Os números no
Brasil repetem a lógica de desigualdade. Dados mostram que o Sistema
Único de Saúde (SUS) registra uma denúncia de violência contra a mulher a
cada 7 minutos.O relatório sobre Desenvolvimento Humano preparado pelas Nações Unidas
tem entre suas mensagens-chave a necessidade de se garantir a igualdade
entre homens e mulheres. Se tal caminho não for percorrido, avalia o
relatório, não há como se chegar ao desenvolvimento pleno. Os dados
apontados pelo estudo, no entanto, deixam evidente que há uma longa
jornada pela frente.
O estudo mostra, por exemplo que no mundo
uma entre cada três mulheres foi vítima de violência física ou sexual.
Elas também ganham menos, ocupam menos cargos de chefia e, em 18 países,
ainda precisam da aprovação do marido para trabalhar. Os reflexos sobre
a qualidade de vida são claros. O relatório aponta que, na América
Latina e Caribe, há 117 mulheres vivendo em domicílios pobres por cada
100 homens na mesma situação. "Não é possível alcançar o Desenvolvimento
Humano para todos se metade da humanidade é ignorada", afirmou a
coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional, Andrea
Bolzon.
Os números no Brasil repetem a lógica de desigualdade.
Dados mostram que o Sistema Único de Saúde (SUS) registra uma denúncia
de violência contra a mulher a cada 7 minutos. Aqui mulheres recebem até
25% a menos que homens desempenhando trabalhos semelhantes.
O
relatório do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento traz dois
índices para avaliar as desigualdades de gênero. O Índice de
Desigualdade de Gênero (IDgG), por exemplo, retrata as diferenças de
oportunidades no acesso à saúde reprodutiva, ao empoderamento e
atividade econômica.
Quando esse índice é levado em conta, o
Brasil é deslocado para a 92ª posição em uma lista de 159 países.
Motivos não faltam. O índice de mortalidade materna é de 44 mortes a
cada 100 mil nascidos vivos. A Noruega, a primeira colocada no ranking,
apresenta 5 mortes por cada 100 mil. Na política, apenas 10% dos
assentos do parlamento são ocupados por mulheres. Na vizinha Argentina,
esse indicador chega a 37%. O indicador é menor ainda que o apresentado
na Arábia Saudita. Ali, 19,9% dos assentos são ocupados por mulheres.
A
participação no mercado de trabalho também estampa a desigualdade. O
levantamento mostra que 56,3% das mulheres acima de 15 anos estão no
mercado de trabalho. Entre o grupo masculino esse porcentual sobe para
78,5%.
Além do IDgG, o relatório traz outro índice para avaliar
as diferenças entre gêneros. Batizado de Índice de Desenvolvimento de
Gênero (IDvG), ele destrincha os dados do IDH geral (expectativa de
vida, anos esperados de estudo, média de anos estudados e renda per
capita) para grupos masculino e feminino. Por esse indicador, o "IDH" de
homens é 0,751 e o das mulheres, 0,754.
A melhor pontuação do
grupo feminino é resultante do desempenho nas áreas de educação e
expectativa de vida. A média de anos de escolaridade entre as mulheres é
de 8,1. De homens, de 7,5. Já a expectativa de vida ao nascer das
mulheres é de 78,5. De homens, 71.
Embora a escolaridade das
mulheres seja mais elevada, a renda per capita é maior entre homens. A
renda das mulheres é de 10 672 (ppp paridade de poder de compra, uma
medida internacional usada para permitir comparação entre diferentes
moedas). Para homens, o indicador salta para 17.736 ppp.
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