terça-feira, 27 de setembro de 2016

Ex-presidente israelense Shimon Peres 'entre a vida e a morte'

O ex-presidente israelense e prêmio Nobel da Paz, Shimon Peres, está "entre a vida e a morte", segundo pessoas próximas, depois que seu estado piorou nesta terça-feira (27), após sofrer há duas semanas um acidente vascular cerebral (AVC).
Shimon Peres, de 93 anos, é o último sobrevivente da geração dos fundadores do Estado de Israel, e foi um dos que participou dos acordos de Oslo assinados com os palestinos nos anos 1990.
Peres ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1994 junto com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat "por seus esforços a favor da paz no Oriente Médio".
As mensagens de apoio enviadas por personalidades de todo o mundo demonstram o respeito internacional que ganhou após décadas de carreira política.
Shimon Peres foi vítima de um AVC no dia 13 de setembro, e foi hospitalizado no centro Tel Hashomer de Ramat Gan, o maior hospital israelense perto de Tel Aviv, onde foi sedado e conectado a um respirador no setor de cuidados intensivos.
Seus médicos falaram imediatamente de estado crítico, mas depois indicaram que sua situação era estável, e mais tarde apontaram uma certa melhora.
Inclusive planejaram reduzir sua ajuda respiratória e os sedativos para avaliar sua reação.
No entanto, seu estado se deteriorou nesta terça-feira, indicou à AFP uma fonte próxima a ele que pediu o anonimato. "Sua saúde está muito, muito complicada. Seus médicos estão preocupados", acrescentou.
"O presidente está entre a vida e a morte", reconheceu.
Seus filhos e netos estavam no hospital, acrescentou a mesma fonte.
Sequelas "permanentes"
Uma porta-voz do hospital, Lee Gat, assegurou que Peres "está em um estado muito, muito grave. Somos menos otimistas".
"Os danos sofridos pelo cérebro são permanentes", admitiu pela primeira vez. Até agora, os médicos haviam evitado falar das sequelas do AVC.
Mais de 15 milhões de pessoas no mundo, sobretudo idosas, sofrem todos os anos um AVC, de acordo com a Federação Mundial do Coração, com sede em Genebra. Cerca de seis milhões de pessoas morrem desta doença que ocorre quando a circulação do sangue é interrompida e o cérebro fica privado de oxigênio e nutrientes.
Desde 13 de setembro, o papa Francisco, os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair enviaram mensagens de solidariedade.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, desejou a ele "uma rápida e completa recuperação", acrescentando que Peres era "um trabalhador incansável em busca da paz entre israelenses e palestinos".
Um sábio da nação
Peres, apesar de ter participado das grandes batalhas da curta história de Israel e suas agudas controvérsias políticas, construiu a imagem de um político de consenso, sendo considerado um "sábio" da nação.
Foi ministro em inúmeros governos, assumiu em várias ocasiões o cargo de primeiro-ministro e, depois, de presidente do Estado de Israel de 2007 a 2014. Ocupou praticamente todos os cargos de alto nível no país, desde a Defesa, passando pelas Finanças e também Política Exterior.
Entrou na política aos 25 anos graças ao "velho leão", David Ben Gurion, fundador de Israel.
Peres também é considerado o pai do programa nuclear israelense.
Apesar dos acordos de Oslo e das negociações de paz, os palestinos têm uma visão muito mais turva de quem garantiu as primeiras colônias judaicas na Cisjordânia e ainda era primeiro-ministro quando a aviação israelense bombardeou o povoado libanês de Cana, matando 106 civis em abril de 1996.
Aos 93 anos continuou sendo uma figura muito ativa através de seu Centro Peres para a Paz, que promove a convivência entre judeus e árabes.
Em uma ocasião revelou que o segredo de sua longevidade consistia em fazer ginástica todos os dias, comer pouco e beber uma ou duas taças de um bom vinho.

domingo, 25 de setembro de 2016

Pedro Paulo: "A diversidade e pluralidade do Rio não podem correr risco nas mãos de radicais”

O candidato a prefeito do Rio Pedro Paulo (PMDB) escolheu, neste domingo (25), um dos polos culturais mais tradicionais da cidade, a Feira de São Cristóvão, para chamar a atenção para o risco de empobrecimento do diálogo e a estagnação de conquistas caso seus adversários sejam eleitos. Ao lado do prefeito Eduardo Paes e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), Pedro conversou com comerciantes e foi recebido com repente, samba e bençãos – na forma de uma imagem do Padre Cícero, presenteada pelo cordelista Mestre Egídio, e de uma camisa da procissão centenária do Círio de Nazaré, do Pará.
Rodrigo Maia, Pedro Paulo e Eduardo Paes visitaram a Feira de São Cristóvão neste domingo (25)
Rodrigo Maia, Pedro Paulo e Eduardo Paes visitaram a Feira de São Cristóvão neste domingo (25)
“O Rio de Janeiro não pode ser entregue àqueles que já faliram a cidade. Temos que seguir o caminho da cultura diversa e democrática dos últimos oito anos. Olhar para todos e priorizar quem mais precisa de espaço, quem até recentemente não tinha voz”, afirmou o candidato, que aproveitou a ocasião para defender a multiplicidade cultural e religiosa do Rio.
“Esta cidade é diversa, múltipla e precisa permanecer assim. Precisa compreender todas as culturas, todas as crenças, todas as linguagens e todas as pessoas que vêm em busca de oportunidades e que trazem com elas práticas e hábitos que fazem do Rio a cidade rica que é. Mas é fundamental que se faça um alerta aqui: uma coisa é a religião estar, como sempre esteve, na construção da nossa identidade cultural e social. É parte do que faz do Rio uma cidade tão única. Mas misturar religião com política é uma ameaça muito grande a todas as nossas conquistas sociais recentes. Inclusive culturais”, acentuou, referindo-se ao risco da eleição do candidato Crivella, sobrinho do bispo Edir Macedo e aliado de Garotinho.
A sete dias do primeiro turno, Pedro Paulo falou que seguirá a mesma rotina que sempre adotou: “acordar cedo, dormir tarde, multiplicar os apoios em cada canto dessa cidade, conversando principalmente com os que mais precisam do poder público”, além de provocar uma reflexão nos cariocas:
“É urgente que os eleitores entendam o que está em jogo: minha candidatura é o única opção que oferece à cidade os avanços que observamos nos últimos anos. Além dela, há a da Jandira e do Freixo, que representam o radicalismo, a intolerância em relação ao diálogo com a política e um modelo de cidade com uma visão atrasada, que levou o país à falência. É isso que está em jogo. E não é surpresa para ninguém que o bispo Crivella, o bispo Macedo e a família Garotinho estejam morrendo de medo de que eu seja o adversário, porque eles sabem que eu sou o único que pode afastar do horizonte do Rio o atraso que representaria ter estas pessoas no poder”, ressaltou Pedro Paulo.
Comentando o cenário da disputa eleitoral, em que Pedro figura em segundo lugar, empatado com Marcelo Freixo e Jandira Feghali, o prefeito Eduardo Paes mostrou confiança no segundo turno e elevou o tom contra os adversários.
“Tenho certeza de que o Pedro vai para o segundo turno porque confio na compreensão do carioca da gravidade da situação de se ter uma disputa entre candidatos como Crivella e Freixo, ou Crivella e Jandira. Não é nada pessoal, mas eles não têm a menor condição de governar a cidade. Está na hora daqueles que pensam a cidade, que desejam um futuro de desenvolvimento e geração de oportunidades, como mostramos ser possível nos últimos sete anos e meio, embarcarem na campanha do Pedro.  Assim derrotaremos o bispo no segundo turno”, disse.
Rodrigo Maia fez coro, destacando a capacidade administrativa do governo Paes, que teve no Pedro Paulo seu principal gestor.
“A cidade do Rio está dando o exemplo que nem a crise federal, provocada pela aliança comandada no Rio da Jandira e do Freixo, nem a enfrentada pelo Estado, tiveram nenhum tipo de interferência nas finanças municipais. A cidade do Rio fez as Olimpíadas, continua investindo em equipamentos públicos fundamentais de saúde e educação e continua pagando seu servidor em dia. São provas de que a cidade do Rio tem uma gestão de qualidade, e em todas as decisões que trouxeram o Rio até este momento, há a assinatura do Pedro Paulo”.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Obama veta lei que permitiria a americanos processar Arábia Saudita pelo 11/9

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vetou nesta sexta-feira um projeto de lei que teria permitido iniciar processos contra o governo da Arábia Saudita em tribunais americanos por seu papel nos atentados de 11 de setembro de 2001.
Em uma comunicação oficial ao Senado, o presidente afirmou que não assinará esse projeto de lei, conhecido como "Lei de Justiça contra Promotores do Terrorismo", porque "elimina a imunidade soberana" de governos que não foram designados Estados promotores do terrorismo pelo governo dos EUA.
Obama, que menciona seus oito anos de campanha contra o terrorismo da Al Qaeda na carta, assegura que esta lei "arranca o assunto (de fazer justiça pelos atentados) das mãos de nossos profissionais de segurança nacional e política externa e o coloca nas mãos de querelantes privados e tribunais".
A maioria dos congressistas, tanto democratas como republicanos, considera que há provas que altos funcionários sauditas estiveram implicados na rede de financiamento dos atentados de 11/9, nos quais morreram cerca de 3.000 pessoas, e que, portanto, as vítimas têm direito a processos coletivos contra o Estado saudita.
Obama argumentou que esta legislação priva governos estrangeiros de proteções de imunidade consagradas pela lei, ao mesmo tempo em que prejudica as relações e a segurança de diplomatas e tropas em um país que é um parceiro e não é considerado promotor do terrorismo em nível estatal.
Além disso, a Casa Branca teme que esta legislação permita que, com a desculpa da reciprocidade, o governo americano ou seus funcionários sejam processados em tribunais de outro país.
Dezenas de familiares de vítimas dos atentados do 11/9 protestaram na terça-feira em frente à Casa Branca para pedir que Obama não vetasse este projeto de lei e lhes permitisse processar o governo saudita nos tribunais americanos.
Esta legislação voltará agora ao Congresso, onde será necessária uma maioria superior aos dois terços de ambas câmaras para revogar o veto presidencial, algo que ocorreria pela primeira vez nos quase oito anos de mandato de Barack Obama.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Doença do Alzheimer pode triplicar número de casos em poucos anos

Abraz alerta para altos custos da doença e sugere criação do auxílio-cuidador.O Cotidiano convidou o médico geriatra, especialista em Doença de Alzheimer e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer/Regional (Abraz-DF),Otávio Castelo, para explicar a doença porque muitos confundem Alzheimer com demência.
Ele disse que existe a família de doenças que leva o nome de demência, que afeta fisicamente o cérebro. Então o cérebro entra no processo de degeneração, morte de suas células e isto dá duas consequências: a pessoa altera a cognição e o comportamento.
Mas o que tem a ver Alzheimer com demência? "Demência é uma família de doenças e o Alzheimer é a mais comum. Metade ou 60% dos casos de demência no Brasil são devidos à doença de Alzheimer", explica o médico. Sobre os custos da doença de Alzheimer, o médico disse que ela dura de quatro a 20 anos, vai cada vez mais piorando e não tem cura.
Saiba mais sobre as demências e o Alzheimer nesta entrevista, no player acima.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

De acordo com a Brigada Militar, jovem estava na calçada quando foi morto.
Após a morte, polícia teve que usar balas de borracha para conter confusão.

Um jovem de 18 anos foi morto com um tiro no rosto após uma confusão em frente a uma boate na cidade de Encantado, no Vale do Taquari, no final da madrugada deste sábado (17). De acordo com informações da Brigada Militar, a vítima foi identificada como Alisson Moraes Spegiorini.
De acordo com o relato de testemunhas coletado pela Brigada Militar no local do crime, o jovem estava em frente à boate, quando se aproximou da porta por causa de uma briga, e acabou sendo atingido por um disparo no rosto. Ainda de acordo com os relatos, o autor do disparo teria sido um segurança do local, que fugiu pelos fundos com a chegada da polícia.
Segundo as informações preliminares repassadas pela BM, ainda não se sabe se o jovem estava envolvido na confusão.
O Samu chegou ao local para atender o caído no chão, mas constatou a morte. Enquanto a equipe aguardava a chegada da perícia, a ambulância chegou a ser depredada por cerca de 30 pessoas que estavam no local.
De acordo com a Brigada Militar, como foi constatada a morte, a equipe da Samu não poderia retirar o corpo do jovem do local até a chegada dos peritos. A polícia militar foi acionada, e também teria sido atacada. Balas de borracha foram usadas para dispersar quem estava no local.
O caso foi registrado pela Delegacia de Polícia de Lajeado, que ficará responsável pela investigação. Imagens de câmeras foram recolhidas pela polícia.

Hillary afirma que retórica de Trump beneficia terroristas

Após ataques em Nova York e Nova Jersey, candidata democrata destaca a própria experiência no combate ao terrorismo e afirma que, com discurso anti-islâmico, rival republicano ajuda extremistas.
Após ataques a bomba em Nova York e Nova Jersey, a candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, afirmou nesta segunda-feira (19/09) ser a mais qualificada para combater o terrorismo no país.
"Sou a única candidata na corrida que esteve envolvida em decisões difíceis para retirar terroristas do campo de batalha. Eu sei como fazer isso", destacou Hillary, em uma coletiva de imprensa.
A democrata afirmou que a ameaça ao país é real, ressaltando sua determinação em combatê-la. A candidata acusou ainda seu adversário republicano, Donald Trump, de ajudar extremistas a angariar militantes com seu discurso anti-islâmico.
Em resposta à insistência de Trump em afirmar que há uma ligação entre terrorismo e migração e à promessa do magnata de fechar as fronteiras do país, Hillary pediu que os eleitores não se distraíssem com a retórica do adversário.
"Estamos indo atrás dos vilões e vamos pegá-los, mas não vamos perseguir uma religião inteira", ressaltou a democrata.
"Acima de tudo, quero dizer aos americanos que sejamos vigilantes, não tenhamos medo. Enfrentamos ameaças no passado. Sei que enfrentaremos este novo perigo com a mesma coragem e a mesma prudência. Escolhemos a determinação, não o medo", declarou Hillary e insistiu na necessidade de um trabalho em conjunto com aliados na luta contra o terrorismo.
Um dos pontos-chave da campanha de Hillary é sua experiência em política externa. A candidata foi secretária de Estado durante o governo de Obama entre 2009 e 2013. Na corrida eleitoral, ela cita com frequência seu papel na captura e morte de Osama Bin Laden, em 2011.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Homicídios cometidos por policiais aumentaram 85% às vésperas da Rio 2016

Os homicídios cometidos por policiais militares na cidade do Rio de Janeiro aumentaram 85% nos quatro meses (de abril a julho) que antecederam os Jogos Olímpicos Rio 2016, na comparação com o mesmo período do ano passado. De abril a julho deste ano, o Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro registrou 168 homicídios decorrentes de operações policiais contra os 91 do ano passado. O aumento chegou a 103% somente entre abril e junho.
Os dados fazem parte do relatório Legado de Violência: Homicídios pela Polícia e Repressão a Protestos na Olimpíada Rio 2016, lançado hoje (15) pela Anistia Internacional. Desde janeiro, 244 pessoas morreram nessas condições. Em 2015, foram 200 mortes de janeiro a julho, evidenciando um aumento de 22% no número de homicídios cometidos por policiais em serviço. Em todo o estado, esse número chegou a 470 de janeiro a julho deste ano, frente aos 408 no mesmo período de 2015, cerca de 16% de aumento. Se comparado com os meses que antecederam a abertura dos Jogos, o aumento foi de cerca de 56% frente ao mesmo período do ano passado.
A assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Renata Neder, chamou a atenção para o fato de que as autoridades tiveram sete anos para adotar medidas que evitassem ou reduzissem os homicídios decorrentes de operações policiais.
“A Polícia do Rio de Janeiro é conhecida por matar muito e, com a intensificação das operações e do número de policiais, os homicídios também aumentaram, é pura matemática”, lamentou Renata. Ela disse que o que se espera agora é que esses homicídios sejam devidamente e rapidamente investigadas e os autores, responsabilizadas. "A impunidade nos casos de violência policial alimenta o ciclo de violência da Polícia.”
O relatório é complementar ao documento A Violência não Faz Parte deste Jogo: Riscos de Violações de Direitos Humanos nas Olimpíadas Rio 2016”, lançado em junho de 2016.
Hoje também a Anistia entregou à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro um documento com cerca 210 mil assinaturas de pessoas de mais de 20 países em defesa dos direitos humanos na Rio 2016.
Durante a Olimpíada, o Comando Geral da Polícia Militar informou à Anistia que 12 pessoas foram mortas em operações policiais na cidade do Rio em 15 dias, entre 5 e 21 de agosto, e 44 pessoas foram mortas em eventos onde as forças de segurança não estavam envolvidas.
A Polícia também relatou que esteve envolvida em 217 confrontos (tiroteios) durante operações de segurança no estado no período da Olimpíada. Pelo menos dois policiais foram mortos em serviço na cidade nos primeiros dez dias da realização dos jogos.
As operações mais violentas ocorreram nas áreas mais carentes e inviabilizadas pelo Poder Público, ressaltou Renata, como as favelas de Acari, o bairro da Cidade de Deus, a favela do Borel, complexos de Manguinhos, Alemão e Maré, entre outras comunidades. “Não é possível que se garanta a segurança de uma parcela da população à custa da segurança de outra parcela”, afirmou Renata. As estatísticas oficiais mostram que, entre janeiro de 2009 e julho de 2016, mais de 2,7 pessoas foram mortas pela polícia somente na cidade do Rio de Janeiro.
A anistia também destacou o aumento da repressão contra as manifestações públicas com uso abusivo de armas menos letais. como gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha, além da detenção arbitrária de alguns manifestantes. A remoção de pessoas com faixas ou blusas com mensagens de protesto de áreas de competição também foi destacada na publicação, como sinal de censura à liberdade de expressão.
Renata salientou que casos de violação de direitos humanos relacionados à preparação de megaeventos seguem um padrão em todo o mundo e que os organizadores precisam repensar esse modelo atual de grandes jogos. “Esperamos que os organizadores aprendam com a experiência da cidade do Rio de Janeiro, que sediou três megaeventos em um período de 10 anos, e incorporar salvaguardas para a proteção de direitos humanos nos próximos contratos com cidades-sedes das futuras Olimpíadas.”
Representantes da Anistia Internacional reuniram-se com integrantes do Comitê Olímpico Internacional na Suíça neste ano e alertado sobre os riscos de violações. “O contrato da cidade-sede será revisto em setembro, e este é o momento propício para que essa salvaguarda seja feita para as futuras Olimpíadas”, disse Renata.
Sobre as denúncias contidas no relatório, a Secretaria de Estado de Segurança divulgou nota dizendo que sua prioridade é a preservação da vida, a convivência pacífica e a redução de índices de criminalidade no estado. A secretaria informou que investe desde 2007 no processo de pacificação nas comunidades, na diminuição do uso de fuzis, na implantação do Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados.  Alem disso, diz que criou o Centro de Formação do Uso Progressivo da Força e a Divisão de Homicídios, que passou a investigar os homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Guerra já deixou ao menos 300 mil mortos na Síria, diz ONG de direitos humanos

