Mais de meio milhão de pessoas saíram às ruas em Bucareste e em
outras 40 cidades da Romênia na noite do domingo (5) para protestar
contra o governo. A pressão popular fez com que a capital Bucareste
revogasse um decreto, aprovado na última terça-feira (31), que
descriminalizava atos de corrupção na Romênia. As informações são da
Radio France Internationale.
Desde que a medida foi aprovada, na
semana passada, os romenos saíram em massa às ruas do país. A
mobilização foi considerada o maior desde a queda do regime comunista na
Romênia, em 1989. No domingo, o governo realizou uma reunião
extraordinária e resolveu revogar o polêmico projeto, aprovado sem
passar pelo Parlamento.
Mas a população continuou mobilizada e
realizou novas manifestações para manter a pressão sobre o governo. Os
romenos também exigem a renúncia do primeiro-ministro social-democrata
Sorin Grindeanu, que assumiu o cargo há um mês. Em uma entrevista na
televisão, ele descartou deixar o governo, alegando que tem "uma
responsabilidade com quem que votou" em seu partido nas eleições
legislativas de dezembro de 2016.
Decreto reduzia penas
O
polêmico decreto estabelecia um montante mínimo de 44 mil euros para
começar a investigar crimes financeiros e reduzia as penas de crimes de
corrupção. De acordo com o governo, a "reforma" tinha o objetivo de
alinhar o código penal à Constituição e diminuir o número de presos.
O
anúncio da revogação da medida foi recebida aos gritos de vitória por
manifestantes reunidos em frente à sede do governo, em Bucareste,
epicentro dos protestos. Os manifestantes temiam um retrocesso na luta
contra a corrupção no país. Nos últimos anos, sob pressão da União
Europeia (UE) e de juízes, os tribunais romenos instruíram centenas de
casos de corrupção, um giro histórico na Justiça do país.
A
população também acusa o governo de tentar proteger o líder do Partido
Social-Democrata (PSD), Liviu Dragnea, condenado a dois anos de prisão
com direito a sursis por fraude eleitoral. Além disso, ele está sendo
julgado atualmente por abuso de poder. Mas Dragnea afirma que o decreto
não o beneficiava.
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