O presidente da Comissão Europeia, José
Manuel Barroso, afirmou neste sábado que a União Europeia (UE) está
preparada para ampliar as sanções contra a Rússia devido à crise na
Ucrânia, mas que o bloco também quer que um acordo seja alcançado para
encerrar o conflito.
Em coletiva de imprensa realizada em Bruxelas, ao lado do
presidente ucraniano, Petro Poroshenko, Barroso afirmou: “Estamos
prontos para tomar medidas muito fortes e claras, mas mantemos nossas
portas abertas para uma solução política”.
Ele descreveu que a ampliação das sanções não teria a intenção de aumentar a crise, mas sim pressionar Moscou a negociar.
Ele salientou que a UE não almeja o confronto: “Não faz sentido
termos uma nova Guerra Fria”, disse. Barroso também afirmou que isso
seria “prejudicial para toda a Europa”.
Poroshenko, concordando com as autoridades da União Europeia,
afirmou esperar que um encontro de líderes do bloco neste sábado resulte
em um pedido formal para que a Comissão Europeia crie novas sanções a
serem implementadas se necessário.
Barroso disse que as autoridades já possuem uma vasta gama de opções para propor aos países-membros.
Corpo do líder comunista Epaminondas de Oliveira estava no cemitério de Brasília.
A CNV (Comissão Nacional da Verdade) divulgou, nesta sexta-feira (29), a
identificação do primeiro corpo de um desaparecido político localizado
por meio dos trabalhos do grupo de investigação. Laudo do IML (Instituto
Médico Legal) comprovou que a ossada encontrada no cemitério de
Brasília é do líder comunista Epaminondas Gomes de Oliveira, morto há 43
anos.
Os restos mortais foram exumados em setembro do ano passado,
a pedido da CNV. Os resultado dos exames foi divulgado em audiência
pública, em Brasília. Epaminondas morreu em 1971, aos 68 anos, quando
estava sob custódia do Exército e não se sabia ao certo onde seu corpo
havia sido enterrado. Leia mais notícias no R7
Essa é a primeira vez que a CNV consegue restituir os restos mortais de
um desaparecido político à família. Epaminondas faleceu no antigo
Hospital de Guarnição de Brasília, atual HMAB (Hospital Militar de Área
de Brasília). No entanto, o corpo nunca havia sido entregue aos
familiares. Líder
Epaminondas era um líder comunista, ligado ao PCB. Segundo a família,
era um homem pacífico e não aderiu à luta armada, apesar de ser um
opositor da ditadura. Ex-prefeito do município de Pastos Bons (MA), onde
nasceu, radicou-se no município de Porto Franco e, no fim da vida,
dedicava-se ao garimpo de diamantes em Ipixuna (PA), onde foi preso.
De acordo com a CNV, Epaminondas foi preso em um garimpo paraense, em 7
de agosto de 1971, durante a Operação Mesopotâmia, realizada para
prender lideranças políticas da oposição na região do Bico do Papagaio,
com o objetivo de tentar detectar focos guerrilheiros na região.
Depoimentos prestados à CNV indicam que após ter sido torturado,
Epaminondas foi levado a Brasília, onde permaneceu preso e foi novamente
torturado no PIC (Pelotão de Investigações Criminais). Exumação
Em setembro do ano passado, médicos legistas do IML do Distrito
Federal, peritos da Polícia Civil e funcionários do cemitério Campo da
Esperança encontraram os restos mortais.
A exumação foi feita a pedido da CNV e contou com autorização da
família do desaparecido. A expectativa agora é pela elucidação da
verdadeira causa da morte.
Segundo declaração de óbito emitida pelo Exército, em 1971, Epaminondas
morreu de choque decorrente de anemia e desnutrição. Entretanto, a
suspeita da CNV e da família é que o líder camponês tenha morrido sob
tortura.
'JB' fez a denúncia em primeira mão no dia 12 de agosto.
A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro decidiu suspender, nesta
quinta-feira (28), os contratos da empresa Space 2000 com a Casa. O
presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), havia sido intimado na
última segunda-feira (25/8) a depor na Polícia Fazendária acerca dos
contratos.
No dia 12 de agosto, o Jornal do Brasil publicou
em primeira mão que o vereador Jefferson Moura (Psol-RJ) havia dado
entrada em um requerimento pedindo à Câmara informações sobre a Space
2000 e também a SCMM, após ser informado sobre os contratos com indícios
de irregularidades. Responsáveis pelas empresas envolvidas e o
fiscalizador dos contratos também serão ouvidos pela Desfaz.
>> Vereador investiga terceirizada da Câmara que pode ter ligação com a Locanty
O
presidente da Casa, Jorge Felippe, também determinou que a
administração da Câmara promova uma sindicância e análise dos contratos
celebrados com as empresas SCMM, rescindido em 2013, e Space 2000 com
apoio dos técnicos do Tribunal de Contas do Município (TCM).
Segundo
o presidente da Câmara, a conclusão da sindicância será encaminhada à
Polícia Civil. Felippe recebeu na segunda (25) a visita da delegada
Tatiana Ribeiro, da Delegacia Fazendária (Delfaz) do Rio, que intimou o
vereador a depor na qualidade de testemunha, além de pedir ao
parlamentar que colabore com as investigações das duas empresas. A
polícia instaurou inquérito para apurar o crime de fraude em licitações
na Câmera Municipal.
Enquanto o Tribunal de Contas do Município
do Rio de Janeiro (TCE-RJ) investiga os contratos assinados pela Câmara
dos Vereadores, nos últimos quatro anos, com as empresas Space 2000 e
SCMM Serviços de Limpeza, um dos nomes suspeitos citado nos convênios, o
de Kelly Vieira de Melo Teixeira, também protagoniza ação trabalhista
contra outra subsidiária do Grupo Locanty Comércio e Serviços Ltda, a
Import Service Serviços de Limpeza. O processo foi aberto no final de
2013.
Uma consulta processual pelo portal do Tribunal Regional do
Trabalho da 1º Região é possível encontrar o nome de Kelly associado a
uma ação trabalhista, registrado sob a numeração
0011143-47.2013.5.01.0205, com pedido de indenização no valor de R$ 50
mil a empresa Import Service Serviços de Limpeza LTDA, que na própria
ação é vinculada ao "Grupo Econômico Locanty". Em publicações do Diário
Oficial do Estado do Rio, o nome das empresas Import e Locanty aparacem
associados em diversas ações trabalhistas entre os anos de 2012 e 2014.
>> Space e SCMM: Kelly Vieira tem nome em ação trabalhista contra a Import Service As denúncias sobre os convênios e a ligação das empresas com a Locanty
Os
documentos elaborados por Jefferson Moura informam que a Space 2000
presta serviços terceirizados de limpeza para a Câmara. No entanto, foi
encontrado um segundo contrato entre a Casa e a empresa, através da Rio
TV Câmara, para a área de produção jornalística. Pelos números
apresentados pelo vereador, a Space 2000 receberá cerca de R$ 4,4
milhões pelos 12 meses contratados a contar de outubro de 2013, para os
serviços de limpeza, substituindo a empresa SCMM, doadora da campanha do
ex-secretário de Desenvolvimento Social , Rodrigo Bethem (PMDB). A
SCMM, ainda com base nos documentos, pode ter ligação com a Locanty
Comércio e Serviços Ltda, denunciada no ano de 2012 por oferecer
propinas para ganhar licitações na área da saúde e financiar campanhas
do PMDB no Rio.
O relatório feito pelo vereador cita ainda que a
SCMM e a SPACE 2000, conforme diversos processos trabalhistas, pertencem
ao mesmo grupo. Nesses processos trabalhistas foram encontrados os
nomes do empresários João Alberto Felippo Barreto e Pedro Ernesto
Barreto, sócios da Locanty. Fundada em 1995, a SCMM oficializou como
seus sócios João e Pedro em setembro de 2010.
A Space 2000 foi
contratada pela Casa em maio deste ano, em caráter emergencial e por um
período de seis meses, para prestar serviço de limpeza. O valor do
contrato é de R$ 4.499.272,86. A empresa que fazia o serviço, a Gaviões
da Cidade, interrompeu as suas atividades na casa legislativa alegando
problemas no cumprimento de contrato e estava pagando os seus
funcionários com atraso. Segundo o vereador, a Space foi contratada em
seu lugar, mas também vem apresentando problema como a falta de
pagamento dos funcionários. Pela contabilidade feita pelo parlamentar
totalizando o faturamento da Space 2000 na Câmara, em um ano e meio de
serviços contratados pela casa municipal a empresa deve receber R$ 8,9
milhões.
Pelas investigações de Moura, o CNPJ da Space 2000
habilita a empresa para o serviço de limpeza em prédios e em domicílios,
além de aluguel de máquinas e equipamentos comerciais. Mas no segundo
contrato com a Câmara do Rio, a Space assume a responsabilidade de
serviços de produção, reportagem, edição, programação e manutenção
jornalística para a TV Câmara. O contrato é para o período de 12 meses e
a Space 2000 receberá R$4.405.314,20.
O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) apresentou à CPI Mista da Petrobras
pedido para convocação do empresário Marcelo Barboza Daniel, suspeito de
ter emprestado R$ 1,9 milhão ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto
Costa, que está preso sob a acusação de integrar esquema de corrupção e
lavagem de dinheiro. Além disso, segundo investigação do Ministério
Público Federal, Barboza doou R$ 1 milhão a Humberto Sampaio de
Mesquita, genro de Paulo Roberto.
Ao justificar seu requerimento, o
deputado Rubens Bueno sustenta que os indícios apontam para a
participação de Marcelo Barboza no esquema de corrupção que se instalou
na Petrobras. O requerimento deve ser analisado na próxima reunião da
CPI, marcada para a primeira semana de setembro.
O MPF investiga
também se o empréstimo e a doação foram feitos para justificar um
possível repasse de propina a Paulo Roberto Costa, uma vez que empresas
de consultoria de Marcelo Barboza e Humberto Sampaio de Mesquita tinham
como clientes construtoras contratadas com o objetivo de executar obras
para a Petrobras e por companhias do setor petroquímico. Contas no exterior
O
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso
em 20 de março, acusado de destruir provas sobre o seu envolvimento no
esquema bilionário de lavagem de dinheiro e corrupção comandado pelo
doleiro Alberto Youssef.
Ele ficou preso até 19 de maio, quando
ganhou a liberdade por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal (STF). Em 11 de junho, um dia após ter prestado
depoimento à CPI do Senado, foi novamente preso após o Ministério
Público Federal ter descoberto que ele mantinha dólares em contas no
exterior.
Aos senadores, Paulo Roberto Costa disse que não sabia
que Youssef era doleiro e negou irregularidades no patrimônio das filhas
e dos genros. Investigações paralelas
Com a
participação de deputados e senadores, a CPI Mista da Petrobras funciona
paralelamente à CPI do Senado, constituída para apurar as mesmas
denúncias. A oposição participa apenas da CPI Mista, sob o argumento de
que a CPI do Senado só foi criada para ficar sob o controle absoluto do
governo e assim impedir qualquer investigação.
As duas comissões
de inquérito têm a missão de investigar denúncias de superfaturamento na
construção de refinarias; falhas de segurança no lançamento de
plataformas ao mar; prejuízos sofridos pela Petrobras na compra de
Pasadena (EUA) e suposto pagamento de propina a funcionários para o
fechamento de contratos.
Militar que tentou se matar está no hospital.O alarme de tiroteio na base militar de Fort Lee, na Virgínia (EUA), foi
causado pela tentativa de suicídio de uma oficial militar, informou a
própria entidade em sua página no Facebook. Segundo informações, a
mulher tentou se matar com um tiro e foi "transportada para o centro
médico Virginia Commonwealth University, mas seu estado de saúde não é
conhecido". Um porta-voz do Pentágono afirmou que não houve outros
feridos no incidente. (ANSA)
A candidata à Presidência da República Marina Silva visitou, no
início da tarde de hoje (24), o Centro de Tradições Nordestinas, na zona
norte da capital paulista, um local para difusão da cultura e da
gastronomia do Nordeste brasileiro. No local, Marina conversou com
eleitores e posou para muitas fotos, além de falar sobre seu projeto
para a região.
“O desenvolvimento econômico do Nordeste precisa de
uma compreensão de que o Nordeste não é problema, mas solução. A maior
parte dessas soluções já estão colocadas e precisam ganhar escala como,
por exemplo, os programas que façam as pessoas terem acesso à água em
relação à transposição do São Francisco, que ajudará, em muito, o
desenvolvimento econômico no Semiárido nordestino”, disse ela,
destacando também que o desenvolvimento do Nordeste passa pela
utilização de fontes de energia alternativas, como a energia solar, além
da agricultura familiar e da valorização da cultura e do artesanato
local.
Durante a visita ao centro, Marina assumiu como seu
compromisso de campanha manter e aprimorar o Programa Bolsa Família.
“Nosso compromisso com políticas como o Bolsa Família é de manutenção
desse programa, entendendo que ele é uma conquista brasileira e que deve
ter continuidade em qualquer governo brasileiro”, disse ela.
Indagada
sobre o seu programa de governo, que deve ampliar os canais de
democracia direta, tais como plebiscitos e consultas populares, além de
controlar as atividades dos políticos por meio de conselhos sociais,
Marina respondeu que a versão que saiu nos jornais ainda não é oficial e
que, portanto, não iria comentar sobre isso. “Foi entregue uma versão
preliminar. O documento a que tiveram acesso não é o que Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto e eu revisamos”, disse ela. No
entanto, Marina ressaltou que seu programa deve sim “aprofundar a
democracia, o que significa a valorização das instituições”.
Ela
também comentou sobre a inflação, criticando a forma como ela é
controlada hoje pelo governo. “O controle da inflação não se dá apenas
pela elevação de juros, mas também pela eficiência do gasto público”,
disse ela, ressaltando que é preciso enxugar os ministérios e também
acabar com a corrupção para controlar a inflação.
No evento, Marina evitou comentar a notícia publicada hoje pela Folha de S.Paulo de
que a Polícia Federal vai investigar se a aeronave em que estava
Eduardo Campos - e que caiu em Santos (SP), provocando a morte do
candidato – foi comprada com dinheiro de caixa 2 do PSB. Ao ser
questionada sobre o tema, Marina deixou que o seu vice, Beto
Albuquerque, respondesse à pergunta dos jornalistas. “Continuamos
querendo explicações das causas do acidente, como ele caiu e porque a
caixa-preta não tinha gravado a conversa no avião. Não sei o que a
Polícia Federal está falando, mas se ela está falando, ela precisa
apurar antes de falar. O partido prestará informações a todos sobre as
condições daquele contrato”, falou ele, acrescentando que o PSB deve se
pronunciar durante a semana sobre o assunto.
Uma explosão provocada por vazamento de gás destruiu parte de uma
pensão na rua do Glicério, no bairro da Liberdade (região central de São
Paulo), na madrugada deste sábado.
Segundo informações registradas no boletim de ocorrência lavrado no
8ºDP, no Brás, dez pessoas foram feridas, entre as quais está um
adolescente de 14 anos.