Desde o início da guerra na Síria, em março de 2011, mais de 300 mil pessoas, entre elas cerca de 86 mil civis, morreram no país. O alerta foi nesta terça-feira (13) pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos. As informações são da Agência Ansa.
O último balanço do grupo, que coleta os dados sobre o conflito entre rebeldes e o governo de Bashar al-Assad, registra um aumento de 9 mil mortos se comparado ao último relatório, divulgado em agosto. Entre as vítimas civis, calcula-se que mais de 15 mil eram crianças ou adolescentes.
Trégua
Ainda de acordo com a OSDH, o cessar-fogo temporário acordado com as forças rebeldes está em vigor em grande parte do país em seu segundo dia.
No entanto, acusações de violações da trégua pelos dois lados vêm sendo denunciadas, desde ontem à noite, na imprensa local. A agência oficial de notícias Sana acusou "grupos armados" de ter atuado em Aleppo. Segundo a emissora árabe Al Jazeera, por sua vez, o regime de Assad registrou mais de 14 violações na última madrugada.
O governo da Turquia também declarou ter atacado alvos na Síria após terem registrado disparos de morteiros na fronteira entre os dois países.
ONU
O porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Jens Laerke, disse que o organismo está disposto a proporcionar ajuda humanitária para a população síria assim que as partes respeitarem a trégua, permitindo o acesso dos comboios às áreas afetadas com segurança. "Precisamos de um ambiente sem risco de morte", concluiu.
Itália
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, defendeu hoje, durante visita a Sofia, capital da Bulgária, que a União Europeia (UE) "não pode ser apenas um espectador" da crise na Síria.
Histórico
A Síria vive uma guerra civil desde 2011, quando opositores ao regime de Assad iniciaram uma rebelião armada para tirar o ditador do poder, inspirados pela Primavera Árabe. Sem sucesso, o conflito continua até hoje e o grupo extremista Estado Islâmico domina grandes porções de terra do norte do país.

domingo, 11 de setembro de 2016

Protesto na Avenida Paulista pede pela saída do presidente Michel Temer

Manifestação, organizada pela Frente Povo Sem Medo e pela Frente Brasil Popular, pretende seguir em direção ao parque do Ibirapuera, na zona sul

Agência Brasil
Manifestação na Paulista neste domingo (11) teve início por volta das 14h
Agência Brasil
Manifestação na Paulista neste domingo (11) teve início por volta das 14h
Manifestantes se reúnem desde as 14h de neste domingo (11) na Avenida Paulista, região central de São Paulo, em ato contra o governo do presidente Michel Temer. Organizado pela Frente Povo Sem Medo e pela Frente Brasil Popular, a manifestação pretende sair em passeata até o Parque do Ibirapuera, na zona sul da cidade.
Guilherme Boulos, representante do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), grupo que integra a Povo sem Medo, disse que, além dessa, novas mobilizações continuarão sendo convocadas no país. "Tem tido manifestações nos últimos dez dias. Talvez tenha sido o período mais intenso de mobilização nos últimos anos no Brasil. Teve mobilização quase todo dia", afirmou.
"Estamos na rua porque temos no Brasil hoje um governo ilegítimo, sem voto, que fraudou a soberania do voto popular e que, ao mesmo tempo, quer aplicar um programa que também não foi eleito pelo povo brasileiro, de ataque brutal aos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais", explicou Boulos.

Clima

Segundo ele, isso vai gerar uma grave sequela na sociedade, "nas próximas gerações inclusive, se agora não formos para rua resistir e barrar esse projeto. Isso é o que está em jogo hoje".
Os manifestantes carregam bandeiras e cartazes pedindo "Fora Temer" e "Diretas Já". O clima na Avenida Paulista é tranquilo, com música no carro de som da organização e com pessoas de diversas faixas etárias participando do ato.
Presente ao ato, o presidente do Partido dos Trabalhadores falou da importância das manifestações dos últimos dias. "Todas essas manifestações estão voltadas para combater o golpe e agora combater o golpe significa eleições gerais, significa aumentar a pressão das ruas, mas também dar uma resposta na eleição. Aqui em São Paulo, por exemplo, os três candidatos que lideram as pesquisas apoiaram o golpe", concluiu Boulos.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Dilma pede ao TSE nova perícia sobre empresas da campanha

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma nova perícia sobre as empresas que prestaram serviços à campanha eleitoral que elegeu em 2014 a chapa da petista e do então vice e atual presidente da República, Michel Temer, por considerar o laudo pericial "insuficiente, incompleto e impreciso".
Foto: Lula Marques/ Agência PT
Há cerca de duas semanas, peritos da Justiça Eleitoral constataram que três empresas - Rede Seg, VTPB e Focal - não apresentaram documentos suficientes para comprovar a prestação de todos os serviços contratados pela campanha.
Segundo os peritos judiciais, as empresas não apresentaram documentos que possam comprovar "se os bens e serviços contratados pela chapa presidencial eleita em 2014 foram integralmente produzidos e entregues à campanha, não afastando nessa hipótese o desvio de finalidade dos gastos eleitorais para outros fins que não o de campanha".
Diligências
A defesa de Dilma informou ter apresentado ontem (8) parecer técnico divergente ao TSE elaborado por um auditor independente.
"O parecer contábil divergente, contendo mais de 8 mil páginas, em 37 volumes de documentos, concluiu pela insuficiência do laudo pericial elaborado pelos peritos judiciais (de apenas 200 páginas), que deixou de analisar documentos indispensáveis, bem como de realizar diligências e vistorias necessárias", informou hoje (9), por meio de nota, o advogado de Dilma, Flávio Caetano.
De acordo com o advogado, o parecer divergente comprovou que os serviços contratados com as empresas Focal, VTPB e Rede Seg foram "devidamente prestados, inexistindo qualquer suspeita de que tivesse havido desvios de valores".

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Oposição venezuelana protesta para aumentar pressão por referendo contra Maduro

A oposição venezuelana e os apoiadores do governo fizeram novos protestos nesta quarta-feira nas principais cidades do país em mais uma demonstração do embate social por conta do referendo revocatório contra o presidente Nicolás Maduro.
Com bandeiras da Venezuela, opositores e chavistas se encontraram nas ruas das 24 sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que amanheceram fechadas e fortemente protegidas pela polícia.
Em Los Teques, a 30 km de Caracas, aproximadamente 1.500 manifestantes de um e outro lado se reuniram separados por apenas um quarteirão e divididos por uma grade metálica e filas de policiais. Não houve incidentes até o momento, segundo a equipe da AFP presente no local.
"Temos que fazer algo, o voto e o protesto pacífico são as únicas armas que temos. O governo controla quase todos os poderes e não faz mais do que inventar para evitar o revogatório", afirmou à AFP Rosmina Castillo, de 52 anos.
Em Caracas, os opositores e chavistas se concentraram em algumas praças e parques.
"Estamos aqui defendendo a revolução do ataque da direita apátrida. Firmes com Maduro", declarou Alexander Rangel, um trabalhador da empresa estatal de petróleo, na cêntrica Praça Venezuela.
Às 12H00 locais (16H00 GMT, 13H00 horário de Brasília), o hino foi cantado na Praça Brión, no leste, onde os opositores se concentraram. Na maior parte do país os manifestantes não conseguiran chegar às sedes do poder eleitoral,
"Exigimos que se cumpra a Constituição, temos direito ao referendo", declarou o porta-voz da opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD), Jesús Torrealba.
A oposição exigirá do CNE, que acusa de ser aliado do governo, que acelere o referendo. Ao mesmo tempo, Maduro acusa os opositores de buscarem a violência e um golpe de Estado.
A MUD considera o referendo uma "válvula de escape" ao mal-estar e angústia dos venezuelanos com a escassez de quase 80% dos alimentos e remédios, assim como pela maior inflação do mundo, que o FMI projeta em 720% para este ano.
Maduro, que segundo pesquisas privadas tem uma impopularidade de aproximadamente 75%, atribui a crise à queda dos preços do petróleo e ao que chama de "guerra" econômica de empresários e políticos de direito que, segundo ele, pretendem instalar um governo neoliberal fiel aos Estados Unidos, após 18 anos.
A MUD acusa o CNE de adiar o processo para que o governo ganhe tempo: se o referendo acontecer até 10 de janeiro de 2017 e Maduro perder, novas eleições presidenciais serão convocadas; caso a votação aconteça depois desta data, mesmo que o mandato seja revogado ele será substituído por seu vice-presidente.
O governo afirma que não acontecerá um referendo em 2016 porque a oposição iniciou os procedimentos de maneira tardia, por conta de conflitos internos.
"Não há nenhuma possibilidade, talvez em março", repete o número dois do chavismo, Diosdado Cabello.
Para acelerar o processo, a oposição exige que o CNE fixe a data e as condições para a coleta de quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), necessárias para que o referendo revogatório seja convocado.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Justiça Eleitoral encontra doações de pessoas mortas para candidatos

A Justiça Eleitoral encontrou os primeiros de indícios irregularidades na prestação de contas de candidatos às eleições de outubro. De acordo com levantamento feito em parceira com o Tribunal de Contas da União (TCU), foram identificados 38,9 mil doadores suspeitos, 1,4 mil despesas com indícios de irregularidades e 34% de irregularidades do total de contas analisadas. No caso de doações suspeitas, foram encontradas doações de pessoas mortas.
Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, durante o lançamento da Cartilha Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais nas Eleições 2016, no Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, disse que as irregularidades podem resultar na impugnação das candidaturas pelo Ministério Público EleitoralMarcelo Camargo/Agência Brasil
De acordo com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, as irregularidades podem resultar na impugnação das candidaturas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). "Nós temos que acompanhar isso com rigor. Já tivemos no passado mortos que votavam. Agora, temos mortos que doam", disse Mendes.
Os dados fazem parte da primeira lista de indícios de irregularidades encontradas na prestação de contas dos candidatos às eleições de outubro. Neste ano, passou a vigorar nova regra, instituída pela Reforma Eleitoral aprovada no ano passado, na qual os partidos e candidatos são obrigados a enviar à Justiça Eleitoral dados sobre arrecadação e despesas de campanha a cada 72 horas. Com a nova lei, as doações de empresas foram proibidas e foram permitidas somente doações por pessoas físicas, limitadas a 10% do rendimento do ano anterior.
Antes da vigência da nova regra, os dados eram enviados somente três vezes durante a campanha, com duas prestações parciais e prestação de contas finais. Para analisar os dados, o TSE firmou um convênio com o TCU, que vai apresentar relatórios semanais ao tribunal.
De acordo com Aroldo Cedraz, presidente do TCU, os dados representam 34% de irregularidades do total de contas analisadas.  "Há indícios claros de várias irregularidades. Para vocês terem uma ideia são 34% de irregularidades que nós estamos verificando, no primeiro momento, em relação aos doadores. Em relação aos fornecedores, 2% de irregularidades. Mas, claro, isso nós iremos passar às mãos do presidente do TSE, que poderá encaminhar esses dados aos juízes eleitorais dos municípios para que possam checar melhor esses dados", disse.
Foram analisadas 114,5 mil doadores e 60,9 mil fornecedores.

