No sábado, a polícia reprimiu pelo segundo dia consecutivo uma manifestação no centro de Istambul contra o governo islamita de Erdogan
A polícia turca se retirou neste sábado da praça Taksim,
no centro de Istambul, ocupada imediatamente por milhares de pessoas no
segundo dia de violentas manifestações contra o governo, constataram
jornalistas da AFP.
Desde sexta-feira, esta praça da principal cidade turca
esteve ocupada pelas forças policiais que impediam o acesso aos
manifestantes, e que sistematicamente dispersaram os grupos que se
formavam no local.
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan,
admitiu neste sábado que em alguns casos a polícia agiu de forma extrema
na repressão dos manifestantes que protestavam durante o dia contra um
projeto urbanístico em um parque de Istambul.
"É verdade que ocorreram erros e extremismo na resposta
da polícia", disse Erdogan após um segundo dia de violentos protestos
que deixaram dezenas de feridos. O ministro do Interior afirmou em uma
nota que serão tomadas medidas legais contra os agentes que agiram de
forma desproporcional.
Neste sábado, a polícia reprimiu pelo segundo dia
consecutivo uma manifestação no centro de Istambul. Os violentos
incidentes, registrados na sexta-feira, quando a polícia dispersou com
bombas de gás lacrimogêneo uma manifestação, deixaram dezenas de
feridos. Trata-se de um dos maiores protestos já registrados até agora
contra o governo islamita de Erdogan, que muitos de seus opositores
consideram conservador e autoritário.
A versão online do jornal Hürriyet, que cita fontes
policiais, informou hoje que 81 pessoas já foram detidas nos violentos
confrontos entre os manifestantes e as forças de ordem, além de um
considerável aumento no número de feridos. O que começou há quatro dias
como um camping para salvar o parque Gezi, adjacente à Praça Taksim, se
transformou em um conflito social após uma ação de despejo na madrugada
de ontem e, atualmente, aparece como um desafio político ao governo
turco.
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