Desse total, duas vítimas, um homem de 36 anos e outro de idade não
informada, foram socorridas em estado grave, com até 45% do corpo
queimado. Ambos foram levados para o Hospital das Clínicas.
Outros feridos foram encaminhados para a Santa Casa, o Hospital Vergueiro e o Hospital do Mandaqui.
"Foi um barulho muito grande e minha casa até tremeu", diz Jucilene Jesus da Silva, 24, vizinha da pensão.
Os moradores de alguns imóveis na mesma quadra onde fica a pensão, no
número 745, chegaram a ser retirados de suas casas após a explosão.
Fachada da pensão destruída na Rua do Glicério, no bairro da Liberdade (centro)
Vazamento
A Comgás foi acionada por volta das 2h20 por causa de um vazamento de
gás. A Polícia Militar também foi chamada, mas deixou o local após
conversar com técnicos da empresa que estavam presentes no local.
Duas horas depois ocorreu a explosão e incêndio. Ao todo, 13 viaturas do Corpo de Bombeiros foram enviados para a rua.
A estrutura da pensão foi bastante danificada, e representantes da
Defesa Civil já foram ao local. Serviços de telefonia e energia elétrica
foram interrompidos no endereço.
A estrutura da pensão foi bastante danificada. Os motivos do vazamento serão investigados.
A Ucrânia considera
que a Rússia lançou uma "invasão direta" do seu território ao fazer
entrar, sem autorização, um comboio de ajuda humanitária. Moscovo avisou
contra qualquer tentativa de "perturbar" a ajuda.
Moscovo,
que tem milhares de soldados colocados na região, deu ordem para que um
número significativo de camiões passasse a fronteira e deixou, em
simultâneo, um aviso contra qualquer tentativa de "perturbar" a operação
humanitária. Mas não disse o que faria se Kiev tomasse alguma
iniciativa militar.
A NATO considerou a iniciativa russa como uma
flagrante violação dos compromissos internacionais e acusou a Rússia de
usar artilharia contra as tropas de Kiev na fronteira e dentro da
Ucrânia.
No que é o mais próximo que a organização chegou de
acusar diretamente a Rússia de atos de guerra, o secretário-geral da
NATO, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que "estes desenvolvimentos são tão
mais preocupantes quanto coincidem com a uma escalada no envolvimento
militar russo no leste da Ucrânia desde meados de agosto, incluindo o
uso de forças russas".
Os Estados Unidos e a União Europeia já
impuseram sanções económicas contra Moscovo e o Kremlin retaliou. A NATO
enviou reforços militares para os estados membros que fazem fronteira
com a Rússia, incluindo os estados bálticos e a Polónia.
Rasmussen
considerou que a Rússia arrisca agora um maior isolamento
internacional, apesar da Europa mostrar alguma relutância em aumentar as
sanções devido aos laços comerciais existentes e à dependência do gás
russo.
A Rússia negou a violação do direito internacional e o
Kremlin disse que Vladimir Putin tinha conversado ao telefone com a
chanceler Merkel e explicado que a Rússia não poderia esperar mais pela
autorização de Kiev para ajudar pessoas em dificuldade.
O
presidente ucraniano, Petro Poroshenko, descreveu a entrada dos camiões
sem autorização como uma "flagrante violação da lei internacional".
Porém, um responsável da segurança, citado pela AFP, disse que os
militares ucranianos não atacariam o comboio e que o tinham deixado
passar para evitar "provocações".
De acordo com Poroshenko, apenas
alguns dos mais de 100 camiões que atravessaram a fronteira tinham sido
inspecionados. Insistindo nas suspeitas levantadas antes de que a carga
pudesse ser usada para apoiar os separatistas, o ministério ucraniano
dos Negócios Estrangeiros afirmou que "nem o lado ucraniano nem o Comité
Internacional da Cruz Vermelha conhecem o conteúdo dos camiões". Rússia corre riscos, mas toma a iniciativa
A
Rússia expôs-se a um enorme risco ao fazer entrar na Ucrânia uma parte
dos veículos com ajuda humanitária sem o acordo de Kiev mas toma a
iniciativa num momento em que os separatistas perdem terreno e antes de
uma fase diplomática importante.
Classificada como uma "invasão"
por parte de Kiev ou "violação" da fronteira, como lhe chamou Bruxelas, a
decisão significa que não foi alcançado qualquer acordo que satisfaça
Moscovo. Vários analistas internacionais citados pela Agência France
Presse, consideram que "a Rússia quer evitar qualquer normalização da
situação na Ucrânia", afirma Maria Lipman, uma analista independente.
"As
autoridade ucranianas gostariam de proclamar a vitória sobre os
separatistas aquando do aniversário da independência, no próximo dia
24", destaca Alexandre Konovalov, presidente do Instituto de Estudos
Estratégicos, salientando que a Rússia quer travar esse projeto
arriscando "consequências cada vez mais imprevisíveis e dramáticas".
O candidato a governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR) disse, nesta quinta-feira, que o Estado
do Rio de Janeiro vive “seu pior momento da história financeira”. O
motivo seria a contração de dívidas elevadas, que teriam tido, segundo
Garotinho, a permissão do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para
serem feitas. “Não poderia ser permitido, mas foi. O governo Sérgio
Cabral/Pezão (2006-2014) aniquilou as finanças públicas”, declarou a uma
plateia de empresários que lotou o prédio da Associação Comercial do
Rio.
No mesmo encontro, o ex-governador anunciou que
deve se encontrar com Dilma, no Rio, já na próxima semana. Disse que
havia um emissário da presidente na cidade
com quem se encontraria após a reunião, mas fez mistério em torno dos
precursores com quem irá fechar a agenda. A visita seria em substituição
à que aconteceria na semana passada, com a ida da presidente a um
Restaurante Popular ao lado de Garotinho, adiada em função da morte do
ex- presidenciável Eduardo Campos.
Aos jornalistas,
questionado se o governo petista havia sido conivente com o suposto
endividamento do Estado, o concorrente adotou um discurso mais brando,
mas se manteve no ataque. “Abriu-se a porteira demais. Antigamente era
vedado ao Estado pegar qualquer dinheiro em bancos nacionais ou
internacionais sem uma prévia análise da Secretaria do Tesouro Nacional.
Agora o governo só dá um ‘autorizo’”. Segundo o candidato, a
permissividade que levou ao endividamento começou com a saída do
ex-ministro Antonio Palocci do cargo, em 2011, já no governo Dilma. Ação na justiça
No
seu estilo de franco-atirador, Garotinho disse que irá responsabilizar
judicialmente o Estado (governo Cabral) pela forma que encontrará o
Estado, caso eleito. “Vamos recuperar as finanças públicas, renegociar
dívidas e reestruturar prazos”. E seguiu nas críticas: “O que foi feito
(endividamento) foi uma irresponsabilidade fiscal.”
Segundo
Garotinho, sua relação com o governo federal, caso eleito, será cordial,
independente do resultado das urnas. Na conversa com os jornalistas,
mesmo não querendo avaliar a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa
como presidenciável, diz que tem bom relacionamento com a concorrente.
“Minha candidata é a Dilma. Eu me dou muito bem com ela, assim como me
dou bem com a Marina...”
Garotinho ironizou a relação entre o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o ex-governador Cabral e o atual,
Pezão. “Uma coisa é relacionamento, outra é submissão e
puxa-‘saquismo’. Um diz ‘sim’, e outro diz ‘sim senhor’. Tenho certeza
de que se fosse consultado o Eduardo Paes diria para o Sérgio Cabral:
não vá a Paris todo final de semana, fazer farra”.
