O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (25) que faltou ao anúncio
do contingenciamento do Orçamento de 2015, na última sexta-feira (22),
porque estava gripado e negou que sua ausência esteja relacionada a
eventuais divergências com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa,
sobre o valor dos cortes.
“Não houve nenhuma
divergência, realmente estava gripado. Houve um certo alvoroço em torno
dessa história, expliquei o que estava acontecendo. É dado o direito de
todo mundo se alvoroçar”, disse Levy, tossindo ao microfone em entrevista após a reunião de coordenação política, no Palácio do Planalto.
Levy também negou qualquer intenção de deixar o governo. “Não pensei em nada de sair do governo”, respondeu.
Barbosa
não participou da reunião de coordenação política nesta segunda-feira
porque tinha um compromisso com investidores no Ministério do
Planejamento. “Ele não pegou essa gripe do Levy”, brincou o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que também participou da entrevista.
O ministro da Fazenda disse que “foi adequado” o contingenciamento (retenção
de gastos) de R$ 69,9 bilhões aprovado pelo governo. Levy ressaltou que
o contingenciamento “é apenas uma parte das políticas que estão sendo
postas em prática”.
Segundo ele, outras políticas também são relevantes e podem atingir –
de forma eficaz – a economia. Citou, como exemplo, a aprovação de novas
concessões.
>> Levy: crescimento da economia no primeiro trimestre pode registrar retração
>> Ajustes são necessários para aumentar arrecadação, diz Levy
>> Governo não faz projeções para aumentar tributos, diz Levy
“O
contingenciamento é uma parte das políticas postas em prática. É uma
parte importante e outras são mais estruturais e tem que ver com o
realinhamento de preços, com atividades de concessões e vamos ver como a
gente reorganiza o financiamento de longo prazo, agora que acabou o
dinheiro, pois antes havia aquele modelo mais baseado em recursos
públicos”, disse.
Para ele, outros tópicos observados do programa
de governo são a competitividade e a produtividade. De acordo com Levy, o
Brasil tem de fazer um ajuste estrutural já que mudaram as condições da
economia brasileira, especialmente os preços das commodities produtos básicos de exportação, “e ver o que é importante para Brasil no futuro”.
“A
gente viu como as indústrias no Brasil, nos últimos anos, apesar de o
governo ter dado muitos incentivos fiscais, não registraram desempenho
muito forte. Essas são as coisas importantes, que a gente tem que estar
olhando. São questões estruturais, são questões como a gente pode fazer
para a economia ter mais vitalidade. E não necessariamente só colocado
mais dinheiro público”, enfatizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário