segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Egito confirma trégua de 72 horas em Gaza

Israel diz que as tropas não deixarão a região, mesmo após a destruição de todos os túneis.

Fontes egípcias confirmaram nesta segunda-feira uma trégua de 72 horas na Faixa de Gaza a partir de amanhã de manhã. Com a pressão do Egito, Hamas e Israel deram sua aprovação à iniciativa. No momento não há nenhuma confirmação oficial do governo israelense.     
O Exército de Israel anunciou hoje que, mesmo que sejam destruídos todos os túneis do Hamas que ligam a Faixa de Gaza com o país, as tropas israelenses não devem deixar a região por conta de "missões que precisam ser terminadas".   
"Não vamos sair, vamos ficar em Gaza, onde temos muitas outras missões a cumprir", disse o porta-voz militar Moti Almoz, a emissora israelense Channel 2.   
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu na semana passada que a ofensiva só teria fim após a destruição de todos os "túneis que ameaçam seus cidadãos".   
O Hamas usa passagens pode debaixo da terra para furar o bloqueio imposto a Gaza. Autoridades israelenses alegam que com os túneis eles obtêm armamentos e objetos usados na fabricação de bombas.   

Palestinos e israelenses trocam acusações sobre violação de trégua em Gaza


Palestinos e israelenses acusaram uns aos outros de romperem um cessar-fogo de sete horas, cuja intenção era permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, logo depois de ter entrado em vigor nesta segunda-feira.
Palestinos disseram que Israel havia bombardeado um campo de refugiados na Cidade de Gaza, matando uma menina de oito anos e ferindo 29 pessoas, ao passo que Israel disse que pelo menos quatro foguetes haviam sido disparados contra seu território a partir de Gaza.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, disse que o ataque aéreo a uma casa no campo de Shati aconteceu após a trégua ter começado, nesta segunda-feira de manhã (horário local).
Uma porta-voz militar israelense disse estar apurando o que aconteceu no campo de refugiados. Segundo ela, quatro foguetes haviam sido disparado de Gaza desde o início da trégua, sendo que dois detonaram dentro de Israel. Não há relatos de mortes ou danos.
Em Jerusalém, um veículo pesado de construção civil bateu em um ônibus, num incidente que a polícia israelense disse ter sido um ataque palestino. Não havia passageiros no ônibus, mas um transeunte morreu após ser atropelado pelo veículo. A polícia disse ter matado a tiros o motorista, o qual, segundo a imprensa israelense, foi identificado como um palestino que vivia no leste de Jerusalém.
Israel anunciou um cessar-fogo humanitário para permitir que alguns dos centenas de milhares de palestinos desabrigados fossem para casa, após quase quatro semanas de guerra.
O anúncio foi encarado com desconfiança pelo movimento islâmico Hamas, que controla Gaza, e aconteceu após uma incomum dura reprimenda dos EUA sobre um aparente ataque de Israel, no domingo, a um escola da ONU, que deixou 10 pessoas mortas.
Um oficial de defesa de Israel disse que o cessar-fogo seria aplicado em todos os lugares, exceto em áreas no sul da cidade de Rafah, onde forças terrestres intensificaram a ofensiva após três soldados terem morrido em uma emboscada do Hamas na sexta-feira.
“Se a trégua for rompida, as forças militares retornarão fogo durante a declarada duração da trégua”, disse o oficial. 
MANOBRA MIDIÁTICA
O Hamas, que enviou representantes ao Egito para negociações de uma trégua, disse que o ataque de Israel após o início do cessar-fogo mostra que a trégua era uma manobra midiática.
“Pedimos que as pessoas continuem a ser cuidadosas”, disse o porta-voz Sami Abu Zuhri.
Israel está diminuindo sua ofensiva apesar da ausência de um acordo com o Hamas. Segundo Israel, o Exército completou seu objetivo principal da operação de solo: a destruição de túneis utilizados para invadir o território israelense.
Em um ataque aéreo na madrugada, Israel matou Danyal Mansour, um alto comandante da Jihad Islâmica, um grupo palestino que luta com o Hamas.
Israel lançou sua ofensiva em 8 de julho após um aumento dos disparos de foguetes feitos pelo Hamas. O conflito então avançou para uma invasão por terra em Gaza.
Autoridades de Gaza dizem que 1.804 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos e mais de 25 por cento dos 1,8 milhão de moradores da região ficaram desabrigados, com mais de 3.000 casas palestinas destruídas ou danificadas.

domingo, 3 de agosto de 2014

Médico americano que contraiu vírus ebola apresenta melhora

O médico norte-americano Kent Brantly, infectado com o vírus ebola na África Ocidental, mostrou sinais de “melhoras, informou hoje (3), em Atlanta, o diretor  do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, Tom Frieden.
“É encorajador ver que, aparentemente, melhorou. É muito importante e esperamos que continue a melhorar”, disse Frieden, em entrevista a um canal de televisão.
Brantly, de 33 anos, chegou sábado (2) aos Estados Unidos e permanece internado em isolamento no hospital da Universidade de Emory, em Atlanta, na Geórgia.
Tom Frieden afastou a possibilidade de contágio, ao comentar temores desencadeados pela transferência do médico da Libéria para os Estados Unidos. Nos próximos dias, deve chegar ao mesmo centro hospitalar a missionária Nancy Writebol, também contagiada pelo ebola na Libéria. Os dois norte-americanos trabalham para a organização Samaritan's Purse, em Monrovia, na Libéria.
As autoridades norte-americanas elevaram para o nível máximo o alerta para viagens à Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria por causa do surto do ebola. Nos três países africanos, já foram contaminadas 1.323 pessoas e 729 morreram, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A Nigéria registrou apenas um caso, de uma pessoa que chegou a Lagos, oriunda da Libéria.

ONU diz que novo ataque à escola de Gaza foi um "ato criminoso"


O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon condenou o ataque de Israel a uma escola de Gaza no domingo como um "absurdo moral e um ato criminoso", demandando que os culpados pela "grotesca violação das leis humanitárias internacionais" sejam responsabilizados.
O ataque à escola da ONU em Rafah, no sul de Gaza, matou pelo menos 10 civis, segundo a Organização das Nações Unidas. Foi o terceiro ataque a uma escola da ONU que abrigava palestinos durante o conflito entre Israel e os militantes do Hamas, que já dura 27 dias.
Todos os três incidentes estão sendo investigados, mas a ONU culpou inicialmente Israel pelo ataque de domingo e por um outro ataque na última quarta-feira a uma escola dirigida pela ONU no campo de refugiados de Jabalya, que matou pelo menos 15 civis.
"As Forças de Defesa de Israel foram repetidamente informadas da localização destes pontos", disse o porta-voz de Ban Ki-Moon em um comunicado.
"Este ataque, assim como outras quebras da lei internacional, deve ser rapidamente investigado, e os responsáveis devem ser punidos. É um absurdo moral e um ato criminoso", dizia o comunicado.
Israel começou a ofensiva contra Gaza no dia 8 de julho, depois de um ataque de foguetes disparados além da fronteira pelo Hamas e outras guerrilhas.
Os conflitos de domingo levaram a taxa de mortos em Gaza, segundo autoridades palestinas, a 1.772 pessoas, a maioria delas civis. Israel confirmou que 64 soldados morreram em combate, enquanto os foguetes palestinos mataram três civis em Israel.
Ban exigiu novamente o fim dos conflitos e que a negociação entre as partes envolvidas comece no Cairo para abordar todas as questões que envolvem o conflito.
"A retomada dos conflitos exacerba a crise humanitária e de Saúde em Gaza", dizia o comunicado.
"Essa loucura deve parar", concluiu.

Soldado de Israel que temia ser sequestrado pelo Hamas foi morto em ação


Hadar Goldin, soldado israelense que temia ser sequestrado pelo grupo islâmico Hamas na Faixa de Gaza, foi morto em ação durante as operações de Israel na área, disse um comunicado do exército neste domingo.
"Uma comissão especial liderada pelo rabino chefe das Forças de Defesa de Israel anunciou a morte do oficial da infantaria da Brigada Givati, tenente Hadar Goldin, que foi morto em combate na Faixa de Gaza na sexta-feira, 1o de agosto de 2014", dizia parte do comunicado.
O braço armado do Hamas disse no sábado que não havia indicações claras sobre o paradeiro de Goldin, 23, e que ele poderia ter sido morto durante a emboscada ao sul da Faixa de Gaza, na qual morreram outros dois soldados israelenses.
Israel, que começou sua campanha na Faixa de Gaza em 8 de julho, vai continuar a lutar contra o Hamas mesmo após o exército completar sua missão principal de destruir os túneis transfronteiriços, utilizados por militantes palestinos para atacar seu território, disse no sábado o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O número de mortos em Gaza fornecido por autoridades palestinas subiu para 1.675, a maioria deles civis. Israel confirmou que 64 soldados morreram em combate, enquanto o bombardeio palestino também matou três civis em Israel.

