segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Bombardeios contra hospital em região rebelde do Iêmen deixa 11 mortos

A coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeou nesta segunda-feira um hospital em uma província sob controle rebelde no norte do Iêmen, deixando ao menos 11 mortos e 20 feridos, 48 horas após ataques aéreos que mataram 10 crianças iemenitas.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que possui uma equipe nesse centro de atendimento, confirmou no Twitter "que o hospital Abs (na província de Hajja) foi atingido por bombardeios aéreos hoje às 15h45 locais (09h45 de Brasília)".
Pouco depois, a organização informou que "a explosão matou na hora nove pessoas, incluindo um funcionário da MSF, e dois outros pacientes morreram quando eram transferidos" para um outro hospital.
Outras dezenove pessoas ficaram feridas e a explosão destruiu parcialmente o edifício.
A ONG criticou a morte de "um eletricista da MSF", informou por telefone à AFP, de Barcelona, Teresa Sancristóval, encarregada da ONG para operações urgentes no Iêmen. "Os outros mortos eram pacientes", confirmou.
"Entre os feridos estão um médico e um enfermeiro da MSF, os dois com gravidade", acrescentou.
"Os demais são pacientes (...) Os mais graves foram levados para outro hospital situado a duas horas" do local, destacou.
A organização humanitária, cuja equipe trabalha desde 2015 no hospital público de Abs, indicou que todos os pacientes e pessoal médico foram evacuados.
A MSF lembrou que os responsáveis pelos bombardeios conheciam perfeitamente a localização do hospital e que se trata do "quarto ataque" contra uma instalação da MSF "em menos de 12 meses", criticou Sancristóval.
Moradores de Abs confirmaram os bombardeios ao hospital, indicando que a coalizão visou nos últimos dias posições rebeldes na cidade.
Em comunicado, a organização pediu aos beligerantes, "em particular à coalizão comandada pela Arábia Saudita" que se comprometam a pôr um fim a este tipo de ataque.
Os Estados Unidos condenaram os ataques, mas não responsabilizaram diretamente a coalizão árabe liderada pelos sauditas e apoiada por Washington.
"Estamos profundamente preocupados com as informações sobre um ataque contra um hospital no norte do Iêmen. Os ataques contra instalações humanitárias, principalmente hospitais, são particularmente preocupantes", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Elizabeth Trudeau.
Sem apontar diretamente os culpados, a porta-voz pediu a "todas as partes em conflito que parem imediatamente as hostilidades".
Estes bombardeios acontecem menos de 48 horas depois que a MSF acusou a coalizão de matar 10 crianças ao bombardear uma escola corânica em Saada, outra província rebelde do norte iemenita.
A coalizão negou ter atacado a escola e disse que se tratava de um campo de treinamento de rebeldes, onde havia soldados menores de idade. Ainda assim, afirmou que investigará o incidente.
A coalizão árabe iniciou sua campanha contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã e seus aliados em 26 de março de 2015.
Investigação
A Anistia Internacional condenou os ataques contra o hospital "que causaram vítimas entre os civis e pessoal médico". "Atacar intencionalmente instalações médicas é uma grave violação do direito humanitário e pode constituir um crime de guerra", destacou a organização, que pediu uma investigação.
"Os bombardeios de infraestruturas humanitárias, sobretudo hospitais, são particularmente inquietantes", comentou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Elizabeth Trudeau.
Abs está localizada nos limites da cidade de Harad, perto da fronteira com a Arábia Saudita. É a partir de Abs que os rebeldes iemenitas lançam com certa frequência ataques contra regiões sauditas perto da fronteira, causando vítimas.
Frequentemente bombardeada pela coalizão, Harad é também o palco de violentos combates entre as forças governamentais apoiadas pelas tropas da coalizão e os rebeldes xiitas huthis.
Fontes militares pró-governo disseram que veículos militares haviam transferido de Harad rebeldes feridos ao hospital de Abs, sugerindo que os ataques tinham como alvo este estabelecimento por este motivo.
A coalizão e a Arábia Saudita são regularmente acusadas de atacar, ainda que por erro, civis, inclusive crianças.
Nesta segunda-feira, a coalizão árabe anunciou que autorizou a retomada dos voos humanitários no aeroporto internacional da capital Sanaa, que havia sido fechado aos voos civis após a retomada dos ataques aéreos.
Originários do norte do Iêmen, os huthis se levantaram contra o poder do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi em 2014, tomando grandes porções de território, incluindo a capital Sanaa.
Em março de 2015, a vizinha sunita Arábia Saudita, que acusa os huthis de ligações com o Irã, assumiu a liderança de uma coalizão militar árabe para parar o avanço dos rebeldes por meio de bombardeios aéreos e combates no terreno.
Desde então, a guerra fez mais de 6.400 mortos e 30.000 feridos, incluindo muitos civis.

sábado, 13 de agosto de 2016

Seis feridos em ataque com líquido inflamável e faca em trem da Suíça

Um suíço de 27 anos ateou fogo a um vagão de trem na Suíça usando líquido inflamável e esfaqueou vários passageiros neste sábado, ferindo seis pessoas, entre elas um menino de seis anos, informou a polícia suíça.
Este ataque é o último de uma série de atos violentos, muitas vezes mortais, que ocorreram na Europa nos últimos meses. Entre os incidentes ocorreram atentados reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
A polícia informou à AFP neste sábado que as motivações do autor ainda são desconhecidas.
"Não podemos nem excluir nem afirmar que se trata de um ato terrorista", disse o porta-voz da polícia de San Galo, Bruno Metzger, ao diário local St.Galler Tagblatts.
Seu colega Hanspeter Kruesi disse à AFP que o suspeito tem nacionalidade suíça e não é imigrante.
"De acordo com a informação que temos, um homem suíço de 27 anos lançou líquido inflamável (que) provocou fogo", afirma o comunicado, acrescentando que o homem "estava armado com ao menos uma faca".
O trem circulava pelo leste do país, ao longo da fronteira com Liechtenstein, detalhou a polícia regional de St. Gallen em um comunicado. O homem que realizou o ataque também ficou ferido.
Segundo a polícia, o incidente foi registrado às 14h20 locais (09h20 de Brasília) perto da estação de Salez, em um trem em movimento que se dirigia de Buchs a Sennwald.
Seis pessoas feridas, assim como o próprio criminoso, foram hospitalizadas com queimaduras e ferimentos provocados por facas, indicou o comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Além do menino de seis anos, entre os feridos há dois homens de 17 e 50 anos, e três mulheres de 17, 34 e 43 anos, disse a polícia, acrescentando que no momento do ataque dezenas de pessoas estavam no trem.
Uma mulher e o agressor estão "gravemente feridos", disse à AFP Hanspeter Kruesi, porta-voz da polícia.
Ninguém tentou dominar o agressor, mas ele ficou ferido no incêndio, completou.
- Europa em suspense -
Um grande dispositivo de segurança, com policiais, bombeiros, ambulâncias e helicópteros de resgate se dirigiu ao local do incidente.
A polícia informou que o trem sofreu danos no valor de 100.000 francos suíços (92.000 euros, 103.000 dólares).
O Ministério Público de St. Gallen já abriu uma investigação criminal para esclarecer o ataque.
A estação de Salez permanecia fechada e foi instalado um sistema de ônibus em seu lugar, de acordo com o comunicado.
O ataque é o último de uma série de atos violentos que têm deixado o Velho Continente em suspense.
Em janeiro de 2015, um ataque de comandos extremistas atingiu a revista satírica francesa Charlie Hebdo, deixando 12 mortos, enquanto outras quatro pessoas morreram depois em um atentado contra um supermercado kosher de Paris.
Depois, em novembro, uma ação coordenada de extremistas suicidas do grupo Estado Islâmico deixou 130 mortos em Paris.
Em 22 de março deste ano, um ataque contra o aeroporto de Bruxelas e contra uma estação de metrô, reivindicados pelo EI, deixaram 32 mortos.
Meses depois, em 14 de julho, um homem lançou seu caminhão contra a multidão que comemorava a festa nacional na cidade francesa de Nice, matando 85 pessoas.
Contudo, a Alemanha sofreu vários ataques e incidentes violentos nas últimas semanas.
Em julho, foram registrados dois atentados executados por migrantes no estado da Baviera, no sul do país.
Um ataque com machado cometido em um trem por um adolescente de 17 anos, provavelmente do Afeganistão, deixou cinco feridos, e um atentado de um sírio, que morreu no ataque, feriu quinze pessoas nas imediações de um festival de música.
Em Munique, um tiroteio executado por um jovem alemão de origem iraniana de 18 anos deixou nove mortos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PP e PMDB dizem que todas suas doações foram legais

O PMDB e o PP manifestaram-se após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a abertura de processos de investigação eleitoral contra as legendas por, supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais declaradas oficialmente; as duas legendas dizem que as doações foram legais, mas, em tese, as investigações podem levar à cassação do registro dos partidos.
O PMDB e o PP manifestaram-se hoje (11) após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a abertura de processos de investigação eleitoral contra as legendas por, supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais declaradas oficialmente. As duas legendas negaram o recebimento de propina.
Em nota, o PMDB disse que “sempre” arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais vigentes no país. “Em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas, não sendo encontrado nenhum indício de irregularidade.”
O PP também divulgou nota na qual diz que “não compactua com ilegalidades" e tem "todo interesse no esclarecimento dos fatos.”
As investigações têm como base informações obtidas em depoimentos de delação premiada  de  envolvidos na Operação Lava Jato. Os pedidos foram feitos pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, após receber informações remetidas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato.
A ministra também já havia pedido investigação do PT. Se comprovadas as acusações de recebimento de propina disfarçada de doações eleitorais declaradas oficialmente, as legendas podem ter o registro na Justiça Eleitoral cancelado e ficarão impedidas de disputar as eleições.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Temer pode realizar reforma da Previdência sem consultar Congresso