O
candidato do PR não quis responder a um repórter quando foi
insistentemente questionado se havia ficado satisfeito com o apoio
declarado que acaba de receber do ex-chefe da Polícia Civil em seu
governo, Álvaro Lins. “Tem que perguntar a ele, tem que perguntar a
ele”, restringiu-se a responder seguidas vezes. Em 2010, Lins foi
condenado pela Justiça Federal a 28 de prisão por corrupção e formação
de quadrilha envolvido em ligações com a máfia das máquinas
caça-níqueis.
Ao menos 36 pessoas, incluindo várias
crianças, morreram no Japão nesta quarta-feira devido a deslizamentos de
terra causados por uma tempestade que castigou os arredores da cidade
de Hiroshima, no oeste do país, e o número ainda pode aumentar, disse a
polícia.
Muitas pessoas continuam desaparecidas após uma chuva durante à
noite equivalente à precipitação esperada para um mês, causando o
deslizamento de morros que já se encontravam saturados por chuvas nas
últimas semanas.
"Houve chuva e trovões durante toda noite, caindo tão forte que
eu fiquei com medo de sair", disse um morador à Fuji TV. "Nunca vi nada
como isso."
Helicópteros retiravam sobreviventes enquanto equipes de
resgate realizavam buscas em meio à lama e os destroços na área
residencial a cerca de 5 quilômetros do centro da cidade.
Casas foram arrastadas cerca de 100 metros na área mais
atingida pelo deslizamento, onde uma camada de lama até a altura dos
joelhos dificultava os esforços de resgate.
As autoridades do município de Hiroshima emitiram um aviso para
a saída dos moradores cerca de uma hora depois do primeiro
deslizamento.
"Algo deu errado com nossa análise (da situação)... Falhamos em
emitir um alerta de saída antes do desastre. Olhando para trás,
acredito que isso é algo que precisamos corrigir", disse um oficial dos
bombeiros da cidade.
Cerca de 240 milímetros de água caíram na região nas 24 horas
anteriores à manhã de quarta-feira, um nível recorde equivalente ao
esperado para todo o mês de agosto, disse a agência meteorológica.
Quase metade desse volume de água caiu em apenas uma hora na quarta-feira.
A força do deslizamento destruiu estradas, e correntes de lama
invadiram bairros inteiros, transformando casas em pilhas de escombros.
Rochas com diâmetro de até 3 metros se espalharam pela área atingida.
São esperadas mais chuvas no oeste do Japão ainda nesta quarta.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, interrompeu as férias e
retornou a Tóquio. Ele disse que iria enviar centenas de militares para
ajudar nos esforços de resgate.
Uma mensagem
do assessor de imprensa do governador Tarso Genro (PT) ao diretor de
jornalismo do Grupo Bandeirantes no Rio Grande do Sul acerca da
divulgação de uma pesquisa de intenção de votos criou uma crise entre a
campanha petista e o grupo de comunicação. O levantamento feito pelo
Instituto Methodus, a pedido da revista Voto, divulgado na
segunda-feira, mostrava uma vantagem de 11 pontos percentuais da
candidata do PP ao Palácio Piratini, Ana Amélia Lemos, em relação ao
petista.
No dia da divulgação do levantamento pela Band, Guilherme Gomes, assessor do governador, enviou uma mensagem pelo WhatsApp ao diretor
de Jornalismo do Grupo Bandeirantes no Estado, Renato Martins, na qual
teria dito “me espanta que a Band, reconhecida pela credibilidade, não
avalie os reflexos e mantenha a divulgação. Essa decisão vai acarretar
em uma nova relação entre nós e a Band”.
Na edição do
jornal local, a Band respondeu que “o que espanta é que o governador
Tarso Genro pense que esse tipo de pressão, ou ameaça, funcione com o
Grupo Bandeirantes. Nunca funcionará. A Band vai continuar divulgando
pesquisas eleitorais dos institutos que escolher, segundo os seus critérios reconhecidamente legítimos”.
Em entrevista ao Terra,
Gomes disse que não comentaria mais o assunto. Falou apenas que “a
mensagem foi editada” quando foi ao ar, e reclamou de colunistas que, ao
repercutirem o assunto, “colocaram palavras que eu não escrevi”. Pesquisas
A
pesquisa do Instituto Methodos divulgada na segunda-feira mostrou Ana
Amélia com 42,4% das intenções de voto, seguida por Tarso com 31%, com
margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos e nível
de confiança
de 95%. Ao todo, 1,5 mil pessoas foram entrevistadas, no levantamento
feito a pedido da Revista Voto, entre os dias 8 e 13 de agosto, com
registro no Tribunal Superior Eleitoral nº 00010/2014.
No
dia 15 de agosto o Instituto Datafolha divulgou uma pesquisa,
encomendada pelo grupo RBS, realizada entre os dias 12 e 14 deste mês,
com 1.233 pessoas, que mostrava Ana Amélia com 39% das intenções de
voto, nove a mais que Tarso Genro, com 30%. A margem de erro era de 3
pontos percentuais.
Já a pesquisa Ibope, do dia 7 de agosto,
contratada pelo Grupo RBS, mostrava Ana Amélia, com 36% das intenções de
voto, e Tarso Genro, com 35%, com margem de erro de três pontos
percentuais. Foram entrevistadas 812 pessoas, entre os dias 2 e 5 de
agosto.
O número de mortos no recente conflito Israel-Palestina já provocou
mais de 2 mil mortos na Faixa de Gaza, informou hoje (18) o Ministério
da Saúde, acrescentando que mais feridos nos ataques israelenses
acabaram morrendo.
De acordo com a nota, um total de
2.016 pessoas morreram e mais 10.196 ficaram feridas durante a ofensiva
israelense a Gaza, há mais de um mês. Entre os mortos estão 541
crianças, 250 mulheres e 95 homens idosos.
O
número de mortos, que estava fixado em 1.980, subiu depois de várias
pessoas feridas no conflito terem morrido em hospitais de Gaza, no Cairo
e em Jerusalém, locais para onde foram levadas para receber tratamento
médico.
Os médicos também encontraram um cadáver nos escombros do distrito de Shejaiya, no leste da cidade de Gaza, que estava no local há mais de três semanas, segundo o comunicado.
Hoje, do outro lado do conflito, o Exército de Israel confirmou que cinco dos 64 soldados abatidos em combate morreram como resultado de “fogo amigo”.
Desde que começaram as hostilidades, em 8 de julho, o governo israelense assegura que o objetivo
do Exército é destruir as plataformas de lançamento de rockets e os
túneis escavados pelas milícias palestinas entre Gaza e o território de
Israel.
Nas últimas semanas, as duas partes acertaram
duas tréguas humanitárias de 72 horas, renovadas na quinta-feira (15)
por mais cinco dias, para continuar as negociações sobre os termos de um
acordo que ponha fim à ofensiva militar.
Cerca de 200 manifestantes não respeitaram o toque de recolher
decretado durante a madrugada deste domingo, e sete foram detidos em
Ferguson, palco há dias de distúrbios que se seguiram à morte a tiros de
um jovem negro desarmado pelas mãos de um policial.
O governador do Missouri, Jay Nixon, havia justificado o toque de
recolher a partir de meia-noite "para proteger as pessoas e a
propriedade de Ferguson" e para dar vez à justiça a fim de esclarecer as
circunstâncias da morte de Michael Brown.
Pouco tempo depois do início da medida, cerca de 200 personas se
reuniram na região em que Brown foi assassinado em 9 de agosto e se
negaram a dispersar-se, segundo a imprensa local.
A polícia usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, sem o registro de violência.
Antonio French, um político local presente na manifestação, escreveu
em seu Twitter: "Posso dizer em primeira mão que algumas das pessoas
reunidas esta noite estavam armadas e prontas para brigar".
