quarta-feira, 16 de julho de 2014

Relatório critica governos por violação à privacidade

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou nesta quarta-feira (16) em Genebra, Suíça, uma "inquietante falta de transparência" e de controle das políticas e práticas de vigilância por parte dos governos, além de ressaltar que os países devem tomar medidas para proteger a privacidade das pessoas.   
Segundo um relatório da sul-africana sobre o tema, a espionagem de massa está "emergindo como um hábito perigoso, mais do que como uma medida excepcional".
O documento pede para os Estados reexaminarem suas próprias leis, políticas e práticas na área de coleta de dados, para garantir sua plena conformidade com as regras internacionais e os direitos humanos.   
O texto de Pillay, que foi um pedido da Assembleia Geral da ONU, também faz críticas à pressão exercida sobre as empresas do setor privado para que elas forneçam informações para os governos.

CPI mista da Petrobras aprova quebra de sigilos de ex-diretor da estatal e familiares


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrobras (PETR4.SA: Cotações) aprovou nesta quarta-feira, por acordo, requerimentos pedindo a quebra de sigilos telefônico, de dados de correio eletrônico e bancários do ex-diretor da estatal Paulo Roberto da Costa, suas filhas, genro e esposa.
A CPI mista, integrada por deputados e senadores, também aprovou a quebra dos sigilos bancários, telefônico e de e-mail do doleiro Alberto Yousseff, que foi preso por uma operação da Polícia Federal que investiga, dentre outros fatores, crime de lavagem de dinheiro.
Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, também foi preso pela PF em decorrência da operação Lava Jato, mas foi liberado.
Foram convocados e tiveram seus sigilos quebrados a esposa de Costa, Marici da Silva Costa, suas filhas, Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, e seu genro Humberto Sampaio de Mesquita.
Os parlamentares também aprovaram requerimentos convocando pessoas que podem estar envolvidas nas investigações da operação Lava Jato e pedidos de informações a órgãos de controle.
Os pedidos de quebras de sigilo foram aprovados pelo quórum mínimo necessário, já que há poucos parlamentares no Congresso devido ao período de disputa eleitoral.
Deputados e senadores também convidaram os policiais e os membros do Ministério Público que participaram das investigações.
A CPI mista deu início aos seus trabalhos no final de maio, depois que já estava em andamento uma comissão formada apenas por senadores para investigar as mesmas denúncias envolvendo a estatal.
Entre as denúncias que devem ser investigadas pelos parlamentares está a suspeita de superfaturamento na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, o suposto pagamento de propina a funcionário da Petrobras por uma empresa holandesa e possível superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
As investigações sobre a Petrobras têm potencial de afetar a campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro deste ano.
A presidente se viu no centro da polêmica em torno da compra da refinaria em Pasadena ao afirmar, em nota divulgada em março, que o Conselho de Administração da Petrobras, então presidido por ela, aprovou a transação com base em um documento "técnica e juridicamente falho".

Ataques com mísseis matam 55 rebeldes no Paquistão

Pelo menos 55 rebeldes islâmicos foram mortos e cinco ficaram feridos, nesta quarta-feira, após dois diferentes bombardeios na região de Nord Waziristan setentrional, território tribal no Paquistão localizado na fronteira com o Afeganistão.    
No primeiro bombardeio foram lançados cinco mísseis, deixando pelo menos 20 mortos. De acordo com fontes da inteligência local, os mísseis foram disparados por um drone operado pela CIA.   
O ataque ocorreu na área de Datta Khel e provocou a destruição de uma base e de um veículo do grupo contrário ao governo. Desde a metade do mês de junho, a região é alvo de uma massiva campanha militar.    
No segundo ataque, pelo menos 35 pessoas morreram após ataque das Forças Aéreas Paquistanesas (PAF). Os mísseis foram lançados no vale de Shawal onde, de acordo com o Exército, havia refugiados rebeldes em fuga de uma ofensiva.

MTST promove protestos em SP contra construtora e operadoras de telefonia

Manifestantes pedem melhores serviços nas periferias.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam, na tarde desta quarta-feira, a sede da construtora Even, em São Paulo, em protesto contra a reintegração de posse de um terreno no Morumbi, Zona Sul da cidade. Desde o dia 20 de julho, a área conhecida como Portal do Povo, abriga mais de duas mil famílias, segundo o levantamento recente do movimento
Segundo Ana Paula Ribeiro, coordenadora do MTST, a intenção é pressionar a empresa a não fazer a reintegração de posse do terreno, que estaria programada para esta quinta-feira. Apesar de a construtora, em nota, ter afirmado que o local receberia um projeto de conjuntos habitacionais, até agora nada foi mostrado. “Tem um mês que a comunidade está lá, então há uma demanda para a ocupação e moradia desse terreno” conclui, Ana Paula.
Manhã de protestos
Na manhã desta quarta-feira o MTST promoveu manifestações simultâneas nas sedes de empresas de telefonia Oi, Claro, TIM e da Agência Nacional de Telefonia (Anatel), na cidade de São Paulo. A intenção é protestar contra os maus serviços em áreas de periferia. "Fizemos um levantamento e existe um grande volume de reclamações em relação ao serviço dessas empresas. Quando vemos os dados da periferia esse número aumenta ainda mais”, afirma Ana Paula.
A chegada de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) à empresa de telefonia Claro, na Rua Flórida, foi marcada por uma confusão. De acordo com os integrantes do movimento, eles foram provocados, por volta das 11h40, por seguranças da empresa e reagiram, provocando um empurra-empurra na portaria. Um grupo de aproximadamente 100 pessoas conseguiu entrar no pátio da empresa. Segundo o MTST, um dos vigilantes apontou uma arma.
Após o fim das manifestações, o movimento deu um prazo de uma semana para as empresas de telefonia solucionarem os problemas apontados. Segundo Ana Paula, a Claro chegou a abrir um canal de diálogo direto com os manifestantes. Já a Anatel informou, em comunicado oficial, que vai fiscalizar a situação nessas áreas e verificar se a estrutura respeita os parâmetros técnicos da prestação de serviço nessas regiões.

PM realiza megaoperação no Complexo do Alemão

A Polícia Militar (PM) realiza hoje (16) uma megaoperação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em busca de pessoas envolvidas em ataques recentes a Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) e com o tráfico de drogas e de armas na região, mas não conseguiu prender ninguém.
O chefe de operações da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, tenente-coronel Rogério Figueiredo, acredita que a operação possa ter vazado.
"É possível ter vazado. Utilizamos um efetivo de 500 homens de vários batalhões especiais. É um efetivo muito grande a ser empregado e de várias localidades, então a gente não descarta esse dado [de vazamento], mas o importante é que fizemos a operação sem nenhum confronto e ninguém vitimado”, avaliou.  Figueiredo diz que a operação pretende consolidar o processo de pacificação.
“Conseguimos chegar aos locais, mas ninguém foi localizado. A operação continua e o policiamento vai manter reforçado e havendo a necessidade de uma nova operação, vamos fazê-la", explicou Figueiredo.
Por conta da operação de hoje, uma creche, três escolas e seis Espaços de Desenvolvimento Infantil ficaram fechados e 4.015 alunos ficaram sem aula, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação.
Além dos agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e do efetivo de diversas UPPs, dois helicópteros do Grupamento Aeromóvel (GAM) também foram usados na operação. "Os helicópteros dão um apoio importante porque do terreno a gente mantém contato com a aeronave. O que é observado nas aeronaves chega para gente e com essas imagens, temos condições de avaliar melhor o policiamento no terreno e aplicá-lo de forma mais efetiva”, explicou Figueiredo.
Somente este ano, 22 policiais ficaram feridos e cinco foram mortos em confrontos no Complexo do Alemão até o mês de junho. O serviço de inteligência da polícia fez um levantamento de criminosos, armas e drogas na região e identificou possíveis envolvidos com os últimos ataques a UPPs e delegacias. Entre os procurados, está o traficante Ramires, que segundo a polícia, é acusado de participar de diversos ataques na região.
De acordo com o tenente-coronel, há informações de que, sob o comando do traficante conhecido como Marreta, grupos estão planejando uma possível represália a UPPs instaladas em outras comunidades.
"O Marreta é um traficante que faz parte da facção criminosa Comando Vermelho e um dos locais que ele pode atuar, seria no Complexo do Alemão. Eu já vi essa informação circulando nas redes sociais, mas ainda não chegou nada oficialmente para nós", disse.  
A polícia também conta com a ajuda de moradores para desarticular o tráfico na região. Os policiais entregaram cerca de 10 mil panfletos na comunidade pedindo à população que denuncie esconderijos de armas, drogas e criminosos pelo telefone do Disque-Denúncia (2253-1177) e da ouvidoria das UPPs (2334-7599), sempre com anonimato garantido.

Aids cresce entre homens gays no Brasil

Cada vez mais os homens têm relações sexuais sem proteção, "porque a nova geração não viveu a epidemia dos anos 80", segundo o Luiz Loures, diretor-executivo adjunto da Unaids.

O número de contágios do vírus do HIV entre homens homossexuais está crescendo no mundo todo, uma tendência mundial que deveria está alertando especialistas sobre a capacidade de controlar a epidemia. "Há uma tendência global que é o crescimento da epidemia entre os gays, entre homens que têm relações sexuais com outros homens. Está acontecendo em todas as regiões, sem exceção", afirmou em entrevista à Agência Efe Luiz Loures, diretor-executivo adjunto da Unaids, a agência das Nações Unidas que luta contra a doença.
Os fatores para que isso aconteça são muitas e inter-relacionadas. Cada vez mais os homens têm relações sexuais sem proteção, "porque a nova geração não viveu a epidemia dos anos 80". No entanto, o tratamento com antirretrovirais existe e funciona, o que frequentemente reduz o medo da morte após o contágio da doença. "Há certa complacência com a doença, o que é muito perigoso porque ela pode ser mortal", alertou Loures.
Segundo alguns estudos, 60% dos encontros sexuais acontecem após algum contato na internet. "Devemos desenvolver a formas de se prevenir nesses 'dating sites'", assumiu Loures, dizendo que por enquanto pouco se avançou nesse processo. Outro problema ligado à prevenção é o fato de que na comunidade gay é comum os homens terem muitos parceiros.
O diretor-executivo adjunto da Unaids participou da apresentação em Genebra do relatório anual da instituição, que destaca que em geral os contágios diminuíram. Em 2013 entre 1,9 milhão e 2,4 milhões de pessoas contraíram o vírus.
Quinze países concentraram 75% dos novos contágios: Brasil, Camarões, China, Estados Unidos, Índia, Indonésia, Quênia, Moçambique, Nigéria, Rússia, África do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. Os contágios pelo vírus diminuíram em 38% em 2013 em relação a 2001. A queda foi ainda maior entre a população menor de idade: 58%.
Em 2013, cerca de 240 mil crianças se infectaram com o vírus, em comparação aos 580 mil que o contraíram em 2001.
A má notícia é em relação ao acesso ao tratamento. O relatório destaca que enquanto 38% dos adultos recebe tratamento antirretroviral, apenas 24% das crianças têm acesso a ele.
"Os tratamentos atuais não são adequados para crianças. A quantidade, o sabor, o tipo. É muito difícil conseguir que as crianças tomem o coquetel", explicou Mariângela Simão, Diretora do Departamento de Gênero, Direitos e Prevenção da Unaids.
"Estamos trabalhando para desenvolver novos tratamentos mais adequados para crianças, mas é difícil, porque quanto mais diminuem os contágios de crianças, menos interesse as farmacêuticas têm em desenvolver um produto para um mercado que diminui", acrescentou Simão.
A respeito da população geral, em 2013 cerca de 12,9 milhões de pessoas puderam ter acesso aos antirretrovirais, o que representa 37% (entre 35 e 39%) de todas as pessoas que convivem com o vírus.
Em relação aos óbitos, desde o pico registrado em 2005, caíram 35%. No ano passado, 1,5 milhão de pessoas morreu por causas relacionadas à aids em comparação com 2,4 milhões em 2005.
Atualmente, entre 33,2 e 37,2 milhões de pessoas sobrevivem infectados com a doença.
No entanto, a Unaids estima que 19 milhões dos 35 milhões de pessoas que vivem com o vírus desconhecem que são soropositivas.
"Se for acelerada a luta de agora até 2020 poderemos avançar rumo ao fim da epidemia em 2030. Caso contrário, nos arriscamos a prolongar uma década ou mais".
Desde o início da epidemia, cerca de 78 milhões de pessoas se infectaram com o vírus e aproximadamente 39 milhões morreram por causa da doença.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Explosão de carro-bomba mata pelo menos 89 no Afeganistão


Um carro repleto de explosivos detonou nesta terça-feira enquanto percorria um mercado lotado na província de Paktika, no leste do Afeganistão, matando pelo menos 89 pessoas, informaram autoridades, um dos ataques mais violentos no país em um ano.
A intensa explosão ocorreu a pouca distância da porosa fronteira com a região do Waziristão do Norte, onde o Exército vem atacando refúgios do Taliban paquistanês nas últimas semanas, levando militantes a bater em retirada rumo ao Afeganistão.
“O número de vítimas pode aumentar”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, general Zahir Azimi.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, chamou o atentado de “ato criminoso desprezível”, e também uma séria violação da lei internacional, disse seu porta-voz.
O ataque acontece em um momento tenso para os afegãos. O país reconta os votos da disputada eleição presidencial, que o Taliban prometeu interromper.
Mas o Taliban manteve distância do atentado desta terça-feira. Os líderes do grupo ordenaram a seus militantes que não atinjam civis.
“A verdade por trás deste ataque se tornará clara após uma investigação, mas anunciamos claramente que não foi cometido pelos Mujahedeen (combatentes) do Emirado Islâmico do Afeganistão", declarou o porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, em um comunicado.
"Os Mujahedeen não realizam esses ataques e esses ataques não trazem qualquer benefício para eles."

Acidente no metrô de Moscou deixa ao menos 20 mortos e 120 feridos


Pelo menos 20 pessoas morreram e mais de 120 ficaram feridas nesta terça-feira quando uma composição do metrô de Moscou descarrilou entre duas estações durante a hora de mais movimento pela manhã, num dos piores acidentes no sistema de trens subterrâneos nos últimos anos na cidade.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que está no Brasil para a cúpula das grandes economias emergentes (Brics), ordenou uma investigação do acidente, que provavelmente vai provocar novos questionamentos sobre a segurança dos transportes no país. Não há suspeita de atentado de militantes, motivo de dezenas de mortes no metrô de Moscou em outros anos.
Passageiros feridos eram levados para fora das estações em macas, ensanguentados e com ataduras. Helicópteros transportavam para o hospital as vítimas em estado mais grave. Os passageiros estavam em estado de choque ou gritando quando levados para a superfície pelas equipes de socorro.
"Até o momento são 12 mortos", disse aos repórteres uma autoridade do Ministério das Emergências no local.
Três vagões saíram dos trilhos de uma composição que trafegava a 70 quilômetros por hora entre as estações de Bulevar Slaviansky e Parque Pobedy por volta de 8h35 (1h35 no horário de Brasília) em Moscou, que tem um dos metrôs mais movimentados do mundo. Investigadores disseram que uma elevação repentina na tensão elétrica pode ter provocado a parada do trem, fazendo com que diversos vagões saíssem dos trilhos.
"Ele brecou muito de repente. As luzes se apagaram e havia muita fumaça", contou um homem, com o nariz ensanguentado, em declaração à TV Rossiya-24.
As equipes de resgate retiraram mais de 1.000 pessoas da área do acidente, segundo o Ministério das Emergências.
O Comitê Investigativo indicou que houve 20 mortes e a agência russa de notícias Itar-Tass informou, citando uma fonte no Ministério da Saúde, que 129 pessoas ficaram feridas, das quais 42 em estado grave.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Máfia dos ingressos: Ray Whelan já está em presídio no Rio

CEO da Match se entregou à Justiça nesta quinta-feira.

O executivo da Match, Raymond Whelan, já está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ray se entregou à Justiça nesta segunda-feira. Ele foi levado para a Cidade da Polícia, na Zona Norte da cidade. No final da tarde, o executivo fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e, em seguida, encaminhado para o Complexo de Bangu. Foragido desde a última quinta-feira (10/7), Whelan foi condenado por cambismo e formação de quadrilha nas investigações da venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo no mercado negro.
A assessoria de imprensa do escritório de advocacia que defende o executivo afirmou que Ray Whelan esteve na carceragem do Tribunal de Justiça e a sua apresentação foi feita à desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal, relatora do processo. Desde o último sábado (12), a defesa de Whelan negociava a sua entrega com o promotor do Ministério Público do Rio, Marcos Kac, responsável pelo caso. O advogado Nilson Paiva informou que vai pedir a libertação de Whelan ao Superior Tribunal de Justiça.
Assessor do advogado de Ray Whelan, Nilson Paiva, fala à imprensa na Cidade da Polícia
Assessor do advogado de Ray Whelan, Nilson Paiva, fala à imprensa na Cidade da Polícia
O CEO da Match, empresa parceira da Fifa, teve prisão preventiva decretada na quinta (10) pela Justiça. No entanto, quando os policias da 18ª DP (Praça da Bandeira) chegaram ao Copacabana Palace, onde Whelan estava hospedado com a delegação da Fifa, ele havia deixado o hotel há uma hora, na companhia do seu advogado Fernando Fernandes.
Whelan era o único que ainda estava em liberdade dos 11 denunciados pelo Ministério Público por integrar a quadrilha internacional que negociava ilegalmente as entradas do Mundial no mercado paralelo, de acordo com as investigações do MPE e da Polícia Civil. O diretor da Match é acusado de abastecer a rede de corrupção liderada pelo empresário franco-argelino Mohamed Lamine Fofana, que segue detido no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste.
No sábado passado (12), o Jornal do Brasil publicou em primeira mão que o Ministério Público do Rio de Janeiro teve acesso a um contrato repassado por Henrique Byron, um dos sócios da Match, justificando os US$ 120 mil dos US$ 600 mil que a Justiça investiga em relação à máfia dos ingressos.Pelas avaliações do promotor Marcos Kac, a quadrilha trabalhava com o refugo dos ingressos, destinando 30% para a venda oficial, para não chamar a atenção da polícia. "O restante seria negociado no mercado negro - no caso do Mundial deste ano por intermédio de uma quadrilha sob o comando de Lamine Fofana", explicou o promotor.
De acordo com Kac, o contrato foi assinado no mês de março e cita o nome de Fofana, preso no dia 1º de julho. O documento aponta a compra de US$ 120 mil em ingressos e está sendo analisado pela Justiça quanto a sua legitimidade, já que se assemelha a uma carta de intenção. Como os ingressos da Copa, principalmente nas fases finais, abrem dúvidas sobre as seleções participantes, os negócios seriam fechados em cima da hora.  
O Jornal do Brasil também revelou na semana passada o Relatório Financeiro da Match referente ao ano de 2012, que detalha um empréstimo da Fifa para a empresa, no valor de US$ 10 mil, sem cobrança de juros e a ser totalmente pago até 2015, a ser empregado na hospitalidade da Copa no Brasil. Kac acredita que contratos dessa natureza deveriam ser avaliados em conformidade com a Lei de Evasão de Divisas. A Federação de futebol, no entanto, ganhou imunidade em diversas questões tributárias e judiciais com a Lei Geral da Copa. A Match tem como sócia os dois irmãos mexicanos Jaime e Henrique Byrom, donos da Byrom PLCE, além de Phillippe Blatter, que detém 5% das ações da Match Hospitalyti.
>> Fifa emprestou, sem juros, US$ 10 milhões a Match para hospitalidade na Copa
Esquema revelado antes da Copa no Brasil
O esquema de corrupção na venda de ingressos para os últimos Mundiais no mercado negro internacional, envolvendo a Fifa, a Comissão Brasileira de Futebol (CBF) e a empresa Match, foi revelado ao Jornal do Brasil uma semana antes da Copa ter início no país, pelo jornalista e escritor britânico Andrew Jennings, que tem uma grande investigação sobre o caso em diversos países. Jeenings é autor dos livros "Um Jogo Sujo" e "Um Jogo cada vez mais Sujo", que revela detalhes do envolvimento da Fifa no esquema internacional de cambismo, que tem como uma das bases o relatório do senador Alvaro Dias para a CPI da CBF, apresentado nos anos de 2000 e 2001. A reportagem especial foi publicada no dia 2 de junho, com o título Os bastidores da Fifa nas vendas de ingressos para a Copa no mercado negro. Jennings foi convidado no sábado passado (12) pelo promotor Marcos Kac para contribuir com as investigações no MPE do Rio. O encontro entre promotor e jornalista foi agendado para o próximo mês, em São Paulo.
Segundo Jennings, Ray Whelan conhece de forma profunda a máfia dos ingressos. "A polícia precisa saber que ele é a melhor testemunha para se chegar ao esquema de corrupção da Fifa", garantiu o jornalista ao Jornal do Brasil no dia 8 de junho, quando o executivo da Match foi detido pelo policiais da 18a. DP (Praça da Bandeira), responsável pelo caso. "Ele [Ray Whelan] negocia há 25 anos os ingressos dos Byroms. Diga aos policiais que ele é o melhor testemunho que jamais poderia chegar ao topo de corrupção da FIFA. Ou será que ele quer gastar os próximos anos em Bangu?", ironizou o jornalista inglês. "Seus policiais vão ser heróis no mundo", complementou.

Executivo suspeito de envolvimento em máfia dos ingressos se entrega à Justiça


Ray Whelan, alto executivo da companhia contratada pela Fifa para negociar ingressos da Copa do Mundo suspeito de envolvimento num esquema de venda ilegais de tíquetes para o Mundial, se entregou à Justiça do Rio de Janeiro nesta segunda-feira, informou o Poder Judiciário.
Whelan é suspeito de envolvimento em um esquema internacional de venda ilegal de ingressos para partidas da Copa do Mundo, que levou o Ministério Público a indiciar 12 suspeitos de integrarem uma quadrilha.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça informou que Whelan entregou-se no tribunal nesta segunda-feira à tarde e aguarda no local a chegada da polícia para ser levado a uma delegacia.
O executivo da Match Services, fornecedora oficial da Fifa para serviços como repasse de ingressos e acomodação, estava foragido desde que o MP apresentou denúncia à polícia contra todos os 12 suspeitos de envolvimento, em 10 de julho, determinando no mesmo dia mandados de prisão contra 11 deles, incluindo Whelan.

Militares russos estão atuando ao lado dos separatistas, diz presidente ucraniano


O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse nesta segunda-feira que oficiais militares russos estão combatendo ao lado de separatistas contra forças ucranianas e que um novo sistema de mísseis russo está sendo usado pelos rebeldes.
Poroshenko deu a declaração durante uma reunião emergencial com seus chefes de segurança depois de um fim de semana de ataques aéreos ucranianos contra posições rebeldes, perto da fronteira com a Rússia, e acusações por parte de Moscou de que um russo foi morto por forças da Ucrânia na fronteira.
A guerra de palavras entre Kiev e Moscou e os combates intensos, nos quais forças ucranianas infligiram pesadas baixas aos rebeldes, marcam uma dura escalada nos três meses de conflito, nos quais foram mortos vários militares ucranianos, civis e rebeldes.
"Foi também confirmada a informação de que integrantes das forças russas estão tomando parte das operações militares contra forças ucranianas", declarou Poroshenko, ampliando as acusações que fez no domingo sobre a entrada no país de equipamento militar pesado vindo da Rússia.
Poroshenko afirmou ainda que as forças ucranianas estão agora sob ataque de um novo sistema russo de mísseis e que terão de mudar suas táticas na fronteira, mas não deu detalhes.

domingo, 13 de julho de 2014

PM encontra partes de corpo esquartejado em Belo Horizonte

Vítima ainda não foi identificada, mas a polícia diz que se trata de um homem de 20 anos.

Partes de um corpo esquartejado foram encontradas em dois pontos diferentes às margens da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, MG, na manhã deste domingo.
A vítima ainda não foi identificada, mas a polícia diz que se trata de um homem negro de aproximadamente 20 anos. De acordo com a Polícia Militar (PM), pedestres encontraram a parte que ia da cintura aos joelhos de um cadáver.
Mais a frente, a polícia encontrou duas malas que continham uma cabeça, as pernas e um dos braços de uma pessoa morta. Não foi confirmado, mas suspeita-se que as partes humanas constituem uma mesma pessoa. O caso está sendo investigado e ninguém foi preso.

Confrontos pesados perto de aeroporto na Líbia deixam 7 mortos


Pesados combates neste domingo entre milícias rivais disputando o controle do principal aeroporto da Líbia deixaram pelo menos sete mortos e forçaram a interrupção dos voos no pior conflito na capital líbia em seis meses.
Explosões e disparos de artilharia anti-aérea foram ouvidos desde o início da manhã na estrada do aeroporto e em outras partes de Trípoli, sendo que a situação parecia ter acalmado no final da tarde.
Moradores disseram que os homens das milícias da região noroeste do Zintan que haviam controlado o aeroporto ficaram sob fogo, e imagens de TV local sugeriram que os rebeldes que atacavam eram da cidade ocidental de Misrata.
Os conflitos são parte do crescente tumulto no país do norte da África, cujo governo não consegue controlar as milícias que ajudaram a derrubar o governo de Muammar Gaddafi em 2011, mas continuam enfrentando a autoridade estatal.
Muitos líbios estão cansados ​​das milícias cujos membros, teoricamente trabalham para o governo, mas que, na realidade, parecem fazer o que querem.
Forças de Zintan, que têm controlado o aeroporto desde a derrubada de Gaddafi, e Misratis haviam sido colocados na folha de pagamento do estado em uma tentativa frustrada por parte do governo para garantir a cooperação e tentar reforçar o Estado de direito.
Sete pessoas foram mortas e 36 feridas nos últimos confrontos, disse que o Ministério da Saúde.
Comentários em sites pró-Misrata sugeriram que a força estava liberando o aeroporto do controle zintani para entregá-lo às autoridades.
O governo central denunciou a atitude dos agressores como ilegal. "A operação é conduzida por líderes civis pertencentes a brigadas e às tropas ... em movimento sem ordens e cobertura legal", disse o governo do primeiro-ministro al-Abdulllah Thinni em um comunicado.

Líder do Boko Haram assume responsabilidade por ataque na Nigéria em 25/06


O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, assumiu a responsabilidade por duas explosões em 25 de junho em um depósito de combustível em Lagos, centro comercial da Nigéria, em um vídeo visto pela Reuters no domingo, no que seria o primeiro ataque realizado por esses militantes na cidade.
"Uma bomba explodiu em Lagos. Eu pedi (ao homem-bomba), que fosse e detonasse", disse Shekau.
As duas explosões, que ocorreram com minutos de intervalo no mês passado no principal porto de Apapa, foram quase que certamente causados por bombas, disseram três fontes de segurança seniores e o gerente de uma grande empresa de contêineres à Reuters. Uma dessas explosões foi mais provavelmente resultado de um ataque suicida de uma mulher-bomba, disseram.
As autoridades disseram que as explosões em Creek Road foram um acidente causado por um botijão de gás, mas as fontes de segurança disseram à Reuters que essa história foi gerada para evitar o pânico na cidade de 21 milhões de pessoas. Pelo menos duas pessoas foram mortas.
Shekau também assumiu a responsabilidade por uma bomba em um shopping center no sofisticado bairro de Abuja Wuse II, que matou 24 pessoas, o terceiro na capital desde abril e, entre um crescente número de evidências de que seus ataques estão se espalhando para o sul.

Conversações do governo do Iraque são adiadas com agravamento de combates


O parlamento do Iraque não conseguiu, no domingo, sair de um prejudicial impasse político, que está adiando a formação de um novo governo, para lidar com a insurgência islamista intensa, que acontece a menos de 80 quilômetros de Bagdá.
Depois de uma curta sessão, as autoridades parlamentares adiaram até terça-feira seus esforços para chegar a um acordo entre os políticos xiitas, sunitas e curdos do país, em relação aos cargos de primeiro-ministro, presidente e presidente da câmara.
O primeiro-ministro Nuri al-Maliki, cuja coalizão Estado de Direito é a maior individual do parlamento, está buscando um terceiro mandato, mas enfrenta a oposição de sunitas e curdos que dizem que ele governou para a maioria xiita, em detrimento das comunidades minoritárias. Até mesmo os partidos xiitas rivais querem derrubar Maliki.
O impasse político recebeu maior urgência devido à insurgência islâmica que atingiu províncias sunitas do norte do Iraque, no mês passado, e aconteceu a cerca de 160 quilômetros da capital. A queda das cidades sunitas no norte tem incentivado os adversários de Maliki a tentar forçar a sua saída.
O desentendimento sobre o futuro de Maliki parece estar bloqueando o progresso em relação aos outros cargos políticos.
Políticos sunitas disseram que o principal bloco sunita apresentou Salim al-Jabouri, um islamista moderado, como seu candidato para presidente, mas acusou Maliki de efetivamente sabotar a sua proposta, condicionando a aceitação de sua proposta à uma candidatura para seu terceiro mandato.
"Nós apresentamos nosso candidato para a presidência da Câmara e fizemos o que devemos fazer", disse o porta-voz Osama Nujaifi.  "Consideramos os outros blocos responsáveis pela demora".
"Assim que conseguirmos completar o processo democrático de formar o governo, isso ajudará a parar a grande destruição que está acontecendo no Iraque e que está colocando em risco a unidade do país."
Um mandato de prisão por acusações de terrorismo foi emitido em 2011 contra Jabouri, que estava servindo no comitê do parlamento de diretos humanos, na época. Ele havia confrontado Maliki sobre abusos contra prisioneiros, em prisões especiais dentro da zona verde fortificada, no centro de Bagdá, onde o parlamento também está localizado.
As acusações foram retiradas depois da eleição de abril, em meio a rumores que Jabouri ia apoiar a permanência de Maliki como primeiro-ministro. Mas Saleh Mutlaq, um proeminente político sunita, disse que esse tipo de acordo seria rejeitado por muitos de seus colegas, parlamentares sunitas.
"Apresentamos Salim al-Jabouri e Maliki impôs uma condição – para aprovar Jabouri como presidente da Câmara, ele mesmo deve ser aprovado como primeiro-ministro", ele disse. "Isso é algo que nós não aceitamos".
A elite política do Iraque está sendo pressionada pelos Estados Unidos, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelos próprios clérigos xiitas do Iraque, para que se chegue a um acordo, para que os políticos possam lidar com a insurgência e evitar que o país se fragmente em linhas sectárias e étnicas.

PRF apreende 2 toneladas de maconha em caminhão no Rio

A Polícia Rodoviária Federal apreendeu 2 toneladas de maconha prensada dentro de um caminhão de transporte de animais na madrugada deste domingo. O veículo, com placas do Paraná, estava estacionado no pátio de um posto de gasolina na Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em Seropédica, região metropolitana do Rio.
Com aparência nervosa do motorista do caminhão ao ser abordado e um forte cheiro da droga vindo da baú do caminhão, os agentes abriram a carroceria e encontraram os tabletes da droga em um fundo falso do caminhão dentro do compartimento que estavam os cavalos. Com o motorista foram apreendidos quatro celulares.
Em um carro Volkswagen Spacefox estacionado ao lado, que dava cobertura à quadrilha, a polícia apreendeu uma pistola automática Glock, calibre .40, quatro carregadores e 139 munições intactas.
Outros três suspeitos de estarem no caminhão foram identificados como hóspedes de um hotel nas proximidades, apenas um deles foi preso. O grupo utilizava ainda outro carro, um Fiat Palio com placas de São Paulo.
Os dois motoristas (do caminhão e do carro) e a droga foram levados para a delegacia da Polícia Federal, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde foram autuados. Os acusados serão levados para um presídio estadual, onde devem aguardar decisão da Justiça. Eles devem responder por crime de tráfico de drogas, com pena de 5 a 15 de prisão.
Ao todo, 2 toneladas de maconha foram encontradas, elas estavam divididas em 2.358 tabletes. 
Os cavalos ficaram com a concessionária que administra a rodovia.

Israel dá ultimato e palestinos abandonam norte de Gaza

Milhares fugiram neste domingo com medo de bombardeios.Milhares de palestinos do norte da Faixa de Gaza abandonaram suas casas neste domingo (13), após o Exército israelense anunciar com panfletos de que bombardearia a região. "Quem não seguir as instruções do Exército, colorará em risco a própria vida e a da sua família. Atenção!", dizia um panfleto veiculado pelos militares israelenses no quinto dia de uma ofensiva contra a Faixa de Gaza que tem como principal objetivo enfraquecer o Hamas.  

As localidades de Beit Lahiya, Al-Atatra e Salatin, por exemplo, transformaram-se em cidades fantasmas após as evacuações. Boa parte dos palestinos procurou acampamentos das Nações Unidas para se refugiarem. "Não sabemos quando a operação terminará. Poderá demorar um longo tempo", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Um novo balanço aponta para ao menos 165 mortos, dos quais 33 crianças e adolescentes e 16 mulheres.
Os feridos seriam 1.085 desde o início da ofensiva israelense, na última terça-feira (9). O dia mais sangrento foi ontem, quando mais de 50 pessoas morreram na Faixa de Gaza. Em Israel, porém, o clima também é de tensão. Ao menos dois mísseis teriam sido interceptados na zona aérea de Tel Aviv, e as sirenes soaram em Nahariya, Haifa e Hadera. Israel teria lançado mais de 800 mísseis contra a Faixa de Gaza em cinco dias de ataques militares, disse um porta-voz militar israelense. Destes, 635 teriam atingido as regiões sul, centro e norte.
Outros 147 foram interceptados pelo sistema de defesa antimíssil. Durante esta noite, também foi lançada uma operação terrestre contra a Faixa de Gaza, tendo como alvo um local de onde o Hamas estaria disparando mísseis. Vaticano - Durante a tradicional celebração do Ângelus neste domingo, no Vaticano, o papa Francisco pediu um minuto de silêncio para uma oração pela paz na Terra Santa.
O Pontífice definiu a situação na região como "gravíssima" e pediu para as autoridades locais e internacionais "não economizarem esforços para cessar qualquer tipo de hostilidade e conseguir a paz, desejada pelo bem de todos". Itália - Por sua vez, a ministra italiana das Relações Exteriores, Federica Mogherini, ressaltou a necessidade de uma trégua imediata. "O conflito entre israelenses e palestinos já devastou muitas gerações", comentou a chanceler, que se reunirá com Netanyahu e com o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
 Em uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, Abbas pediu que o "Estado da Palestina seja colocado sob o sistema de proteção internacional da ONU". O apelo foi divulgado hoje, um dia após o Conselho de Segurança da entidade aprovar por unanimidade um reclamo de cessar-fogo imediato na região. Histórico- Israel lançou no último dia 8 a operação "Margem Protetora".
Ela foi colocada em prática após a morte de três jovens israelenses na Cisjordânia, seguida pelo assassinato de um adolescente palestino, incendiado vivo com gasolina. O governo israelense culpa o Hamas pela morte dos jovens, mas o grupo nega ter envolvimento. Os crimes ocorreram dias depois de o Hamas e o Fatah terem anunciado um acordo histórico de reconciliação para um novo governo de unidade nacional palestino. (ANSA)

Rússia ameaça Ucrânia após disparo de morteiro

Disparo cruzou fronteira e matou um cidadão russo.

A Rússia ameaçou a Ucrânia neste domingo (13) após um morteiro atravessar a fronteira e matar um homem no território russo.
 "A Rússia considera esta provocação como um ato de agressão por parte da Ucrânia", disse um ministro. No entanto, as forças militares ucranianas negaram terem feito o disparo, segundo anúncio do porta-voz militar Andrii Lysenko.    
 Kiev chegou a responsabilizar os rebeldes pelo ataque, que também negaram envolvimento. Devido à tensão na Ucrânia, o presidente do país, Petro Poroshenko, desistiu de viajar ao Brasil  para assistir à final da Copa do Mundo.  Caso o mandatário estivesse no Rio de Janeiro, teria se reunido com uma dezena de chefes de Estado e de Governo, entre eles o russo Vladimir Putin, que está no país para a cúpula dos BRICS.

UE Presidência italiana visita esta semana Israel e Palestina

A ministra dos Negócios Estrangeiros de Itália, país que atualmente preside à União Europeia, vai encontrar-se esta semana com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, anunciou hoje o ministério.
"É preciso um cessar-fogo imediato", disse a ministra Federcia Mogherini, citada através de um comunicado, antes da partida para a região do Médio Oriente, na terça-feira.
Segundo a governante, "o conflito israelo-palestiniano já devastou demasiadas gerações".
"Chegou o momento da comunidade internacional encontrar a unidade e a coragem para por fim a uma das guerras mais longas da história moderna", defendeu Federcia Mogherini.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano adiantou que a ministra discutiu a escalada da violência em Gaza com os homólogos francês, Laurent Fabius, e alemão, Frank-Walter Steinmeier, que viajam para aquela zona do globo na segunda-feira.
A ministra deverá igualmente falar com o ministro dos Negócios Estrangeiros inglês ainda durante o dia de hoje.
Federcia Mogherini, de 41 anos, que está com a pasta diplomática desde fevereiro, no governo do primeiro-ministro Matteo Renzi, é vista como uma possível candidata para ocupar o lugar de Catherine Ashton no cargo de Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, no final deste ano.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano anunciou entretanto que a ministra vai estar em Israel e nos territórios palestinianos entre terça-feira e quinta-feira, partindo depois para o Egipto, onde estará na sexta-feira e no sábado.
Israel intensificou os ataques na faixa de Gaza no sábado, tendo avisado os palestinianos da zona norte para abandonarem as suas casas e procurarem abrigo.
O número de mortos palestinianos já chegou aos 166, depois de seis dias de ataques israelitas, sendo que no dia mais sangrento foram contabilizadas 56 pessoas mortas.

PM dispersa manifestantes com gás lacrimogêneo perto do Maracanã

Policiais dispersaram com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral um grupo de cerca de 300 manifestantes que tentava se aproximar do Maracanã, antes do início da final da Copa do Mundo, neste domingo - constatou um jornalista da AFP.
Os manifestantes protestavam contra o Mundial, as condições precárias da saúde pública e contra a repressão policial, um dia depois da detenção de 19 ativistas acusados de vandalismo em outros protestos.
A polícia montada foi mobilizada para enfrentar os manifestantes, cercados por centenas de soldados da PM na Praça Saens Peña, na Tijuca (zona norte do Rio), a um quilômetro do Maracanã, onde a Argentina enfrenta a Alemanha.
Muitos manifestantes deixaram o local e cerca de 100 permaneceram na praça, batendo palmas ironicamente e gritando palavras de ordem contra a polícia.
Prevendo a manifestação no centro comercial do bairro, a Polícia Militar já havia montado um forte esquema de segurança, bloqueando os acessos de veículos à praça. Depois do início do ato, os policiais formaram uma barreira em torno dos manifestantes, chegando a usar spray de pimenta contra aqueles que tentassem romper o cordão de isolamento.
Os manifestantes exibiam cartazes com frases como "Libertem os presos" e "Protesto não é crime", em referência aos ativistas detidos durante os protestos contra a Copa do Mundo.
Outros indicavam "Fuck FIFA", ou "Chame o Neymar e cuide da minha saúde".
"Somos contra a Copa pela forma como está sendo realizada. Tornou-se um instrumento para centralizar a riqueza, de desigualdade social e também de repressão do Estado", disse à AFP o manifestante Maurício Mileo, do movimento social Coletivo Marxista.
"O aparato policial é tão grande que qualquer ação fica quase impossível. Nós nos juntamos às organizações sociais para pedir que libertem aqueles que foram presos e respeitem o habeas corpus", disse.
No total, 26.000 policiais e soldados faziam parte do esquema de segurança montado neste domingo no Rio de Janeiro, na maior mobilização das forças de segurança da história do Brasil.
A polícia deteve no sábado 19 ativistas, incluindo Elisa de Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, de 28 anos. Considerada uma das líderes das manifestações, Sininho foi detida em Porto Alegre. Outros nove manifestantes ainda estão sendo procurados. Eles são considerados foragidos.
De acordo com a polícia, os manifestantes estavam organizando ações violentas para este domingo.
Contra os detidos, há um mandado de prisão preventiva de cinco dias. Eles podem ser condenados a até três anos de prisão por formação de quadrilha.
Uma histórica onda de manifestações sacudiu o Brasil durante a Copa das Confederações do ano passado.
Mas, depois do início da competição, os protestos perderam intensidade.

Primeiro-ministro de Israel defende ofensiva israelense em Gaza


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou apelos internacionais por um cessar-fogo ao defender a ofensiva de seu país em Gaza, durante aparições na televisão norte-americana no domingo.
Netanyahu pediu simpatia por israelenses sob o cerco de foguetes de militantes, em entrevista ao programa "Face the Nation" do canal de televisão dos Estados Unidos CBS.
"Quando começamos esta entrevista estávamos sob alerta de bomba e enquanto os minutos passavam, agora nos dizem que as pessoas podem sair para o ar livre novamente", disse ele.
"Este é o tipo de realidade que estamos vivendo. E nós vamos fazer o que for necessário para colocar um fim nisso", disse ele, referindo-se à escalada de violência entre Israel e o Hamas, o movimento islâmico que governa Gaza.
Netanyahu pediu aos americanos que imaginassem que as cidades norte-americanas da Costa Leste ao Colorado, ou 80 por cento da população, estivessem sob ameaça de ataque de foguetes, com apenas 60 a 90 segundos para chegar a um abrigo anti-bomba. "Isso é o que estamos experimentando agora, enquanto falamos", disse ele.
Aparições de Netanyahu na televisão ocorreram enquanto milhares de palestinos fugiam de suas casas em uma cidade de Gaza depois que Israel advertiu-os a sair antes de ataques em sites de lançamento de foguetes.
Domingo marcou o sexto dia de uma ofensiva que autoridades palestinas disseram que já matou pelo menos 160 pessoas.
Netanyahu se recusou a discutir um cessar-fogo ou dar um prazo para a operação de Israel em Gaza.
Perguntado se uma invasão terrestre era iminente, ele disse que Israel usaria todos os meios necessários para cumprir seu objetivo de degradar a capacidade de lançamento de foguetes do Hamas para restabelecer a segurança para os civis israelenses.
"Não importa se estamos no começo do fim ou no fim do começo, eu não vou te dizer isso agora - porque estamos diante de um inimigo terrorista muito, muito brutal", disse ele no programa "Fox News Sunday".
Netanyahu disse que tinha falado com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e com e outros líderes mundiais, que compreenderam a necessidade de Israel de se defender.
"Nós vamos fazer o que for necessário", disse ele. "O que qualquer país faria: o que os Estados Unidos iriam fazer, o que a Grã-Bretanha iria fazer, o que a França iria fazer, e muitos, muitos outros países."

Rússia ameaça Ucrânia, depois que projétil atravessa a fronteira


A Rússia ameaçou a Ucrânia no domingo com “consequências irreversíveis”, depois que um homem morreu atingido por um morteiro disparado da Ucrânia para o outro lado da fronteira, descrevendo o incidente em termos de guerra, como uma agressão que precisa ser tratada devidamente.
Embora ambos os lados tenham relatado tiroteios além-fronteiras no passado, o incidente parece ser o primeiro em que Moscou relata mortes do seu lado da fronteira, durante o conflito que já dura três meses e já matou centenas de pessoas, na Ucrânia.
Kiev chamou a acusação de que suas forças haviam disparado através da fronteira, de “total bobagem”, e sugeriu que o ataque pode ter sido obra de rebeldes tentando provocar Moscou para que ela intervenha em seu nome. Os rebeldes negaram ser os responsáveis.
Dentro da Ucrânia, onde o combate se intensificou dramaticamente, desde um ataque de mísseis dos rebeldes que matou dezenas de soldados do governo na sexta-feira, as autoridades locais disseram que 18 pessoas foram mortas em tiroteios nas duas principais cidades controladas pelos rebeldes.
Kiev disse que bombardeou um comboio de 100 veículos e caminhões blindados que entraram na Ucrânia, carregando combatentes rebeldes da Rússia, e também disse que sete dos seus soldados morreram durante os ataques.
A resposta bélica de Moscou ao ataque fronteiriço aumenta a renovada perspectiva de uma clara intervenção russa, depois de semanas em que o presidente Vladimir Putin pareceu decidido a retroceder, retirando dezenas de milhares de soldados que ele havia reunido na fronteira.
A Rússia enviou à Ucrânia uma nota de protesto descrevendo o incidente como um “ato agressivo do lado ucraniano contra a soberania do território russo e contra os cidadãos da Federação Russa,” disse o Ministério das relações Exteriores, em uma declaração alertando sobre “consequências irreversíveis”.
“Isso representa uma escalada significativa de perigo para nossos cidadãos, agora, até mesmo em nosso próprio território. Claro que isso não pode, naturalmente, ficar sem resposta,” disse o vice-chanceler russo, Grigory Karasin, à TV estatal Rossiya-24.
O Comitê de Investigação da Rússia disse que um projétil caiu no quintal de uma casa, em uma pequena cidade do lado russo da fronteira, matando um homem e ferindo uma mulher. A cidade russa se chama Donetsk, o mesmo nome da cidade ucraniana de um milhão de habitantes, que os rebeldes declararam capital de uma “república do povo” independente.
Andriy Lysenko, porta-voz do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, disse: “Há um relatório de que esse bombardeio foi realizado por forças ucranianas. Isso é um absurdo total e a informação não é verdadeira.”
“As tropas da operação antiterrorista não disparam em direção ao território de um país vizinho e não disparam em áreas residenciais,” ele disse. “Temos muito exemplos de terroristas que fazem disparos de provocação, inclusive em território russo, e depois acusam as forças ucranianas de fazê-los.”
Os rebeldes negaram a culpa. A agência de notícias Interfax citou o auto-proclamado vice-primeiro-ministro dos rebeldes, Andrey Prugin, como tendo dito que ele tinha “90 por cento de certeza” de que foram as tropas ucranianas que dispararam para o outro lado da fronteira, porque os rebeldes estão com pouca munição e cautelosos sobre onde atiram.
O conflito no leste da Ucrânia começou em abril, quando combatentes armados pró-Rússia tomaram cidades e edifícios do governo, semanas depois que a Rússia anexou a Crimeia, península da Ucrânia, em resposta à derrubada de um presidente pró-Moscou, em Kiev.

sábado, 12 de julho de 2014

Ataque de Israel contra Gaza mata 15 palestinos


Um ataque aéreo israelense contra a casa do chefe da polícia de Gaza matou 15 palestinos neste sábado, disse o Ministério da Saúde de Gaza, no ataque mais mortífero desde que Israel lançou uma ofensiva na região há cinco dias.
Um porta-voz militar israelense disse que estava verificando o relatório. Uma fonte do grupo Hamas dominante de Gaza, disse o chefe de polícia, Tayseer Al-Batsh, estava em estado crítico e a maioria dos mortos eram da mesma família.

Número de mortos em Gaza chega a 121


Israel colocou neste sábado a sua oitava bateria antimísseis em operação para defender suas cidades de ataques mais longos do que o esperado por parte de militantes em Gaza, ao mesmo tempo em que os militares israelenses bombardearam posições no enclave palestino pelo quinto dia seguido, matando 15 pessoas, segundo médicos.    Israel manteve a possibilidade de realizar uma ofensiva por terra em Gaza, apesar da pressão internacional para a negociação de um cessar-fogo. O conflito já matou 121 pessoas na Faixa da Gaza desde terça-feira.    Moradores afirmaram que uma mesquita no centro da Faixa de Gaza foi bombardeada e virou ruínas. Militares israelenses afirmaram que o local abrigava um esconderijo de armas.
Moradores picharam com grafite os muros da mesquita com os dizeres: “Vamos prevalecer, apesar da sua arrogância, Netanyahu”, em referência ao premiê de Israel.
Perguntado se é possível que o conflito deixe de ser aéreo e passe a ser uma guerra de solo em Gaza para impedir que militantes continuem atirando foguetes em direção a Israel, o primeiro-ministro do Estado judaico, Benjamin Netanyahu, respondeu: “Estamos considerando todas as possibilidades e nos preparando para todas as possibilidades”.
“Nenhuma pressão internacional nos impedirá de agir com toda a força”, afirmou o premiê a repórteres em Tel Aviv na sexta-feira, um dia depois de falar por telefone com o presidente norte-americano, Barack Obama, sobre o momento de maior violência no conflito em quase dois anos.
Médicos de Gaza afirmam que pelo menos 81 civis, incluindo 25 crianças, estariam entre os 121 mortos pelos ataques aéreos. Segundo os mesmos médicos, três militantes e 12 outras pessoas, incluindo 2 mulheres com necessidades especiais em um centro de reabilitação e um homem de 65 anos foram mortos em um ataque aéreo neste sábado.
Israel está determinado a encerrar os ataques com foguetes, que se intensificaram no mês passado depois da prisão de centenas de ativistas do Hamas na Cisjordânia, em decorrência do sequestro de três adolescentes judeus que depois foram mortos.

O que o Hamas pode ganhar com o conflito entre Isarel e Palestina?

O enfraquecimento do grupo é um dos fatores que vai dificultar a contenção da escalada de violência entre Israel e Palestina

AP
Palestinos levam corpo de Mohammed Sowelim, militante morto em ataque de Israel à Gaza
Israel e militantes palestinos continuaram a trocar ataques durante a noite. Centenas de mísseis e foguetes foram disparados desde que Israel iniciou sua operação há cinco dias, após acusar o Hamas pelo sequestro e morte de três jovens israelenses em junho.
Fontes palestinas dizem que 123 palestinos foram mortos. Segundo a ONU, mais de três quartos são civis. O Exército de Israel afirma que acertou mais de 60 alvos "terroristas" com ataques aéreos e que seis foguetes atingiram Israel no sábado.
Não há nenhum sinal de que as partes concordem com um cessar-fogo, apesar de intensa diplomacia nas Nações Unidas.
O enfraquecimento recente do Hamas é um dos fatores que vai dificultar a contenção da nova escalada de violência entre Israel e Palestina, analisa do correspondente da BBC em Jerusalém Kevin Connolly.
Após perder apoio - e consequentemente dinheiro - de países como Irã, Síria e Egito, o grupo militante está fragilizado, e a intensificação recente do conflito pode ser uma forma de exigir concessões.
Conflito ameaça região: Chefe da ONU pede cessar-fogo
Oferta: EUA se oferecem para mediar conflito em Gaza
O último cessar-fogo não deu em nada - não apenas por causa do que aconteceu nas últimas semanas, mas porque as mudanças mais amplas no cenário político do Oriente Médio criaram enormes pressões sobre o Hamas.
A ligação entre o sequestro dos três adolescentes israelenses e a escalada repentina de hostilidades com Gaza é bastante simples.
Domo de Ferro: Israel usa arsenal sofisticado contra foguetes palestinos obsoletos
Israel culpou o Hamas pelos sequestros e inundaram a Cisjordânia com soldados que encurralaram centenas de ativistas do Hamas. Os palestinos viram as prisões como uma punição coletiva ao invés de uma verdadeira busca por evidências.
A única ferramenta que o Hamas tinha à sua disposição para responder era o lançamento de foguetes a partir de Gaza - e essas prisões foram motivo suficiente para que o bombardeio se intensificasse.
Primavera Árabe
As mudanças mais amplas no Oriente Médio ajudam a explicar por que um Hamas enfraquecido pode ver um valor estratégico na escalada do conflito com Israel.
Assista: Vídeo mostra ataques aéreos de Israel contra a Faixa de Gaza
A organização foi muito afetada pelas reviravoltas da Primavera Árabe, que deixaram o grupo com poucos aliados e dinheiro.
No passado, o Hamas teve o apoio do Irã e da Síria. Mas o grupo é um ramo da organização sunita Irmandade Muçulmana e - quando ficou do lado de líderes rebeldes sunitas que se opõem ao presidente da Síria Bashar al-Assad e a seus aliados xiitas em Teerã - o Irã respondeu desligando as torneiras financeiras. O Irã costumava doar até US$ 20 milhões por mês - o suficiente para manter em funcionamento o governo em Gaza.
Isso não importava tanto enquanto Mohammed Morsi da Irmandade Muçulmana comandava o Egito. Ele é fortemente identificado com o Hamas e manteve abertos alguns túneis sob a fronteira de Gaza, por onde entram armas e itens básicos de consumo cuja comercialização gera receita para o Hamas por meio de impostos.
Mas o novo governo egípcio de Abdul Fattah al-Sisi considera a Irmandade Muçulmana e o Hamas como organizações terroristas e fechou muito mais túneis.
Desesperado, o Hamas chegou a uma espécie de reconciliação política com o seu rival Fatah, grupo por trás da Autoridade Palestina, que hoje administra a Cisjordânia sob a ocupação israelense.
Até agora, no entanto, essa ligação não trouxe ao Hamas benefícios concretos e subsistem diferenças enormes entre os grupos palestinos rivais.
Exigências para trégua?
O reinício do lançamento de foguetes não vai resolver esses problemas imediatamente. Mas os líderes militantes do Hamas podem estar calculando que a visão de civis palestinos que sofrem sob bombardeio aéreo terrível forçará a Autoridade Palestiniana a prestar maior solidariedade e os governos árabes a mostrarem mais apoio.
O Hamas pode avaliar que havia poucas vantagens em manter a paz uma vez que as hostilidades podem abrir espaço para a exigência de concessões exatamente para encerrar os conflitos.
Israel, por sua vez, está desesperado para interromper os ataques de foguetes e danificar o Hamas.
Para o mundo exterior, os foguetes de Gaza podem parecer ineficazes - muitos são caseiros e Israel consegue contê-los com seu sistema de defesa antimíssil.
Mas os civis israelenses estão preocupados com a intenção por trás dos foguetes, e não com sua eficácia militar. Eles estão totalmente familiarizados com o ritual de correr para o abrigo com os filhos quando ouvem o alerta de 15 segundos - e querem que seu governo coloque um fim nisso.
O problema é que não há maneira fácil. Os sistemas de armas modernos não são totalmente precisos como alguns acreditam e, inevitavelmente, ataques aéreos matam pessoas inocentes.
Israel pode argumentar que está tentando evitar vítimas civis, enquanto o Hamas está tentando causá-las. Mas imagens de televisão de civis mortos em Gaza - especialmente de crianças – influenciam as percepções sobre Israel ao redor do mundo.
Opções difíceis
Fontes israelenses dizem que grupos militantes em Gaza provavelmente têm dez mil foguetes e admitem que não sabem onde alguns - de mais de longo alcance - estão ocultos. Encontrá-los e destruí-los com ataques aéreos pode levar um tempo muito longo. As baixas civis cresceriam, assim como a crítica internacional.
E o envio de tropas terrestres não parece uma opção atraente também. Primeiro, é preciso decidir que escala de operação será lançada - uma série de incursões em depósitos de armas conhecidos? Ou uma grande reocupação de todo o território com todos os perigos e responsabilidade que isso traz?
Haveria mais mortes de civis, tornando-se uma tarefa difícil para a opinião internacional. E haveria baixas militares israelenses também - o que poderia levantar críticas em casa também.
O governo de Israel estabeleceu um tarefa difícil para si ao falar em pôr fim ao lançamento de foguetes de vez, e não apenas se contentar com uma trégua de algumas semanas ou meses.
Isso pode ser muito difícil de conseguir. Muitos dos foguetes em Gaza são armas caseiras. E se Israel fizer uma operação enorme e, em seguida, receber uma chuva de foguetes caseiros uma semana ou um mês depois? Então, Israel terá que empreender uma campanha sem uma estratégia clara de saída no local.
Possíveis mediadores
A imagem de Benjamin Netanyahu no resto do mundo pode ser a do direitista intransigente, mas seu instinto político é, provavelmente, o de balancear entre as visões conflitantes dentro do Israel.
É difícil ver o que seria uma vitória do seu ponto de vista. No momento, parece que não há muito sendo feito nos bastidores para manobrar um cessar-fogo.
Egito e Qatar são os mediadores mais prováveis. Egito tem contatos com ambos os lados e intermediar uma solução aumentaria a sua posição diplomática no Oriente Médio. Por outro lado, pode estar confortável em ver o potencial militar do Hamas se degradar por mais algum tempo.
Portanto, não é difícil de desvendar as grandes mudanças estratégicas e pequenos atos de ódio que conspiraram para provocar esta última rodada de hostilidades. Mas é muito difícil ver qual a combinação de circunstâncias poderá levá-las a um fim.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Operação em SP prende envolvidos em brigas de torcidas organizadas