O jornalista Fernando Rodrigues publicou em primeira mão, na coluna que assina para o Portal UOL, que o presidente interino Michel Temer pode realizar uma reinterpretação da Constituição através de um despacho normativo federal, sem consultar o Congresso Nacional. A saída é discutida caso os parlamentares demorem para discutir a reforma. Temer tem sustentado para assessores que a Constituição é clara ao estabelecer que os anos de contribuição e a idade mínima são ambas condições necessárias e não excludentes para se aposentar pelo INSS. “A Constituição não diz que a aposentadoria pode ser obtida com apenas uma dessas condições cumpridas”, afirma a interlocutores dentro do Palácio do Planalto. A mudança seria realizada sem regra de transição.
Eis o que diz o parágrafo 7º do artigo 201 da Carta Magna:
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

O presidente interino não acredita que esta seja a melhor saída para a questão, este, seria um último recurso e deixaria de fora o sistema de servidores públicos, visto que a Constituição apenas dispõe regras sobre aposentadorias via INSS. A expectativa do rombo na Previdência é de R$ 147 bilhões em 2016. No ano que vem, a cifra esperada é de R$ 183 bilhões. Com o envelhecimento da população, a equipe econômica de Michel Temer calcula que o déficit somente desse último sistema chegará a R$ 348 bilhões em 2060 caso as regras atuais sejam mantidas.

Justiça derruba veto a manifestações nas Olimpíadas e Comitê Olímpico recorre

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O Comitê Rio 2016 recorreu, na manhã desta terça-feira (9), liminar que permite protestos nas arenas da Olimpíada. Nesta segunda-feira (8), a Justiça Federal no Rio de Janeiro havia determinado que a União, o Estado do Rio de Janeiro e o Comitê Rio 2016 deixassem “de reprimir manifestações pacíficas de cunho político em locais oficiais durante a realização dos Jogos Olímpicos de 2016”. A proibição de manifestações nos jogos foi sancionada pela presidente afastada Dilma Rousseff.
Tal proibição de cunho político em estádios foi considerada legal, em 2014, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando a corte analisou um recurso sobre a Lei da Copa. Na ocasião, o PSDB contestou o dispositivo da lei que restringia o uso de bandeiras e cartazes nas arenas esportivas. O dispositivo da lei de 2014, assinada por Dilma Rousseff, proibia usar bandeiras “para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável”.

Nagasaki recorda os 71 anos de bombardeio atômico

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A cidade de Nagasaki, no Japão, lembrou nesta terça-feira, dia 9, o 71º aniversário do bombardeio atômico com um minuto de silêncio em homenagem às dezenas de milhares de vítimas do ataque.
O ato começou às 10h35 (hora local) e teve seu momento mais forte às 11h02 (hora local), momento exato em que a bomba “Fat man” explodiu sobre a cidade. Houve um minuto de silêncio acompanhado pelo tradicional Sino da Paz, em homenagem às vítimas.
Após a cerimônia em memória das vítimas, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, realizaram discursos onde destacaram a importância da histórica visita de Obama a Hiroshima no mês de maio e pediram pelo fim da proliferação nuclear.

‘Pokémon Go’ é máquina de coleta de dados, alerta especialista

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A comissária para a privacidade no estado alemão de Schleswig-Holstein, Marit Hansen, lançou um alerta sobre o “Pokémon Go”. Em entrevista ao jornal Handelsblatt publicada na última sexta-feira, Hansen afirmou que o jogo armazena dados “exatos e detalhados” de cada movimento dos usuários pelas ruas. “É uma máquina gigante de coleta de dados”, disse, acrescentando que o aplicativo de realidade aumentada, além de espionar, também pode condicionar o comportamento do consumidor.
A Niantic, empresa baseada na Califórnia e que ajudou a desenvolver o jogo, não buscou apenas acesso a câmeras e microfones, mas também disponibilizou uma ferramenta de marketing para “deliberadamente orientar” os usuários do jogo aos chamados “Pokestops” em estabelecimentos comerciais, afirmou Hansen. A especialista em política de privacidade apontou também para a falta de controles legais, repetindo diversas advertências recentes sobre o aplicativo feitas em Nova York, na Austrália e nos Emirados Árabes Unidos.
“Como o jogo utiliza um provedor de fora da Europa, não temos o apoio jurídico para agir”, disse Hansen, referindo-se às disputas entre União Europeia (UE) e os EUA sobre a transferência de dados transatlânticos e a cooperação da Niantic com o Google Maps.
No mês passado, a Federação das Associações Alemãs de Consumidores (VZBV, na sigla em alemão) disse que contestou 15 cláusulas dos termos de uso e privacidade da Niantic, dando à empresa americana até 9 de agosto para responder. Caso a Niantic não se pronuncie, a VZBV advertiu levar o caso a um tribunal.

Com proximidade do fim do impeachment, dólar cai a R$ 3,13

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O dólar opera em queda em relação ao real nesta terça-feira (9), em linha com os mercados externos mas com movimento potencializado pela baixo volume de negócios por conta da expectativa com importantes votações no Congresso Nacional. Às 12h30, a moeda norte-americana caía 0,92%, a R$ 3,1385.
No mês de agosto, o dólar acumula queda de 2,31%. Em 2016, recua 19,7%.
*Com informações de UOL, G1 e Deutsche Welle.

domingo, 7 de agosto de 2016

Delegação pediu às autoridades brasileiras para reforçar a segurança nas praias.

A delegação australiana nos Jogos Olímpicos pediu às autoridades brasileiras para reforçar a segurança nas praias do Rio de Janeiro após dois treinadores da equipe de remo da Austrália serem assaltados em Ipanema. No sábado, ministro de Portugal também foi assaltado no bairro.
De acordo com o Comitê Olímpico Australiano, adolescentes armados com uma faca renderam os técnicos quando eles retornavam para o seu hotel. Os dois perderam suas carteiras, celulares e um casaco, mas nenhum deles ficou ferido.
Mike Tancred, porta-voz do comitê, disse que o incidente ocorreu na última sexta-feira, mas a delegação decidiu manter o ocorrido em segredo por um tempo para não atrapalhar a concentração dos atletas australianos em seu primeiro dia de competições.

Treinadores da equipe de canoagem da Austrália são assaltados em Ipanema
Treinadores da equipe de canoagem da Austrália são assaltados em Ipanema
Ministro de Portugal sofre assalto em Ipanema
O ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, foi vítima de assalto próximo a um hotel em Ipanema, na Zona Sul do Rio na tarde de sábado (6), quando retornava da prova de ciclismo olímpico.
Acompanhado pela assessora de imprensa do Ministério da Educação, Rita Roque, o ministro foi atacado por dois homens que os ameaçaram com facas. Os criminosos exigiram os celulares e dinheiro, fugindo a pé em seguida.
Populares que viram a ação conseguiram imobilizar um dos bandidos, que foi levado preso por policiais militares da Operação Lagoa Presente, que patrulham a região. O homem seria da comunidade Pavão-Pavãozinho e foi identificado como Márcio Luiz Brandão.
Como sofreu agressões dos populares, antes de ser levado para a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), no Leblon, que registrou o caso, o criminoso recebeu atendimento no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Ao ser preso Márcio Luiz Brandão ainda tentou subornar os policiais oferendo R$ 5 mil.
Apesar do susto, o ministro da Educação de Portugal e a assessora não foram feridos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

TSE pede a Temer permanência de militares no Rio após Jogos

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, pediu hoje (5) ao presidente interino Michel Temer a permanência do efetivo das Forças Armadas no Rio de Janeiro após a Olimpíada. Em ofício enviado a Temer, o ministro justificou que a medida é necessária para garantir a segurança das eleições de outubro.
Foto: Agência Brasil
Mendes atendeu pedido do governador do estado do Rio de Janeiro em exercício, Francisco Dornelles, e da Justiça Eleitoral, que solicitaram apoio de tropas de segurança após recentes casos de assassinatos de pré-candidatos às eleições municipais deste ano.
A Polícia Federal (PF) investiga pelo menos dez casos de homicídios de pré-candidatos em municípios da Baixada Fluminense.
Nas eleições municipais de 2012, cerca de 140 municípios foram autorizados pelo TSE a contarem com efetivo de tropas federais para auxiliar na segurança do pleito.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Queixas e protesto de condutor da tocha marcam passagem pelo Centro do Rio

A trajetória da tocha olímpica pelo Centro e Zona Portuária do Rio de Janeiro foi recebida com uma onda de celulares em punho, com diversas pessoas tentando registrar o ato, mas também queixas de moradores da região e até protesto de um dos condutores da chama.
Tarcisio Cisão, um dos que carregaram a tocha no bairro da Saúde, Zona Portuária, fez um protesto contra o presidente interino do país, com os dizeres "Fora, Temer" pintados com tinta nas nádegas. Em determinado momento do trajeto, Tarcisio mostrou sua mensagem, mas a manifestação não chegou a chamar a atenção dos que acompanhavam a passagem. Ele foi logo detido pela Força Nacional, encaminhado para uma viatura e liberado em seguida.
>> Professores bloqueiam trajeto da tocha olímpica em Caxias
>> Sob forte aparato policial, tocha olímpica é conduzida pelo Rio de Janeiro
Passagem da tocha na Rua Sacadura Cabral, Zona Portuária, entre curiosos e bloco carnavalesco
Passagem da tocha na Rua Sacadura Cabral, Zona Portuária, entre curiosos e bloco carnavalesco
Um bloco carnavalesco de amigos de Tarcisio chegou a acompanhar a passagem dele, tocando marchinhas. Daniel Galvão, carioca de 30 anos, que fazia parte do grupo, acredita que a Olimpíada funciona como "um disfarce para as politicagens mais podres" que envolvem a realização do evento na cidade. Ele criticou ainda o fato do evento não permitir que a população manifeste opinião -- como no caso do protesto do condutor da tocha --, e aceitar apenas "aplausos", "como na ditadura".
"O problema não é a competição esportiva em si, mas não vale a pena pagar o preço que a cidade vai ter que pagar por esta Olimpíada", destacou Daniel Galvão. Para ele, o megaevento traz benefícios para quem vive financeiramente "da" cidade, não para quem vive "na" cidade. "A Olimpíada deixa um rastro de entulho, sangue e merda por onde passa", acrescentou Daniel, chamando a atenção para o grande número de remoções realizadas na capital fluminense em nome da realização do evento.
Enquanto a tocha passava pela Rua do Livramento, moradores reclamavam do ato. Nadia Cristina, 21 anos, moradora do Rio desde os quatro anos, gritava, parada na porta de sua casa, "palhaçada!". "Os hospitais estão todos precisando de médico, não tem escola direito, um monte de gente morrendo no meio da rua e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo, um foguinho de nada, enquanto os brasileiros estão todos precisando", declarou ao JB.
"Os hospitais estão precisando de médico, não tem escola, um monte de gente morrendo no meio da rua, e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo", comentou a moradora da Saúde, Nadia Cristina
"Os hospitais estão precisando de médico, não tem escola, um monte de gente morrendo no meio da rua, e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo", comentou a moradora da Saúde, Nadia Cristina
Para Nadia, o grande número de policiais e integrantes da Força de Segurança durante a passagem da tocha é "ridículo". "Acho que nem eles trabalhadores da segurança pública devem estar recebendo o dinheiro deles e estão aí para proteger um pedacinho de fogo, enquanto o prefeito Eduardo Paes está ganhando dinheiro às custas dos outros."
Outra que criticava a passagem da tocha na frente de sua casa, também na Rua do Livramento, era Isamar Paulo de Oliveira, 43 anos, nascida e criada no Rio de Janeiro. "O governo só olha para a Olimpíada, não olha pra gente, que é pobre", disse ao JB.
"A gente precisa de hospital, atendimento médico melhor, escola melhor, educação melhor, salário melhor, porque a gente trabalha igual um condenado, e o governo não faz isso. Agora, Olimpíada, está aí, eles estão fazendo tudo isso aí. Quando a Olimpíada for embora, a gente fica jogado no lixo", completou Isamar.
Sobre o forte aparato policial que acompanhava o trajeto da tocha, Isamar apontou que o ideal seria proteger e oferecer segurança e tranquilidade à população. "Não precisava ter essa segurança toda para uma tocha, poderia ter essa segurança pra gente que trabalha, que é cidadão", comentou . "Eduardo Paes não faz nada pelo pobre, ele só faz pelo rico. Porque depois que a Olimpíada acabar, isto aqui vai ficar jogado às traças."

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Dilma diz que vai propor em carta pública plebiscito sobre novas eleições

A presidente afastada, Dilma Rousseff, disse à BBC Brasil que é preciso "lutar" pela realização de um plebiscito que consulte a população sobre a necessidade de uma eleição presidencial antecipada.
De dentro do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, ela elabora sua cartada final para tentar voltar ao Palácio do Planalto, sede do governo, a cerca de 5km dali - o feito hoje parece bastante difícil de ser alcançado.
Em entrevista exclusiva concedida na sexta-feira, com participação também da BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC), ela contou que divulgará nesta semana os detalhes de sua proposta, em carta direcionada ao povo brasileiro e ao Senado.
Para tentar convencer ao menos 27 dos 81 senadores a votar contra sua cassação definitiva, Dilma vai se comprometer a apoiar a convocação de um plebiscito após seu eventual retorno ao comando do país.
"Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa. Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54 milhões e meio de votos", afirmou Dilma.
Além disso, também pretende comparecer pessoalmente para fazer sua defesa quando o caso for julgado pelo plenário do Senado, entre final de agosto e início de setembro.
"Eu quero muito ir. Depende das condições. Como o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, presidirá (o julgamento), acredito que haverá condições", afirmou.
Sua esperança é que a proposta de plebiscito sensibilize alguns senadores. Cristovam Buarque (PPS-DF), por exemplo, votou pelo afastamento da presidente, mas ainda não decidiu sua posição no julgamento. Ele tem defendido que a melhor saída para a crise seria a eleição antecipada. É a opinião também da maioria da população brasileira, segundo pesquisas recentes.
Para que a petista seja condenada, é preciso que 54 dos 81 senadores votem contra ela. O governo do presidente interino Michel Temer calcula ter cerca de 60 votos pela cassação de Dilma.

Dificuldade

A realização de um plebiscito depende de aprovação do Congresso - mesmo que Dilma consiga retornar à Presidência, não poderia convocar a consulta com uma mera canetada. Hoje parece muito difícil aprovar a proposta, já que a maioria dos parlamentares apoia Temer.
A presidente afastada reconheceu a dificuldade à BBC Brasil, mas ressaltou que é necessário apenas o apoio da maioria simples dos congressistas (metade dos presentes na sessão) para convocar um plebiscito.
No entanto, como antecipar a eleição exige uma mudança na Constituição, muitos juristas e parlamentares consideram que proposta só poderia caminhar com apoio de três quintos dos deputados e senadores (quantidade mínima de votos exigida para aprovar uma emenda constitucional).
"Acredito que nós temos que lutar para viabilizar o plebiscito. Pode ser difícil passar (no Congresso), a eleição direta foi também. Nós perdemos quando nós defendemos as Diretas Já (campanha pelo voto direto em 1984) e tinha milhões de pessoas nas ruas. Perdemos num momento e ganhamos no outro", afirmou.
Questionada sobre se a antecipação da eleição poderia criar mais instabilidade política, Dilma respondeu: "Essa argumentação foi a última que a ditadura militar fazia. 'Sabe por que a gente não pode fazer eleição? Primeiro, porque causa instabilidade política; segundo, o povo não é capaz de votar e escolher devidamente; terceiro, nem sempre a maioria é lúcida'. Essas três razões nós deram 20 anos de ditadura".

'Gesto tresloucado'

Um outro caminho para antecipar as eleições seria a renúncia simultânea de Dilma e Temer. Questionada pela BBC Brasil se cogitaria propor um acordo nesse sentido, a petista disse que "seria muita ingenuidade da nossa parte (acreditar) que ele teria grandeza de renunciar".
O peemedebista de fato tem rechaçado a ideia. Ela tampouco aceita essa hipótese.
A presidente afastada voltou a dizer que o processo de impeachment é um "golpe" porque não haveria crime de responsabilidade que justifique sua cassação. Já os que a acusam dizem que ela cometeu ilegalidades na gestão das contas públicas.
"Quando você tem um julgamento de um presidente sem crime de responsabilidade, nada mais oportuno do que esse presidente gentilmente sair da pauta. Não renuncio. Eu volto para o governo e faço um plebiscito. É essa a proposta. Não tem hipótese de eu fazer esse gesto tresloucado: renunciar", afirmou.
"Eu acho que eu vou ser conhecida também como a primeira (presidente) mulher que, apesar de tudo, não deu um tiro no peito, e também não renunciei", reforçou, afastando a sombra de Getúlio Vargas, presidente que se matou em 1954 com um tiro no peito, após forte pressão para que deixasse o governo.

Nova rotina

Afastada do comando do país, Dilma tem se dividido entre compromissos no Alvorada, visitas à família em Porto Alegre e viagens pelo país custeadas por uma "vaquinha" que já arrecadou quase R$ 800 mil na internet.
Sua agenda inclui encontros com movimentos sociais, parlamentares e muitas entrevistas - no dia anterior, quinta-feira, havia recebido a imprensa japonesa.
Na conversa com a BBC Brasil, na ampla biblioteca do Alvorada, disse que pouca coisa mudou na sua vida pessoal - o tempo livre segue raro, segundo ela, e se divide entre musculação, bicicleta, livros e filmes.
A principal novidade na agenda de compromissos, contou, é o aumento do contato mais direto com as pessoas.
"Hoje a atividade é diferente, eu não tenho atividade de gestão, mas eu tenho atividade de conversa, persuasão, discussão, avaliação, e de receber pessoas. Essa atividade exige uma presença minha extremamente direta e pessoal. Não tem eu ser representada, que na atividade presidencial tem. Tem um contato direto com as pessoas que tem sido muito bom", notou.
Uma das companhias constantes no Alvorada tem sido a da equipe da cineasta Anna Muylaert, que grava um documentário sobre o afastamento de Dilma - eles acompanharam a entrevista à BBC Brasil.
Outra visita frequente é a do seu advogado, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Na última sexta-feira, uma bicicleta verde em estilo retrô, que Dilma emprestou para ele se locomover de um hotel próximo, onde está morando, até o palácio, estava estacionada na garagem do Alvorada ao lado de outras duas da presidente, com um capacete pendurado na cestinha.
Apesar de a rotina seguir "intensa", na sexta-feira, a agenda estava mais tranquila - após conceder entrevista por uma hora à BBC Brasil, Dilma ficou mais 30 minutos conversando com a equipe de reportagem.
Contou que aprendeu a dançar tango com colegas de prisão durante a ditadura militar, mas que hoje gosta mais de ouvir Bach. Disse também que aprecia uma taça de vinho, pois os efeitos da quimioterapia que fez para tratar um câncer já não lhe permitem beber muito mais que isso.
E disse não ver "oposição" entre vida política e privada. "Elas se inter-relacionam. O que é a vida política pra'ocê? É a vida em que você se coloca perante os outros, em que você não está olhando só o seu interesse".

