Eduardo Cunha será denunciado e deputados abrem caminho para cassação
Presidente da Câmara será denunciado por lavagem
de dinheiro e corrupção passiva. Deputados preparam pedido de
investigação que pode resultar em cassação
Os
deputados mais críticos ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), estão na expectativa da denúncia que deverá ser oferecida
ainda nesta quarta-feira (19), pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot. A reunião, chamada pelo PSOL, deverá ocorrer assim que o
procurador divulgar a denúncia.
Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Deputados preparam pedido de investigação contra Cunha pelo Conselho de Ética
O
objetivo da reunião é já preparar um pedido de afastamento de Cunha do
cargo, além de uma representação ao Conselho de Ética da Câmara,
solicitando investigação por quebra de decoro parlamentar. Caso a
investigação ocorra e cunha seja considerado culpado pelo colegiado,
terá seu mandato julgado, podendo chegar à cassação.
“Estamos só esperando a denúncia para que possamos
embasar este pedido e já protocolar amanhã (quinta-feira). Na medida em
que a PGR oferece a denúncia, ele passa de uma condição de indiciado
para uma condição de denunciado e isto é muito mais concreto”, disse o
deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
“Além disso, já temos
notícias de contas do presidente da Suíça, que também deverão constar em
nosso pedido de investigação”, disse Valente, ao iG.
“Nós, do PSOL, entraremos como partido, mas vários deputados, de outras
legendas, se juntarão a nós. Só estamos aguardando o procurador”,
ponderou.
Agência Brasil
Deputado Ivan Valente (PSOL-SP)
Cunha deverá ser denunciado ao Supremo Tribunal
Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
com base nas acusações feitas pelo empresário Júlio Almeida Camargo, da
empreiteira Camargo Correa. Em delação premiada, Camargo confessou ter
pago US$ 5 milhões em propina para o deputado.
No depoimento à
força-tarefa da Lava Jato, Júlio Camargo revelou que o dinheiro
referia-se a propina para facilitar a assinatura de contratos de
afretamento de navios-sonda entre a Samsung Heavy Industries e a
diretoria de Internacional da Petrobras, em um contrato de US$ 1,2
bilhão.
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