A polícia de São Paulo prendeu quatro integrantes da torcida organizada Mancha Verde, formada por torcedores do Palmeiras, por envolvimento em brigas, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Coordenada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, a operação começou às 6h de hoje (11) e ainda não terminou – a polícia busca um quinto acusado. Estão sendo cumpridos também dez mandados de busca e apreensão na capital paulista, no litoral e em cidades da região metropolitana.
De acordo com a SSP, os detidos estão sendo interrogados, sob o comando da delegada Margarete Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Número de mortos passa de 100 em Gaza enquanto foguetes atingem Israel

Fronteira norte é atingida por projéteis lançados do Líbano. No sul, foguete alcança posto de gasolina e deixa um ferido grave

O número de mortos palestinos pela campanha aérea maciça de Israel em Gaza passou dos 100 nesta sexta-feira, enquanto foguetes lançados por militantes atingiram de forma mais profunda Israel — e, pela primeira vez nos confrontos, alguns vindos do vizinho Líbano.
Hoje: EUA se oferecem para mediar conflito em Gaza
AP
Bombeiro israelense tenta extinguir fogo de posto de gasolina atingido por foguete lançado de Gaza em Ashod, Israel (11/7)
Conflito ameaça região: Chefe da ONU pede cessar-fogo
Militantes de Gaza já lançaram mais de 550 foguetes contra Israel durante a ofensiva. O Exército israelense diz ter atingido mais de 1,1 mil alvos, em sua maioria o que identificou como plataforma de lançamento de foguetes, bombardeando o território a cada cinco minutos.
Em Gaza, um ataque aéreo atingiu a casa de um conhecido líder da Jihad Islâmica. Funciionários de saúde de Gaza disseram que os ataques aéreos de madrugada deixaram oito mortos, elevando o total de mortos para ao menos 98. Um ataque posterior fez o total ultrapassar 100 juntamente com cerca de 670 feridos.
Quinta: Israel amplia ofensiva aérea contra o Hamas em Gaza
O lançamento de foguetes continuou de Gaza em direção a locais no sul e centro de Israel, incluindo o aeroporto internacional. O centro comercial de Tel Aviv e o aeroporto de Ben-Gurion também ouviram sirenes nesta sexta-feira, mas esses foguetes foram interceptados e não houve perturbações ao tráfego aéreo de Israel. Hamas diz que tem a intenção de lançar foguetes contra o aeroporto e alertou as companhias aéreas a parar de voar para Israel.
Israel derrubou ao menos 110 foguetes direcionados a seu território com seu sistema de defesa Domo de Ferro. Um projétil atingiu um posto de gasolina no sul de Israel, seriamente ferindo uma pessoa e lançando nuvens de fumaça ao ar.
No norte de Israel, foguetes caíram perto da fronteira libanesa e o Exército respondeu com fogo de artilharia em direção à fonte do lançamento no sul do Líbano, disse o porta-voz militar Peter Lerner. A estatal Agência de Notícias Nacional do Líbano disse que um dos militantes que lançaram o foguete ficou ferido e foi levado a um hospital. O Exército libanês afirmou que seus soldados encontraram dois lançadores e os desmatelaram.
O sul do Líbano é um reduto do grupo militante xiita Hezbollah, que travou batalhas com Israel em vários momentos. Entretanto, recentes foguetes do Líbano seriam responsabilidade de facções radicais palestinas na área, com o Hezbollah não tendo envolvimento nos confrontos atuais.
Terça: Israel diz estar pronto para escalada do conflito
Israel iniciou na terça-feira a Operação Margem de Proteção contra a Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo militante Hamas, afirmando que seu objetivo é destruir as capacidades militares do grupo militante islâmico Hamas e impedir o lançamento de foguetes.
As tensões vinham aumentando desde o sequestro de três adolescentes israelenses na Cisjordânia em 12 de junho. Israel acusou o Hamas de estar por trás do sequestro, embora não tenha apresentado nenhuma prova. Depois, passou a reprimir os membros do grupo na Cisjordânia e prendeu centenas. O Hamas respondeu aumentando os lançamentos de foguetes.
Assista: Vídeo mostra ataques aéreos de Israel contra a Faixa de Gaza
A situação deteriorou na semana passada, depois de os corpos dos três terem sido encontrados, descoberta seguida no dia posterior pelo sequestro de um adolescente palestino em Jerusalém — que mais tarde foi encontrado morto queimado, no que os palestinos acreditam ter sido uma vingança. Seis judeus israelenses foram presos.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ban Ki-moon acusa Israel de usar força excessiva

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, classificou de "inaceitável" o uso da força militar do Israel contra a Faixa de Gaza e condenou os ataques com mísseis dos israelenses.
"O uso excessivo da força por Israel é inaceitável. O meu interesse é proteger os civis e os palestinos estão, mais uma vez, entre a irresponsabilidade do Hamas e a dura resposta de Israel", falou Ban Ki-moon durante o Conselho de Segurança da entidade nesta quinta-feira (10).
Ele ainda acrescentou que esse "é um dos testes mais críticos que a região enfrentou nos últimos anos e os civis estão pagando o preço do prolongamento do conflito", denunciou o secretário.
Ban Ki-moon também informou que telefonou para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e para o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas para pedir um cessar-fogo imediato.
Já o embaixador palestino na Onu, Ruyad Mansour, pediu que a entidade "aja rápido para proteger os civis". "O Conselho de Segurança da Onu deve agir para salvar a perspectiva de paz e segurança, se não, será cúmplice da morte de inocentes. A ocupação israelense em Gaza constitui um crime de guerra", falou Mansour.
Por outro lado, o embaixador israelense, Ron Prosor, defendeu seu país dizendo que eles estão em uma "operação de autodefesa". "Nenhum país está sofrendo as ameaças que Israel está lidando. Enquanto eu falo aqui, outros cinco mísseis foram atirados contra Israel e, um deles, atingiu uma casa. Imagine se isso acontecesse em Nova York, Berlim ou Londres. Ninguém aceita ameaças contra seus cidadãos", rebateu Prosor.
Ajuda humanitária
A Caritas Jerusalém divulgou comunicado nesta quinta-feira para a agência do Vaticano, Fides, condenando "a violência contra inocentes, especialmente contra mulheres e crianças".
"A população de Gaza vive em uma situação dramática pelos embargos que sofre há 12 anos e os constantes conflitos nos últimos oito anos. Israel tem o direito de viver em paz e os israelenses viverem em segurança, mas esse direito jamais pode ser garantido pela guerra e pelas agressões contra pessoas inocentes", escreveu a entidade.
A organização ainda afirmou que a única maneira de ter paz na região é "pela Justiça e pela resolução dos conflitos", que poderá acontecer quando for reconhecido o direito dos palestinos de viver em liberdade na própria terra e permitindo que Gaza se abra ao mundo.
A Caritas tem inúmeros projetos e atividades na região, incluindo uma clínica médica móvel e um centro de ajuda psicológica para crianças que tiveram membros amputados por culpa dos combates. Todas as atividades do grupo foram suspensas desde que os ataques começaram.

Hackers chineses roubaram dados secretos dos EUA, diz jornal

Hackers chineses invadiram em março as redes de computadores da agência governamental dos Estados Unidos que cuida das informações pessoais de todos os funcionários federais norte-americanos, noticiou o New York Times, citando autoridades de alto escalão dos EUA.
Os hackers parecem ter se voltado para os arquivos de dezenas de milhares de funcionários que se candidataram a passar por checagens de segurança ultrassecretas, segundo o jornal.
Perguntado sobre a reportagem em uma negociação anual de alto nível entre EUA e China nesta quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que o "alegado incidente" não parece ter impactado dados sensíveis.
"O que ouvimos é que isso está relacionado a uma tentativa de invasão. Isso ainda está sendo investigado pelas autoridades dos EUA", disse ele. "Até este momento não parece ter comprometido nenhum material sensível."
Os hackers conseguiram acessar alguns bancos de dados do órgão que administra a informação dos funcionários do governo antes que as autoridades federais identificassem a ameaça e bloqueassem a rede, disse o jornal.
Não ficou claro quanto os hackers conseguiram penetrar nos sistemas do órgão, no qual constam as informações dos funcionários que se candidataram a checagens de segurança, tais como contratos em outros países, empregos anteriores e dados pessoais, como uso de drogas, por exemplo.
As negociações bilaterais entre Pequim e Washington nesta semana, chamadas Diálogo Estratégico e Econômico, têm como foco a segurança cibernética, assim como disputas marítimas, questões monetárias e um tratado sobre investimentos.