Autocrítica

Sobre as denúncias de corrupção envolvendo o seu partido, a presidente afastada disse que o PT havia sido "contaminado pela política tradicional" e precisava "fazer uma autocrítica".
No entanto, ao ser questionada sobre ela própria poder se eximir de responsabilidades pelo fato de o esquema de corrupção ter ocorrido enquanto exercia a Presidência, repetiu a resposta que havia dado em entrevista à BBC em maio, dias antes de ser afastada - fez novamente um paralelo entre o esquema de corrupção da Petrobras e a crise financeira que estourou em 2008 nos Estados Unidos.
"O maior processo de corrupção recente no mundo foi o estouro da bolha financeira. Nada envolveu mais dinheiro, mais malfeito e processos irregulares de controle. (...) Não é algo trivial descobrir a corrupção. (...) A característica principal da corrupção é agir às escuras, escondendo suas práticas corruptas, é esconder e criar toda uma cumplicidade e não deixar traços."
A presidente afastada voltou a dizer que ela e seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investiram e fortaleceram as instituições de combate à corrupção. Afirmou também que não se pode "demonizar o PT".
"Este é um processo necessário ao Brasil. Uma sociedade tem de se fortalecer para combater a corrupção. O que não é correto é transformar uma luta contra a corrupção numa luta político-ideológica, como se o que ocorre no Brasil seja integral responsabilidade do Partido dos Trabalhadores".
No momento em que os olhos do mundo se voltam para a Olimpíada do Rio de Janeiro, Dilma disse que sua ausência na abertura do evento não é um "mau sinal" para a comunidade internacional.
"Eu acredito que os chefes de Estado, de governo, as delegações (são) pessoas sensíveis e inteligentes que vão entender claramente que eu participar da Olimpíada, tendo como a pessoa que preside a Olimpíada o vice-presidente que deu um golpe no meu governo, eu ficar disputando quem é que é a autoridade dentro do Maracanã é que daria um mau sinal", disse.
"E um mau sinal para mim também. Tenho clareza de que meu lugar era na tribuna de honra, não só por ser presidenta, porque nisso quem trabalhou fui eu. Então, por direito e também por trabalho, era lá que eu tinha de estar", acrescentou.

domingo, 31 de julho de 2016

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder histórico da esquerda, virou réu por tentativa de obstrução das investigações do megaesquema de corrupção na Petrobras.
"A causa é por obstrução da Justiça", no âmbito da investigação da Operação Lava Jato, declarou nesta sexta-feira (29) uma porta-voz da promotoria de Brasília à AFP.
É a primeira vez que o fundador do Partido dos Trabalhadores, que foi presidente do Brasil de 2003 a 2010, irá a julgamento pelo escândalo que defraudou a Petrobras durante uma década, custando mais de 2 bilhões de dólares, para beneficiar dezenas de políticos, empresários e funcionários da empresa petroleira.
Lula, de 70 anos, deixou a presidência no fim de 2010 com mais de 80% de popularidade, devido seus programas sociais que tiraram mais de 40 milhões de brasileiros da pobreza.
Seu carisma foi fundamental para que o Rio de Janeiro fosse escolhido em 2009 como a cidade-sede dos Jogos Olímpicos que começarão em uma semana, mas seu legado foi assombrado pela gigantesca rede de corrupção descoberta na Petrobras, em que dezenas de políticos de seu partido estavam envolvidos.
Mas nem Lula, nem sua sucessora Dilma Rousseff, suspensa pelo Congresso enquanto é julgada por uma suposta manipulação das contas públicas, assistirão a cerimônia inaugural dos Jogos em 5 de agosto, que será liderada pelo presidente interino Michel Temer.
Na mesma decisão, o juiz federal Ricardo Leite aceitou uma denúncia por obstrução da justiça contra outras seis pessoas envolvidas no caso, entre elas o banqueiro André Esteves (ex-presidente do BTG Pactual), o empresário pecuarista, e amigo de Lula, José Carlos Bumlai e o ex-líder do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-senador Delcídio do Amaral.
Cumpridor da lei
Após saber que irá a julgamento, o ex-presidente insistiu nesta sexta-feira de sua inocência. "Duvido que haja alguém mais cumpridos da lei que eu. A única coisa que quero é respeito, que não haja um ajuizamento através dos titulares e filtrações contra pessoas inocentes", disse em uma seminário em São Paulo, citado pelo jornal Folha de S. Paulo.
"O que fizeram foi vingança política (...) O objetivo de tudo isso é tirar o Lula da campanha de 2018" à presidência do Brasil, afirmou.
Lula "já esclareceu ao procurador-geral da República, em uma declaração, que jamais interferiu ou tentou interferir em declarações relativas a Lava Jato", assinalou em uma nota o escritório de advogados Teixeira, Martins & Advogados, que representa o ex-presidente.
Quando for notificado "apresentará sua defesa e ao final sua inocência será certamente reconhecida", acrescentaram.
"A acusação se baseia exclusivamente na delação premiada de um réu confesso e sem credibilidade, que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para a prisão domiciliar", acrescentaram os advogados de Lula, fazendo referência ao ex-senador Delcídio do Amaral.
Em declarações à promotoria, Delcídio afirmou que Lula, Esteves e Bumlai, entre outros, se juntaram para tentar comprar o silêncio do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que se prestava a assinar um acordo com a justiça e proporcionar detalhes de como funcionava o esquema de subornos na estatal.
A tentativa de silenciar Cerveró motivou a denúncia pelo crime de obstrução da justiça.
A prisão de Delcídio, em novembro de 2015, quando ainda era membro do Congresso, convulsionou a classe política e em especial o PT, temeroso das repercussões que sua confissão poderia trazer para seus filiados.
A justiça investiga também se Lula, que por ser um ex-presidente não está protegido por foros, se beneficiou de supostos pagamentos de construtoras que obtinham contratos na Petrobras em troca de subornos.
O ex-presidente apresentou na quinta-feira (28) uma demanda ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, para denunciar "abusos de poder" contra ele por parte do juiz Sérgio Moro, que lidera a investigação da Lava Jato.
Dias difíceis para o PT
O julgamento contra Lula chega em um momento difícil para o PT, abatido por diversos escândalos de corrupção, além do processo de impeachment de Dilma Rousseff, sua sucessora, que está em curso no Congresso.
Rousseff foi provisoriamente suspensa em 12 de maio, acusada por seus opositores de maquiar e usar irregularmente as contas públicas em 2014 - ano de sua reeleição - e 2015.
O Senador decidirá no final de agosto, após o fim dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, se Dilma deverá ser afastada definitivamente do cargo e se seu vice-presidente e ex-aliado político, Michel Temer (PMDB), a substituirá na presidência até que novas eleições presidenciais ocorram em 2018.
"Estamos esperando que o impeachment seja resolvido entre os dias 25 e 26 de agosto, porque se for verificado nos dia 4, 5 ou 6 de setembro, o Brasil não poderá estar na cúpula do G20 (na China). O undo necessita saber quem é o presidente" do Brasil, disse Temer nesta sexta-feira em uma entrevista com a AFP e outras agências internacionais.

Manifestantes protestam contra corrupção e em apoio à Lava Jato no Rio

Manifestantes fizeram um protesto na Praia de Copacabana, na manhã deste domingo (31), contra a corrupção e em apoio à Operação Lava Jato. Vestidos de verde e amarelo, com cartazes e alguns com os rostos pintados, os ativistas se concentraram na altura do Posto 5 e tiveram o apoio de dois caminhões de som.
O alvo principal dos manifestantes foi a presidenta afastada, Dilma Rousseff, mas sobraram críticas também ao governo do presidente interino, Michel Temer. A Polícia Militar não informou o número de manifestantes.
“Eu vim à passeata em protesto contra a corrupção, a crise econômica e a crise política que estão assolando o país. O povo quer o afastamento definitivo da Dilma. O atual governo está menos pior. Não temos saúde, não temos educação nem segurança pública. Também não temos emprego, são mais de 12 milhões de desempregados”, declarou o comerciante Fernando Ribeiro, que carregava um cartaz escrito em inglês com seu protesto.
“Eu estou aqui porque sou contra a corrupção. Não basta a saída da Dilma, temos que ir em frente, dando apoio à Polícia Federal. Eu apoio o governo Temer, porque ele está tentando acertar”, disse a dona de casa Sileide de Sá Ribeiro.
“Sou a favor do impeachment da Dilma, porque ela quebrou o país. O Brasil precisa acabar com a corrupção generalizada. O atual governo me satisfaz em alguns aspectos, em outros não. No campo econômico, o Temer está fazendo a coisa certa”, disse o professor aposentado Luiz Carlos Ryff.
Rio de Janeiro - Manifestantes fazem ato a favor do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, contra a corrupção e em apoio à operação Lava Jato, na praia de Copacabana (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Com cartazes e vestidos de verde e amarelo, ativistas se concentraram na altura do Posto 5Tânia Rêgo/Agência Brasil
“Eu não quero mais a corrupção no meu país. Temos de ir além. A saída da Dilma é só o começo da mudança. Queremos um Brasil novo, com novos políticos e pessoas com mentes diferentes. Que a mudança venha melhorar a saúde e a educação. O atual governo não é o ideal, mas no momento está nos servindo”, disse o dentista Fábio Oliveira.
Por volta de 12h30, os líderes do protesto, ligados ao Movimento Vem Pra Rua, encerraram a passeata. Não foram registrado incidentes durante a manifestação, que também atraiu a atenção dos milhares de turistas e de jornalistas estrangeiros que estão na cidade para a Olimpíada e aproveitaram o dia de sol para passearem em Copacabana.
Em todo o país, movimentos favoráveis e contrários ao impeachment de Dilma Rousseff promovem manifestações neste domingo.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Dilma diz que PT e Santana são os que devem responder por eventual caixa 2

A presidenta afastada Dilma Rousseff disse hoje (27) que os supostos pagamentos ilegais referentes à sua campanha presidencial de 2010, recebidos pelo publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, por meio de caixa 2, devem ser explicados pela tesouraria do PT, e não por sua coordenação de campanha à época.
Na semana passada, João Santana e Mônica Moura confirmaram, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, terem recebido, em 2013, U$ 4,5 milhões referentes a dívidas da campanha de 2010 de Dilma, por meio de uma conta do empresário Zwi Skornicki na Suíça. O casal de publicitários encontra-se preso preventivamente em Curitiba desde fevereiro.
“Não é a mim que você deve perguntar isso. Como o próprio João Santana falou, ele tratou disso com a tesouraria do PT”, respondeu Dilma ao ser questionada sobre o assunto, em entrevista à Rádio Educadora, de Uberlândia (MG).
A petista argumentou que uma vez que o suposto pagamento foi feito, três anos após encerrada a campanha, quem deve esclarecer o repasse do dinheiro é o PT. “A minha campanha não tem nenhuma responsabilidade sobre as circunstâncias em que se pagou uma dívida remanescente da campanha de 2010, por que ela foi paga três anos depois”, afirmou a presidenta afastada.

Romance

Dilma negou também declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que disse na semana passada a jornalistas ter escutado um “desabafo” da petista, no qual ela confidenciou estar cansada e abatida com o processo de impeachment. “Quero acabar logo com essa agonia”, teria confessado a presidenta afastada.
“Isso é um romance, porque, primeiro, eu não estive com o presidente do Senado nem na semana passada, nem na semana retrasada”, afirmou ela. Sem citar quais, Dilma acusou veículos de imprensa de querer criar a impressão de que ela esteja propensa a renunciar. “Há uma fantasia, uma invenção, uma ficção que foi divulgada de forma incorreta e indevida.”
Ela garantiu que irá cumprir o prazo dado até amanhã (28) para apresentar suas alegações finais à Comissão Processante do Impeachment no Senado. “Não estou cansada, não. Estou plenamente disposta a lutar até o ultimo minuto pelos meus direitos”, afirmou Dilma.
Perguntada se a tendência para a votação do impeachment não estaria desfavorável a ela, Dilma respondeu que “não é verdade” que não tenha votos o bastante para derrotar seu impedimento. “Nós teremos uma guerra de informações, uma parte vai dizer que tem os votos, outra parte vai dizer que não tem, mas nós vamos saber só no dia o que vai acontecer.”

Olimpíada

Dilma confirmou que não comparecerá à abertura dos Jogos Olímpicas do Rio 2016, marcada para 5 de agosto. “Eu não vou participar de um ato nessa condição de expectadora, num ato em que fui protagonista, então prefiro não ir, para não causar nenhum constrangimento”, explicou ela.
A presidenta afastada demonstrou descontentamento com o fato do presidente interino Michel Temer, “uma pessoa que não trabalhou” ser o representante do governo que estará no palanque da cerimônia ao lado de outras autoridades internacionais.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Empresário é encontrado morto embaixo de sofá em Macacos

Vítima, que estava enrolada em um cobertor e apresentava sinais de violência, foi encontrada pela companheira O corpo de um empresário do ramo de transportes, de 64 anos, foi encontrado na manhã desta segunda-feira (25), embaixo do sofá da casa da família, usada para passar fim de semana. O imóvel está localizado na rua Dona Maria da Glória, em Macacos (São Sebastião das Águas Claras), na região metropolitana de Belo Horizonte.
A mulher da vítima, uma médica, foi quem acionou a Polícia Militar (PM). Ela contou aos policiais que a família mora em Belo Horizonte, mas que nos finais de semana segue para essa propriedade para descansar. Neste final de semana, especificamente, o empresário foi sozinho para o local.
Como o companheiro não entrou em contato durante o sábado e o domingo, algo incomum, ela decidiu pedir ao caseiro do local para ir até a casa e verificar se estava tudo bem. Segundo informações da médica à polícia, o funcionário encontrou a casa trancada, mas uma das janelas estava entreaberta. A mulher foi informada e decidiu ir até a propriedade.
No local, ela encontrou o corpo do marido embaixo do sofá. Ele apresentava ferimentos na cabeça e estava enrolado em um cobertor.
"Ainda não podemos dizer o que teria acontecido. Não tem evidência. Não há nada que pudesse identificar o que teria ocorrido", explicou o major Damom Matheus, da Polícia Militar.
A  Polícia Civil informou que não havia nenhum registro de empresário desaparecido na região. Se a família notou o sumiço do homem, pode ser que não tenha registrado na polícia. Porém, uma equipe da Polícia Civil esteve na residência da vítima na tarde desta segunda (25) e a corporação irá investigar o caso.
Vítima
Conforme informações dadas à polícia pela mulher do empresário, que estava casada com ele há mais de 20 anos, ele não tinha problemas com ninguém e também não tinha antecedentes criminais.
O empresário deixa uma filha do primeiro casamento.

sábado, 23 de julho de 2016

Defesa de Lula rebate Moro e diz que juiz não teve a oportunidade de prendê-lo

A defesa do ex-presidente Lula divulgou nota neste sábado, em que rebate a afirmação do juiz Sergio Moro, que disse que já poderia ter prendido o ex-presidente Lula, se assim o desejasse; "Essa afirmação é manifestamente descabida e apenas reforça que o juiz Moro perdeu a imparcialidade para julgar qualquer assunto envolvendo Lula, como vem sendo reiterado pelos seus advogados", diz o texto assinado pelos advogados Cristiano Martins e Roberto Teixeira; eles lembram que um juiz só pode decretar prisão se houver pedido do Ministério Público – o que não ocorreu no caso de Lula; "Lula não se opõe a qualquer investigação, mas tem o direito de ver observadas suas garantias constitucionais e aquelas previstas em Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir", diz ainda a nota.
Paraná 247 – A defesa do ex-presidente Lula divulgou nota neste sábado, em que rebate a afirmação do juiz Sergio Moro, que disse que já poderia ter prendido o ex-presidente Lula, se assim o desejasse (leia aqui). "Essa afirmação é manifestamente descabida e apenas reforça que o juiz Moro perdeu a imparcialidade para julgar qualquer assunto envolvendo Lula, como vem sendo reiterado pelos seus advogados", diz o texto assinado pelos advogados Cristiano Martins e Roberto Teixeira. Eles lembram que um juiz só pode decretar prisão se houver pedido do Ministério Público – o que não ocorreu no caso de Lula.
Leia, abaixo, a íntegra da nota:
O juiz Sergio Moro afirmou ontem (22/07/2016) - e foi repercutido pela imprensa – que o teor dos diálogos interceptados dos ramais do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva “por si só poderia justificar, por ocasião da busca e apreensão, a prisão temporária dele, tendo sido optado, porém, pela medida menos gravosa da condução coercitiva”.
Essa afirmação é manifestamente descabida e apenas reforça que o juiz Moro perdeu a imparcialidade para julgar qualquer assunto envolvendo Lula, como vem sendo reiterado pelos seus advogados.
O fato é que Moro deixou de observar que:
(a) a lei apenas permite ao juiz decretar a prisão temporária se houver pedido do órgão policial ou do Ministério Público (Lei nº 7.960/1989, art. 2º), o que não existiu em relação a Lula;
(b) no dia 24/02/2016 o MPF requereu a condução coercitiva do ex-Presidente Lula, sem abrir a opção de prisão temporária — até porque ausentes os requisitos legais (Lei nº 7.960/1989, art. 1º) —, como no trecho abaixo:
 
Lula não se opõe a qualquer investigação, mas tem o direito de ver observadas suas garantias constitucionais e aquelas previstas em Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir.
 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Em 8 pontos: O que já se sabe sobre os suspeitos de planejar ataques no Brasil

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira brasileiros suspeitos de planejar ataques na Olimpíada do Rio. Eles se comunicavam pela internet e parte fez juramento de lealdade ao grupo autodenominado Estado Islâmico - mas, segundo as investigações, não tiveram contato direto com os extremistas.
São 12 pessoas com pedidos de prisão, sendo que 10 já foram detidos. Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, eles não se conheciam pessoalmente e vivem em diferentes Estados do país.
"Aparentemente, era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo", disse o ministro em entrevista coletiva no fim da manhã. De acordo com ele, a probabilidade de um ataque na Olimpíada é "mínima".
Confira o que já se sabe sobre o caso.

1) Quem eram os suspeitos?

São 12 pessoas com prisão decretada, sendo que 10 já foram detidas. As outras duas já foram rastreadas pela Polícia Federal, mas ainda não tinham sido detidas até o momento do pronunciamento de Moraes, no fim da manhã.
Todos os suspeitos são brasileiros - suas idades não foram reveladas. Segundo o juiz federal Marcos Josegei da Silva, um dos responsáveis pelo caso, há jovens e pessoas de meia idade. "A maioria tem entre 20 e 40 anos de idade", disse.
O magistrado afirmou que nenhum deles têm nome ou sobrenome característicos do Oriente Médio, mas utilizam em suas conversas pela internet apelidos de origem árabe.
Além das 12 pessoas com pedido de prisão, um menor de idade foi alvo de ação de busca e apreensão.
Os suspeitos nunca marcaram um encontro pessoal - eles não se conheciam pessoalmente e viviam em Estados diferentes. Segundo o ministro, a ordem era cada um por si.
De acordo com a Justiça Federal, os investigados preconizam a intolerância racial, de gênero e religiosa, além do uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos.
Eles foram detidos em dez Estados: Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Dois deles já foram condenados e cumpriram prisão por homicídio.
Além disso, a operação investiga uma ONG "com atuação na área humanitária e educacional" que teria colaborado com o grupo suspeito.