Sete pessoas que se recusaram a deixar o local foram detidas, segundo
Ron Johnson, o novo chefe da polícia, encarregado de manter a ordem
depois que agentes locais, acusados de abusos, foram substituídos.
No sábado, durante uma agitada coletiva de imprensa, capitão Ron
Johnson afirmou que o toque de recolher começaria à noite e duraria de
meia-noite às 5H00 locais (07H00 de Brasília).
A declaração das medidas de emergência aconteceu depois de confrontos
entre policiais e manifestantes, revoltados com a divulgação de um
boletim policial. O texto sugeria que Michel Brown, morto em 9 de
agosto, era um ladrão.
'Denegrir' a memória do jovem
A família do jovem disse estar "escandalizada" com essa versão da
polícia, destinada, segundo ela, a "responsabilizar a vítima e a desviar
a atenção".
O reverendo e ativista pelos direitos civis e ex-candidato à
presidência pelo Partido Democrata Al Sharpton questionou o boletim,
acusando a polícia de querer justificar o assassinato. Sharpton
questionou se o informe policial equivale a dizer que a autoridade "tem o
poder de denegrir alguém e matá-lo por três, ou quatro, cigarros".
"Dormir não é uma opção, governador Nixon. Pedimos justiça!", lançou
no sábado uma das pessoas que assistia à coletiva de imprensa.
"Governador, você precisa culpabilizar a polícia por este crime", exigiu
outra.
Um homem que falava em nome de dois grupos ultrarradicais preto, o
New Black Panther Party - sem nenhuma ligação com os defensores da causa
negra Black Panthers - e o Nation of Islam, considerou, por sua vez,
que o toque de recolher causaria "confronto com a polícia", e propôs
chamar entre 100 e 150 homens para que a situação "não se deteriore".
A polícia local e federal (FBI) - da qual cerca de 40 agentes foram
enviados para Ferguson - lançaram várias investigações sobre o
assassinato.
De acordo com uma testemunha, Michael Brown ia visitar sua avó e
estava desarmado. Caminhava pela rua quando um policial o interceptou e
atirou apesar de o jovem estar com as mãos para cima. Segundo a polícia,
Brown foi baleado após agredir um policial e tentar roubar sua arma.
O Ministério do Interior palestino em
Gaza acusou Israel nesta sexta-feira de violar o cessar-fogo ao realizar
disparos na fronteira.
Uma porta-voz militar israelense disse que eles "não têm conhecimento desse incidente".
O ministério palestino no território dominado pelos islamitas
do Hamas disse que tropas israelenses dispararam contra casas a leste da
cidade de Khan Younis.
O cessar-fogo, renovado na quinta-feira por mais cinco dias
depois que uma trégua anterior expirou, suspendeu mais de um mês de
combates que resultaram na morte de 1.945 palestinos, muitos deles
civis, e de 64 soldados israelenses e três civis em Israel.
O comércio
na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na zona norte, está fechado
hoje (15) por ordem dos traficantes que ainda agem na região, em
represália à morte de Maicon Andrade Matos, o Maiquinho, de 18 anos,
durante confronto com militares da Unidade
de Polícia Pacificadora (UPP) Parque Proletário, na madrugada. Por
medida de segurança, o policiamento está reforçado na região. A UPP foi
inaugurada há dois anos.
De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), policiais patrulhavam a localidade conhecida
como Periquito, quando criminosos começaram a dispararar. Durante a
troca de tiros, o traficante Maiquinho foi baleado e encaminhado ao
Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Com a vítima, os policiais
apreenderam uma pistola automática com numeração raspada. A ocorrência
foi registrada na 22ª Delegacia de Polícia (Penha).
A Secretaria Municipal
de Educação informou que as escolas na região estão funcionando
normalmente, mas que em algumas unidades, os alunos foram dispensados
mais cedo. As escolas da rede estudual funcionam sem alteração.
A Aeronáutica não encontrou nas duas
horas de gravação da caixa preta do avião em que estava o candidato a
Presidência da República, Eduardo Campos, registro referente ao voo que
causou a morte do presidenciável, segundo nota da Força Aérea Brasileira
(FAB) nesta sexta-feira.
"As duas horas de áudio, capacidade máxima de gravação do
equipamento, obtidas e validadas pelos técnicos certificados, não
correspondem ao voo realizado no dia 13 de agosto", segundo nota da
assessoria de imprensa da FAB.
Os dados da caixa-preta do jato Cessna 560XL foram extraídos e
analisados por quatro técnicos do Laboratório de Leitura e Análise de
Dados de Gravadores de Voo do Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Candidato do PSB à Presidência, Campos morreu em um acidente de avião na manhã de quarta-feira no litoral de São Paulo.
A aeronave levava o socialista do Rio de Janeiro a Santos, onde
ele cumpriria agenda de campanha, e arremeteu quando se preparava para
pousar no aeroporto da cidade vizinha de Guarujá. Em seguida, o controle
de tráfego aéreo perdeu contato com o avião.
A morte de Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da
República, pode mudar os rumos da corrida eleitoral. Nesta quarta-feira (13), o
político sofreu um acidente de avião na cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo. Diante do impacto e
comoção gerados pela notícia, o Jornal
do Brasil conversou com cientistas políticos para mapear quais os possíveis
impactos da morte de Campos em pleno período eleitoral.
Carlos Eduardo Martins é chefe do departamento de ciências
políticas da UFF. Para ele, “o impacto vai se dar sobretudo em relação ao
pleito presidencial com a saída de Campos e a ascensão da Marina. Ela é mais
forte que o Campos era”. Martins definiu a chapa de Campos como “estranha”, uma
vez que conta com “com uma vice mais forte que o presidente”.
De acordo com o cientista político, “Marina pode fortalecer
a perspectiva de um segundo turno porque agrada muito mais determinados setores
do que o próprio Campos”. Ele explica que “ela vem de uma tradição partidária
mais frouxa, que permite a força de grandes grupos econômicos. Ela sai da
estrutura política nacional, isso pode ser favorável”.
Sobre a possibilidade da tragédia favorecer Marina Silva,
Martins considera como “possível”, mas reforça que “as eleições estão
longínquas”. Ele reforça que Campos era um político de mais expressão regional
do que nacional, ao contrário de Marina Silva. “O que aconteceu foi uma morte
inesperada. Ele não era um mártir político, foi um acidente”, acrescenta.
Martins diz que Marina Silva é a candidata mais provável porque “o
PSB não tem outro nome de mais importância”. Ele acredita que “a escolha do
Campos em si foi forçada porque ele era um político regional” e que “a morte
dele aumenta a disputa sobre quem vai ao segundo turno com a Dilma”. O
cientista político finaliza dizendo que, “Marina ameaça a candidatura do Aécio,
que está lidando com escândalos e tem uma carga de ‘velho político. Mas ainda
está muito cedo, temos que aguardar os desdobramentos”.
O cientista político da UFF, Ari de Abreu Silva, se disse “extremamente
chocado” com a notícia da morte de Campos. Para ele, o político representava uma
“candidatura alternativa para o eleitorado brasileiro”. Ari diz que ainda é cedo
para saber o que vai acontecer, mas que é possível dizer que haverá impactos. “É
difícil dar um prognóstico em relação ao comportamento do eleitor, se
essa tragédia atrai votos ou se quem votaria em Campos irá se dirigir para
outras chapas. Vamos ter que esperar as respostas dos partidos. Ainda não é
possível afirmar nada”, analisa Ari.
Para o cientista político da UFF, Marcus Ianoni, “pode haver
um impacto na campanha por se tratar de um candidato que estava em 3º lugar, em
ascensão, e na medida que o horário eleitoral começasse, poderia ascender”.