sábado, 2 de agosto de 2014

Israel sinaliza que guerra em Gaza está acabando, mas bombardeios continuam


Israel sinalizou que está diminuindo a intensidade de sua campanha militar na Faixa de Gaza unilateralmente, dizendo neste sábado que não participará das negociações no Egito para uma nova trégua e avisando aos palestinos que fugiram dos conflitos em uma cidade no norte que podem retornar às suas casas.
Mas a troca de bombardeios continuou, e autoridades disseram que o número de mortos em Gaza chegou a 1.665, a maioria civis. Enquanto isso, Israel anunciou que seu sistema interceptou dois foguetes lançados contra as cidades de Tel Aviv e Beersheba.
Israel confirma que 63 soldados morreram em combate. Os ataques palestinos também mataram três civis em Israel.
Vários acordos de cessar-fogo entre Israel e o Hamas não vingaram ou fracassaram rapidamente. O mais recente exemplo ocorreu na sexta-feira, quando dois soldados israelenses morreram e um desapareceu após uma emboscada.    Israel acusou o Hamas de capturar o tenente Hadar Goldin, e os Estados Unidos criticaram o grupo pela ruptura "bárbara" da trégua. A Organização das Nações Unidas (ONU) foi mais reservada na sua censura, mas pediu a soltura imediata de Goldin.
Buscando se eximir de responsabilidade, o Hamas afirmou acreditar que o ataque ocorreu antes do cessar-fogo entrar em vigor e que, se Goldin foi capturado, provavelmente morreu em seguida devido aos intensos ataques israelenses que sucederam a ação.    Uma delegação palestina estava prestes a viajar ao Cairo neste sábado para uma nova rodada de negociações de paz, o que incluiria a exigência do Hamas de que o Egito facilite o movimento na fronteira com Gaza. Mas Israel disse que não enviará representantes.
"Eles (Hamas) não são confiáveis sobre manter a palavra. Eles não podem parar (de disparar mísseis) porque, para eles, um cessar-fogo nesta fase, seja por acordo ou não, significaria reconhecer a pior derrota possível", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Tzachi Hanegbi, à TV Canal Dois de Israel.
"Acredito que este é o ponto em que as manobras em solo devem acabar. O Hamas pode ser atingido o quanto for necessário em resposta aos disparos que, acredito, persistirão."
    Israel lançou uma ofensiva aérea e naval contra Gaza em 8 de julho, após vários foguetes serem lançados pelo Hamas e outras guerrilhas palestinas em direção ao seu território. Mais tarde, ampliou a operação com uma incursão terrestre.   
CAÇADA AOS TÚNEIS    Com apoio norte-americano, Israel afirmou que com ou sem a trégua suas forças continuariam executando a sua principal missão, que é encontrar os túneis usados pelo Hamas para os ataques. Mais de 30 desses túneis já foram descobertos e estão sendo destruídos, disseram militares israelenses.    “Nosso entendimento é que nossos objetivos, principalmente a destruição dos túneis, estão próximos de serem cumpridos”, afirmou o porta-voz militar, tenente-coronel Peter Lerner.    Cidades em Gaza próximas à fronteira com Israel foram palco de grandes conflitos e houve fuga de dezenas de milhares de palestinos depois que tanques e tropas israelenses entraram no território para confrontar as guerrilhas.    Israel afirmou neste sábado que os refugiados que deixaram Beit Lahiya, uma cidade no norte de Gaza e com uma população de 70 mil pessoas, podem voltar para as suas casas.    “Os moradores devem ter cuidado com aparatos explosivos que o Hamas espalhou pela região”, disse o Exército israelense.    “Ninguém nos disse para voltar”, disse Talab Manna, um homem de 30 anos e pai de sete filhos, que está acampado ao lado de uma escola da ONU que serve de abrigo. “Não podemos arriscar voltar e sermos bombardeados pelas forças israelenses.”

Hamas defende emboscada em Gaza e diz que ocorreu antes do cessar-fogo


O Hamas reconheceu sua responsabilidade neste sábado por uma violenta emboscada na Faixa de Gaza na qual um militar israelense pode ter sido capturado, mas afirmou que o incidente provavelmente ocorreu antes do cessar-fogo e que, portanto, não violou a trégua patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos.
O comunicado, feito pelo braço armado do Hamas, as Brigadas Qassam, parece ter como objetivo se antecipar à intensificação da ofensiva de Israel contra o enclave palestino, que já dura 25 dias, e evitar uma acusação internacional de ter violado o cessar-fogo na sexta-feira.
Mas, em um sinal de que a guerra pode estar arrefecendo, os militares israelenses disseram que seus objetivos, principalmente a destruição de túneis escavados pelo Hamas, estavam perto de serem concretizados.
Israel disse que membros do Hamas armados e um homem-bomba saíram de um túnel e armaram uma emboscada contra sua infantaria em Rafah, no sul, por volta das 9h30 da sexta-feira (horário local), uma hora e meia depois do início do cessar-fogo. De acordo com o Estado judeu, dois soldados morreram e outro foi sequestrado, o tenente Hadar Goldin.
O incidente fez Israel bombardear Rafah pela manhã, causando a morte de 150 palestinos. No começo da tarde, Israel declarou o fim da trégua, que deveria ter durado 72 horas e tinha a intenção de permitir a chegada de apoio humanitário a 1,8 milhão de palestinos que vivem em Gaza, além de facilitar as negociações de paz.
Washington acusou o Hamas de uma violação "bárbara" do acordo mediado com o Egito com o envolvimento de Turquia, Catar e do presidente palestino, Mahmoud Abbas, que é apoiado pelos EUA. A ONU afirmou que não verificou as causas do fim do cessar-fogo, mas questionou o compromisso de paz do Hamas e pediu a libertação de Goldin.
O Hamas afirmou que não sabe o que aconteceu com o soldado, mas que, se ele realmente foi capturado, provavelmente foi morto pelos ataques israelenses que sucederam a ação.Alegando que a comunicação com os membros de Rafah está complicada, as Brigadas Hassam disseram no sábado acreditar que a emboscada ocorreu às 7h em resposta a avanços militares israelenses.“Perdemos contato com as tropas (do Hamas) que realizaram a emboscada e acreditamos que esses soldados provavelmente foram mortos em bombardeio inimigo, incluindo o soldado que está desaparecido, presumindo que nossas tropas tenham feito ele de prisioneiro durante os combates”, afirmou o grupo em comunicado.“As Brigadas Hassam não têm informação neste momento sobre o soldado desaparecido, seu paradeiro ou as circunstâncias do seu desaparecimento.”Citando um militar não identificado, a Rádio Israel disse que a condição de Goldin é desconhecida. Ele teria sido visto pela última vez próximo aos dois soldados mortos pelo homem-bomba do Hamas, sugerindo que ele pode não ter sobrevivido e que o grupo palestino pode estar com o cadáver.Israel, apoiado pelos EUA, afirmou que, mesmo durante qualquer trégua, suas forças continuarão tentando descobrir os túneis do Hamas. Mais de 30 deles foram localizados e estão sendo destruídos, de acordo com os militares judeus.

Obama admite que CIA "torturou algumas pessoas"

"Fizemos um monte de coisas certas, mas torturamos algumas pessoas. Fizemos algumas coisas que eram contrárias a nossos valores", declarou o presidente dos EUA à imprensa, sobre o período dos atentados de 11 de setembro de 2001; segundo Barack Obama, a Casa Branca entregou ao Congresso um relatório de uma investigação sobre as "técnicas avançadas de interrogatório".O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesta sexta-feira que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) "torturou algumas pessoas" depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 e que a Casa Branca entregou ao Congresso um relatório de uma investigação sobre as "técnicas avançadas de interrogatório".
"Fizemos um monte de coisas certas, mas torturamos algumas pessoas. Fizemos algumas coisas que eram contrárias a nossos valores", afirmou Obama em entrevista à imprensa.
O comentário foi uma reafirmação de sua decisão de proibir o uso de técnicas de interrogatório, como a simulação de afogamento, pouco depois de assumir o cargo, em janeiro de 2009.
O governo do presidente George W. Bush, antecessor de Obama, autorizou o emprego de métodos violentos de questionamento de militantes detidos na esteira dos ataques de 2001 depois de decidir que eles não chegavam a ser tortura.
Obama disse a repórteres que as técnicas foram usadas porque os EUA temiam que outros ataques fossem iminentes.
"É importante que, em retrospecto, não sejamos muito moralistas a respeito do trabalho duro que essas pessoas tiveram", afirmou. "Muitas delas estavam trabalhando sob enorme pressão e são verdadeiros patriotas".

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

RJ: Bethlem teria beneficiado empresa que gerencia quiosques

O deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) é acusado de ter beneficiado a Orla Rio Associados, empresa privada que controla quiosques no calçadão de praias do Rio de Janeiro, enquanto era secretário municipal de Ordem Pública da cidade e tinha como uma de suas funções fiscalizar a concessionária. Segundo reportagem da revista Época, em dezembro de 2009, Bethlem autorizou a Orla Rio a ampliar seu local de atuação, instalando barracas na areia para a venda de produtos.
A publicação afirma ter recebido documentos que apontam a suspeita de que a concessionária teria contribuído para o caixa dois da campanha do deputado federal em 2010. Época afirma ter recebido da ex-mulher do parlamentar, a empresária Vanessa Felippe, anotações feitas à mão pelo próprio Bethlem sobre doações para a sua campanha. O nome Orla aparece anotado em quatro folhas e, segundo Vanessa, se refere à Orla Rio Associados. Concessionárias de serviço público não podem fazer contribuições a candidatos.
Ex-secretário de governo do prefeito Eduardo Paes, Bethlem foi denunciado por ex-mulher
Ex-secretário de governo do prefeito Eduardo Paes, Bethlem foi denunciado por ex-mulher
Uma das tarefas de Bethlem à frente da secretaria de Ordem Pública era justamente organizar o comércio de alimentos e bebidas nas praias do Rio. A revista afirma ter recebido de Vanessa uma série de e-mails que Bethlem trocou com o vice-presente da Orla Rio, João Marcello Barreto, que mostram a intimidade entre os dois. Em um deles há um anexo em que a Orla Rio pede autorização da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para instalar barracas, cadeiras de praia e guarda-sol na areia, com o timbre da prefeitura e o nome de Bethlem, que deveria assinar e encaminhar à SPU. Em um e-mail, João Marcello pede para o então secretário rubricar o papel. Segundo Época, em dezembro de 2009, Bethlem assinou um convênio permitindo à Orla Rio atuar nas areias. A concessionária disse à revista que não contribuiu com a campanha de Bethlem e não foi favorecida por ele.