2) Como eles se comunicavam?

Os envolvidos participavam de um grupo virtual chamado Defensores da Sharia - a lei islâmica. A investigação contou com quebra de sigilo telefônico e de dados dos suspeitos, que trocavam mensagens usando redes sociais.
Eles também se comunicavam via aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp e Telegram. Questionado pela BBC Brasil, o ministro disse, no entanto, que não poderia esclarecer se houve monitoramento desses aplicativos.
Nesta semana, o WhatsApp foi tirado do ar por algumas horas, após decisão judicial, justamente por sua resistência em quebrar a privacidade dos usuários para permitir monitoramento de supostos criminosos - a empresa diz que, como as conversas agora são criptografadas de ponta a ponta, ela não tem acesso às conversas.
"Nós temos outros métodos de investigação", disse o ministro, sem especificar quais.

3) Qual era o contato com o Estado Islâmico?

Segundo as investigações, não houve contato direto com os extremistas. Mas alguns dos suspeitos fizeram juramento ao grupo pela internet - de acordo com Moraes, isso foi realizado por meio de uma ferramenta online padrão.
Ele não soube precisar o número, mas de quatro a seis indivíduos teriam feito o juramento.
Além disso, um deles teria manifestado a intenção de ir ao exterior para fazer contato com o grupo, mas dias depois desistiu por falta de recursos para custear a viagem.

4) O que permitiu que eles fossem presos?

O grupo detido nesta quinta-feira está sendo investigado com base em dois artigos da recém aprovada lei 13.260, a Lei Antiterrorismo.
Segundo o juiz Silva, um deles é o artigo 3º, que caracteriza como crime "promover, constituir, integrar ou prestar auxílio" a organização que realiza ataques terroristas. A punição varia de cinco a oito anos de prisão e multa.
O outro é o artigo 5º, que descreve a ação criminosa de "realizar atos preparatórios de terrorismo". A pena para esse crime depende do ato que vinha sendo realizado pelo suspeito.
Segundo o ministro Moraes, as pessoas presas trocaram mensagens em que planejavam iniciar treinamento em artes marciais e em tiro.
Um deles enviou e-mail para uma loja de armas para comprar um fuzil AK-47, disse o ministro.
As autoridades não deram mais detalhes sobre a preparação dos supostos ataques.

5) Que tipo de ataque pretendiam executar?

Pelas conversas monitoradas, o ministro identificou que o grupo teria mais interesse em um ataque por tiros, já que discutiram sobre treinamento em armas e um deles tentou comprar um AK-47.
Além disso, disse Moraes, eles elogiaram nas conversas o ataque recente de um atirador solitário em uma boate gay em Orlando, nos EUA, que terminou com 50 pessoas mortas. "Em nenhum momento eles falaram de bomba", notou o ministro.
Em outro ataque recente, em Nice, na França, um homem atirou um caminhão contra uma multidão, matando 84.

6) Qual o nível de periculosidade do grupo?

Moraes classificou o grupo de "célula absolutamente amadora" e "desorganizada". Os suspeitos vivam em Estados diferentes e nunca tinham se encontrado pessoalmente.
O ministro disse que não pode detalhar quando teve início o monitoramento dos presos, mas revelou, por exemplo, que as mensagens sobre treinamento em artes marciais e tiro eram muito recentes.
"Aparentemente, era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo. 'Vamos treinar artes marciais', essa mensagem é recentíssima. E qualquer célula organizada não tentaria comprar uma arma na internet. Até porque um deles estava no Paraná, mais próximo de onde sabemos que infelizmente se compra muita arma, que é o Paraguai", explicou.
Apesar do claro amadorismo dos suspeitos, o ministro disse que nenhuma ameaça, por mínima que seja, deve ser ignorada.
"Nenhuma força de segurança séria pode ignorar, mesmo verificando que tudo levaria a crer que não realizaria um ato sério, competente de terrorismo, mas não seria de bom senso aguardar para ver", destacou.

7) Qual o grau de risco para a Olimpíada?

Moraes informou que nem o governo brasileiro nem as agências internacionais alteraram a classificação de risco de ataque no Brasil após essas prisões.
Ele reiterou que "a questão da segurança pública (na Olimpíada) é muito mais importante, gera muito mais preocupação que a questão do terrorismo".
"Probabilidade mínima de ataque terrorista", disse ainda.

8) Quais serão as próximas etapas da investigação?

Além das prisões, a Polícia Federal realizou uma série de mandados de busca e apreensão. Os objetos coletados (entre eles computadores, celulares e documentos) serão analisados e os suspeitos detidos, interrogados.
O objetivo é tentar verificar se eles realmente pretendiam realizar os atentados sobre os quais falaram na internet.
"Nem tudo que uma pessoa preconiza no mundo virtual, ela vai realizar no mundo real", disse o juiz.
Segundo ele, as prisões eram necessárias devido ao contexto mundial de ataques recentes.
Os suspeitos cumprirão prisão temporária de 30 dias - prorrogáveis por mais 30 - para que não atrapalhem as investigações.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Delegadas da Convenção Republicana defendem Trump como aliado das mulheres

As delegadas da Convenção do Partido Republicano defendem que o provável candidato à presidência dos Estados Unidos pela legenda, o empresário Donald Trump, é um aliado das mulheres e minimizaram a importância da retórica machista que lhe rendeu uma impopularidade recorde entre o eleitorado feminino.
Todas as delegadas e convidadas para a convenção com as quais a reportagem da Agência Efe entrevistou rejeitaram categoricamente que o emprésário tenha um discurso machista, com argumentos como seu apoio às mulheres em suas empresas e a confiança que tem em sua filha Ivanka, uma de suas principais assessoras.
Trump enfrenta a uma situação duplamente insólita: concorrerá à presidência com a primeira mulher candidata por um grande partido, a democrata Hillary Clinton, e o faz com uma impopularidade histórica entre o eleitorado feminino, que supera os 70% em algumas pesquisas.
"Ele valoriza as mulheres muito mais do que Hillary, as mulheres, para ela, não poderiam importar menos. Se é que há uma guerra contra as mulheres (algo do qual os democratas acusam recorrentemente os republicanos), essa guerra vem do Partido Democrata", comentou, indignada, Barbara Heming, convidada pelos delegados da Flórida.
"Hillary não quer mulheres líderes, quer um governo com muito peso, quer controlar os indivíduos, tirar seus direitos", acrescentou, exibindo um vistoso chapéu vermelho com laço azul e adesivos de apoio a Trump.
Sherry Ogrodnik, que a acompanhava, a interrompeu para acrescentar que Trump tem "valores" como os que nos anos 80 a incentivaram a deixar de ser democrata e passar a apoiar os republicanos, atraída pelas propostas do presidente conservador Ronald Reagan.
Quando perguntadas se o magnata é suficientemente conservador em assuntos sociais, ambas se apressaram em lembrar que essa dúvida ficou liquidada no dia em que ele anunciou que seu candidato a vice-presidente seria o governador de Indiana, Mike Pence, que acumula décadas de batalha contra o aborto e o casamento gay.
Nos corredores da Quicken Loans Arena, que recebe a convenção, as mulheres republicanas exibem com orgulho seu apoio a Trump, um candidato que, segundo as pesquisas, é rejeitado por mais de 40% das conservadoras por seu longo e documentado histórico de comentários pejorativos sobre as mulheres, a quem com frequência julga apenas por seu aspecto físico.
"Se ouvir tudo o que disse, a razão pela qual fez esses comentários foi para obter muita atenção da mídia, para poder falar depois dos temas importantes", justificou à Efe a jovem Nazly de la Hoya, delegada pelo Texas.
Perguntada se, por ter origens mexicanas, se sentiu ofendida com os insultos de Trump sobre os imigrantes desse país, ela sorriu, fez uma pausa e se explicou.
"Não me senti ofendida, o que acontece é que Trump não teve filtro. Seu ex-chefe de campanha dizia que tinha um cartaz no qual colocava 'deixem que Trump seja Trump'. Muitas das coisas que disse eram só para que a mídia falasse constantemente dele", alegou.
Nazly, que pertence a dois segmentos do eleitorado muito difíceis para Trump, argumentou que não há nenhum conflito entre ser mulher e latina e apoiar o magnata ou o Partido Republicano, que têm seu nicho de apoio entre homens brancos.
Para Barbie Jones, uma designer de joias que vende suas criações na praça de alimentação da convenção, Trump é um homem a quem admira por "sua força e sua bondade" e porque "não tem medo de ser ele mesmo".
"Me fascina seu discurso a favor de que os produtos sejam fabricados aqui, e não fora. Eu o faço com minhas joias, tudo é feito aqui porque é bom para os empregos e porque as coisas são de melhor qualidade quando feitas aqui", afirmou, enquanto mostrava um elegante bracelete com um elefante, símbolo republicano, em prata.
A poucos passos de seu estande de joias estão as meninas da ONG Future Female Leaders ("Futuras mulheres líderes"), um movimento social de jovens conservadoras que visa convencer outras de que podem e devem ser orgulhosas de serem republicanas.
"Nas universidades, as jovens republicanas podem se sentir em minoria, não representadas, porque são espaços onde uma maioria é progressista, sobretudo em temas sociais como o aborto. Nós queremos criar um orgulho de ser republicana", contou à Efe Amanda Owens, fundadora do movimento.
Aos 18 anos, e já uma delegada substituta pelo estado do Texas, Brittany Divver está acostumada a ser perguntada por amigas por que é republicana. E responde de forma simples e direta: "Acredito nos valores do partido".

domingo, 17 de julho de 2016

Exército israelense dispara contra drone originado da Síria

O Exército israelense informou que disparou dois mísseis contra um drone que entrou o seu espaço aéreo vindo da Síria. Segundo os militares, dois mísseis Patriot foram lançados contra o drone a partir do sistema de defesa aérea israelense nos Montes Golã. Os militares dizem que o aparelho voltou para a Síria.
Israel já abateu aeronaves síria no passado. Em 2014, o país derrubou um drone e um jato sírio que tinham entrado em seu espaço aéreo em duas ocasiões distintas.
Israel tem evitado tomar partido na guerra civil síria. No entanto, tropas israelenses têm respondido a tiros de morteiros que atingem os Montes Golã. Israel também alega que atingiu alvos ligados ao grupo militante libanês Hezbollah localizados na Síria.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Torre Eiffel homenageia vítimas de ataque em Nice

Monumento receberá iluminação especial por três dias.