Ianoni esclarece que ainda é cedo para afirmar qualquer coisa e que os impactos
estão apenas sendo pensados. “É uma tragédia da política brasileira pela morte
inesperada de uma liderança, então, deve ter impacto na campanha”, diz.
O cientista reforça que “a questão agora é quem irá substituir Eduardo
Campos na disputa eleitoral” e explica: “Não sei até que ponto a Marina tem
condições de assumir e até que ponto o PSB está disposto a passar a cabeça da
chapa para a Marina”. Segundo ele, a
morte de Campos “pode tanto favorecer o Aécio e a Dilma como a Marina, se ela
vier como candidata. Ou seja, pode haver uma migração de votos do Eduardo
Campos para os dois primeiros ou pode favorecer a terceira via, se ela se
apresentar como uma resposta positiva”. Para Ianoni, a “resposta positiva”
seria Marina Silva assumir “porque ela teve 20 milhões de votos em 2010, já
tinha experiência de se candidatar à presidência com uma boa votação. Se o PSB
aceitar e a Marina puder concorrer, a campanha vai ser favorecida em função da tragédia, do desgaste dos outros
partidos e dos seus 20 milhões de votos em outra ocasião”.
Outro
ponto analisado pelo cientista político é a paralisação de três dias,
decretada pelos demais candidatos ao pleito
presidencial. Nesse período não haverá campanha e isso pode, de certa
forma, impactar as eleições. Além disso, “pode acontecer uma repercussão
de crescimento de
campanha, pela comoção do eleitorado". E finaliza, "isso os próximos
dias vão nos mostrar”.
Medida era criticada por movimentos de direitos humanos e até pela ONU, que a considerava similar à prática de tortura. Pleito antigo dos movimentos de direitos humanos, foi publicada hoje (13) no Diário Oficial
do estado de São Paulo a Lei 15.552/14, que proíbe a prática de
revistas íntimas nos presídios paulistas. A legislação sancionada pelo
governador Geraldo Alckmin (PSDB) proíbe os estabelecimentos prisionais
de submeter visitantes a procedimentos invasivos, como nudez e
agachamentos sucessivo diante de um espelho, além de inspeções anal e
vaginal. O governo estadual tem 180 dias para regulamentar a nova norma.
Aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo em julho, a lei foi
sancionada com dois vetos importantes: retirou-se o artigo que
determinava a aplicação da norma a manicômios judiciais e centros de
internação de menores, como a Fundação Casa. Assim, a legislação só vale
para presídios adultos comuns.
Também foi suprimido o parágrafo que determinava que gestantes e
portadores de marca-passo não poderiam ser submetidos a revista
eletrônica ou mecânica (como scanners corporais).
Mulheres de todas as idades e crianças passavam cotidianamente pelas
revistas vexatórias. A medida era adotada sob a justificativa de evitar a
entrada de aparelhos de celular, armas, drogas e chips telefônicos no
presídio.
No entanto, dados organizados pela Rede Justiça Criminal, entre os
anos de 2010 e 2013, em São Paulo, demonstram que somente 0,03% das
revistas identificou algum objeto com as visitantes. Nunca foi
encontrada uma arma. A pesquisa utilizou informações fornecidas pela
Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo. Saiba mais:
Cidades e estados que já adotaram a proibição de revistas
vexatórias não apresentaram aumento nas ocorrências relacionadas à
segurança. Goiás e Espírito Santo possuem norma similar. Assim como o
município de Joinville, em Santa Catarina, que instalou scanners
corporais em seus presídios. Recentemente, a Justiça de Pernambuco
proibiu a revista vexatória na capital, Recife.
Outros estados têm leis que restringem o procedimento, mas ainda não o
proibiram. Casos de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Paraíba.
A prática de revista vexatória foi denunciada pela organização não
governamental Conectas Direitos Humanos aos países-membro do Conselho de
Direitos Humanos das Nações Unidas, durante a 25ª sessão ordinária do
órgão, realizada em março deste ano, em Genebra, na Suíça. O relator da
Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Tortura, Juan Mendes, se
pronunciou contra a prática, afirmando que “constitui trato cruel,
desumano e degradante”.
As legislações brasileira e internacional trazem artigos que, se não
proíbem expressamente, contrariam a medida. O artigo 5º da Constituição
Federal, em seu inciso III, define que “ninguém pode ser submetido a
tortura ou a tratamento cruel ou desumano”. No plano internacional,
várias normas têm a mesma diretriz, como a Convenção contra a Tortura da
ONU, de 1984, e a Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969.
Em junho, o Senado aprovou um projeto de lei semelhante (PL 480, de
2013), que proíbe a prática em todo o país. O projeto, de autoria da
senadora Ana Rita (PT-ES), aguarda votação na Câmara dos Deputados.
O diretor-geral do Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse nesta quarta-feira que a
atitude da Cesp de manter uma vazão reduzida na hidrelétrica Jaguari,
desobedecendo ordens do operador, não chega a ameaçar o abastecimento de
energia elétrica, mas que a principal preocupação é sobre o
abastecimento de água.
De acordo com o diretor-geral do ONS, a participação da usina
do rio Jaguari na geração de energia é insignificante. "Não compromete o
fornecimento de energia. Jaguari é uma usina de duas máquinas de 13,8
megawatts e não significa praticamente nada em termos de abastecimento
de energia... a preocupação é com água e não com abastecimento
elétrico", afirmou ele.
Segundo Chipp, a decisão de São Paulo foi inédita e o
desrespeito à determinação do operador abre um perigoso precedente para a
geração elétrica no país. "Foi uma polarização indevida de São Paulo.
Foi uma decisão unilateral e uma decisão como essa tem que ser tomada em
conjunto, como diz a lei", disse ele a jornalistas em evento do Acende
Brasil. "O comando do Operador tem que ser aceito em nome da melhor
solução global", adicionou.
O diretor-geral do ONS ressaltou que o problema emergiu no meio
do período seco, ou seja, de poucas chuvas, e com reservatórios em
níveis mais baixos que de costume. "Temos escassez hidrológica no
Paraíba do Sul (rio afluente do Jaguari) e isso tem que ser administrado
com muito cuidado", afirmou Chipp.
Chipp disse ainda que o tema deve ser discutido com a Agência
Nacional de Águas (ANA) ainda nesta semana. Ele espera que uma solução
para o impasse ocorra "rapidamente".
Se não houver acordo na reunião que será intermediada pela ANA,
o assunto terá que levar o tema para esferas superiores "Isso tem que
ser resolvido rapidamente porque você pode chegar a zero nos
reservatórios de Funil, Santa Branca e Paraibuna antes do fim de
novembro, e aí você compromete o consumo de água no Rio e em São Paulo",
declarou Chipp.
RESERVATÓRIOS MAIS ALTOS
O ONS melhorou suas projeções para o nível dos reservatórios
das hidrelétricas ao fim do período seco para o sistema Sudeste/Centro
Oeste, o mais importante do país. A nova estimativa para os
reservatórios dessa região são de que cheguem a cerca de 20 por cento.
Para região Nordeste, a previsão é de que o armazenamento fique
entre 18 a 20 por cento. "Nós estamos trabalhando no armazenamento de
água. A estratégia é essa: manter o reservatório de cabeceira para
quando a carga começar a crescer, no fim do período seco, se atender a
ponta do sistema", disse Chipp a jornalistas.
O aeroporto de Cláudio é um inferno na vida de Aécio.
Foi o que se viu, mais uma vez, na entrevista que ele concedeu ao Jornal Nacional. Aécio não tem explicação porque ela, simplesmente, não existe.
O aeroporto foi um uso abjeto de dinheiro público para benefícios
privados da família. Como escreveu Machado, alegrias particulares são
bem mais satisfatórias que alegrias públicas.