TSE multa Mercadante em R$ 7,5 mil por propaganda eleitoral antecipada

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu multar hoje (1º) em R$ 7,5 mil o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, por propaganda eleitoral antecipada. A ação, movida pelo PSDB, contestou a ação de Mercadante de ter convocado no dia 15 de junho uma coletiva, no Palácio do Planalto, para rebater críticas do partido ao governo da presidenta Dilma Rousseff e feito comparações com as administrações anteriores dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
No dia anterior, ocorreu a convenção nacional do PSDB, quando foi oficializada a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República. Na ocasião, os integrantes do partido fizeram críticas ao governo da presidenta. Cabe recurso da decisão.
A decisão foi tomada durante a reabertura dos trabalhos do tribunal, depois do recesso forense, como resposta à uma representação apresentada pelo PSDB.  “O representado não se limitou a rebater críticas ao governo federal. Ao meu ver, ele transbordou conteúdos desconectados da convocação da entrevista”, declarou a ministra Maria Tereza.
A ação da legenda foi considerada parcialmente procedente, isso porque os tucanos também queriam que Mercadante fosse julgado por conduta vedada.
“O ministro não poderia deliberadamente fazer alusão a um assunto que é de interesse do PT. A utilização de bens públicos para interesses privados é vedada, principalmente nesse período eleitoral. A conduta do ministro de caráter eleitoral é tão evidente que os próprios jornalistas questionaram, porque ele utilizou o Palácio do Planalto para essas declarações”, argumentou o advogado do PSDB, Carlos Henrique.
Os ministros Henrique Neves e Luciana Lossio concordaram com os argumentos da acusação, e argumentaram que o ministro deveria ser penalizado também por conduta vedada.
Na primeira sessão de julgamentos deste segundo semestre, o tribunal ainda manteve a decisão de não multar, anunciada há quase um mês, a presidenta Dilma Rousseff por propaganda eleitoral antecipada por causa de um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão no Dia Internacional da Mulher.
Relatora da representação, a ministra Maria Teresa alegou que não houve autopromoção nas declarações da presidenta. O ministro Teori Zavaski acrescentou que qualquer autoridade no exercício do Poder tem uma posição de vantagem na disputa eleitoral. “O próprio fato de aparecer na mídia sem mesmo fazer um pronunciamento já significa uma vantagem. O fato de a presidenta fazer um pronunciamento no Dia da Mulher já significa uma vantagem eleitoral, o que não quer dizer propaganda institucional”, afirmou.
Em outra linha, o ministro Gilmar Mendes lembrou discussões polêmicas sobre as características da propaganda antecipada nos casos de reeleição. Segundo ele, no discurso feito por Dilma, existem muitas referências que configurariam a antecipação da campanha. “São muitas as passagens que refogem a apenas uma comemoração do Dia da Mulher ou que se refira a este mérito. A mim, parece que nem se trata de propaganda subliminar. Se trata de propaganda mesmo”, disse.
Os ministros também confirmaram os registros dos candidatos a presidente Dilma Rousseff (PT), que disputa a reeleição; Eduardo Jorge (PV), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB), Pastor Everaldo (PSC), Rui Costa Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU). O julgamento sobre os registros de Luciana Genro (PSOL), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) deve ocorrer na sessão da próxima terça-feira (5).

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Policial e preso ficam feridos em tiroteio em fórum do Maranhão

Duas pessoas ficaram feridas em um tiroteio no terceiro andar do Fórum de São Luís, no Maranhão, no final da manhã desta quinta-feira. Segundo a assessoria de imprensa, o confronto ocorreu durante a tentativa de fuga de um preso que havia acabado de prestar depoimento.
O detento Erinaldo Almeida Soleiro, 32 anos, estava no fórum para depor em uma audiência de instrução na 4ª Vara do Tribunal do Júri na qual responde por um duplo homicídio de pai e filho ocorrido em 2012. De acordo com a assessoria, quando retiraram a algema do preso para assinar a ata da audiência, ele agrediu o agente prisional que o escoltava e o desarmou. Em seguida, com a arma em punho, saiu da sala.
No corredor, Erinaldo cruzou com outro agente penitenciário, que também foi agredido e teve a arma roubada no andar - que abriga todas as varas criminais. A segurança foi acionada e um policial civil que estava no fórum tentou impedir a fuga. Os dois entraram em confronto e foram atingidos por disparos. Socorridos ao hospital, não há informação sobre o estado de saúde de ambos.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

STF vai decidir sobre prisão em regime aberto para Genoino

A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal descontou hoje (30) 34 dias da pena do ex-deputado José Genoino, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, em virtude de cursos de introdução à informática e de direito constitucional, feitos dentro do Presídio da Papuda, no Distrito Federal.
Com a decisão, Genoino já tem direito a cumprir pena em regime aberto desde o dia 20 deste mês. No entanto, a autorização será do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela execução das penas dos condenados.
A data prevista para a concessão do benefício é 24 de agosto, quando ele completa um sexto da pena de quatro anos e oito meses de prisão no regime semiaberto, requisito para a mudança para o aberto. À Justiça do Distrito Federal, os advogados de Genoino alegaram que o cumprimento da pena no atual regime expirou devido aos 34 dias que o condenado tem de crédito, por ter trabalhado dentro do presídio.
Genoino teve prisão decretada no dia 15 de novembro do ano passado e chegou a ser levado para o Presídio da Papuda, no Distrito Federal. Mas, por determinação do presidente do STF, Joaquim Barbosa, ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar temporária, uma semana após a decretação da prisão. Em abril, o ex-parlamentar voltou a cumprir pena de quatro anos e oito meses no presídio.
De acordo com o Código Penal, o regime aberto deve ser cumprido em nas chamadas casas do albergado, para onde os presos voltam somente para dormir. Em muitos casos, diante da inexistência do estabelecimento nos sistemas prisionais estaduais, os juízes determinam que o preso fique em casa e cumpra algumas regras, como horário para chegar ao domicílio, não sair da cidade sem autorização da Justiça e manter endereço fixo.

UE anuncia congelamento de bens de 8 russos e 3 empresas por crise na Ucrânia


A Comissão Europeia publicou os nomes de oito russos, incluindo alguns próximos do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e três empresas que terão os bens congelados como parte das sanções devido às ações de Moscou no leste da Ucrânia.
As pessoas na lista incluem Arkady Rotenberg, que é parceiro de longa data de judô de Putin.
Entre as empresas está o Banco Nacional Comercial da Rússia, que foi a primeira instituição bancária a se instalar na Crimeia depois da anexação da região no início do ano.
A tensão entre Moscou e o Ocidente sobre o apoio da Rússia aos rebeldes no leste da Ucrânia se agravou após a derrubada do avião da Malásia sobre o território controlado pelos separatistas em 17 de julho, o que, segundo países ocidentais, foi causado por um míssil fornecido pelos russos.

Deslizamento de terra mata 17 pessoas e deixa outras 160 soterradas na Índia

Pelo menos 17 pessoas morreram, 14 foram resgatadas com vida e outras 160 permanecem soterradas após um deslizamento de terra ocorrido nesta quarta-feira na cidade de Maharashtra, no oeste da Índia, informou o Ministério do Interior indiano.
A agência local "Ians", que cita fontes oficiais do distrito no qual ocorreu o deslizamento, elevou o número de mortos para 25, embora esse número ainda não tenha sido confirmado pelo governo.
Sete equipes de resgate, composta por cerca de 300 pessoas, trabalham no resgate das vítimas. De acordo com o ministério citado, mais duas equipes chegarão ao local nas próximas horas.
O deslizamento ocorreu por volta das 5h locais (20h30 da terça-feira, em Brasília), quando a encosta de uma colina desmoronou sobre a cidade de Ambegaon e soterrou cerca de 50 casas, disse à Agência Efe Alok Avasthy, chefe de operações da Força de Resposta de Desastres Nacionais (NDRF) na região.
No momento do deslizamento, segundo autoridades locais, a maioria dos habitantes da cidade estava dormindo.
As fortes chuvas, que castigaram a região nos últimos quatro dias, e a lama dificultam os trabalhos de resgate, afirmou Avasthy, que acrescentou que a comunicação é muito complicada com a região do acidente.
Aproximadamente 50 ambulâncias foram enviadas a Ambegaon, enquanto o Hospital Sasson, situado na vizinha cidade Pune, preparou uma sala especial para receber os feridos, informou a "Ians".
As inundações e os deslizamentos de terra são frequentes durante a época de chuvas na Índia, assim como os desabamentos de edifícios, geralmente em um estado precário de conservação.
Há um ano, nas regiões montanhosas do estado de Uttarakhand, no norte do país, aproximadamente 580 pessoas morreram e outras 5.700 desapareceram em consequência de inundações e deslizamentos de terras. EFE