Forças ucranianas se aproximam da cidade rebelde de Donetsk

As forças do governo da Ucrânia se posicionaram nesta quinta-feira a 20 km de Donetsk, um dos redutos dos separatistas pró-russos no leste do país, embora um ataque à cidade não pareça iminente.
Uma coluna de tanques, blindados e caminhões, de um quilômetro e meio de comprimento, chegou na quarta-feira de Mariupol, a 110 km de distância de Donetsk, sem travar combates, e se dispersou por vários locais, afirmaram à AFP soldados ucranianos.
As máquinas cavavam trincheiras nos campos próximos à aldeia de Olenivka.
O objetivo é cercar Donetsk e Lugansk, os dois principais redutos dos insurgentes.
Os jornalistas da AFP observaram um tanque e dois blindados de infantaria de fabricação russa situados em ambos os lados de uma estrada e mais adiante um canhão antiaéreo, assim como vários veículos militares espalhados pela floresta.
Nos últimos dias, as forças de Kiev retomaram várias cidades dos rebeldes, como Slaviansk, e o governo ucraniano anunciou a imposição de um bloqueio a Donetsk e Lugansk.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e outros funcionários disseram ter ordenado que as operações contra os separatistas não causem mortes entre a população civil, uma regra que parece ser descumprida no cenário da batalha, de acordo com testemunhos ouvidos em Lugansk.
As forças de Kiev são superiores aos recursos dos separatistas em efetivos e em material, mas sua ação é limitada porque Donetsk tem um milhão de habitantes e Lugansk 500.000
Uma fonte ucraniana declarou na noite de quarta-feira que não ocorrerá "nenhum bombardeio aéreo, nenhum bombardeio de artilharia" contra Donetsk e Lugansk.
"Estamos prestes a terminar o bloqueio, razão pela qual a tomada destas cidades pode ocorrer em um prazo de um mês".
Apelo à moderação
Stanislav Retchinskii, conselheiro do ministro do Interior, deu a entender que as forças de Kiev "começarão em dois ou três dias uma nova etapa da operação antiterrorista" e preparam surpresas - que não especificou - em Donetsk.
As surpresas podem ser operações dos serviços especiais para atacar os separatistas sem deixar vítimas entre a população civil.
Na manhã desta quinta-feira, a situação militar parecia mais tranquila, mas as autoridades informaram sobre a morte de dois homens pela explosão de uma mina na passagem de um comboio de tropas em Donetsk, e de outra na região de Lugansk, onde um caminhão militar caiu em uma emboscada.
Nas últimas 24 horas, 27 pessoas ficaram feridas entre as forças governamentais. Os separatistas não costumam divulgar balanços de baixas.
No campo diplomático prosseguem os contatos entre Ucrânia, Rússia e Ocidente, mas até o momento não se vislumbram progressos devido às condições impostas por Kiev para um cessar-fogo, que Moscou deseja que seja incondicional.
Alemanha e França pediram na quarta-feira a Kiev que atue com moderação.
O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, planejam conversar nos próximos dias com o presidente russo, Vladimir Putin, para pedir a ele que pressione os separatistas a retornarem à mesa de negociações.
Merkel inclusive pode conversar diretamente com Putin no domingo no Rio de Janeiro, onde ambos assistirão a final da Copa do Mundo, afirmou um conselheiro do Kremlin.

Governo iraquiano suspende cargas aéreas para curdos após boicote de ministros


Ministros curdos disseram estar boicotando reuniões do gabinete interino do Iraque, ao passo que autoridades em Bagdá suspenderam cargas aéreas destinadas a duas cidades curdas, em um crescente embate entre o governo central governado por xiitas e líderes curdos.
A ausência das reuniões foi um protesto às afirmações “provocativas" do primeiro-ministro Nuri al-Maliki de que a capital da província curda, Arbil, era um porto-seguro para o grupo Estado Islâmico e outros militantes, disseram ministros em um comunicado nesta quinta-feira.
No entanto, essas autoridades continuarão com seus ministérios e “não sairão do governo”, disse uma autoridade curda na condição de anonimato, à Reuters.
Os ministros não mencionaram um prazo para seu boicote ou os termos de seu retorno às meses de reunião, mas eles pediram um governo nacional inclusivo. O gabinete do Iraque realiza reuniões agendadas todas as terças-feiras e reuniões extraordinárias podem ser convocadas em outros momentos.
Horas depois, o chefe da autoridade de aviação civil do Iraque, Nasser Bandar, disse à Reuters que os voos de cargas para Arbil e para a segunda maior cidade curda do Iraque, Sulaimaniya, haviam sido suspensos até segunda ordem. Os voos de passageiros não foram afetados, segundo ele.
Com uma insurgência islâmica assolando províncias sunitas do país, os Estados Unidos e outros países pediram a políticos em Bagdá que estabeleçam um governo mais inclusivo após a eleição parlamentar em abril.
Mas a nova legislatura fracassou em chegar a um acordo sobre a liderança para o país, deixando Maliki no poder como interino, ao passo que líderes xiitas e curdos trocavam acusações sobre a insurgência.
As relações se deterioraram na quarta-feira, quando Maliki acusou os curdos de permitir que Arbil seja utilizada como centro para o Estado Islâmico e outros grupos militantes, incluindo para antigos membros do agora proibido Partido Baath, de Saddam Hussein.
“Nunca ficaremos em silêncio sobre Arbil se tornar uma base de operações do Estado Islâmico e baathistas, e da al Qaeda e de terroristas”, disse Maliki.
Sunitas e curdos exigem que Maliki deixe o cargo, mas ele não mostra sinais de que concordará em fazer isso. Os curdos estão agora mais próximos do que nunca de abandonar o Iraque de uma vez por todas. Massoud Barzani, líder da região autônoma curda, pediu na semana passada que seu Parlamento preparasse um referendo sobre a independência.
As relações de Maliki com Barzani se deterioram rapidamente desde o mês passado, quando o Estado Islâmico e grupos armados sunitas aliados tomaram territórios no norte e no oeste do Iraque.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Testemunhas de Vargas faltam a sessão do Conselho de Ética

As testemunhas de defesa arroladas pelo deputado André Vargas (sem partido-PR) não compareceram à sessão do Conselho de Ética marcada para esta quarta-feira, na Câmara dos Deputados. O relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), acredita que há uma clara tentativa de protelar o julgamento, enquanto a defesa de Vargas critica o prazo apertado e poderá recorrer.
Foram convidados para esta quarta-feira o deputado estadual Enio Verri (PT-PR), o prefeito de Apucarana, Beto Preto (PT), e o de Pitanga, Altair Zampier. O Conselho de Ética tem até o próximo dia 29 para ouvir testemunhas, caso a Câmara fique sem recesso parlamentar. O Legislativo pode ter as férias suspensas caso não vote a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
“Se vê claramente que não há intenção nenhuma de comparecer aqui. Um fala que só pode vir depois da Copa, outro fala que só pode vir depois de 10 dias de prazo para convite. Há uma clara intenção de protelar e adiar. Para que o prazo corra e a gente não consiga ouvir as testemunhas”, disse Delgado.
Vargas é suspeito de quebra de decoro parlamentar por ter viajado em um avião pago pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal em uma operação contra lavagem de dinheiro. Ele também é acusado de ter ajudado Youssef em um contrato do laboratório Labogen com o Ministério da Saúde.
O deputado tem até o dia 12 para concluir o relatório, caso não haja recesso, prazo que pretende cumprir. O advogado de Vargas, Michel Saliba, vê uma tentativa de expor o ex-petista em ano eleitoral e não descarta recorrer à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) ou mesmo ao Supremo Tribunal Federal (STF). O defensor citou o processo contra o deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO), suspenso pela proximidade com o contraventor Carlinhos Cachoeira, cujo processo se arrastou por dois anos.
“O caso do Lereia levou dois anos entre a instauração e a votação em plenário. É bem verdade que não era ano eleitoral, muito menos eleição presidencial. Me parece que há uma tentativa de expor o deputado André Vargas em um momento que se aproximam as eleições”, disse.
“O objetivo claro desse código é que o tempo corra e se faça o prejulgamento. Se o regulamento aqui é só para inglês ver, então enforque-se o deputado em praça pública. Agora, se o Conselho quer uma instrução minimamente séria, isso não é possível. Não é razoável”, acrescentou o advogado.
Saliba planeja substituir duas testemunhas para depor na Câmara. Entre as pessoas arroladas, está o doleiro Alberto Youssef, que também havia sido convidado pelo relator. Como ele disse que permaneceria calado, a Justiça cancelou a videoconferência marcada entre o preso e os deputados.
Testemunha do caso Argôlo também falta
Testemunha arrolada pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo contra Luiz Argôlo (SDD-BA), também não compareceu ao Conselho de Ética. O chefe de gabinete do parlamentar baiano, Vanilton Bezerra Pinto, comunicou que só estará em Brasília a partir do dia 30 de julho. Argôlo também é processado por sua proximidade com o doleiro Alberto Youssef.