Ele se agarra desesperadamente à desculpa de que seu erro foi ter
usado um aeroporto não homologado pela ANAC, a agência que regula a vida
área nacional.
E aproveita para dizer que a ANAC foi incompetente ao demorar para a homologação porque está “aparelhada” pelo PT.
Não, não e ainda não.
O problema não é burocrático, e sim ético e moral. Aécio usou o
aeroporto de Cláudio porque facilita substancialmente suas viagens para
seu “Palácio de Versalhes”. É como ele se refere à sua fazenda em
Cláudio, a 6 km do aeroporto.
Não é só isso. Existe também o ponto da valorização das terras da região por conta do aeroporto.
Isso beneficia Aécio diretamente, e a sua família.
Ele invoca em sua defesa a desapropriação litigiosa de parte da fazenda do tio para a construção do aeroporto.
O tio quer mais na justiça do que Minas deseja pagar. Na fala treinada de Aécio, o tio aparece quase como uma vítima.
Mas um momento. E a valorização do restante da fazenda?
Bonner perguntou isso, no melhor momento da entrevista do Jornal Nacional.
Aécio tergiversou. Respondeu com a metragem da fazenda: 30 alqueires.
Ora, 30 alqueires podem valer x ou, alguns x, caso um benefício como um
aeroporto irrompa na região.
Aécio também sofreu para responder a uma pergunta de Patrícia Poeta sobre o desenvolvimento social de Minas.
O IDH de Minas é o pior do Sudeste. Era o oitavo do Brasil, e agora é o nono.
E então, onde os avanços sociais tão trombeteados?
Nova tergiversação.
Aécio falou, como sempre tem falado, no suposto avanço em educação.
Agora que os brasileiros vão conhecendo-o melhor, vai ficando clara a
semelhança entre ele e Maluf na compulsão cínica em responder a
perguntas de uma forma peculiar em que você vai falando coisas que nada
têm a ver com a questão.
Aécio tem agradecido aos entrevistadores quando indagam sobre o
aeroporto. Fez isso na sabatina do G1 e voltou a fazer no Jornal
Nacional.
Mas é um agradecimento tão fajuto quanto suas explicações para a aberração que é o aeroporto de Cláudio.
Durante a sabatina, o candidato Eduardo Campos, do PSB, afirmou que "nunca mudou de lado"
Candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos afirmou nesta
segunda-feira (11) que a presidente Dilma Rousseff (PT) não aprovou uma
reforma tributária no Brasil porque "atendeu a pedidos pontuais no
balcão e nada deu certo". De acordo com o ex-governador de Pernambuco,
durante seu primeiro mandato, a petista "nem tentou fazer a reforma
tributária". O presidenciável promete apresentar um projeto para alterar
os impostos, caso seja eleito, já nos primeiros dias de governo. As
medidas detalhadas em seu programa preveem evitar aumento dos tributos,
simplificar o sistema, eliminar o caráter regressivo, que pune os mais
pobres, reduzir a taxação dos investimentos, justiça tributária,
transparência e melhor repartição de receitas entre governo federal,
Estados e municípios. Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentaram promover reformas no
sistema tributário durante seus mandatos, mas nunca conseguiram chegar a
um projeto capaz de alcançar consenso dentro do Congresso por
dificuldades para conciliar interesses do governo federal com os dos
empresários, dos Estados e dos municípios, que tinham medo de perder
receitas com as mudanças. Em entrevista ao portal G1, Campos foi
questionado sobre sua relação com o governo do PT, do qual foi ministro
da Ciência e Tecnologia (2004-2005) e esteve na base até o fim de 2013.
O candidato disse que "nunca mudou de lado" e que só deixou de apoiar a
presidente Dilma quando políticos como o ex-presidente Fernando Collor
(PTB-AL) e o senador José Sarney (PMDB-AP) "ganharam protagonismo".
Collor e Sarney, no entanto, fazem parte da base de sustentação do
governo petista desde a gestão Lula, e sempre ocuparam cargos de
relevância política. O candidato repetiu as críticas que tem feito à
política econômica de Dilma Rousseff e defendeu mais uma vez a
independência do Banco Central e a criação de um Conselho de
Responsabilidade Fiscal para "criar um ambiente de confiança" que faça
com que os juros baixem e o câmbio se normalize. NEPOTISMO Campos
comentou ainda reportagem da Folha da semana passada sobre o cargo de
seu tio, Marcos Arraes de Alencar, em uma diretoria da estatal federal
Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), em
Pernambuco, apesar de há seis meses o governo do Estado, então comandado
pelo presidenciável, ter informado que ele havia pedido demissão.
"Quando saímos do governo, ele não tomou posição de sair. Mas eu
discordo dessa postura", disse Campos, completando que Alencar é pai da
vereadora Marília Arraes (PSB), "que apoia Dilma" à reeleição.
Outra polêmica familiar debatida na entrevista ao G1 foi sobre a mãe de
Campos, Ana Arraes, que em 2011 foi eleita ministra do TCU (Tribunal de
Contas da União). O candidato afirma que o cargo da mãe "não é um
problema" porque até se aposentar, daqui um ano e meio, quando
completará 70 anos, "nem terá condições de ver as primeiras contas do
nosso primeiro mandato". O ex-governador negou que tivesse pretensão de
ser candidato à Presidência da República em 2011, quando ajudou na
campanha da mãe para o TCU. "Não imaginava". TEMAS POLÊMICOS Ao
final da entrevista, Campos respondeu com "sim" ou "não" a temas
polêmicos que costumam aparecer durante a campanha eleitoral. Disse ser
contra a legalização das drogas, privatizações, foro privilegiado a
políticos, unificação das polícias e ensino religioso nas escolas
públicas. E, por outro lado, declarou-se favorável à taxação de grandes
fortunas, ao casamento gay e ao voto obrigatório. Sobre o aborto,
reafirmou a posição de que "a legislação sobre o tema é adequada".
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri
al-Maliki, lutava nesta segunda-feira para se manter no cargo,
mobilizando forças em Bagdá, enquanto parlamentares aliados buscam um
premiê substituto e os Estados Unidos alertam a ele para não obstruir os
esforços pela formação de um novo governo.
Acusado de uma parcialidade obstinada que tem alimentado a
violência sectária em um Iraque fragmentado, o premiê xiita fez um
pronunciamento na TV no domingo à noite no qual acusa o presidente de
etnia curda de atrasar o processo constitucional que prevê a nomeação de
um primeiro-ministro após as eleições parlamentares de abril.
No entanto, o presidente Fouad Masoum rapidamente recebeu
respaldo de Washington. Com militantes sunitas do Estado Islâmico
ganhando terreno sobre as forças curdas ao norte de Bagdá, os Estados
Unidos reforçaram os pedidos para que os iraquianos formem um novo
governo de coalizão para tentar dar um fim ao derramamento de sangue,
que levou os norte-americanos a realizarem os primeiros ataque aéreos no
Iraque desde o fim da ocupação do país, em 2011.
"O processo de formação de um governo é crítico em termos de
garantir a estabilidade e a calma no Iraque, e nossa esperança é que o
sr. Maliki não conturbe esse processo", disse o secretário de Estado dos
EUA, John Kerry, em comentários pontuais direcionados a Maliki.
"Haverá pouco apoio internacional de qualquer espécie que seja a
qualquer coisa que desvie o processo constitucional legítimo que está
em voga e sendo trabalhado agora", acrescentou.
Complicando os esforços pela nomeação de um substituto xiita,
atitude que parece ter o apoio da liderança religiosa do país e do
governo xiita iraniano, a mais alta corte do Iraque decidiu que o bloco
político de Maliki, o Estado da Lei, possui a maioria no novo
Parlamento.