terça-feira, 29 de julho de 2014

Entidades denunciam que geradoras deixaram de vender energia para aumentar lucro

Empresas estariam deixando de participar dos leilões do governo federal para ampliar o lucro vendendo energia em sistema compulsório. Prática pode afetar consumidores e indústrias.A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) apresentaram uma representação ao Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade) contra as empresas geradoras de energia elétrica Cemig (mineira), Copel (paranaense) e Cesp (paulista) por suposta prática de cartel na venda de energia. Segundo as entidades, as corporações aproveitaram a crise no setor energético para evitar os leilões oficiais do governo federal e vender energia no chamado mercado de curto prazo, onde o preço chega a ser 400 vezes maior.
As empresas que produzem energia elétrica – através de usinas hidrelétricas, termoelétricas ou eólicas – não são as mesmas que distribuem energia. Assim, as primeiras vendem para as segundas, que vendem aos consumidores. As distribuidoras são obrigadas por lei a adquirir 100% da carga que têm contratada pelos consumidores. Já as geradoras que não conseguem contrato para toda a energia produzida entram automaticamente no mercado de curto prazo, cujos preços oscilam de acordo com a dinâmica do mercado.
As entidades denunciam que as empresas geradoras de energia têm deixado de firmar contratos com as distribuidoras, através dos leilões realizados pelo governo federal. O objetivo dos leilões é criar um ambiente controlado, garantindo tarifas módicas, por exemplo. As distribuidoras acabam obrigadas a comprar energia no mercado de curto prazo, onde deveria ser vendida somente a energia produzida a mais do que a necessária para atender aos contratos firmados.
Segundo a representação, Cesp e Copel não ofertaram energia em junho de 2013, e a Cemig não o fez no pleito de dezembro do mesmo ano. Com isso, pouca energia ficou disponível no mercado regulado, o que aumentou o custo de aquisição de energia.
O diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp) Carlos Augusto Kirchner explicou que as empresas já têm toda a sua construção e instalação paga (amortizada). Assim, a energia produzida por Cesp, Cemig e Copel tem custo médio de R$ 20 por megawatt-hora. Nos leilões, o maior preço atingido foi de R$ 190. Mas, no mercado de curto prazo, a energia vinha sendo vendida pelo preço de R$ 822,83, com margem de lucro de 4.000%.
Além disso, entre janeiro e março deste ano – período que teriam realizado a prática – as empresas lucraram o dobro sobre o mesmo período do ano passado: R$ 2,5 bilhões (2014) contra R$ 1,2 bilhão (2013).
“Isso viola o princípio do serviço público essencial, em que a regra é a do menor lucro possível”, afirmou Kirchner. Para as entidades, essa situação pode afetar os consumidores e também o setor industrial, causando desemprego, perda da competitividade e inflação, levando a uma crise econômica sem precedentes.
As entidades pediram que sejam abertos inquéritos administrativos contra todos os agentes que podem ter se beneficiado da situação. “Percebemos que houve aumento das vendas no mercado de curto prazo nos últimos meses. Queremos que o Cade verifique se houve intencionalidade e prática ilegal por parte das geradoras”, explicou Kirchner.
A advogada Flávia Lefevre, da Proteste, ressaltou que a operação seria uma forma de especulação por parte das empresas. “É inadmissível a conduta que tenha como resultado a retirada de energia do mercado, implicando escassez artificial que leva ao aumento injustificado dos preços prejudicando a livre concorrência e também os consumidores.”
Oficialmente, a diminuição dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, por conta da redução das chuvas que atinge o país desde o fim de 2012, tem levado à necessidade de ampliar o uso das termoelétricas, cujo custo de geração de energia é maior.
Para enfrentar o problema, o governo federal tem viabilizado empréstimos que já chegam a R$ 17,7 bilhões, para ajudar as distribuidoras. Isso é considerado um erro pelas entidades, que duvidam que este seja o único motivo do aumento e lembram que, da forma como está, a dívida será repassada aos consumidores ao longo dos próximos anos.
“A dívida acumulada em empréstimos emergenciais de socorro às empresas distribuidoras e aportes da União será bilionária e se tornará impagável, fazendo com que os prejuízos sejam repassados para as tarifas dos consumidores”, explicou Kirchner.
As entidades também cobram uma posição mais firme da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estaria em falta com a fiscalização e a intervenção para evitar essa situação. “Não há nenhuma norma que obrigue as geradoras a vender a energia. Mas isso não é motivo para não ser garantido um ambiente equilibrado de mercado”, disse Kirchner.
A Aneel informou por meio de nota que até o momento não recebeu nenhuma recomendação do Cade.
A Copel também se manifestou por meio de nota, informando que “não ofereceu energia no leilão de 24 de junho de 2013, cujo início de fornecimento seria no dia 1º de julho seguinte, porque não tinha energia disponível para o segundo semestre daquele ano”. Mas que, para o ano de 2014, “a Copel tinha disponibilidade de energia, tanto é que vendeu no leilão de dezembro de 2013”.
A empresa refutou ilações de que tenha agido de forma “anticoncorrencial” e que “nunca reservou energia para vender a R$ 822,83 o MWh, até porque ninguém poderia prever que em algum momento chegaria a esse valor”.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Líder do PPS pede que Corregedoria da Câmara apure caso Rodrigo Bethlem

O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), entrará nesta terça-feira (29) com representação na Corregedoria da Casa em que pede a apuração do suposto envolvimento do deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) com um caso de corrupção revelado no último fim-de-semana.
Bethlem, que é candidato à reeleição, é acusado de receber propina quando era secretário municipal no Rio e de manter uma conta na Suíça não declarada à Justiça Eleitoral, segundo gravações divulgadas pela revista Época.
A revista mostra gravações feitas pela empresária Vanessa Felippe, ex-mulher de Bethlem, em que o deputado diz receber, na época em que foi secretário municipal no Rio, dinheiro proveniente de convênios firmados pela prefeitura com ONGs. Durante uma negociação de pensão com a ex-mulher gravada em 2011, ele afirma ter uma receita de R$ 100 mil. Na época, ele recebia cerca de R$ 18 mil de salário líquido, segundo a revista.
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Para o líder do PPS, o caso é grave e exige da Câmara dos Deputados investigação sobre a conduta do parlamentar federal.
"Esta Casa Legislativa precisa, imediatamente, apurar, e com rigor, a denúncia revelada pela imprensa e que contém farto material com vídeo e áudio apontando a suposta participação de um deputado federal no esquema de recebimento de propina", justificou Rubens Bueno.
A Corregedoria da Câmara é o órgão encarregado de promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina e cabe a ela, entre outras atribuições, promover sindicância ou inquérito para apuração de notícias de ilícito que envolvam deputados.

Em meio ao caos na Líbia, incêndio na capital fica fora de controle


O imenso incêndio em tanques de combustível perto do aeroporto internacional de Trípoli, provocado por ataques de foguetes por parte de rebeldes, está fora de controle, ao mesmo tempo que os combates entre milícias rivais foram retomados na área, disse nesta segunda-feira um porta-voz da Companhia Petrolífera Nacional da Líbia.
"Está fora de controle. O segundo tanque foi atingido e os bombeiros se retiraram do local, já que os combates foram retomados na área", disse o porta-voz da empresa, Mohamed Al-Harrai, à Reuters.
Um foguete acertou um tanque armazenamento de combustível durante uma caótica batalha pelo controle do aeroporto de Trípoli, a qual não conseguiu impedir voos internacionais para a Líbia.
Governos estrangeiros têm acompanhado impotentes a situação, à medida que a anarquia se espalha pelo país do norte africano, três anos após bombardeios da Otan terem ajudado a depor o ditador Muammar Gaddafi. Esses governos ocidentais vêm pedindo que seus cidadãos deixem a Líbia e estão retirando seus diplomatas do país, após duas semanas de confrontos entre facções rivais terem matado 160 pessoas em Trípoli e na cidade de Benghazi, leste do país.
Holanda, Filipinas e Áustria se preparavam, nesta segunda-feira, para retirar seu pessoal diplomático. Os Estados Unidos, a Organização das Nações Unidas e a Turquia já encerraram suas operações nas embaixadas após o pior episódio de violência desde o levante de 2011.
Duas brigadas rivais de ex-rebeldes que lutam pelo controle do Aeroporto Internacional de Trípoli estão disparando uma da outra, utilizando foguetes Grad, fogo de artilharia e canhões há duas semanas, transformando o sul da capital em um campo de batalha.
Nos três tumultuados anos desde a queda de Gaddafi, o frágil governo da Líbia e seu fraco poder militar não foram capazes de controlar os grupos que combateram o ditador, que se recusam a entregar as armas e continuam a dominar as ruas.
A Líbia tem apelado por ajuda internacional para evitar que o país entre em colapso. Parceiros ocidentais temem que o caos se espalhe para além das fronteiras, à medida que contrabandistas de armas e militantes se beneficiam do tumulto.
No vizinho Egito, o presidente Abdel Fattah al-Sisi repetidamente alertou sobre militantes que ganhavam com o caos na Líbia e estabelecem bases na fronteira entre os dois países.
Após a retirada do pessoal dos Estados Unidos, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que a violência dos militantes era um risco real para os diplomatas do país. O diplomata dos EUA Chris Stevens foi morto por militantes, com três outras pessoas, em Benghazi, em setembro de 2012.

domingo, 27 de julho de 2014

Boko Haram sequestra mulher do vice-premier de Camarões

A mulher do vice-primeiro-ministro de Camarões foi sequestrada, neste domingo, por terroristas do grupo Boko Haram. O sequestro aconteceu em meio a um ataque à casa do vice-premier, Amadou Ali, em Kolofata. Pelo menos outras três pessoas morreram.
Um líder religioso local também teria sido sequestrado, em outro ataque do mesmo grupo, na mesma cidade. O nome do líder não foi divulgado.
Com sede na Nigéria, o Boko Haram ultrapassou as fronteiras do país rumo a Camarões, nas últimas semanas. A Nigéria acredita que o grupo pretende usar o país vizinho como uma base em seus esforços para consolidar um Estado islâmico na região.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Dilma se emociona ao instalar comitê de combate à tortura

Vítima de tortura na ditadura militar, a presidenta Dilma Rousseff se emocionou hoje (25) ao instalar o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. O colegiado terá a missão de fortalecer o enfrentamento à tortura em instituições de privação de liberdade, como delegacias, penitenciárias, locais de permanência para idosos e hospitais psiquiátricos.
“A experiência, a minha especificamente, mas falo no sentido geral também, mostra que a tortura é como um câncer, que começa em uma cela, mas compromete toda a sociedade. Quem tortura, obviamente, o torturado, porque afeta a condição mais humana de todos nós, que é sentir dor, e destrói os laços civilizatórios da sociedade”, disse a presidenta com a voz embargada.
Ao posar para foto com os 23 membros do comitê - 11 indicados pelo Poder Executivo Federal e 12 por organizações da sociedade civil, escolhidos por meio de uma consulta pública – a presidenta abraçou emocionada a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci. “Quando poderíamos imaginar que estaríamos aqui hoje, Eleonora?”, perguntou Dilma.
Assim como a presidenta, Menicucci também foi presa e torturada durante o regime militar. À época, ela esteve no presídio Tiradentes com Dilma Rousseff, de quem era vizinha e colega de faculdade em Belo Horizonte.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, disse que com a criação do comitê o país não quer apenas combater a tortura, mas eliminá-la do Brasil. “Ao estarmos aqui instalando o comitê fica bastante claro que uma das principais tarefas é a criação do mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). Esse instrumento vai permitir que as pessoas escolhidas a adentraram qualquer espaço de privação de liberdade para conferir as condições, dar flagrante, contribuir de forma efetiva para que seja eliminada a tortura”, frisou.
“Não queremos apenas combater, queremos eliminar a tortura do no nosso país. Isso é um compromisso internacional assumido pelo Brasil”, acrescentou Ideli.
Entre as atribuições do comitê, estão a avaliação e a proposição de ações de prevenção e combate à tortura, integrando a atuação de órgãos do governo e segmentos sociais. Com a instalação do colegiado, os membros terão 90 dias para criar o Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura que será composto por 11 peritos independentes que deverão recomendar medidas para a adequação dos espaços de privação de liberdade aos parâmetros nacionais e internacionais, bem como o acompanhamento e a diligência para o cumprimento das recomendações feitas.
Um dos representantes da sociedade civil, José Jesus Filho, da Associação de Apoio e Acompanhamento da Pastoral Carcerária Nacional, classificou o momento como histórico. “Já estamos em processo de levar a política adiante. O banco de dados de coleta de informações sobre tortura já está em processo de construção, investigações estão sendo levantadas e isso significa que, para nós, esse é um momento histórico”.
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, a escolha dos locais a serem visitados será definida pelo mecanismo nacional, com base nas informações e dados fornecidos pelo Comitê. Além do mecanismo nacional, sete unidades federativas já criaram seus mecanismos locais por meio de leis estaduais: Rio de Janeiro, Paraíba, Alagoas, Espírito Santo, Rondônia e Minas Gerais. O mecanismo do estado do Rio de Janeiro está em funcionamento desde 2011 e, recentemente, o estado de Pernambuco concluiu o processo de seleção dos membros do seu mecanismo estadual.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Taiwan abre inquérito sobre queda de avião que matou 48 pessoas

O avião, que tinha saído da cidade de Kaohsiung, levava 54 passageiros e 4 tripulantes a bordo.
Autoridades de Taiwan lançaram uma investigação nesta quinta-feira (24) sobre a queda do avião turboélice da Transasia Airways, que matou 48 pessoas, e a expectativa é que as condições climáticas sejam levadas em consideração no inquérito.
O avião, um ATR 72 com 70 assentos, caiu na quarta-feira (23) à noite perto da pista do aeroporto quando tentava aterrissar na pequena ilha de Penghu, a oeste da ilha de Taiwan, depois que um tufão tinha passado por essa área mais cedo nesse mesmo dia.
O avião, que tinha saído da cidade de Kaohsiung, levava 54 passageiros e 4 tripulantes a bordo.
A companhia aérea confirmou que 52 passageiros e os quatro membros da tripulação são de nacionalidade taiwanesa. Dois dos mortos eram franceses, segundo o Ministério de Relações Exteriores da França.
Avião caiu na última quarta-feira (Foto: AFP)

As autoridades da aviação civil de Taiwan disseram que o clima estava adequado para voar.
“Havia nove voos na mesma rota entre 14h e 19h de ontem (horário local). Somente o voo da Transasia caiu”, disse Jean Shen, diretora da Administração Aeronáutica Civil.
“Os relatórios sobre as condições climáticas mostravam que era totalmente adequado para a aterrissagem”, disse ela, acrescentando que as autoridades não estão descartando nenhuma possibilidade.
“Neste momento nós não podemos dizer com certeza o que deu errado. O comitê de segurança de voo abriu uma investigação.”
As duas caixas pretas foram encontradas e os responsáveis pelo exame iriam iniciar o trabalho mais tarde nesta quinta-feira, disse ela.
O presidente da companhia, Chooi Yee-choong, pediu desculpas pelo acidente.
O piloto foi identificado pela imprensa como Lee Yi-liang, de 60 anos, e o co-piloto, como Chiang Kuan-hsin, de 39. Os dois teriam mais de 20.000 horas de voo.
A Transasia, maior companhia aérea privada do país, realiza, além dos voos internos, viagens para China, Japão, Cingapura, Coreia do Sul, e Vietnã.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ministério Público terá laboratório para combater crimes financeiros

A Procuradoria-Geral da República e Ministério da Justiça assinaram hoje (23) um acordo de cooperação para instalar, no Ministério Público Federal, o Laboratório Tecnológico contra a Lavagem de Dinheiro. O governo pretende dar maior agilidade e precisão às investigações sobre este tipo de crime.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o novo laboratório dará “mais agilidade, mais possibilidades de atuação e autonomia ao Ministério Público para que cumpra institucionalmente a competência que tem”.
Segundo o ministro, “é fundamental que os Poderes Executivo e Judiciário, além do Ministério Público, se alinhem para fazer com que as organizações criminosas e a lavagem de dinheiro sejam enfrentadas pelo Estado”.
Cardozo explicou que o programa de fornecimento dos laboratórios existe desde 2006 e usou, até agora, R$ 40 milhões. “Temos 41 laboratórios entregues a várias instituições do país. A ideia é que os órgãos disponham do software, que dá grande agilidade e precisão às investigações”, justificou.
Ao todo, 12 técnicos serão destacados para trabalhar no laboratório da procuradoria. Como resultado das investigações, que têm sido feitas com a ajuda dos softwares, foram bloqueados R$ 200 milhões em contas no exterior.

Justiça Eleitoral já concedeu registro a mais de 900 candidatos

A Justiça Eleitoral já concedeu registro a 921 candidatos que vão disputar as eleições de outubro. A informação faz parte do balanço parcial divulgado hoje (23) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base no sistema de candidaturas da Justiça Eleitoral, que recebeu 24,9 mil pedidos de registro em todo o país para os cargos de deputado federal, estadual e distrital, senador, governador e presidente da República.O prazo para solicitação do registro de candidatura terminou no dia 5 deste mês, e os juízes eleitorais têm 21 de agosto para conceder os registros.
Segundo o levantamento, 194 candidatos foram considerados inaptos e tiveram o registro negado. Os motivos são a falta do preenchimento dos requisitos legais, a rejeição das contas referentes ao período em que ocuparam cargo público ou renúncia à candidatura. Esses candidatos podem recorrer das decisões.
O cargo com mais candidatos inaptos é deputado estadual (105), seguido por deputado federal (65). Dos 11 pedidos de registro para concorrer à Presidência da República nenhum foi julgado pelo TSE, devido ao recesso na corte.A entrega do registro não garante a participação do político nas eleições. Após parecer do Ministério Público Eleitoral, os pedidos são julgados por um juiz eleitoral, que verifica se as formalidades foram cumpridas. Para estar apto a concorrer às eleições de outubro e ter o registro deferido pela Justiça Eleitoral, além de não se enquadrar na Lei da Ficha Limpa, os candidatos devem apresentar declaração de bens, certidões criminais emitidas pela Justiça e certidão de quitação eleitoral que comprove inexistência de débito de multas aplicadas de forma definitiva, entre outros documentos, como previsto na Lei das Eleições (Lei 9.504/97).
Ontem (22), o TSE divulgou  o perfil dos candidatos às eleições de outubro. Segundo o tribunal, 24,9 mil candidatos vão concorrer a 1.709 vagas para os cinco cargos em disputa.

Explosão de bomba mata 50 em mercado na Nigéria, diz Cruz Vermelha


Uma explosão de bomba na cidade de Kaduna, no norte da Nigéria, matou 50 pessoas em um mercado superlotado nesta quarta-feira, disse por telefone à Reuters um funcionário da Cruz Vermelha que estava no local.
O atentado se segue a outro que tinha como alvo um clérigo muçulmano e que matou 32 seguidores dele em uma movimentada área comercial no centro da cidade, disseram testemunhas.
Nenhum grupo assumiu de imediato a responsabilidade por esses ataques, mas o Boko Haram promoveu atentados, especialmente com explosivos, na mesma região nos últimos três meses. O grupo frequentemente ataca líderes muçulmanos ou imãs que criticam sua ideologia radical de linha salafista.
O Boko Haram vem lutando para estabelecer um Estado islâmico na Nigéria e tem atacado seguidamente civis, sobretudo no remoto Estado de Borno, no nordeste do país. Segundo a entidade Human Rights Watch, o Boko Haram matou mais de 2.000 civis no primeiro semestre.

terça-feira, 22 de julho de 2014

EUA vão enviar mais documentos sobre a ditadura à Comissão Nacional da Verdade

Depois de entregarem 43 documentos relativos à ditadura militar no Brasil à Comissão Nacional da Verdade (CNV), os Estados Unidos vão continuar colaborando com os trabalhos do colegiado e enviar novas informações sobre o período.
Após visita à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, integrantes da CNV confirmaram que o governo norte-americano vai continuar desclassificando documentos antes considerados sigilosos e entregando-os à comissão.
“Fomos informados pela embaixadora que o presidente Barack Obama manifestou interesse em dar continuidade à operação. Então, o processo de desclassificação de documentos nos Estados Unidos e envio para nós deve continuar. Devemos receber mais documentos no segundo semestre”, disse o coordenador da CNV, Pedro Dallari. Ele também explicou que o envio de documentos daquele país ao Brasil deve continuar mesmo após o encerramento dos trabalhos da comissão, em dezembro deste ano. “Esse é um dos legados da comissão”, disse Dallari.
Outros países também têm cooperado com a CNV na prestação de informações sobre o período da ditadura brasileira. Esta semana, a Comissão pela Memória da Província de Buenos Aires (CPM) entregou à comissão brasileira o relatório Victimas del Terrorismo de Estado. O documento traz informações sobre o desaparecimento de 11 brasileiros na Argentina, além de dados sobre seis argentinos presos e desaparecidos no Brasil. A CNV também recebeu detalhes sobre o monitoramento sofrido pelo ex-presidente João Goulart quando este esteve no país vizinho.
Além da Argentina e dos Estados Unidos, Alemanha, República Tcheca, Itália, Santa Sé e França, além de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, já disponibilizaram documentos sobre violações de direitos humanos no período da ditadura brasileira.
O professor Paulo Sérgio Pinheiro, membro da CNV, lamentou que as Forças Armadas não tenham postura semelhante à de tantos países que cooperam com a comissão. “É constrangedor para a Comissão Nacional da Verdade ver tantos países cooperando enquanto as próprias Forças Armadas brasileiras se recusam a reconhecer que houve tortura em suas instalações”, criticou.
Durante toda a semana, a comissão seguirá ouvindo depoimentos de militares envolvidos em violações de direitos humanos durante o regime militar. Para hoje, está previso o depoimento do Capitão Roberto Amorim Gonçalves, responsável por receber informações de agentes na Operação Sucuri, que infiltrou militares na área ocupada pela Guerrilha do Araguaia.
Amanhã (23), a comissão deve ouvir Cláudio Guerra, investigador da Polícia Civil do Espírito Santo, ligado ao Esquadrão da Morte, e que atuou em operações com agentes da repressão no Rio de Janeiro. Além dele, outros dois convocados, cujos nomes não foram revelados, também devem depor na sede da CNV esta semana.

Ataques a Gaza já mataram 121 crianças, diz Unicef

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou um apelo nesta terça-feira (22) pelo fim da violência na Faixa de Gaza, que teria provocado a morte de ao menos 121 crianças desde o dia 8 de julho, quando Israel colocou em prática uma ofensiva militar.
De acordo com o balanço do Unicef, que contabiliza as vítimas entre os dias 8 e 21 de julho, as 121 crianças mortas são: 84 meninos e 37 meninas com idades entre cinco meses de vida e 17 anos. A instituição afirma que uma a cada três crianças mortas nos ataques tem menos de 12 anos de idade.
O Unicef estima ainda que mais de 900 crianças teriam ficado feridas nos bombardeios e que 107 mil precisem de apoio psicológico especializado para superar o trauma que estão vivendo.
O porta-voz da ONU em Genebra, Jens Laerke, disse que "não há, literalmente, nenhum lugar seguro para civis" na Faixa de Gaza neste momento. Ele definiu a situação como "devastadora". "Mais de 100 mil pessoas estão refugiadas em 69 escolas gerenciadas pela Agência das Nações Unidas aos Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
Nesta terça-feira, a agência de notícias palestina al-Ray, ligada ao Hamas, informou que subiu para 605 o número de mortos nos confrontos e para 3,7 mil o de feridos.
Um porta-voz militar israelense disse, por sua vez, que, desde o início da ofensiva militar, foram atingidos 1.388 alvos e mortos 183 "terroristas" do Hamas.
Milhares de pessoas fugiram nesta terça-feira do norte da Faixa de Gaza devido a bombardeiros israelenses iniciados durante a noite.
Enquanto isso, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, deve prolongar por um dia sua visita ao Cairo, no Egito, onde discute a crise no Oriente Médio. Também está previsto para esta terça-feira um encontro entre o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. (ANSA)

Entidade da aviação pede que governos reavaliem riscos do espaço aéreo


Os governos deveriam assumir a liderança na revisão de como é feita a avaliação de risco do espaço aéreo, disse nesta terça-feira o dirigente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), depois que companhias aéreas pediram uma reunião de cúpula por conta da derrubada de um avião de passageiros que voava sobre a Ucrânia.
A questão de voos sobre zonas de conflito entrou em foco após o voo MH17 da Malaysia Airlines ter sido derrubado sobre território controlado pelos rebeldes no leste da Ucrânia na quinta-feira passada. As companhias aéreas Emirates e Lufhtansa pediram uma cúpula internacional para discutir como o setor avalia os riscos.
"Nenhum esforço deve ser poupado para garantir que esse ultraje não se repita", disse o diretor-geral da Iata, Tony Tyler, em comunicado nesta terça-feira. A Iata, com sede em Genebra, representa cerca de 200 companhias aéreas mundiais.
"Os governos precisam assumir a liderança na revisão sobre como é feita a avaliação dos riscos do espaço aéreo", ele disse, acrescentando que o setor vai apoiar os governos, por intermédio da Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês), referindo-se ao braço de segurança aérea da ONU.
A Iata afirmou que cabe aos governos e às autoridades de controle de tráfego aéreo fornecerem informações sobre rotas e restrições, ressaltando que o MH17 estava usando uma rota que estava aberta.
"O avião da Malaysia Airlines era um jato comercial claramente identificado", disse Tyler. "E ele foi derrubado --em total violação das leis internacionais, normas e convenções-- enquanto transmitia a sua identidade e presença em um corredor aéreo aberto e movimentado, a uma altitude considerada segura."
Embora as companhias aéreas voem regularmente sobre zonas de conflito como o Iraque e o Afeganistão, e o céu da Ucrânia seja uma importante rota da aviação entre Europa e Ásia, a derrubada chocou o setor e desencadeou pedidos de reconsideração sobre a avaliação das ameaças para aviões de passageiros voando a milhares de metros de altitude.
A Malaysia Airlines redirecionou um voo para o espaço aéreo da Síria no domingo, após seu caminho habitual sobre a Ucrânia ter sido fechado, o que reflete os desafios que companhias aéreas enfrentam em encontrar rotas livres de conflitos entre a Ásia e a Europa.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Homem que morreu na porta de hospital em SP sofreu discriminação, diz família

A família do vigilante Nelson Santos, 48 anos, disse nesta segunda-feira que ele foi vítima de discriminação social e racial ao ter o atendimento negado em um hospital particular de Itaquera, zona leste de São Paulo, na noite da última quarta-feira. Santos morreu depois de passar mal e ser levado ao hospital pelo motorista e o cobrador de uma lotação na qual seguia para o trabalho. Em entrevista coletiva, familiares classificaram o caso como “uma sentença de morte”.
As imagens do vigilante, negro, agonizando e se contorcendo de dor em frente ao hospital Santo Expedito, em Itaquera, foram parar na internet, onde repercutiram porque denotaram suposta omissão de socorro por parte de médicos e enfermeiros da instituição.
O caso é investigado pelo 53º DP (Parque do Carmo), onde familiares já prestaram depoimento. Testemunhas disseram à polícia que funcionários do hospital teriam se recusado a atender o paciente, já que ele não tinha convênio médico. Na entrevista de hoje, representantes da família e o advogado constituído para o caso, Ademar Gomes, disseram que vão acionar diretores e funcionários do hospital na justiça criminal e cível, na qual deverão requerer uma indenização por danos morais e materiais no valor de aproximadamente R$ 1,5 milhão, mais o pagamento de pensão a oito dependentes do vigilante – os filhos de 14, 12 e 10 anos, a mulher, uma enteada, uma irmã com problemas de saúde e as duas filhas dela.
"Foi puro descaso de classe social"
A defesa ainda vai protocolar uma representação acusando médicos de omissão de socorro, nos próximos dias, no Conselho Regional de Medicina (CRM).
“O que houve foi a discriminação de um trabalhador, uma pessoa do povo, porque ali só atenderiam convênio e particular. Olharam para ele agonizando por 50 minutos, e, alegando que ele estava bêbado, (não o atenderam) por pura discriminação, puro descaso de classe social, racial, todo tipo de discriminação com quem mora na periferia e não tem recursos necessários para ser atendido”, disse o cunhado da vítima, o metroviário Delcídio de Souza, 57 anos.
Segundo o cunhado do vigilante, o sentimento da família é de “tristeza e muita revolta”. “O momento de contar isso (a morte do pai delas) para as crianças foi terrível, com um tentando consolar o outro. Não merecíamos”, disse. Sobre o porquê de Santos ter sido levado a um hospital privado, já que não possuía convênio, atestou: “Não escolhemos onde ter o mal súbito”.
De acordo com o metroviário e a mulher, a cabeleireira Roseli Ribeiro dos Santos de Souza, 41 anos, irmã da mulher do vigilante, o laudo preliminar do instituto Médico Legal (IML) apontou como causa da morte embolia pulmonar. Eles negaram que, em algum momento, Santos tenha apresentado problemas graves de saúde que justificassem o mal estar de quarta-feira. Como vigilante contratado e com bicos, o salário mensal de Santos informado pela família foi de R$ 2,7 mil.
“O processo será contra o hospital, na esfera cível, e, na cível e na criminal, contra os responsáveis por ele e o enfermeiro que teria negado atendimento. No CRM, faremos todos os esforços para que sejam tomadas providências contra essa omissão de socorro”, declarou o advogado da família, Ademar Gomes. “As imagens filmadas pelas pessoas que estavam lá mostraram que houve a falta de interesse em salvar uma vida, e isso é crime”, completou Gomes, para quem a pensão a ser arbitrada pela Justiça, em caso de condenação, deverá contemplar os dependentes e, no caso dos menores de 18 anos, até que completem 24 anos.
Hospital abre sindicância e promete punição
Em nota, o hospital Santo Expedito informou que instaurou uma sindicância para apurar o caso e que, se apurada a responsabilidade de algum funcionário na situação envolvendo o vigilante, “não hesitará em punir com rigor os eventuais envolvidos”.
Por outro lado, o hospital também afirmou não corroborar com “qualquer tipo de omissão de seus profissionais” e salientou que “nunca se furtou em atender vítimas de acidente de trânsito, pessoas baleadas, pessoas em processo de infarto agudo do miocárdio e com acidente vascular cerebral, entre outras ocorrências, mesmo que desprovidas de convênio de assistência médica”.
Também na nota, o hospital acusou o condutor da lotação de ter agido “irresponsavelmente” ao deixá-lo lá, e não em um pronto-socorro.

PT confirma ação contra Aécio por aeroporto

Coordenação jurídica da campanha da presidente Dilma Rousseff decidiu que irá entrar nesta terça-feira com uma representação por improbidade administrativa no Ministério Público de Minas Gerais contra o candidato do PSDB, Aécio Neves; ação se deve a denúncia publicada pela Folha de S. Paulo neste domingo de que o tucano, quando governador de Minas, construiu um aeroporto com recursos públicos em terras que pertenceram à sua família; presidente do PT, Rui Falcão, disse ontem que o senador "usou o governo de Minas Gerais como extensão de suas propriedades"; senador atribuiu a reportagem ao "período eleitoral".O comitê da campanha da presidente Dilma Rousseff decidiu, na tarde desta segunda-feira 21, entrar com uma representação por improbidade administrativa no Ministério Público de Minas Gerais contra o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves.
A ação, que deve ser apresentada nesta terça-feira, tem como base denúncia da Folha de S. Paulo publicada neste domingo acusando Aécio de ter construído, no segundo mandato de seu governo em Minas, um aeroporto com quase R$ 14 milhões de recursos públicos em uma propriedade que pertencia ao seu tio, no município de Cláudio (leia mais).
Nesta segunda-feira, durante visita ao Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Grande Belo Horizonte, o presidenciável minimizou a denúncia, atribuindo-a ao "período eleitoral" (leia aqui). "Não podemos aceitar é que em razão da proximidade eleitoral se deturpe fatos", disse o tucano.
Ontem, o presidente do PT e membro do comitê presidencial de Dilma, Rui Falcão, acusou Aécio Neves de "usar o governo de Minas Gerais como extensão de suas propriedades" e de não distinguir o "público do privado". Aécio publicou respostas à reportagem pelas redes sociais (leia mais).
Anac vai investigar pousos e decolagens em aeródromo
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vai investigar se há registro de pousos e decolagens no aeródromo construído durante o governo de Aécio na cidade de Claúdio. Isso porque, de acordo com a agência, não há autorização para o uso da estrutura, uma vez que a pista ainda não foi liberada pelo órgão de fiscalização.
De acordo com a reportagem da Folha, o aeródromo foi construído em um terreno que já pertenceu a Múcio Guimarães Tolentino, tio-avô de Aécio e ex-prefeito do município de Cláudio. A matéria traz relato de um primo que afirma que Aécio usa o aeroporto toda vez que visita a cidade.
A Anac deu dez dias para o governo de Minas e a prefeitura se pronunciarem sobre o caso e investigará se houve operações clandestinas no local.