Maior símbolo da França, a Torre Eiffel ficará iluminada com as cores da bandeira francesa pelos próximos três dias, em homenagem às vítimas do ataque em Nice. As cores branca, vermelha e azul iluminarão o monumento por todo o período em que vigorar o luto nacional. Um homem de 31 anos, identificado como Mohamed Bouhlel, originário da Tunísia, mas com cidadania francesa, jogou um caminhão contra uma multidão que aguardava as celebrações do feriado do Dia da Bastilha na avenida Promenade des Anglais.   
Ele percorreu quase dois quilômetros a uma velocidade de 80 km/h com seu caminhão e matou 84 pessoas. Outras 200 estão feridas, sendo que 50 correndo risco de vida. Em 13 de novembro do ano passado, Paris sofreu o maior atentado de sua história, organizado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis), com 130 mortos.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Estado Islâmico planejou ataques no Brasil, afirma agência francesa

Brasileiro estaria por trás do planejamento dos ataques que deveriam ocorrer durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro

Em 2015, ataques reivindicados pelo Estado Islâmico deixaram mais de 130  mortos na França
Reprodução/Internet
Em 2015, ataques reivindicados pelo Estado Islâmico deixaram mais de 130 mortos na França

A facção terrorista Estado Islâmico, também conhecida por Daesh ou ISIS, responsável pelos recentes atentados no aeroporto de Istambul e de Paris no ano passado, havia planejado novos ataques contra delegação da França durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, informou um novo relatório oficial da agência de inteligência do governo francês nesta quarta-feira (13).
A informação foi anunciada pelo chefe da Direção de Inteligência Militar (DRM), general Christophe Gomart, durante uma audição, em maio, na comissão parlamentar de luta contra o terrorismo, responsável por investigar os atentados de 2015 na França. Na ocasião, os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico e deixaram 130 pessoas mortas. O episódio é considerado um dos mais sangrentos da história recente do país.
Há indícios de que um brasileiro poderia estar por trás dos ataques, assegurou Gomart em declaração aos parlamentares. Não se sabe se o brasileiro estaria sendo treinado remotamente ou em bases locais do Estado Islâmico no oriente médio. De acordo com a agência ANSA, é provável que ele estivesse fora do Brasil e já tenha sido detido.
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Em nota, o jornal francês “Libération” afirmou que o diálogo entre Gomart e os parlamentares não deixam claro a identidade desse suposto brasileiro.
Em maio, uma simulação de ataque terrorista foi realizada no metrô de São Paulo
Dario Oliveira/Código19/Estadão Conteúdo - 7.5.16
Em maio, uma simulação de ataque terrorista foi realizada no metrô de São Paulo


Analistas afirmam que pela grande concentração de turistas no País, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que ocorre entre 5 a 21 de agosto, podem ser oportunos para atentados terroristas.

SEGURANÇA REFORÇADA

A Abin (Agência de Inteligência brasileira) vem delineando estratégias para reforçar a segurança durante os jogos. Em Junho, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou que o contingente de soldados da Força Nacional de Segurança terá um reforço de mil homens de São Paulo para a segurança do Rio de Janeiro.
Em abril, a Abin elevou o risco de ataque do Estado Islâmico durante as Olimpíadas ao constatar aumento no número de cidadãos brasileiros que se aliaram ao jihadista Estado Islâmico.
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O ministro da Defesa do governo interino de Michel Temer, Raul Jungmann, também admitiu que o Estado Islâmico é uma preocupação para o Brasil, alertando que população não deve ignorar as ameaças.
*Com informações da Agência Ansa

terça-feira, 12 de julho de 2016

Morre em Porto Alegre a ex-ministra da Igualdade Racial Luiza Bairros

Morreu na manhã de hoje (12) em Porto Alegre, aos 63 anos, a intelectual e ativista do movimento negro Luiza Helena Bairros, ex-ministra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial, cargo que ocupou entre 2011 e 2014. Ela foi vítima de um câncer no pulmão, contra o qual lutava havia três meses.
De acordo com informações da família, o corpo da ex-ministra será velado até amanhã (13), quando deve ser sepultado.
Uma das principais personalidades brasileiras da luta contra o racismo, Luiza passou os últimos anos em viagens pelo país realizando palestras e trabalhando intensamente na articulação do movimento negro, atividade que desempenhava há mais de 40 anos.
Durante sua passagem pelo governo federal, foi responsável por criar o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), cujo objetivo é implementar políticas públicas voltadas a proporcionar à população negra igualdade de oportunidades e instâncias de combate à discriminação e à intolerância.
A principal forma de atuação do Sinapir, conforme defendia Luiza Bairros, é por meio da articulação com municípios e governo estaduais, através da criação de órgão regionais para a promoção da igualdade racial.
“Luiza foi uma incansável militante da causa negra e da democracia brasileira. Sua obra permanece viva e continua sendo um símbolo da luta contra o preconceito e em favor das melhores causas da vida política nacional”, escreveu a presidenta afastada Dilma Rousseff em nota na qual lamentou a morte da ex-ministra.
Natural de Porto alegre, Luiza Bairros formou-se em administração pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e era doutora em sociologia pela Univesidade de Michigan (EUA). Entre 2001 e 2005, trabalhou em programas da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o racismo.
Com residência em Salvador, Luiza Bairros foi também um dos principais nomes do Movimento Negro Unificado (MNU).
“Perdi uma mãe, uma amiga, uma companheira, uma referência para toda vida, a mais ousada e primorosa combinação de inteligência, disciplina, generosidade e coerência que o movimento negro produziu nos últimos 40 anos”, escreveu o assessor pessoal da ex-ministra, o advogado Felipe Freitas, em sua conta no Facebook.

sábado, 9 de julho de 2016

Ex-mulher pede penhora de salário de Collor na Justiça, diz jornal

A defesa da ex-mulher de Fernando Collor, Rosane Collor, solicitou a penhora do salário do senador na 27ª Vara de Família de Alagoas.
Uma decisão transitada em julgado no Superior Tribunal de Justiça obriga Collor a dar dois apartamentos de R$ 3,4 milhões, dois carros Toyota Corolla, R$ 700 mil e uma pensão de 30 salários mínimos a Rosane.
Se Collor não aceitar pagar, no dia 8 de agosto, a Justiça deve arrestar seus bens. As informações são da coluna Painel, da Veja.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Human Rights Watch denuncia violência e impunidade de policiais do Rio

Os policiais do estado do Rio mataram ao menos 645 pessoas em 2015 e mais de 8.000 na década passada, é o que denuncia um longo relatório divulgado nesta quinta-feira pela ONG Human Rights Watch.
Diante destas cifras, fica a pergunta: é possível ser um bom policial no perigoso Rio de Janeiro?
A HRW denuncia em seu estudo as dezenas de execuções extrajudiciais pelas mãos dos que devem proteger a população e a impunidade destes crimes a menos de um mês da inauguração dos Jogos Olímpicos do Rio, no dia 5 de agosto.
A HRW identificou 64 casos nos últimos oito anos, nos quais a polícia do Rio tentou acobertar massacres ilegais e que deixaram 116 mortos, incluindo ao menos 24 crianças.
"Matar criminosos era exigido por meus superiores como forma de mostrar um bom desempenho", disse à HRW um dos mais de 30 policiais entrevistados para o relatório, que não fornecem seu nome por medo de represálias fatais de seus colegas.
"Danilo" (nome fictício), como é identificado este policial que depois de se formar foi enviado a um dos bairros pobres mais perigosos do Rio, disse ter participado de operações para matar traficantes de drogas com a meta de diminuir a criminalidade.
Segundo este policial ainda em atividade, alguns de seus colegas também sequestram traficantes, obtêm pilhagens e depois os matam. Outros assassinam traficantes para ser reconhecidos como assassinos e, portanto, poder extorqui-los mais facilmente.
Para esconder os crimes, os policiais às vezes plantam armas ou drogas perto das pessoas que executaram. E, por vezes, ameaçam testemunhas para que não contem a verdade.
Em 2011, por exemplo, torturaram e mataram o filho de 14 anos de uma testemunha de uma execução na favela do Salgueiro para intimidá-la, segundo apontaram ao HRW.
Para cada policial que morreu em serviço em 2015, a polícia matou 24 civis, uma taxa duas vezes maior que na África do Sul e três vezes maior que nos Estados Unidos.
Os abusos cometidos por alguns policiais colocam em risco toda a corporação e tornam ainda mais perigoso seu trabalho nas favelas, alerta o HRW.
Com colegas assim, é difícil ser um policial honesto, afirma o documento "O bom policial tem medo: os custos da violência policial no Rio".
"As execuções ilegais pelas mãos de colegas policiais tornam um trabalho já perigoso em ainda mais perigoso" e encorajam a ira da população em relação às forças de ordem, afirma a HRW.
Em razão dos abusos policias, os moradores das favelas não alertam a polícia do perigo, e os próprios criminosos não se rendem quando suspeitam que serão torturados ou mortos.
A situação é especialmente complicada para os agentes que moram nas favelas, que escondem suas identidades dos vizinhos e não podem se quer lavar seus uniformes em casa.
Mas denunciar os colegas corruptos também pode levar à morte.
"O policial que quer fazer o seu trabalho direito no Rio de Janeiro tem medo. Tem mais medo de seus colegas policia do que de outros criminosos. Porque se denunciar um ato de delito por parte de outros policiais - corrupção, execuções, torturas - corre risco de morte", explicou à AFP César Muñoz, investigador do HRW responsável pelo relatório.
O Procurador-Geral de Justiça do estado do Rio de Janeiro, Marfan Martins Vieira, disse à ONG de defesa dos direitos humanos que uma grande porcentagem dos tiroteios reportados pela polícia foram "simulados", mas admitiu que seu gabinete denunciou um número muito pequeno de homicídios cometidos pela polícia.
Vieira acusa a polícia civil, encarregada de investigar os homicídios, de não realizar bem seu trabalho. Mas a HRW afirma que "a responsabilidade por colocar fim a esta impunidade nos últimos tempos recai sobre o gabinete do procurador-geral do Rio de Janeiro, que tem autoridade legal para supervisionar o trabalho de investigadores policiais, assim como de realizar suas próprias investigações".
Dos 64 casos identificados pela HRW, apenas oito foram a julgamento, e apenas quatro terminaram com a detenção de policiais envolvidos em assassinatos.
No entanto, a ONG elogiou algumas iniciativas recentes, como a criação há seis meses de um grupo de fiscais para denunciar os abusos cometidos por policiais e nas prisões um programa piloto que obriga os policiais a trabalhar com câmeras instaladas em suas roupas.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Senado aprova indicações de diretores do Banco Central e da CVM

