O vice-presidente da Engevix Engenharia,
Gerson de Mello Almada, decidiu usar o direito constitucional de
permanecer em silêncio na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras. Almada seria ouvido hoje (21) na condição de investigado. Ao
informar que ficaria em silêncio, ele foi dispensado da reunião.
Denunciado pelo Ministério Público
por lavagem de dinheiro e corrupção, Almada está em prisão domiciliar e
afirmou ter demonstrado o interesse em colaborar com as investigações
por meio dos diversos depoimentos prestados ao juiz que investiga a
Operação Lava Jato e a Polícia Federal.
“Embora compreenda
e respeite as relevantes atribuições constitucionais da CPI, seguindo
orientação dos meus advogados não me manifestarei. Reconheço os poderes
investigatórios da CPI, que presta grande serviços ao esclarecimento dos
fatos. Reitero minha real intenção de colaborar com as investigações”,
disse Gerson Almada para, em seguida, entregar os depoimentos já
prestados.
Após Almada informar a decisão de não falar, o relator
da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ), pediu a dispensa do executivo e foi
atendido pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB). A saída de Almada
provocou polêmica entre os deputados.
Vários parlamentares
manifestaram desagrado com a dispensa e avaliaram que Almada deveria ter
permanecido ouvindo as peguntas, mesmo que se recusasse a responder.
Houve também manifestações de apoio ao presidente da CPI.
Hugo
Motta respondeu às críticas e disse que é preciso dar celeridade à
comissão e não dedicar horas a quem não pretende responder
questionamentos dos parlamentares. “Teoricamente teríamos mais um mês de
funcionamento e já pedi prorrogação do prazo. Queremos dar agilidade e
produtividade aos trabalhos. Convivo bem com as críticas, mas tenho de
fazer a CPI funcionar, partir para a acareação, para investigação que
contribua com nosso trabalho. Se ficarmos mantendo a CPI como palco político, não chegaremos a lugar algum”, explicou.
“Não estou aqui protegendo ninguém, mas investigando com transparência, respeitando a democracia. Não posso ser vítima de acusações quando, na verdade, quero fazer a CPI produzir”.
A
previsão era que o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino
Leite, também fosse ouvido hoje na CPI da Petrobras, mas, a pedido do
advogado de defesa, o depoimento foi adiado para 26 de maio. Na
justificativa, o advogado informou que tinha compromisso agendado
anteriormente e não poderia acompanhar o cliente.
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