FBI incentivou atos terroristas em operações infiltradas

Segundo relatório da Human Rights Watch, a agência americana teria pago para pessoas cometerem atos terroristas.

O FBI encorajou e até mesmo pagou muçulmanos americanos para incitá-los a cometer atentados durante operações infiltradas, montadas depois dos atentados do 11 de setembro, segundo um relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) divulgado nesta segunda-feira.
Em muitos dos 500 casos de terrorismo analisados por tribunais americanos desde 2001, "a promotoria americana e o FBI tiveram como objetivo muçulmanos americanos em operações clandestinas de contraterrorismo abusivas, baseadas na condições religiosa ou étnica", denuncia o informe da HRW.
A conceituada organização estudou 27 casos, com a ajuda da Escola de Direito da Universidade da Columbia. Foram examinados os processos de investigação, acusação e as condições de prisão de dezenas de pessoas. Foram compilados 215 testemunhos, entre acusados, processados, advogados, juízes e promotores.
"Em alguns casos, o FBI pode ter criado terroristas a partir de pessoas que respeitavam a lei, ao sugerir a ideia de realizar ações terroristas ou ao encorajar o alvo a agir", diz o texto, que considera que metade das condenações são resultado de operações infiltradas. Em 30% dessas situações, o agente infiltrado joga um papel ativo na tentativa de atentado.
"Muitas das pessoas nunca teriam cometido um crime, se as forças de ordem não as tivessem estimulado, impulsionado e até mesmo pago, para cometer atos terroristas", explicou Andrea Prasow, uma das autoras do trabalho.
O relatório cita o caso de quatro indivíduos de Newburgh (Estado de Nova York) acusados de ter planejado atentados contra sinagogas e uma base militar americana. De acordo com o juiz do caso, o governo "proporcionou a ideia do crime, os meios e lhes abriu o caminho", transformando em "terroristas" pessoas "de uma bufonaria digna de Shakespeare".
Segundo a ONG, o FBI busca pessoas vulneráveis, com problemas mentais ou intelectuais.
Outro do caso apresentado é de Rezwan Ferdaus, de 27 anos, condenado a 17 anos de prisão por pretender atacar o Pentágono com pequenos drones carregados de explosivos. Um agente do FBI reconheceu que Fergus apresentava "claramente" problemas mentais, mas que isso não impediu o policial infiltrado de planejar o atentado.

Quase 25 mil candidatos disputarão as eleições de outubro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou nesta segunda-feira (21) no sistema de registro de candidaturas das eleições os nomes de todas as pessoas que pediram registro para concorrer ao pleito. De acordo com o levantamento, 24,9 mil candidatos devem disputar vagas de deputado federal, estadual e distrital, senador, governador e presidente da República. O número inclui suplentes de senador e vices aos governos estaduais e à Presidência da República.
Segundo informações do DivulgaCand, sistema do TSE que centraliza as candidaturas, o número maior de candidatos é para o cargo de deputado estadual (16,2 mil). Para deputado federal, são 6,7 mil. No Distrito Federal foram registradas mil candidaturas ao cargo de deputado distrital e 181 candidaturas foram recebidas para senador, primeiro e segundo suplentes. Nos estados, são 171 candidatos a governador e vice. Onze candidatos vão disputar as vagas de presidente e vice-presidente da República.
Em outubro estarão em disputa 1.059 vagas para deputado estadual. Na Câmara dos Deputados serão eleitos 513. Vinte e sete (um terço) das 81 cadeiras no Senado estão em disputa. A Casa renova alternadamente a cada eleição um terço e dois terços dos parlamentares. Para deputado distrital, são 24 cadeiras.
O número poderá ser atualizado até o dia da eleição, pois os pedidos de registro ainda serão julgados pelos juízes eleitorais e novas informações devem ser recebidas nos tribunais regionais eleitorais.  Após a decisão da Justiça Eleitoral, os candidatos estão aptos a concorrer. Além disso, as coligações podem mudar os candidatos que escolheram.
A entrega do registro não garante a participação do político nas eleições. Após parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), os pedidos são julgados por um juiz eleitoral, que verifica se as formalidades foram cumpridas.
Até o momento, o MPE já impugnou 1.850 registros de candidaturas às eleições em todo o país. Cerca de 20% (367) foram com base na Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados em segunda instância pela Justiça. O número de impugnações deve aumentar até o levantamento final, previsto para o fim deste mês.
Para estar apto a concorrer às eleições de outubro e ter o registro deferido pela Justiça Eleitoral, além de não se enquadrar na Lei da Ficha Limpa, os candidatos devem apresentar declaração de bens, certidões criminais emitidas pela Justiça, certidão de quitação eleitoral que comprove inexistência de débito de multas aplicadas de forma definitiva, entre outros documentos, como previsto na Lei das Eleições (Lei 9.504/97).
O primeiro turno do pleito deste ano será em 5 de outubro. O segundo está marcado para o dia 26, nos casos de eleições para governador ou à Presidência da República em que o primeiro colocado não obtiver 51% dos votos válidos, excluídos os brancos e nulos.

Campos inaugura comitê nacional em São Paulo e diz que país precisa inverter prioridades


O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, usou a inauguração em São Paulo nesta segunda-feira de seu comitê nacional de campanha e usou o evento para fazer novas críticas ao governo Dilma e defender a necessidade de "inverter as prioridades e fazer um novo país".
"Entendemos que esse encontro aqui marca claramente a leitura política que nós temos. É hora de o Brasil ter a coragem de inverter as prioridades. E para fazer isso é fundamental a energia da sociedade brasileira", disse o candidato no evento
Campos lembrou que "a União financiava quase 80 por cento do sistema público de saúde e foi recuando, até chegar a 45 por cento", para questionar em seguida: "e o dinheiro que deixou de investir na saúde, foi para onde? Baixou a carga tributária?"
O candidato do PSB reafirmou que "o Brasil vive uma crise de confiança na gestão macroeconômica", argumentando que "a política monetária vai para um lado e a política fiscal vai para outro".
"O governo que prometeu desenvolvimento freou o Brasil", acrescentou Campos.
Para ele, o povo brasileiro tem colocado a prioridade de suas demandas com muita clareza.
"Precisamos curar o Brasil. E para curar o país da inflação que volta, do baixo crescimento, da falta de ética na política, e de um Estado que fica de costas para a sociedade, é preciso buscar no movimento social brasileiro a forma de se inverter as prioridades e fazer um novo país, onde tem de ter dinheiro para escolas em tempo integral, e para as pessoas não morrerem nos hospitais ou nas calçadas de hospitais."

PM faz operação no Alemão e troca de tiros é intensa na região, nesta segunda

Marginais atiraram mais de 100 vezes contra base da UPP, que foi incendiada com uma viatura.

Tiroteio continua intenso na manhã desta segunda-feira (21/7) no conjunto de Favelas do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da região estão realizando operação para encontrar os autores dos mais de 100 disparos feitos contra a base militar na noite deste domingo (20), que acabou com um policial baleado, o contêiner e uma viatura incendiados. A circulação do Teleférico está suspensa desde a última quinta (17).
O fim de semana foi violento em pelo menos três comunidades pacificadas do Rio: Rocinha, na Zona Sul da cidade; Cidade de Deus, Zona Oeste, e Complexo do Alemão. Os confrontos entre PMs e bandidos teve como saldo de viatura incendiada, duas pessoas mortas e quatro policiais baleados. Neste domingo (20), um confronto entre criminosos e policiais da UPP do Alemão resultou na morte de Matheus Alexandre Silva Santos, de 18 anos. Segundo a Coordenadoria das UPPs, uma equipe policial da unidade na Nova Brasília estava em patrulhamento pela Praça do Índio, pouco depois das 14h, quando encontrou com um grupo de bandidos armados que atirou contra os agentes. Houve revide e Matheus foi baleado. Segundo os policiais que participaram da ocorrência, ele estava com uma pistola calibre 9mm, um carregador e fazia parte do grupo que trocou tiro com os PMs. Matheus foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos.
A ação da PM na Nova Brasília foi para prender o traficante Diogo Wellington Costa, o Bebezão, quando participava de uma festa na comunidade. Bebezão também foi atingido com um tiro na barriga, levado a um hospital e morreu na manhã desta segunda (21). Com Matheus a Polícia apreendeu uma pistola, um carregador e um telefone celular.
Em represália, mais de 100 tiros foram disparados por criminosos contra o contêiner da UPP, que fica na Rua Canita, na Vila Cruzeiro. Um PM identificado como soldado Cordeiro ficou ferido. O confronto teve início por volta das 21h, quando homens fortemente armados dispararam contra a base da UPP. O relógio de energia da unidade foi atingido, provocando um incêndio. A viatura que estava parada ao lado do contêiner também acabou incendiada, além de uma moto de um dos moradores. As casas que ficam ao lado da UPP ficaram marcadas pelos tiros disparados contra a base militar.
No momento do ataque, dois policiais estavam dentro da unidade e tentaram abandonar o local. Um deles, o soldado Cordeiro, foi baleado na cintura e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. O PM foi transferido posteriormente para o Hospital Geral da Polícia Militar, no Estácio, e não corre risco de morrer. Um blindado da PM chegou a ser chamado para dar apoio na Vila Cruzeiro no momento do conflito.
Jornal da região relata momentos do confronto deste domingo
Jornal da região relata momentos do confronto deste domingo
O teleférico do Alemão está fechado ao público desde a quinta-feira passada (17), quando o clima de insegurança e confrontos foram registrados no Complexo. A Supervia, concessionária que administra o transporte, disse em nota que a medida visa “garantir a segurança de seus passageiros e funcionários”. A PM reforçou a segurança na comunidade nesta segunda.
No domingo (20) de manhã, policiais da UPP da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, Zona Oeste, trocaram tiros com marginais. Wellington Santana Maciel da Silva, 20 anos, foi preso e um adolescente de 17 anos foi apreendido durante o confronto, que aconteceu na localidade conhecida como Apartamentos. A Coordenadoria das UPPs informou que os PMs faziam patrulhamento de rotina quando se depararam com bandidos armados na altura de um viaduto na Linha Amarela. Na troca de tiros, Wellington foi baleado e encaminhado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Com os suspeitos foram encontradas duas pistolas.
No sábado, o clima também foi tenso na comunidade da Rocinha, Zona Sul do Rio. Moradores relataram trocas de tiros durante a madrugada e na parte da manhã. Policiais da UPP da Rocinha apreenderam trouxinhas de maconha, uma balança de precisão e um caderno com anotações do tráfico numa casa na localidade da Vila Verde. A ação dos policiais aconteceu a partir de uma denúncia anônima e assustou os moradores com as intensas trocas de tiros.

