A Polícia Civil de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo,
investiga a autoria de um ataque ao diretório do Partido Socialista e
Liberdade (Psol), cuja sede amanheceu nesta sexta-feira pichada com uma
grande estrela suástica no portão que dá acesso à sala de reuniões. Além
do símbolo nazista, desconhecidos escreveram: “Nós temos armas e vcs?”.
O caso foi registrado como ameaça no 3° Distrito Policial.
O
presidente do partido em Rio Preto, Pedro Roberto Gomes, disse que os
militantes do partido estão assustados porque trata-se da segunda ameaça
em cerca de dez dias. “Estamos assustados, chateados, com esta
agressão. É uma ameaça, pois não se trata de um simples desenho e além
disso há uma frase assustadora, pichada justamente na sede do partido”,
comentou Gomes ao procurar a polícia para registrar o caso.
Segundo
o dirigente partidário, há cerca de dez dias um militante do partido,
um professor, teve o muro de casa pichado com o mesmo símbolo do
nazismo, acompanhado pela frase: “Morre cajuzinho”. “As letras nos dois
lugares são bem parecidas, ainda não temos certeza, mas pode ser que as
duas pichações tenham sido feitas pela mesma pessoa”, completou.
“Não
sabemos quem está por trás disso, mas certamente devem ser pessoas que
estão descontentes com a ação do Psol no município”, declarou Gomes. Ele
explicou que o partido tem se destacado com mobilizações realizadas em
torno de assuntos importantes para a população. “Temos muitos militantes
que vão às ruas em protestos, o que tem incomodado os políticos
locais”, disse. Uma dessas mobilizações, segundo ele, foi contra o
processo de eleição da Câmara Municipal de Rio Preto, considerado
suspeito pelo partido.
“Não temos como confirmar, mas há uma
coincidência de datas entre as duas pichações com a eleição para a
presidência da Câmara Municipal”, disse. Segundo ele, a pichação na casa
do professor Anderson Rizzuti ocorreu na mesma época em que militantes
do partido promoveram protesto contra a eleição e a pichação da sede do
partido, dias depois da eleição, realizada na última terça-feira. “Não
sabemos, mas pode ser que isso esteja relacionado com as agressões”,
disse.
O atual presidente da Câmara Municipal, Paulo Paléra (PP),
discorda de Gomes. “Sou contra esse tipo de ameaça. É um absurdo, contra
a democracia, contra os partidos de nossa cidade, com ou sem
representação na Câmara”, afirmou. “Mas não acho que a eleição tenha
alguma relação com isso. Quem vota são os vereadores e o Psol nem tem
representação nesta Casa”, afirmou.
O presidente eleito da Câmara,
Fábio Marcondes (PR), disse desconhecer a ameaça em forma de pichação.
“Nem sabia dessa pichação e nem que o Psol tem sede em Rio Preto, onde
fica essa sede ou quem é seu presidente”, comentou. “Não tem nada a ver
uma coisa com a outra”, afirmou.
O delegado do 3° DP, Amauri
Scheffer de Oliveira, disse que as duas pichações serão periciadas pelos
técnicos do Instituto de Criminalística. “Vamos expedir uma ordem de
serviço para que os investigadores iniciem a investigação para tentarmos
localizar os autores e caso consigamos, os representantes do partido
serão chamados para dizer se querem denunciar os suspeitos”, explicou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário