O presidente Michel Temer classificou hoje (3) de "pequenos e
depredadores" os protestos que ocorreram nos últimos dias contra o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff em algumas cidades brasileiras. De acordo
com ele, as manifestações são reações naturais diante do momento
"politicamente complicado", mas não comprometem o início do governo
porque são promovidas por "40 pessoas que quebram carro".
Temer
está desde ontem na China, onde presenciou encontro com investidores
estrangeiros e vai participar da Cúpula de Líderes do G-20 (grupo das 20
maiores economias do planeta). Neste sábado, ele se encontrou com o
diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o brasileiro Roberto
Azevêdo.
"É natural que alguns grupos se reúnam para protestar.
Agora, foram grupos pequenos e depredadores. Não foi uma manifestação
democrática. Uma manifestação democrática é aquela que eventualmente
pode sair às ruas e pregar uma ideia", disse.
Protestos contra o governo
Ao
ser perguntado se considera que os protestos podem comprometer o início
do seu governo, ele respondeu: "As 40 pessoas que quebram carro? Tem
que perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do
Congresso Nacional".
Na avaliação do presidente, depredações não
estão previstas na "ordem normativa". Ele disse ser natural a ocorrência
de manifestações. "Até me surpreenderia se houvesse unanimidade, e a
unanimidade não é inteligente. Eu gostaria que você me fizesse essa
pergunta [sobre a popularidade] daqui a dois anos. Muitas vezes há
também um desconhecimento", disse.
"Não há uma norma legal que
autorize a depredação. O que está acontecendo lá são movimentos
depredatórios", afirmou, complementando que, apesar dos apelos que tem
feito nos últimos meses por um governo de união nacional, "pacificar
logo no primeiro dia é absolutamente impossível".
Temer também
concedeu entrevista a jornalistas chineses na cidade de Hangzhou, onde
participará nos próximos dias da 11ª Cúpula do G20. Ontem, ele teve um
encontro bilateral com o presidente da China, Xi Jinping.
Desde a
última quarta-feira (31), quando os senadores condenaram Dilma por
crime de responsabilidade, Temer foi alvo de protestos em Recife, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador. Em São Paulo, manifestantes também
têm ido às ruas contra a violência policial após uma estudante ter sido atingida no olho.
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