domingo, 20 de julho de 2014

Pelo menos 28 rebeldes são mortos em ofensiva militar no Norte do Paquistão

As Forças Armadas do Paquistão bombardearam hoje (20) seis esconderijos de rebeldes em uma região ao Norte do país dominada por insurgentes, deixando pelo menos 28 mortos, segundo fontes oficiais.
Os ataques aéreos tinham como alvo o povoado de Shawal, no Waziristão do Norte, Noroeste do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. A região é um local de refúgio para rebeldes que fugiram de ofensivas militares paquistanesas em outras áreas do país.
Os militares paquistaneses, com acesso a aviões e à artilharia, começaram os ataques à região do Waziristão em meados de junho, na tentativa de recuperar o controle absoluto do distrito. As forças terrestres avançaram até o local no final de junho.
A ofensiva das Forças Armadas paquistanesas teve origem no ataque terrorista ao Aeroporto de Carachi, que resultou na morte de dezenas de pessoas e pôs fim a um frágil processo de negociações de paz com os talibãs paquistaneses.
Até ao momento, de acordo com os números divulgados pelos militares, mais de 400 rebeldes e 25 soldados já morreram na ofensiva paquistanesa.

Dia de trégua e confronto deixa cerca de 100 mortos em Gaza

Trégua foi anunciada após dezenas de mortes durante a madrugada, mas foi seguida de acusações de novos ataques.

O domingo que teve uma promessa de trégua em Gaza deixou um saldo de cerca de 100 mortos, sendo a grande maioria palestinos. Pelo menos sessenta e dois corpos foram encontrados em Shajaya, periferia leste da Cidade de Gaza, de acordo com os serviços de emergência. Mais tarde, o Exército israelense confirmou a morte de ao menos 13 soldados.
Os números compõem a tragédia do cessar-fogo prometido no início do dia. A trégua foi justamente acordada para o bairro Shajaya e deveria durar duas horas. A ideia era permitir o atendimento de feridos e a retirada de corpos da região, após intensos conflitos durante a madrugada, quando morreram pelo menos 60 palestinos. Posteriormente, o cessar-fogo, requisitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, foi postergado por mais duas horas e deveria ser mantido até as 17h30 locais (11h30 de Brasília).
O alargamento da trégua por Israel, todavia, veio acompanhando de acusações contra o Hamas, que teria rompido a trégua humanitária. Pouco depois do horário estabelecido para o início da trégua, Israel denunciou o lançamento de vários foguetes e confirmou que helicópteros responderam o ataque. É possível que parte das mortes do dia tenham ocorrido mesmo em meio à tentativa de trégua.
Mais cedo, desde a madrugada, forças israelenses atacaram intensamente por terra, mar e ar o bairro de Shajaya, onde vivem aproximadamente 40 mil pessoas. A ofensica compõem a operação "Limite Protetor".
Segundo o Ministério da Saúde em Gaza, além mortos, há registro de 400 feridos, no que foi classificado como "verdadeiro massacre contra civis". Em Shajaya, um jornalista da AFP descreveu cenas de carnificina e caos, como um homem que teve a cabeça arrancada. As ruas estavam cheias de carros queimados, incluindo uma ambulância, e vários corpos continuam a ser retirados dos escombros sem cessar.
"Mais uma vez o Hamas rompe o cessar-fogo acordado por meio da Cruz Vermelha. As forças de defesa israelenses estão respondendo", afirmou o porta-voz militar, Peter Lerner. "Shajaya é uma área civil, onde o Hamas tem posicionado seus foguetes, os seus túneis, centros de comando", justificou-se o Exército israelense.
Ao todo, 425 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva em 8 de julho, incluindo 112 crianças, 41 mulheres e 25 idosos, disse o porta-voz dos serviços de emergência palestinos, Ashraf al-Qudra.

sábado, 19 de julho de 2014

Operação da PM no Alemão é sinônimo do terror para os moradores

A operação da Polícia Militar (PM) no último dia 16 no Complexo do Alemão só reforçou o que estamos denunciando há muito tempo: nenhuma autoridade policial se importa  com os moradores e suas vidas. Dos 40 mandados de prisão apenas um foi cumprido, outros 39 suspeitos não foram encontrados.
Quem sai perdendo com essa política de segurança pública é o morador da favela. A ocupação das favelas no Rio de Janeiro foi justificada com a possível melhoria da qualidade de vida da população local. Promessas com as inúmeras possibilidades, como as obras do PAC, obras de urbanização, segurança, saneamentos, escolas e outras ilusões, descem amargamente pela garganta dos moradores.
Ao conversar com dois amigos moradores do Complexo do Alemão sobre o ocorrido percebi que deveria fazer essas vozes ecoarem. Maria é formada em jornalismo e mora na comunidade desde que nasceu. Ouvindo ela falar pude perceber que a Maré vai sofrer com as mesmas ilusões que os moradores do Alemão sofrem até hoje. Para ela, as instalações das UPPs possibilitaram ao morador um sentimento de esperança e a crença em possíveis e reais mudanças, mas na medida em que foram se passando os dias, os moradores começaram a ver as obras permaneceram inacabadas e o sonho de uma qualidade de vida acabar.
Para o morador da favela, a entrada da polícia na comunidade sempre resultou no surgimento de uma guerra. Mas de forma explícita, quem está implantando a guerra é o governo. A UPP não é para a segurança da população, mas serve como justificativa de poder e assim dominar os territórios ocupados pelo tráfico de drogas.
Maria alega que “toda vez que tiver operação na favela nunca iremos mudar a reação de terror, pânico e medo.Sempre que caminhamos no nosso dia a dia por entre os policiais, somos vitimados, não há dia e nem hora certa. Vivemos uma total insegurança, os PMs são muito violentos, corruptos, e tem outros sem preparação alguma, e ainda há aqueles que só nos olham com ar de vingança e de repressão”.
Maria continua dizendo que a UPP se instalou na favela como único órgão do estado, e tiraram a liberdade de ir e vir da população. “Aqui acontece a proibição de bailes, pagodes ou qualquer tipo de festa que reúna muitas pessoas no mesmo lugar. Muitos moradores foram reprimidos ate mesmo em festa de aniversario de criança com total violência. A UPP mantém um propósito de dominar e não de dar segurança. Até mesmo os projetos sociais destinados a crianças e jovens daqui têm que ser coordenados por PMs. Até mesmo dos projetos existentes há muitas décadas os PMs querem tomar posse. Isso é legal? Vivemos muitas décadas sobrevivendo sem o poder dos órgãos do governo e a favela sempre conseguiu realizar seus projetos, mas todos somos vítimas. Moradores, trabalhadores, comerciantes, todos de alguma forma já foram atingidos negativamente com a instalação e a falsa segurança das UPPs”.
Para os moradores, acordar com voos rasantes de helicópteros e tiros desde a madrugada é abrir os olhos no meio da noite e se sentir em meio a uma guerra. “Isso não é vida, não somos respeitados, não temos nossos direitos garantidos, ficamos presos em nossos lares até que o som volte ao normal, que se escute o cachorro latir, o rádio do vizinho ligado, crianças brincando, pessoas conversando e pipa no céu. Fora isso ficamos presos, quem está dentro não sai e quem está fora não pode entrar”.
Para Fernando, auxiliar administrativo e morador do Morro do Alemão, as UPPs não são vistas como um projeto de segurança e sim como insegurança.
“Insegurança por quê? Sempre que há uma operação policial no morro, o principal medo dos moradores da comunidade é a bala perdida. Depois vem a abordagem policial. Policiais arrogantes, opressores e agressivos, muitas vezes aparentam estar até drogados. Por que a maioria dos homens que são mortos em incursões policiais são dados como traficantes. Por que será? Não será porque nossa polícia acha que todo morador de comunidade é traficante?”.
Fernando diz que as instalações da UPP trazem riscos para os moradores dessas comunidades. “Os bandidos sabem em quem estão atirando, conhecem todos no morro e os policiais estão fardados, os policiais atiram em qualquer um. Quero falar que antes das ocupações policiais, era difícil ter tiroteios, afinal a policia quase não entrava nas comunidades, a não ser para mandado de busca e apreensão ou outros tipos de operação. Com a polícia nas comunidades, esse panorama mudou, a qualquer momento pode começar um tiroteio por que as comunidades são dominadas pelos policiais e também pelos traficantes”.
O saldo da operação da última quarta-feira foi o esvaziamento de 10 escolas onde 4 mil crianças não foram para a sala de aula.