 favoráveis e um contrário para Tiago Couto; 54 favoráveis
para Carlos Viana e quatro contrários; e 51 votos a favor e dois
contrários para Isaac Menezes.
Foi aprovado ainda, com 53 votos
favoráveis e cinco contrários, a indicação de Henrique Balduíno Machado
Moreira para exercer o cargo de Diretor da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
Reforma do Maracanã saltou de R$ 705 milhões para R$ 1,2 bilhão.
Irregularidades constatadas na obra de reforma do Estádio do Maracanã
para a Copa do Mundo de 2014 poderão resultar no bloqueio de R$ 198
milhões em contratos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez com o
Governo do Estado do Rio, de acordo com informações do jornal O Globo deste domingo (3).
Nesta
terça-feira (5), o Tribunal de Contas do Estado decidirá, em sessão
plenária, o pedido de punição feito pelo conselheiro do tribunal José
Gomes Graciosa, relator dos processos sobre a reforma do estádio.
De
acordo com levantamento do relator, o contrato original informa que o
governo do estado deveria ter feito pagamento no valor de R$ 705 milhões
pela reforma do Maracanã. No entanto, a inclusão de 16 aditivos elevou a
reforma para R$ 1,2 bilhão. Entre 2010 e 2014, o TCE instaurou 21
processos, mas até hoje não tomou nenhuma decisão sobre o assunto.
Em
delação premiada, o ex-dirigente da Andrade Gutierrez Clóvis Renato
Peixoto Primo afirma que autorizou o pagamento de propina para o TCE no
valor de 1% do contrato do Maracanã, reformado em consórcio da empresa
com a Odebrecht e a Delta de Fernando Cavendish. Na delação, o executivo
diz, ainda, que pagou 5% de propina ao ex-governador Sérgio Cabral. Relatório
aponta sobrepreço de materiais, serviços desnecessários, pagamento
duplicado de itens e modificações entre o projeto básico e o executadoNo
pedido de bloqueio dos quase R$ 200 milhões das empreiteiras estão
listados pagamento duplicado de itens, realização de serviços
desnecessários e fictícios, sobrepreço de materiais, modificações entre o
projeto básico e o executado e problemas em rampas de acesso e
arquibancadas do estádio.
“O objetivo, como se vê, não era,
apenas, a realização de um evento futebolístico, mas propiciar o farto
desperdício de dinheiro público, o que, certamente, contribuiu em muito
para as dificuldades que hoje atravessam os estados que sediaram estes
eventos desportivos. É inegável e inevitável a afirmação de que melhor
seria se o Estado do Rio de Janeiro, um dos Estados sedes da Copa do
Mundo, tivesse gasto 1,2 bilhão de reais na saúde e educação”, diz o
relator no texto.
Atualmente, a Andrade Gutierrez e a Odebrecht
participam do consórcio para a Linha 4 do Metrô, BRT Transolímpico,
Parque Olímpico da Barra, despoluição das lagoas da Bara e Porto
Maravilha.
>>Ex-executivos da Andrade Gutierrez dizem ter pago propina a Sérgio Cabral
>>Supostas propinas a Cabral representam o emprego de 69 mil trabalhadores
>>Cabral recebeu propina em obras da Copa do Mundo, diz Odebrecht
>>Sérgio Cabral é foco de nova rodada de depoimentos da Carioca Engenharia
>>'Emissário' de Sérgio Cabral é citado em delações e relacionado em investigações
Pelo menos duas pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas em um
ataque realizado por homens armados, reivindicado pelo grupo terrorista
Estado Islâmico (EI), contra um restaurante frequentado por estrangeiros
na região diplomática de Daca, em Bangladesh, e que continua em
andamento com reféns, informaram nesta sexta-feira várias fontes à
Agência Efe.
"Atendemos 28 feridos e dois deles morreram", disse Miraz Ul Islan,
gerente do United Hospital, localizado no bairro nobre de Gulshan, onde
acontece o ataque, e para onde estão sendo transferidas as vítimas, a
maioria policiais, de acordo com a imprensa local e uma testemunha
ouvida pela Efe.
Segundo fontes citadas pelo jornal "The Daily Star", os dois mortos são comandantes da Polícia.
O alvo do ataque é Holey Artisan Bakery, especializado na cozinha
mediterrânea cujos chefs são dois argentinos. Um deles, Diego Rossini,
estava no local no momento do incidente.
"Estão atirando. Por favor, chamem a polícia. Estou escondido no terraço", escreveu Rossini em uma rede social.
Horas mais tarde, ele confirmou pelo Facebook que tinha conseguido escapar do restaurante.
Um funcionário do Holey, Sumon Reza, disse ao "The Daily Star" que
vários homens armados com artefatos explosivos, pistolas e espadas
invadiram o restaurante às 20h45 locais (11h45 em Brasília).
Vários veículos da imprensa de Bangladesh e fontes oficiais afirmam que
há 20 reféns no estabelecimento, entre os quais estão vários cidadãos
estrangeiros. A polícia não confirma a informação.
O EI reivindicou a autoria do ataque em mensagem divulgada pela agência
jihadista Amac e compartilhada pela consultoria americana SITE
Intelligence Group através de sua conta no Twitter.
"Mais de 20 pessoas de diferentes nacionalidades foram assassinadas no ataque do EI em Daca", diz a mensagem.
As embaixadas da Espanha e dos Estados Unidos em Bangladesh divulgaram
mensagens através das redes sociais para alertar seus cidadãos que
evitem a região do restaurante.
Desde 2013, Bangladesh sofre uma onda de ataques relacionados com
radicais islamitas que se intensificou no ano passado. Os incidentes
levaram a polícia a organizar uma grande operação policial que terminou
com milhares de detidos. Algumas das ações foram reivindicadas pelo EI e
outras pela filial indiana da Al Qaeda.