sábado, 3 de setembro de 2016

Temer afirma que protestos contra impeachment são "pequenos e depredadores"

O presidente Michel Temer classificou hoje (3) de "pequenos e depredadores" os protestos que ocorreram nos últimos dias contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em algumas cidades brasileiras. De acordo com ele,  as manifestações são reações naturais diante do momento "politicamente complicado", mas não comprometem o início do governo porque são promovidas por "40 pessoas que quebram carro".
Temer está desde ontem na China, onde presenciou encontro com investidores estrangeiros e vai participar da Cúpula de Líderes do G-20 (grupo das 20 maiores economias do planeta). Neste sábado, ele se encontrou com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o brasileiro Roberto Azevêdo.
"É natural que alguns grupos se reúnam para protestar. Agora, foram grupos pequenos e depredadores. Não foi uma manifestação democrática. Uma manifestação democrática é aquela que eventualmente pode sair às ruas e pregar uma ideia", disse.
Protestos contra o governo
Ao ser perguntado se considera que os protestos podem comprometer o início do seu governo, ele respondeu: "As 40 pessoas que quebram carro? Tem que perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional".
Na avaliação do presidente, depredações não estão previstas na "ordem normativa". Ele disse ser natural a ocorrência de manifestações. "Até me surpreenderia se houvesse unanimidade, e a unanimidade não é inteligente. Eu gostaria que você me fizesse essa pergunta [sobre a popularidade] daqui a dois anos. Muitas vezes há também um desconhecimento", disse.
"Não há uma norma legal que autorize a depredação. O que está acontecendo lá são movimentos depredatórios", afirmou, complementando que, apesar dos apelos que tem feito nos últimos meses por um governo de união nacional, "pacificar logo no primeiro dia é absolutamente impossível".
Temer também concedeu entrevista a jornalistas chineses na cidade de Hangzhou, onde participará nos próximos dias da 11ª Cúpula do G20. Ontem, ele teve um encontro bilateral com o presidente da China, Xi Jinping.
Desde a última quarta-feira (31), quando os senadores condenaram Dilma por crime de responsabilidade, Temer foi alvo de protestos em Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador. Em São Paulo, manifestantes também têm ido às ruas contra a violência policial após uma estudante ter sido atingida no olho.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Casal Fassbender e Vikander roubam a cena em Veneza

Dupla é a estrela do filme "A Luz Entre Oceanos".

Os atores Michael Fassbender e Alicia Vikander foram os protagonistas do segundo dia do Festival de Cinema de Veneza, na Itália, com o filme "The Light Between Oceans" ("A Luz Entre Oceanos").
Apesar de derramar lágrimas do público, o longa não recebeu muitos elogios da crítica. Mesmo assim, Fassbender e Vikander foram o principal atrativo da programação de hoje, por terem iniciado um romance durante as gravações do filme. Fassbender, de 39 anos, admitiu, porém, que se sentiu intimidado quando conheceu Vikander, de 27 anos, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por "A Garota Dinamarquesa". "Fiquei com medo quando Alicia chegou, ela era tão feroz e ávida.
Lembrei de como eu era quando estava começando. Eu realmente senti que tinha que fazer minha parte, ser tão presente quanto ela".
"Conheço bem essa situação, porque eu também era assim nos meus primeiros trabalhos, quando tinha diante de mim a possibilidade de ser notado. Isso me obrigava a dar o melhor de mim. Esta luta para ganhar a atenção máxima do diretor e das câmeras me forçava a agir à altura", disse o astro. Para produzir o filme, o diretor Derek Cianfrance propôs que Vikander e Fassbender uma temporada sozinhos em uma ilha deserta para que se conhecessem melhor. No fim de 2014, veio a notícia de que eles estavam namorando.
Adaptação de um best-seller, "A Luz Entre Oceanos" conta uma história ambientada em Janus Rock, uma ilha a 160 km da Austrália, após a Primeira Guerra Mundial. Fassbender interpreta o sobrevivente da Frente Ocidental Tom Sherbourne que tenta se recuperar dos traumas de guerra. Vikander interpreta Isabel que, apesar do luto por seus irmãos mortos, tem energia suficiente para viver um romance. Abatido por uma tragédia, o casal precisa enfrentar a dúvida moral sobre adotar uma criança cuja mãe ainda está viva.
"Me apaixonei completamente pelo personagem, um homem com um passado sombrio sobre o qual não fala, mas, ao mesmo tempo, é leal e generoso, capaz de violar princípios éticos por amor", disse Fassbender. "Mais que uma história de amor, 'The Light Between Oceans' quer ser uma lição de vida na qual o perdão e a compreensão ajudam a seguir adiante".

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Interrupção de energia no sistema de Furnas causa transtornos no Rio

A interrupção no fornecimento de energia na tarde desta quarta-feira (31) em trechos de municípios da Baixada Fluminense e na zona norte do Rio deixou vários bairros às escuras. O problema ocorreu por volta das 15h e, segundo a concessionária de energia Light, o problema ocorreu por causa de uma falha no sistema de Furnas Centrais Elétricas. O restabelecimento do fornecimento “depende de autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, informou a concessionária.
Os trens da Linha 2 do Metrô também foram afetados pela falta de energia. A concessionária Metrô Rio informou que, entre 15h05 e 15h34, foi afetado o trecho entre Vicente de Carvalho e Pavuna. Nesse período, os trens circularam apenas entre Botafogo e Maria da Graça. Com o restabelecimento do sistema, a Linha 2, ligando Botafogo à Pavuna, voltou ao normal.
O mesmo ocorreu com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no trecho total entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. O sistema ficou paralisado por menos de uma hora, também devido ao problema de fornecimento de energia.
Recomposição
O Operador Nacional do Sistema Elétrico informou que às 14h54 ocorreu o desligamento automático de duas linhas de transmissão em 500 kV, de Furnas, em Adrianópolis, Nova Iguaçu.
Em nota, o ONS informou que, em sequência, ocorreram desligamentos em diversos circuitos da rede de operação em 138kV, pertencentes às distribuidoras de energia Light e Ampla.
Com isso, houve a interrupção de cerca de 2,3 mil MW de carga (cerca de 37% da carga total do Estado do Rio de Janeiro no momento, 6,1 mil MW). Segundo informações preliminares, foram atingidos consumidores das regiões dos lagos, norte e noroeste fluminense e alguns bairros da capital.
Desligamento
A partir das 15h11 foi iniciada a recomposição das linhas de 500 KV, terminando às 15h16. A recomposição das cargas pelas distribuidoras está em andamento, com a carga do Estado já tendo alcançado 5,5 mil MW, às 16h30. O ONS se reunirá com os agentes envolvidos para analisar a ocorrência.
Em comunicado, Furnas afirmou que houve o desligamento às 14h54 das linhas de transmissão Adrianópolis - São José e Angra - São José, de 500 kV, que alimentam a subestação São José.
“As referidas linhas foram desligadas automaticamente pela atuação correta do sistema de proteção de falhas e foram reenergizadas às 15h11 e 15h16, respectivamente. A equipe técnica da empresa apura as causas da ocorrência neste momento.".

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Ex-secretário do Ministério da Fazenda defende PEC do Teto de Gastos

O diretor do Centro de Cidadania Fiscal, Bernard Appy, defendeu, há pouco, a Proposta de Emenda à Constituição do Teto de Gastos (PEC 241/16).
Appy, que foi secretário executivo e de Política Econômica do Ministério da Fazenda por seis anos na gestão Lula, afirmou que discutir a aprovação da PEC é definir se o País quer uma dívida pública explosiva ou solvência fiscal. “Ficar olhando o detalhe da PEC e não olhar o todo, do meu ponto de vista, é um erro.”
Ele salientou que haveria duas opções à adoção da PEC: o aumento de carga tributária ou a manutenção das regras atuais. “Não fazer nada significaria para o Estado brasileiro a insolvência, em um período de cinco a dez anos.”
Para Appy, a existência de um teto de gastos forçaria uma discussão mais aprofundada, pelo Congresso, sobre prioridades orçamentárias. “Não adianta falar que saúde e educação é mais importante, se não dissermos o que é menos importante. Se tudo é importante, nada é importante. Esse é o ponto relevante diante dessa discussão.” 
O modelo orçamentário atual, na opinião de Appy, joga para “debaixo do pano” o debate mais importante que é qual a importância das políticas públicas comparativamente.
Appy participa de audiência pública sobre os impactos na Saúde e na Educação da PEC 241/16, que limita as despesas primárias da União aos gastos do ano anterior corrigidos pela inflação oficial (IPCA). De acordo com a proposta, em 2017 o limite de gastos será a despesa primária federal de 2016, incluindo os restos a pagar, reajustada pelo IPCA de 2016. A partir de 2018, será usado o teto do ano anterior acrescido da inflação.
A proposta altera os critérios para cálculo das despesas mínimas com saúde e educação a cargo da União. Hoje, ambas estão atreladas a percentuais da receita. A PEC substitui essas vinculações e determina que o gasto mínimo seja calculado pela despesa do ano anterior reajustada pelo IPCA, sem aumento real para as duas áreas.
A audiência – proposta pelos deputados Odorico Monteiro (Pros-CE), Erika Kokay (PT-DF), Patrus Ananias (PT-MG) e Darcísio Perondi (PMDB-RS) – está sendo realizada no Plenário 13.