O plenário do Senado aprovou hoje (5) as indicações presidenciais para quatro diretorias do Banco Central (BC). O administrador Reinaldo Le Grazie foi aprovado para a Diretoria de Política Monetária; o atual procurador-geral do BC, Isaac Sidney Menezes Ferreira, foi aprovado para a Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania; o economista Tiago Couto Berriel, assumirá a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos e o economista Carlos Viana de Carvalho foi aprovado para a diretoria de Política Econômica.
Os quatro passaram por sabatina hoje mais cedo na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde também foram aprovados. Eles defenderam o controle da inflação, a responsabilidade fiscal e o câmbio flutuante, mas com intervenções no mercado.
O administrador Reinaldo Le Grazie, indicado para a Diretoria de Política Monetária, foi criticado por assumir cargo no BC depois de ser diretor-superintendente da Bradesco Asset Management. O líder da minoria, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), argumentou, durante a sabatina, que há conflito de interesse. No plenário, Lindbergh voltou a criticar a aprovação de quatro novos diretores do banco antes da conclusão do processo de impeachment.
“Me espanta ver que, ainda na interinidade, o presidente interino Michel Temer mexe nos cinco diretores do Banco Central. É, no mínimo, uma contradição com quem faz esse discurso da independência do Banco Central. Podiam esperar o julgamento da presidenta Dilma, que vai acontecer no final de agosto”, disse.
O líder encaminhou voto contra a indicação de Le Grazie em razão de sua ligação com o banco Bradesco, mas a favor das outras indicações por se tratarem de funcionários de carreira do BC ou provenientes da academia. “Quero demarcar aqui a nossa posição. Há uma mudança de conteúdo no Banco Central, há uma entrega para o setor privado desses importantes cargos para regulação no sistema financeiro”, disse Lindbergh sobre o voto contra.
No entanto, todos os quatro foram aprovados com placares de 53 favoráveis e nove contrários para Le Grazie; 49 favoráveis e um contrário para Tiago Couto; 54 favoráveis para Carlos Viana e quatro contrários; e 51 votos a favor e dois contrários para Isaac Menezes.
Foi aprovado ainda, com 53 votos favoráveis e cinco contrários, a indicação de Henrique Balduíno Machado Moreira para exercer o cargo de Diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

domingo, 3 de julho de 2016

TCE pede bloqueio de R$ 198 milhões em contratos de empreiteiras com estado

Reforma do Maracanã saltou de R$ 705 milhões para R$ 1,2 bilhão.

Irregularidades constatadas na obra de reforma do Estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 poderão resultar no bloqueio de R$ 198 milhões em contratos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez com o Governo do Estado do Rio, de acordo com informações do jornal O Globo deste domingo (3).
Nesta terça-feira (5), o Tribunal de Contas do Estado decidirá, em sessão plenária, o pedido de punição feito pelo conselheiro do tribunal José Gomes Graciosa, relator dos processos sobre a reforma do estádio.
De acordo com levantamento do relator, o contrato original informa que o governo do estado deveria ter feito pagamento no valor de R$ 705 milhões pela reforma do Maracanã. No entanto, a inclusão de 16 aditivos elevou a reforma para R$ 1,2 bilhão. Entre 2010 e 2014, o TCE instaurou 21 processos, mas até hoje não tomou nenhuma decisão sobre o assunto.
Em delação premiada, o ex-dirigente da Andrade Gutierrez Clóvis Renato Peixoto Primo afirma que autorizou o pagamento de propina para o TCE no valor de 1% do contrato do Maracanã, reformado em consórcio da empresa com a Odebrecht e a Delta de Fernando Cavendish. Na delação, o executivo diz, ainda, que pagou 5% de propina ao ex-governador Sérgio Cabral.
Relatório aponta sobrepreço de materiais, serviços desnecessários, pagamento duplicado de itens e modificações entre o projeto básico e o executado
Relatório aponta sobrepreço de materiais, serviços desnecessários, pagamento duplicado de itens e modificações entre o projeto básico e o executado
No pedido de bloqueio dos quase R$ 200 milhões das empreiteiras estão listados pagamento duplicado de itens, realização de serviços desnecessários e fictícios, sobrepreço de materiais, modificações entre o projeto básico e o executado e problemas em rampas de acesso e arquibancadas do estádio.
“O objetivo, como se vê, não era, apenas, a realização de um evento futebolístico, mas propiciar o farto desperdício de dinheiro público, o que, certamente, contribuiu em muito para as dificuldades que hoje atravessam os estados que sediaram estes eventos desportivos. É inegável e inevitável a afirmação de que melhor seria se o Estado do Rio de Janeiro, um dos Estados sedes da Copa do Mundo, tivesse gasto 1,2 bilhão de reais na saúde e educação”, diz o relator no texto.
Atualmente, a Andrade Gutierrez e a Odebrecht participam do consórcio para a Linha 4 do Metrô, BRT Transolímpico, Parque Olímpico da Barra, despoluição das lagoas da Bara e Porto Maravilha.
>>Ex-executivos da Andrade Gutierrez dizem ter pago propina a Sérgio Cabral
>>Supostas propinas a Cabral representam o emprego de 69 mil trabalhadores
>>Cabral recebeu propina em obras da Copa do Mundo, diz Odebrecht
>>Sérgio Cabral é foco de nova rodada de depoimentos da Carioca Engenharia
>>'Emissário' de Sérgio Cabral é citado em delações e relacionado em investigações

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Ataque contra restaurante em Daca já deixa pelo menos 2 mortos e 26 feridos

Pelo menos duas pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas em um ataque realizado por homens armados, reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI), contra um restaurante frequentado por estrangeiros na região diplomática de Daca, em Bangladesh, e que continua em andamento com reféns, informaram nesta sexta-feira várias fontes à Agência Efe.
"Atendemos 28 feridos e dois deles morreram", disse Miraz Ul Islan, gerente do United Hospital, localizado no bairro nobre de Gulshan, onde acontece o ataque, e para onde estão sendo transferidas as vítimas, a maioria policiais, de acordo com a imprensa local e uma testemunha ouvida pela Efe.
Segundo fontes citadas pelo jornal "The Daily Star", os dois mortos são comandantes da Polícia.
O alvo do ataque é Holey Artisan Bakery, especializado na cozinha mediterrânea cujos chefs são dois argentinos. Um deles, Diego Rossini, estava no local no momento do incidente.
"Estão atirando. Por favor, chamem a polícia. Estou escondido no terraço", escreveu Rossini em uma rede social.
Horas mais tarde, ele confirmou pelo Facebook que tinha conseguido escapar do restaurante.
Um funcionário do Holey, Sumon Reza, disse ao "The Daily Star" que vários homens armados com artefatos explosivos, pistolas e espadas invadiram o restaurante às 20h45 locais (11h45 em Brasília).
Vários veículos da imprensa de Bangladesh e fontes oficiais afirmam que há 20 reféns no estabelecimento, entre os quais estão vários cidadãos estrangeiros. A polícia não confirma a informação.
O EI reivindicou a autoria do ataque em mensagem divulgada pela agência jihadista Amac e compartilhada pela consultoria americana SITE Intelligence Group através de sua conta no Twitter.
"Mais de 20 pessoas de diferentes nacionalidades foram assassinadas no ataque do EI em Daca", diz a mensagem.
As embaixadas da Espanha e dos Estados Unidos em Bangladesh divulgaram mensagens através das redes sociais para alertar seus cidadãos que evitem a região do restaurante.
Desde 2013, Bangladesh sofre uma onda de ataques relacionados com radicais islamitas que se intensificou no ano passado. Os incidentes levaram a polícia a organizar uma grande operação policial que terminou com milhares de detidos. Algumas das ações foram reivindicadas pelo EI e outras pela filial indiana da Al Qaeda.