A Polícia Militar (PM) realiza hoje (16) uma megaoperação no Complexo
do Alemão, no Rio de Janeiro, em busca de pessoas envolvidas em ataques
recentes a Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) e com o tráfico de
drogas e de armas na região, mas não conseguiu prender ninguém.
O
chefe de operações da Coordenadoria de Polícia Pacificadora,
tenente-coronel Rogério Figueiredo, acredita que a operação possa ter
vazado.
"É possível ter vazado. Utilizamos um efetivo de 500
homens de vários batalhões especiais. É um efetivo muito grande a ser
empregado e de várias localidades, então a gente não descarta esse dado
[de vazamento], mas o importante é que fizemos a operação sem nenhum
confronto e ninguém vitimado”, avaliou. Figueiredo diz que a operação
pretende consolidar o processo de pacificação.
“Conseguimos chegar
aos locais, mas ninguém foi localizado. A operação continua e o
policiamento vai manter reforçado e havendo a necessidade de uma nova
operação, vamos fazê-la", explicou Figueiredo.
Por conta da
operação de hoje, uma creche, três escolas e seis Espaços de
Desenvolvimento Infantil ficaram fechados e 4.015 alunos ficaram sem
aula, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação.
Além dos
agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão
de Ações com Cães (BAC), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e
do efetivo de diversas UPPs, dois helicópteros do Grupamento Aeromóvel
(GAM) também foram usados na operação. "Os helicópteros dão um apoio
importante porque do terreno a gente mantém contato com a aeronave. O
que é observado nas aeronaves chega para gente e com essas imagens,
temos condições de avaliar melhor o policiamento no terreno e aplicá-lo
de forma mais efetiva”, explicou Figueiredo.
Somente este ano, 22
policiais ficaram feridos e cinco foram mortos em confrontos no Complexo
do Alemão até o mês de junho. O serviço de inteligência da polícia fez
um levantamento de criminosos, armas e drogas na região e identificou
possíveis envolvidos com os últimos ataques a UPPs e delegacias. Entre
os procurados, está o traficante Ramires, que segundo a polícia, é
acusado de participar de diversos ataques na região.
De acordo com
o tenente-coronel, há informações de que, sob o comando do traficante
conhecido como Marreta, grupos estão planejando uma possível represália a
UPPs instaladas em outras comunidades.
"O Marreta é um traficante
que faz parte da facção criminosa Comando Vermelho e um dos locais que
ele pode atuar, seria no Complexo do Alemão. Eu já vi essa informação
circulando nas redes sociais, mas ainda não chegou nada oficialmente
para nós", disse.
A polícia também conta com a ajuda de
moradores para desarticular o tráfico na região. Os policiais entregaram
cerca de 10 mil panfletos na comunidade pedindo à população que
denuncie esconderijos de armas, drogas e criminosos pelo telefone do
Disque-Denúncia (2253-1177) e da ouvidoria das UPPs (2334-7599), sempre
com anonimato garantido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário