A ex-presidente argentina Cristina Kirchner foi acusada nesta
terça-feira de associação ilícita e fraude ao outorgar obras de
infraestrutura por 2,20 bilhões de dólares a um empresário, em seu
segundo processo deste ano.
"O juiz Julián Ercolini processou a ex-presidente por associação
ilícita e administração fraudulenta. Ordenou um congelamento de bens de
10 bilhões de pesos (o equivalente a US$ 630 milhões). Investiga-se o
direcionamento de obras públicas viárias ao grupo Austral", noticiou o
site CIJ, do poder judiciário.
O caso de Kirchner se soma ao de outros líderes de centro-esquerda da região, como Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Kirchner reagiu no Twitter afirmando que "associação ilícita foi a
figura penal criada pelos governos de fato e utilizada por todas as
ditaduras para perseguir dirigentes opositores".
A ex-mandatária argentina havia apresentado recentemente um documento
a Ercolini para pedir a anulação do processo e ressaltar que se trata
de "uma manobra formidável de perseguição política" e "um enorme
disparate".
Em 11 de novembro, uma corte de apelações tinha confirmado a acusação
a Cristina Kirchner em outro caso pelo suposto prejuízo ao Estado com
operações cambiais do Banco Central. O tribunal convalidou nesta causa
um embargo no valor de 1 milhão de dólares.
Kirchner (2007-2015) é acusada de ter outorgado obras de
infraestrutura em favor do empresário Lázaro Báez na província de Santa
Cruz (Patagônia, sul). Ercolini também processou Báez e o ex-ministro de
Planejamento Julio de Vido. Báez está detido desde abril.
"Não sou amiga, nem sócia comercial de Báez", declarou Cristina Kirchner em 31 de outubro ao sair do tribunal.
Ela afirma que o governo de Mauricio Macri influencia um grupo de
juízes para acusá-la e distrair a atenção da sociedade dos graves
problemas sociais e econômicos, entre eles uma recessão, com uma queda
de 2,4% do PIB ao longo deste ano, segundo o instituto oficial Indec.
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