sábado, 27 de agosto de 2016

Farc terão reunião em setembro para ratificar acordo e definir rumos políticos

Bogotá, 27 - As principais lideranças das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia planejam se reunir uma última vez em meados de setembro para ratificar o acordo de paz firmado com o governo colombiano esta semana e mapear a estratégia política do grupo.
"A importância histórica deste evento é de que o povo da Colômbia e o mundo vejam de perto o desenvolvimento e conclusões do que será a última conferência da nossa organização armada", disseram as Farc, em um comunicado divulgado neste sábado, que convida a mídia para cobrir a conferência.
O encontro ocorrerá entre os dias 13 e 19 de setembro, em San Vicente del Caguán, uma área onde os rebeldes têm sido dominantes e que foi o centro de uma zona desmilitarizada da Suíça que foi cedida às Farc durante uma tentativa anterior de paz há mais de uma década.
Cerca de 200 delegados devem participar do evento, incluindo 29 membros do comando central das Farc, um órgão de decisão superior. Vários dignitários estrangeiros cujos nomes não foram revelados também são esperados.
O acordo de paz tem 297 páginas e foi alcançado esta semana em Cuba, pondo fim ao conflito com guerrilhas mais antigo da América Latina, que causou mais de 220 mil mortes e tirou 5 milhões de pessoas de suas casas ao longo de cinco décadas.
Como parte do acordo, os membros das Farc devem entregar suas armas no prazo de seis meses após o negócio ser formalmente assinado, em vez tentar convencer os colombianos céticos de que a organização está pronta para jogar pelas regras da democracia.
Em troca, o movimento político que será criado após a entrega das armas terá um mínimo de 10 cadeiras no Congresso, cinco da câmara baixa e cinco no Senado, por dois períodos legislativos. Além disso, serão criados 16 assentos na câmara para ativistas de base em áreas rurais, tradicionalmente negligenciadas pelo Estado e onde os partidos políticos existentes serão proibidos de lançar candidatos.
Depois de 2026, ambos os arranjos vão acabar e os ex-rebeldes terão de demonstrar a sua força política nas urnas. Fonte: Associated Press.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Aécio volta a ensaiar traição ao governo Temer

Senador tucano afirmou que os responsáveis por irregularidades nas contas da campanha da chapa que elegeu a presidente Dilma Rousseff e Michel Temer como vice, em 2014, devem "responder criminalmente" por elas; "O PSDB fez a sua parte. Aguarda agora o julgamento das contas. Não é papel do PSDB decidir qual jurisprudência seguirá o TSE", disse; Aécio Neves (PSDB-MG) também mandou um recado a Temer: "Este não é o governo do PSDB. É um governo de transição, um governo constitucional. Quando afastada a presidente, estaremos sempre ao lado".O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), voltou a sinalizar que está buscando um distanciamento do governo do vice-presidente em exercício Michel Temer ao afirmar que os responsáveis por irregularidades nas contas da campanha da chapa que elegeu a presidente Dilma Rousseff e Temer como vice, em 2014, devem "responder criminalmente" por elas. Com medo de ser cassado, Temer defende a separação das contas da chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"O PSDB fez a sua parte. Aguarda agora o julgamento das contas. Não é papel do PSDB decidir qual jurisprudência seguirá o TSE”, disse o tucano. A afirmação faz referência ao fato ter sido o PSDB quem formulou a denúncia de uma suposta lavagem de dinheiro, originário de corrupção, pela chapa PT e PMDB nas últimas eleições presidenciais.
Apesar disto, Aécio, cujo partido vem amentando pressão sobre Temer e o PMDB, buscou minimizar o atrito entre as legendas. "O PSDB sempre deixou claro o seu apoio ao projeto do PMDB. O presidente Michel tem a consciência clara de que o seu governo, para se viabilizar, depende dessas reformas", disse .
Ele também mandou um recado a Temer ao afirmar que após a votação do processo de impeachment da presidente Dilma pelo Senado, o PSDB não deverá ser um aliado incondicional da gestão do peemedebista. "Este não é o governo do PSDB. É um governo de transição, um governo constitucional. Quando afastada a presidente, estaremos sempre ao lado", destacou.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Turquia evacua cidade bombardeada pelo EI na fronteira com a Síria

As autoridades da Turquia começaram nesta terça-feira a retirar os moradores da cidade de Karkamis, situada na fronteira com a Síria, e que foi alvo de bombardeios, ontem e hoje, a partir da cidade síria de Yarabulus, dominada pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
Foram lançados cinco morteiros, três na noite de segunda-feira e dois nesta terça, sobre o munícipio de cerca de 10 mil habitantes, situado na província de Gaziantep, a poucos metros da fronteira, sem causar vítimas.
Inicialmente, as autoridades pediram aos moradores para que não deixassem suas casas, mas após o impacto de um terceiro morteiro, por volta das 12h30 de hoje (horário de Brasília) foi tomada a decisão de evacuar a cidade, segundo a emissora "CNNTÜRK".
As autoridades locais enviaram vans para organizar a saída dos habitantes e os funcionários deste município receberam dois dias de licença.
Ao mesmo tempo, as unidades de artilharia turcas situadas na fronteira responderam os ataques, bombardeando posições do EI em Yarabulus com mísseis 'firtina'.
A opinião pública turca segue com apreensão os fatos na fronteira, dado que ao sul de Yarabulus se desenvolvem combates entre o EI e as Forças da Síria Democrática, uma aliança de milícias lideradas pela aliança curdo-síria YPG, que avançam em direção ao norte, respaldadas pelos Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, garantiu hoje em entrevista coletiva que Ancara "apoia a operação em Yarabulus" contra o EI.
"Segue nossa luta contra as organizações terroristas no interior e exterior do país. Continua na Síria e Iraque. Continua contra o PKK (a guerrilha curda da Turquia), o YPG e o EI", afirmou o ministro, de acordo com o jornal "Hürriyet".
"Contribuímos em todos os aspectos para limpar tanto a Síria como o Iraque do EI. Apoiamos as operações nas regiões mencionadas (no noroeste da Síria). Daremos todo tipo de apoio tanto aos que avançam desde o leste de Afrin em direção ao norte, como as operações que começarão desde Yarabulus", garantiu.
A faixa entre o reduto curdo de Afrin e as regiões, também curdas, ao leste de Yarabulus, é a última sob o domínio do EI que fazem fronteira com a Turquia.
Ancara reiterou que não permitirá que as milícias YPG expulsem os jihadistas desta faixa, dado que seria estabelecido uma região autônoma sob controle curdo ao longo de quase toda a fronteira sírio-turca.

domingo, 21 de agosto de 2016

Polícia investiga mais três integrantes do comitê irlandês por cambismo

A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu hoje (21) os passaportes dos irlandeses Kevin Kilty, Dermot Henihan e Staphen Martins, membros do Comitê Olímpico da Irlanda. Eles são suspeitos de participar de um esquema de venda ilegal de ingressos, assim como o presidente do comitê, Patrick Hickey, e executivos das empresas THG e Pro10 Team.
Segundo o Comitê Olímpico da Irlanda, além dos passaportes, foram apreendidos os celulares e laptops dos três irlandeses. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no escritório do comitê na Vila Olímpica e nos quartos de hotel dos suspeitos.
Os três, que agora estão impedidos de deixar o país, deverão prestar depoimento na terça-feira (23). O presidente do comitê foi preso semana passada e encaminhado para o complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste da cidade.
Quatro executivos da empresa britânica de hospitalidade esportiva THG e três dirigentes da irlandesa Pro10 Team também estão sendo investigados e tiveram a prisão decretada.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Estátuas de Trump pelado atraem curiosos nos EUA

Obras de arte em tamanho real são exibidas em Nova York, São Francisco, Los Angeles, Seattle e Cleveland. Coletivo de artistas intitula o trabalho de "O imperador não tem bolas".
Moradores de cinco cidades dos EUA foram surpreendidos com uma imagem do candidato republicano à presidência do país como nunca viram. Estátuas em tamanho real de Donald Trump pelado vêm chamando a atenção de passantes em Nova York, São Francisco, Los Angeles, Seattle e Cleveland.
Inauguradas nesta quinta-feira (18/08), as obras que retratam o magnata foram criadas por um artista de Cleveland e reivindicadas por um coletivo chamado Indecline. O grupo inclui artistas plásticos, músicos e cineastas e já se manifestou contra Trump anteriormente.
Várias das estátuas mostram Trump com as mãos cruzadas sobre a barriga protuberante. Enquanto algumas partes da genitália masculina são visíveis, outras estão faltando. O coletivo intitulou o trabalho de "O imperador não tem bolas".
Na Union Square, em Nova York, uma das esculturas rapidamente chamou a atenção dos passantes, que riam e tiravam fotos com o Trump nu, até que a obra foi removida pela prefeitura.
"É através dessas esculturas que transmitimos a personificação física e metafórica da alma medonha de um dos políticos mais infames e insultados da América", disse o coletivo em comunicado. "Esperamos que o candidato nunca se instale na posição política e militar mais poderosa do mundo."
O comitê de campanha de Trump não quis comentar as obras.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Retomada produção de plutónio na Coreia do Norte

O Instituto de Energia Atómica norte-coreano afirmou que a Coreia do Norte retomou a produção de plutónio e não tenciona parar de fazer testes nucleares enquanto Washington continuar a «ameaçá-la», noticiou esta quarta-feira a agência noticiosa japonesa Kyodo.
Nós reprocessámos barras de combustível nuclear retiradas de um reator», indicou o instituto norte-coreano numa entrevista escrita à agência Kyodo, sem precisar a quantidade produzida.
Quando estiver totalmente operacional, o complexo de Yongbyon terá capacidade para produzir cerca de seis quilos de plutónio por ano, ou seja, uma quantidade suficiente para uma ou duas bombas nucleares.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Bombardeios contra hospital em região rebelde do Iêmen deixa 11 mortos

A coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeou nesta segunda-feira um hospital em uma província sob controle rebelde no norte do Iêmen, deixando ao menos 11 mortos e 20 feridos, 48 horas após ataques aéreos que mataram 10 crianças iemenitas.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que possui uma equipe nesse centro de atendimento, confirmou no Twitter "que o hospital Abs (na província de Hajja) foi atingido por bombardeios aéreos hoje às 15h45 locais (09h45 de Brasília)".
Pouco depois, a organização informou que "a explosão matou na hora nove pessoas, incluindo um funcionário da MSF, e dois outros pacientes morreram quando eram transferidos" para um outro hospital.
Outras dezenove pessoas ficaram feridas e a explosão destruiu parcialmente o edifício.
A ONG criticou a morte de "um eletricista da MSF", informou por telefone à AFP, de Barcelona, Teresa Sancristóval, encarregada da ONG para operações urgentes no Iêmen. "Os outros mortos eram pacientes", confirmou.
"Entre os feridos estão um médico e um enfermeiro da MSF, os dois com gravidade", acrescentou.
"Os demais são pacientes (...) Os mais graves foram levados para outro hospital situado a duas horas" do local, destacou.
A organização humanitária, cuja equipe trabalha desde 2015 no hospital público de Abs, indicou que todos os pacientes e pessoal médico foram evacuados.
A MSF lembrou que os responsáveis pelos bombardeios conheciam perfeitamente a localização do hospital e que se trata do "quarto ataque" contra uma instalação da MSF "em menos de 12 meses", criticou Sancristóval.
Moradores de Abs confirmaram os bombardeios ao hospital, indicando que a coalizão visou nos últimos dias posições rebeldes na cidade.
Em comunicado, a organização pediu aos beligerantes, "em particular à coalizão comandada pela Arábia Saudita" que se comprometam a pôr um fim a este tipo de ataque.
Os Estados Unidos condenaram os ataques, mas não responsabilizaram diretamente a coalizão árabe liderada pelos sauditas e apoiada por Washington.
"Estamos profundamente preocupados com as informações sobre um ataque contra um hospital no norte do Iêmen. Os ataques contra instalações humanitárias, principalmente hospitais, são particularmente preocupantes", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Elizabeth Trudeau.
Sem apontar diretamente os culpados, a porta-voz pediu a "todas as partes em conflito que parem imediatamente as hostilidades".
Estes bombardeios acontecem menos de 48 horas depois que a MSF acusou a coalizão de matar 10 crianças ao bombardear uma escola corânica em Saada, outra província rebelde do norte iemenita.
A coalizão negou ter atacado a escola e disse que se tratava de um campo de treinamento de rebeldes, onde havia soldados menores de idade. Ainda assim, afirmou que investigará o incidente.
A coalizão árabe iniciou sua campanha contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã e seus aliados em 26 de março de 2015.
Investigação
A Anistia Internacional condenou os ataques contra o hospital "que causaram vítimas entre os civis e pessoal médico". "Atacar intencionalmente instalações médicas é uma grave violação do direito humanitário e pode constituir um crime de guerra", destacou a organização, que pediu uma investigação.
"Os bombardeios de infraestruturas humanitárias, sobretudo hospitais, são particularmente inquietantes", comentou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Elizabeth Trudeau.
Abs está localizada nos limites da cidade de Harad, perto da fronteira com a Arábia Saudita. É a partir de Abs que os rebeldes iemenitas lançam com certa frequência ataques contra regiões sauditas perto da fronteira, causando vítimas.
Frequentemente bombardeada pela coalizão, Harad é também o palco de violentos combates entre as forças governamentais apoiadas pelas tropas da coalizão e os rebeldes xiitas huthis.
Fontes militares pró-governo disseram que veículos militares haviam transferido de Harad rebeldes feridos ao hospital de Abs, sugerindo que os ataques tinham como alvo este estabelecimento por este motivo.
A coalizão e a Arábia Saudita são regularmente acusadas de atacar, ainda que por erro, civis, inclusive crianças.
Nesta segunda-feira, a coalizão árabe anunciou que autorizou a retomada dos voos humanitários no aeroporto internacional da capital Sanaa, que havia sido fechado aos voos civis após a retomada dos ataques aéreos.
Originários do norte do Iêmen, os huthis se levantaram contra o poder do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi em 2014, tomando grandes porções de território, incluindo a capital Sanaa.
Em março de 2015, a vizinha sunita Arábia Saudita, que acusa os huthis de ligações com o Irã, assumiu a liderança de uma coalizão militar árabe para parar o avanço dos rebeldes por meio de bombardeios aéreos e combates no terreno.
Desde então, a guerra fez mais de 6.400 mortos e 30.000 feridos, incluindo muitos civis.

sábado, 13 de agosto de 2016

Seis feridos em ataque com líquido inflamável e faca em trem da Suíça

Um suíço de 27 anos ateou fogo a um vagão de trem na Suíça usando líquido inflamável e esfaqueou vários passageiros neste sábado, ferindo seis pessoas, entre elas um menino de seis anos, informou a polícia suíça.
Este ataque é o último de uma série de atos violentos, muitas vezes mortais, que ocorreram na Europa nos últimos meses. Entre os incidentes ocorreram atentados reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
A polícia informou à AFP neste sábado que as motivações do autor ainda são desconhecidas.
"Não podemos nem excluir nem afirmar que se trata de um ato terrorista", disse o porta-voz da polícia de San Galo, Bruno Metzger, ao diário local St.Galler Tagblatts.
Seu colega Hanspeter Kruesi disse à AFP que o suspeito tem nacionalidade suíça e não é imigrante.
"De acordo com a informação que temos, um homem suíço de 27 anos lançou líquido inflamável (que) provocou fogo", afirma o comunicado, acrescentando que o homem "estava armado com ao menos uma faca".
O trem circulava pelo leste do país, ao longo da fronteira com Liechtenstein, detalhou a polícia regional de St. Gallen em um comunicado. O homem que realizou o ataque também ficou ferido.
Segundo a polícia, o incidente foi registrado às 14h20 locais (09h20 de Brasília) perto da estação de Salez, em um trem em movimento que se dirigia de Buchs a Sennwald.
Seis pessoas feridas, assim como o próprio criminoso, foram hospitalizadas com queimaduras e ferimentos provocados por facas, indicou o comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Além do menino de seis anos, entre os feridos há dois homens de 17 e 50 anos, e três mulheres de 17, 34 e 43 anos, disse a polícia, acrescentando que no momento do ataque dezenas de pessoas estavam no trem.
Uma mulher e o agressor estão "gravemente feridos", disse à AFP Hanspeter Kruesi, porta-voz da polícia.
Ninguém tentou dominar o agressor, mas ele ficou ferido no incêndio, completou.
- Europa em suspense -
Um grande dispositivo de segurança, com policiais, bombeiros, ambulâncias e helicópteros de resgate se dirigiu ao local do incidente.
A polícia informou que o trem sofreu danos no valor de 100.000 francos suíços (92.000 euros, 103.000 dólares).
O Ministério Público de St. Gallen já abriu uma investigação criminal para esclarecer o ataque.
A estação de Salez permanecia fechada e foi instalado um sistema de ônibus em seu lugar, de acordo com o comunicado.
O ataque é o último de uma série de atos violentos que têm deixado o Velho Continente em suspense.
Em janeiro de 2015, um ataque de comandos extremistas atingiu a revista satírica francesa Charlie Hebdo, deixando 12 mortos, enquanto outras quatro pessoas morreram depois em um atentado contra um supermercado kosher de Paris.
Depois, em novembro, uma ação coordenada de extremistas suicidas do grupo Estado Islâmico deixou 130 mortos em Paris.
Em 22 de março deste ano, um ataque contra o aeroporto de Bruxelas e contra uma estação de metrô, reivindicados pelo EI, deixaram 32 mortos.
Meses depois, em 14 de julho, um homem lançou seu caminhão contra a multidão que comemorava a festa nacional na cidade francesa de Nice, matando 85 pessoas.
Contudo, a Alemanha sofreu vários ataques e incidentes violentos nas últimas semanas.
Em julho, foram registrados dois atentados executados por migrantes no estado da Baviera, no sul do país.
Um ataque com machado cometido em um trem por um adolescente de 17 anos, provavelmente do Afeganistão, deixou cinco feridos, e um atentado de um sírio, que morreu no ataque, feriu quinze pessoas nas imediações de um festival de música.
Em Munique, um tiroteio executado por um jovem alemão de origem iraniana de 18 anos deixou nove mortos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PP e PMDB dizem que todas suas doações foram legais

O PMDB e o PP manifestaram-se após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a abertura de processos de investigação eleitoral contra as legendas por, supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais declaradas oficialmente; as duas legendas dizem que as doações foram legais, mas, em tese, as investigações podem levar à cassação do registro dos partidos.
O PMDB e o PP manifestaram-se hoje (11) após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ter autorizado a abertura de processos de investigação eleitoral contra as legendas por, supostamente, terem recebido propina disfarçada em doações eleitorais declaradas oficialmente. As duas legendas negaram o recebimento de propina.
Em nota, o PMDB disse que “sempre” arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais vigentes no país. “Em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas, não sendo encontrado nenhum indício de irregularidade.”
O PP também divulgou nota na qual diz que “não compactua com ilegalidades" e tem "todo interesse no esclarecimento dos fatos.”
As investigações têm como base informações obtidas em depoimentos de delação premiada  de  envolvidos na Operação Lava Jato. Os pedidos foram feitos pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, após receber informações remetidas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato.
A ministra também já havia pedido investigação do PT. Se comprovadas as acusações de recebimento de propina disfarçada de doações eleitorais declaradas oficialmente, as legendas podem ter o registro na Justiça Eleitoral cancelado e ficarão impedidas de disputar as eleições.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Temer pode realizar reforma da Previdência sem consultar Congresso

O jornalista Fernando Rodrigues publicou em primeira mão, na coluna que assina para o Portal UOL, que o presidente interino Michel Temer pode realizar uma reinterpretação da Constituição através de um despacho normativo federal, sem consultar o Congresso Nacional. A saída é discutida caso os parlamentares demorem para discutir a reforma. Temer tem sustentado para assessores que a Constituição é clara ao estabelecer que os anos de contribuição e a idade mínima são ambas condições necessárias e não excludentes para se aposentar pelo INSS. “A Constituição não diz que a aposentadoria pode ser obtida com apenas uma dessas condições cumpridas”, afirma a interlocutores dentro do Palácio do Planalto. A mudança seria realizada sem regra de transição.
Eis o que diz o parágrafo 7º do artigo 201 da Carta Magna:
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

O presidente interino não acredita que esta seja a melhor saída para a questão, este, seria um último recurso e deixaria de fora o sistema de servidores públicos, visto que a Constituição apenas dispõe regras sobre aposentadorias via INSS. A expectativa do rombo na Previdência é de R$ 147 bilhões em 2016. No ano que vem, a cifra esperada é de R$ 183 bilhões. Com o envelhecimento da população, a equipe econômica de Michel Temer calcula que o déficit somente desse último sistema chegará a R$ 348 bilhões em 2060 caso as regras atuais sejam mantidas.

Justiça derruba veto a manifestações nas Olimpíadas e Comitê Olímpico recorre

Reprodução
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O Comitê Rio 2016 recorreu, na manhã desta terça-feira (9), liminar que permite protestos nas arenas da Olimpíada. Nesta segunda-feira (8), a Justiça Federal no Rio de Janeiro havia determinado que a União, o Estado do Rio de Janeiro e o Comitê Rio 2016 deixassem “de reprimir manifestações pacíficas de cunho político em locais oficiais durante a realização dos Jogos Olímpicos de 2016”. A proibição de manifestações nos jogos foi sancionada pela presidente afastada Dilma Rousseff.
Tal proibição de cunho político em estádios foi considerada legal, em 2014, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando a corte analisou um recurso sobre a Lei da Copa. Na ocasião, o PSDB contestou o dispositivo da lei que restringia o uso de bandeiras e cartazes nas arenas esportivas. O dispositivo da lei de 2014, assinada por Dilma Rousseff, proibia usar bandeiras “para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável”.

Nagasaki recorda os 71 anos de bombardeio atômico

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A cidade de Nagasaki, no Japão, lembrou nesta terça-feira, dia 9, o 71º aniversário do bombardeio atômico com um minuto de silêncio em homenagem às dezenas de milhares de vítimas do ataque.
O ato começou às 10h35 (hora local) e teve seu momento mais forte às 11h02 (hora local), momento exato em que a bomba “Fat man” explodiu sobre a cidade. Houve um minuto de silêncio acompanhado pelo tradicional Sino da Paz, em homenagem às vítimas.
Após a cerimônia em memória das vítimas, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, realizaram discursos onde destacaram a importância da histórica visita de Obama a Hiroshima no mês de maio e pediram pelo fim da proliferação nuclear.

‘Pokémon Go’ é máquina de coleta de dados, alerta especialista

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A comissária para a privacidade no estado alemão de Schleswig-Holstein, Marit Hansen, lançou um alerta sobre o “Pokémon Go”. Em entrevista ao jornal Handelsblatt publicada na última sexta-feira, Hansen afirmou que o jogo armazena dados “exatos e detalhados” de cada movimento dos usuários pelas ruas. “É uma máquina gigante de coleta de dados”, disse, acrescentando que o aplicativo de realidade aumentada, além de espionar, também pode condicionar o comportamento do consumidor.
A Niantic, empresa baseada na Califórnia e que ajudou a desenvolver o jogo, não buscou apenas acesso a câmeras e microfones, mas também disponibilizou uma ferramenta de marketing para “deliberadamente orientar” os usuários do jogo aos chamados “Pokestops” em estabelecimentos comerciais, afirmou Hansen. A especialista em política de privacidade apontou também para a falta de controles legais, repetindo diversas advertências recentes sobre o aplicativo feitas em Nova York, na Austrália e nos Emirados Árabes Unidos.
“Como o jogo utiliza um provedor de fora da Europa, não temos o apoio jurídico para agir”, disse Hansen, referindo-se às disputas entre União Europeia (UE) e os EUA sobre a transferência de dados transatlânticos e a cooperação da Niantic com o Google Maps.
No mês passado, a Federação das Associações Alemãs de Consumidores (VZBV, na sigla em alemão) disse que contestou 15 cláusulas dos termos de uso e privacidade da Niantic, dando à empresa americana até 9 de agosto para responder. Caso a Niantic não se pronuncie, a VZBV advertiu levar o caso a um tribunal.

Com proximidade do fim do impeachment, dólar cai a R$ 3,13

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O dólar opera em queda em relação ao real nesta terça-feira (9), em linha com os mercados externos mas com movimento potencializado pela baixo volume de negócios por conta da expectativa com importantes votações no Congresso Nacional. Às 12h30, a moeda norte-americana caía 0,92%, a R$ 3,1385.
No mês de agosto, o dólar acumula queda de 2,31%. Em 2016, recua 19,7%.
*Com informações de UOL, G1 e Deutsche Welle.

domingo, 7 de agosto de 2016

Delegação pediu às autoridades brasileiras para reforçar a segurança nas praias.

A delegação australiana nos Jogos Olímpicos pediu às autoridades brasileiras para reforçar a segurança nas praias do Rio de Janeiro após dois treinadores da equipe de remo da Austrália serem assaltados em Ipanema. No sábado, ministro de Portugal também foi assaltado no bairro.
De acordo com o Comitê Olímpico Australiano, adolescentes armados com uma faca renderam os técnicos quando eles retornavam para o seu hotel. Os dois perderam suas carteiras, celulares e um casaco, mas nenhum deles ficou ferido.
Mike Tancred, porta-voz do comitê, disse que o incidente ocorreu na última sexta-feira, mas a delegação decidiu manter o ocorrido em segredo por um tempo para não atrapalhar a concentração dos atletas australianos em seu primeiro dia de competições.

Treinadores da equipe de canoagem da Austrália são assaltados em Ipanema
Treinadores da equipe de canoagem da Austrália são assaltados em Ipanema
Ministro de Portugal sofre assalto em Ipanema
O ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, foi vítima de assalto próximo a um hotel em Ipanema, na Zona Sul do Rio na tarde de sábado (6), quando retornava da prova de ciclismo olímpico.
Acompanhado pela assessora de imprensa do Ministério da Educação, Rita Roque, o ministro foi atacado por dois homens que os ameaçaram com facas. Os criminosos exigiram os celulares e dinheiro, fugindo a pé em seguida.
Populares que viram a ação conseguiram imobilizar um dos bandidos, que foi levado preso por policiais militares da Operação Lagoa Presente, que patrulham a região. O homem seria da comunidade Pavão-Pavãozinho e foi identificado como Márcio Luiz Brandão.
Como sofreu agressões dos populares, antes de ser levado para a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), no Leblon, que registrou o caso, o criminoso recebeu atendimento no Hospital Miguel Couto, na Gávea. Ao ser preso Márcio Luiz Brandão ainda tentou subornar os policiais oferendo R$ 5 mil.
Apesar do susto, o ministro da Educação de Portugal e a assessora não foram feridos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

TSE pede a Temer permanência de militares no Rio após Jogos

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, pediu hoje (5) ao presidente interino Michel Temer a permanência do efetivo das Forças Armadas no Rio de Janeiro após a Olimpíada. Em ofício enviado a Temer, o ministro justificou que a medida é necessária para garantir a segurança das eleições de outubro.
Foto: Agência Brasil
Mendes atendeu pedido do governador do estado do Rio de Janeiro em exercício, Francisco Dornelles, e da Justiça Eleitoral, que solicitaram apoio de tropas de segurança após recentes casos de assassinatos de pré-candidatos às eleições municipais deste ano.
A Polícia Federal (PF) investiga pelo menos dez casos de homicídios de pré-candidatos em municípios da Baixada Fluminense.
Nas eleições municipais de 2012, cerca de 140 municípios foram autorizados pelo TSE a contarem com efetivo de tropas federais para auxiliar na segurança do pleito.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Queixas e protesto de condutor da tocha marcam passagem pelo Centro do Rio

A trajetória da tocha olímpica pelo Centro e Zona Portuária do Rio de Janeiro foi recebida com uma onda de celulares em punho, com diversas pessoas tentando registrar o ato, mas também queixas de moradores da região e até protesto de um dos condutores da chama.
Tarcisio Cisão, um dos que carregaram a tocha no bairro da Saúde, Zona Portuária, fez um protesto contra o presidente interino do país, com os dizeres "Fora, Temer" pintados com tinta nas nádegas. Em determinado momento do trajeto, Tarcisio mostrou sua mensagem, mas a manifestação não chegou a chamar a atenção dos que acompanhavam a passagem. Ele foi logo detido pela Força Nacional, encaminhado para uma viatura e liberado em seguida.
>> Professores bloqueiam trajeto da tocha olímpica em Caxias
>> Sob forte aparato policial, tocha olímpica é conduzida pelo Rio de Janeiro
Passagem da tocha na Rua Sacadura Cabral, Zona Portuária, entre curiosos e bloco carnavalesco
Passagem da tocha na Rua Sacadura Cabral, Zona Portuária, entre curiosos e bloco carnavalesco
Um bloco carnavalesco de amigos de Tarcisio chegou a acompanhar a passagem dele, tocando marchinhas. Daniel Galvão, carioca de 30 anos, que fazia parte do grupo, acredita que a Olimpíada funciona como "um disfarce para as politicagens mais podres" que envolvem a realização do evento na cidade. Ele criticou ainda o fato do evento não permitir que a população manifeste opinião -- como no caso do protesto do condutor da tocha --, e aceitar apenas "aplausos", "como na ditadura".
"O problema não é a competição esportiva em si, mas não vale a pena pagar o preço que a cidade vai ter que pagar por esta Olimpíada", destacou Daniel Galvão. Para ele, o megaevento traz benefícios para quem vive financeiramente "da" cidade, não para quem vive "na" cidade. "A Olimpíada deixa um rastro de entulho, sangue e merda por onde passa", acrescentou Daniel, chamando a atenção para o grande número de remoções realizadas na capital fluminense em nome da realização do evento.
Enquanto a tocha passava pela Rua do Livramento, moradores reclamavam do ato. Nadia Cristina, 21 anos, moradora do Rio desde os quatro anos, gritava, parada na porta de sua casa, "palhaçada!". "Os hospitais estão todos precisando de médico, não tem escola direito, um monte de gente morrendo no meio da rua e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo, um foguinho de nada, enquanto os brasileiros estão todos precisando", declarou ao JB.
"Os hospitais estão precisando de médico, não tem escola, um monte de gente morrendo no meio da rua, e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo", comentou a moradora da Saúde, Nadia Cristina
"Os hospitais estão precisando de médico, não tem escola, um monte de gente morrendo no meio da rua, e eles perdendo tempo com um pedaço de fogo", comentou a moradora da Saúde, Nadia Cristina
Para Nadia, o grande número de policiais e integrantes da Força de Segurança durante a passagem da tocha é "ridículo". "Acho que nem eles trabalhadores da segurança pública devem estar recebendo o dinheiro deles e estão aí para proteger um pedacinho de fogo, enquanto o prefeito Eduardo Paes está ganhando dinheiro às custas dos outros."
Outra que criticava a passagem da tocha na frente de sua casa, também na Rua do Livramento, era Isamar Paulo de Oliveira, 43 anos, nascida e criada no Rio de Janeiro. "O governo só olha para a Olimpíada, não olha pra gente, que é pobre", disse ao JB.
"A gente precisa de hospital, atendimento médico melhor, escola melhor, educação melhor, salário melhor, porque a gente trabalha igual um condenado, e o governo não faz isso. Agora, Olimpíada, está aí, eles estão fazendo tudo isso aí. Quando a Olimpíada for embora, a gente fica jogado no lixo", completou Isamar.
Sobre o forte aparato policial que acompanhava o trajeto da tocha, Isamar apontou que o ideal seria proteger e oferecer segurança e tranquilidade à população. "Não precisava ter essa segurança toda para uma tocha, poderia ter essa segurança pra gente que trabalha, que é cidadão", comentou . "Eduardo Paes não faz nada pelo pobre, ele só faz pelo rico. Porque depois que a Olimpíada acabar, isto aqui vai ficar jogado às traças."

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Dilma diz que vai propor em carta pública plebiscito sobre novas eleições

A presidente afastada, Dilma Rousseff, disse à BBC Brasil que é preciso "lutar" pela realização de um plebiscito que consulte a população sobre a necessidade de uma eleição presidencial antecipada.
De dentro do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, ela elabora sua cartada final para tentar voltar ao Palácio do Planalto, sede do governo, a cerca de 5km dali - o feito hoje parece bastante difícil de ser alcançado.
Em entrevista exclusiva concedida na sexta-feira, com participação também da BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC), ela contou que divulgará nesta semana os detalhes de sua proposta, em carta direcionada ao povo brasileiro e ao Senado.
Para tentar convencer ao menos 27 dos 81 senadores a votar contra sua cassação definitiva, Dilma vai se comprometer a apoiar a convocação de um plebiscito após seu eventual retorno ao comando do país.
"Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa. Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54 milhões e meio de votos", afirmou Dilma.
Além disso, também pretende comparecer pessoalmente para fazer sua defesa quando o caso for julgado pelo plenário do Senado, entre final de agosto e início de setembro.
"Eu quero muito ir. Depende das condições. Como o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, presidirá (o julgamento), acredito que haverá condições", afirmou.
Sua esperança é que a proposta de plebiscito sensibilize alguns senadores. Cristovam Buarque (PPS-DF), por exemplo, votou pelo afastamento da presidente, mas ainda não decidiu sua posição no julgamento. Ele tem defendido que a melhor saída para a crise seria a eleição antecipada. É a opinião também da maioria da população brasileira, segundo pesquisas recentes.
Para que a petista seja condenada, é preciso que 54 dos 81 senadores votem contra ela. O governo do presidente interino Michel Temer calcula ter cerca de 60 votos pela cassação de Dilma.

Dificuldade

A realização de um plebiscito depende de aprovação do Congresso - mesmo que Dilma consiga retornar à Presidência, não poderia convocar a consulta com uma mera canetada. Hoje parece muito difícil aprovar a proposta, já que a maioria dos parlamentares apoia Temer.
A presidente afastada reconheceu a dificuldade à BBC Brasil, mas ressaltou que é necessário apenas o apoio da maioria simples dos congressistas (metade dos presentes na sessão) para convocar um plebiscito.
No entanto, como antecipar a eleição exige uma mudança na Constituição, muitos juristas e parlamentares consideram que proposta só poderia caminhar com apoio de três quintos dos deputados e senadores (quantidade mínima de votos exigida para aprovar uma emenda constitucional).
"Acredito que nós temos que lutar para viabilizar o plebiscito. Pode ser difícil passar (no Congresso), a eleição direta foi também. Nós perdemos quando nós defendemos as Diretas Já (campanha pelo voto direto em 1984) e tinha milhões de pessoas nas ruas. Perdemos num momento e ganhamos no outro", afirmou.
Questionada sobre se a antecipação da eleição poderia criar mais instabilidade política, Dilma respondeu: "Essa argumentação foi a última que a ditadura militar fazia. 'Sabe por que a gente não pode fazer eleição? Primeiro, porque causa instabilidade política; segundo, o povo não é capaz de votar e escolher devidamente; terceiro, nem sempre a maioria é lúcida'. Essas três razões nós deram 20 anos de ditadura".

'Gesto tresloucado'

Um outro caminho para antecipar as eleições seria a renúncia simultânea de Dilma e Temer. Questionada pela BBC Brasil se cogitaria propor um acordo nesse sentido, a petista disse que "seria muita ingenuidade da nossa parte (acreditar) que ele teria grandeza de renunciar".
O peemedebista de fato tem rechaçado a ideia. Ela tampouco aceita essa hipótese.
A presidente afastada voltou a dizer que o processo de impeachment é um "golpe" porque não haveria crime de responsabilidade que justifique sua cassação. Já os que a acusam dizem que ela cometeu ilegalidades na gestão das contas públicas.
"Quando você tem um julgamento de um presidente sem crime de responsabilidade, nada mais oportuno do que esse presidente gentilmente sair da pauta. Não renuncio. Eu volto para o governo e faço um plebiscito. É essa a proposta. Não tem hipótese de eu fazer esse gesto tresloucado: renunciar", afirmou.
"Eu acho que eu vou ser conhecida também como a primeira (presidente) mulher que, apesar de tudo, não deu um tiro no peito, e também não renunciei", reforçou, afastando a sombra de Getúlio Vargas, presidente que se matou em 1954 com um tiro no peito, após forte pressão para que deixasse o governo.

Nova rotina

Afastada do comando do país, Dilma tem se dividido entre compromissos no Alvorada, visitas à família em Porto Alegre e viagens pelo país custeadas por uma "vaquinha" que já arrecadou quase R$ 800 mil na internet.
Sua agenda inclui encontros com movimentos sociais, parlamentares e muitas entrevistas - no dia anterior, quinta-feira, havia recebido a imprensa japonesa.
Na conversa com a BBC Brasil, na ampla biblioteca do Alvorada, disse que pouca coisa mudou na sua vida pessoal - o tempo livre segue raro, segundo ela, e se divide entre musculação, bicicleta, livros e filmes.
A principal novidade na agenda de compromissos, contou, é o aumento do contato mais direto com as pessoas.
"Hoje a atividade é diferente, eu não tenho atividade de gestão, mas eu tenho atividade de conversa, persuasão, discussão, avaliação, e de receber pessoas. Essa atividade exige uma presença minha extremamente direta e pessoal. Não tem eu ser representada, que na atividade presidencial tem. Tem um contato direto com as pessoas que tem sido muito bom", notou.
Uma das companhias constantes no Alvorada tem sido a da equipe da cineasta Anna Muylaert, que grava um documentário sobre o afastamento de Dilma - eles acompanharam a entrevista à BBC Brasil.
Outra visita frequente é a do seu advogado, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Na última sexta-feira, uma bicicleta verde em estilo retrô, que Dilma emprestou para ele se locomover de um hotel próximo, onde está morando, até o palácio, estava estacionada na garagem do Alvorada ao lado de outras duas da presidente, com um capacete pendurado na cestinha.
Apesar de a rotina seguir "intensa", na sexta-feira, a agenda estava mais tranquila - após conceder entrevista por uma hora à BBC Brasil, Dilma ficou mais 30 minutos conversando com a equipe de reportagem.
Contou que aprendeu a dançar tango com colegas de prisão durante a ditadura militar, mas que hoje gosta mais de ouvir Bach. Disse também que aprecia uma taça de vinho, pois os efeitos da quimioterapia que fez para tratar um câncer já não lhe permitem beber muito mais que isso.
E disse não ver "oposição" entre vida política e privada. "Elas se inter-relacionam. O que é a vida política pra'ocê? É a vida em que você se coloca perante os outros, em que você não está olhando só o seu interesse".

Autocrítica

Sobre as denúncias de corrupção envolvendo o seu partido, a presidente afastada disse que o PT havia sido "contaminado pela política tradicional" e precisava "fazer uma autocrítica".
No entanto, ao ser questionada sobre ela própria poder se eximir de responsabilidades pelo fato de o esquema de corrupção ter ocorrido enquanto exercia a Presidência, repetiu a resposta que havia dado em entrevista à BBC em maio, dias antes de ser afastada - fez novamente um paralelo entre o esquema de corrupção da Petrobras e a crise financeira que estourou em 2008 nos Estados Unidos.
"O maior processo de corrupção recente no mundo foi o estouro da bolha financeira. Nada envolveu mais dinheiro, mais malfeito e processos irregulares de controle. (...) Não é algo trivial descobrir a corrupção. (...) A característica principal da corrupção é agir às escuras, escondendo suas práticas corruptas, é esconder e criar toda uma cumplicidade e não deixar traços."
A presidente afastada voltou a dizer que ela e seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investiram e fortaleceram as instituições de combate à corrupção. Afirmou também que não se pode "demonizar o PT".
"Este é um processo necessário ao Brasil. Uma sociedade tem de se fortalecer para combater a corrupção. O que não é correto é transformar uma luta contra a corrupção numa luta político-ideológica, como se o que ocorre no Brasil seja integral responsabilidade do Partido dos Trabalhadores".
No momento em que os olhos do mundo se voltam para a Olimpíada do Rio de Janeiro, Dilma disse que sua ausência na abertura do evento não é um "mau sinal" para a comunidade internacional.
"Eu acredito que os chefes de Estado, de governo, as delegações (são) pessoas sensíveis e inteligentes que vão entender claramente que eu participar da Olimpíada, tendo como a pessoa que preside a Olimpíada o vice-presidente que deu um golpe no meu governo, eu ficar disputando quem é que é a autoridade dentro do Maracanã é que daria um mau sinal", disse.
"E um mau sinal para mim também. Tenho clareza de que meu lugar era na tribuna de honra, não só por ser presidenta, porque nisso quem trabalhou fui eu. Então, por direito e também por trabalho, era lá que eu tinha de estar", acrescentou.