Isso, de acordo com uma autoridade iraquiana de alto escalão, é
"muito problemático" para as tentativas do presidente Masoud de nomear
um candidato alternativo a Maliki --uma escolha que segundo membros de
seu partido estava próxima de ser tomada.
Enquanto milícias xiitas e forças de seguranças pessoalmente
leais a Maliki se mobilizavam por toda Bagdá, o primeiro-ministro fez um
pronunciamento desafiador, dizendo que iria processar Masoud
judicialmente por violar a constituição ao perder o prazo para pedir ao
líder do partido majoritário que forme um novo governo.
No cargo interinamente desde as eleições de 30 de abril, Maliki
tem desafiado o clamor de sunitas, curdos, Irã e líderes religiosos
xiitas para que deixe o cargo em prol de algum nome menos polarizador.
Críticos têm acusado Maliki de perseguir uma agenda sectária
que isola a minoria sunita, empurrando alguns de seus membros a apoiar
os militantes do Estado Islâmico, cuja última investida contra o norte
do Iraque tem alarmado o governo de Bagdá e seus aliados ocidentais,
levando os EUA a realizar uma ataque aéreo nos últimos dias.
Três soldados morreram e 27 ficaram feridos nas últimas 24 horas.
A cidade de Donetsk, principal reduto dos separatistas
pró-russos no leste da Ucrânia, se encontra cercada pelo exército
ucraniano e foi alvo de um ataque com artilharia pesada na madrugada
deste domingo.
Segundo o porta-voz militar ucraniano, três soldados morreram e 27 ficaram feridos nas últimas 24 horas.
Uma jornalista da AFP ouviu mais de vinte explosões no
centro desta cidade, a maior da bacia mineira de Donbass, cenário há
alguns dias de combates entre insurgentes pró-russos e as forças
ucranianas.
Uma explosão arrebentou as janelas da maternidade de um
hospital do centro da cidade, onde as mães e seus recém-nascidos estavam
escondidos em um porão.
O exército ucraniano confirmou neste domingo que apertou
ao máximo o cerco em torno de Donetsk e que disparou contra bases
rebeldes, causando duras perdas aos pró-russos.
No sábado, o "primeiro-ministro" separatista Alexandre
Zakhatchenko admitiu que Donetsk estava cercada e que se encontrava à
beira de uma "catástrofe humanitária", mostrando-se disposto a um
cessar-fogo se as forças ucranianas interromperem sua ofensiva.
Ante a situação dos civis, dos quais 300 mil já fugiram
para a Rússia e outras regiões da Ucrânia, Moscou propôs uma missão
humanitária no leste do país para proteger a população russófona, uma
ideia rejeitada pelas potências ocidentais, que temem uma intervenção
militar sob falsos pretextos.
A Rússia negou planejar qualquer tipo de ação unilateral na Ucrânia, nem mesmo por motivos humanitários.
"A nós custa entender a que se refere a Ucrânia. As
forças russas não tentaram em qualquer momento penetrar em território
ucraniano", declarou às agências de notícias russas o porta-voz do
Kremlin, Dimitri Peskov.
A Ucrânia insiste que pode haver uma intervenção russa
sob o pretexto de uma operação humanitária no leste de seu território,
onde os combates com os rebeldes pró-russos deixaram mais 13 soldados
ucranianos mortos.
O presidente americano Barack Obama e o
primeiro-ministro britânico David Cameron, em uma conversa por telefone
no sábado, concordaram que que qualquer pretensa missão humanitária na
Ucrânia poderá ser considerada ilegal.
"Os dois dirigentes exprimiram sua grande preocupação a
respeito de informações indicando que veículos militares russos passaram
pela fronteira e entraram na Ucrânia e que as forças armadas russas
realizam exercícios para uma 'intervenção humanitária", segundo afirma
um comunicado do gabinete de Cameron.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, por sua vez,
disse estar disposto a aceitar uma missão humanitária na cidade de
Lugansk depois de uma conversa com dirigentes do Comitê Internacional da
Cruz Vermelha (CICV), na condição de que seja internacional, não armada
e que passe pelos postos de fronteira controlados por Kiev.
Em Lugansk, reduto separatista onde a imprensa não pode
entrar, as autoridades denunciam uma situação crítica ante a falta de
luz, água e rede telefônica há uma semana.
Depois de quatro meses de conflito, que deixou mais de
1.300 mortos a ofensiva ucraniana se concentra nos redutos rebeldes, com
o objetivo de bloquear a fronteira com a Rússia por onde, segundo Kiev,
transitam armas e soldados.
Um incêndio de grandes proporções atinge o depósito João Emílio Leiloeiro, localizado no Mercado São Sebastião, Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro,
próximo à entrada da cidade pela Av. Brasil. O local seria um depósito
particular de carros e, por enquanto, não há informações sobre vítimas.
Bombeiros já chegaram ao local do incêndio, que ocorre nas proximidades do Aeroporto Internacional
Tom Jobim (Galeão). Chamas intensas e explosões foram relatadas no
depósito, resultando em fumaça alta e escura. A fumaça não interferiu,
até o momento, no pouso e decolagem dos aviões.
A
orientações é para se manter longe do local, porque a fumaça pode ser
prejudicial para a saúde. Usuários de redes sociais que passam pelo
local publicam fotos do incêndio. Incêndio de grandes proporções pode ser visto de longe
O movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, garantiu
hoje (9) que não fará "nenhuma concessão" a Israel, no momento em que
prosseguem as hostilidades na região.
"Não vai haver nenhum
retrocesso. A resistência vai continuar em todas as suas forças. Não
vamos fazer nenhuma concessão sobre as exigências do nosso povo", disse,
em comunicado, Fawzi Barhoum, porta-voz do movimento.
O conflito,
que já dura um mês, reacendeu-se depois de os mediadores terem tentado
sem sucesso prolongar o cessar-fogo que terminou nessa sexta-feira (8)
de manhã. Israel acusou o Hamas de romper o acordo.
Desde 8 de julho, os combates entre Israel e o Hamas mataram pelo menos 1.900 palestinos e 67 israelenses, quase todos soldados.
Representantes
do Egito, que faz a mediação das negociações, reuniram-se ontem à noite
com uma delegação da Palestina e esperam ouvir Israel, depois do
shabbatt, o dia semanal de descanso, que termina ao pôr do sol deste
sábado.
Duas mulheres foram detidas em cumprimento a mandado de prisão
por tentarem enviar drogas para dentro da cadeia em Piracanjuba, no sul
de Goiás. Segundo a Polícia Civil, Isadora Machado Skaf, 18 anos, e
Lélia Martins Pereira, 50 anos, colocaram um aparelho de celular e uma grande porção de maconha dentro de um pacote de pão de forma e um pedaço de queijo muzzarela.
Isadora e Lélia são, respectivamente, companheira e mãe de um detento do presídio da cidade. Segundo
o delegado Vicente de Paulo Silva e Oliveira, após elas esconderem o
celular e a droga, pediram que Adélia Lopes de Oliveira, 72 anos, avó de
outro detento, levasse ao presídio.
A idosa é avó de Cândido Pereira Dias Júnior, que, junto com Rafael Augusto Martins Dias, conhecido
como Mamona, teria encomendado o entorpecente para tráfico dentro do
sistema prisional. Isadora e a sogra teriam convencido a idosa a levar
os alimentos, alegando, para isso, que o pai de Cândido havia pedido o
favor.
Adélia foi flagrada na revista do presídio no dia 17 de julho e afirmou estar fazendo um favor para o genro, pai
de Cândido. As duas foram presas há uma semana. Na ocasião, foram
apreendidos em poder da dupla 13 celulares e maconha. Cândido, Mamona,
Isadora, Lélia e Adélia vão responder por tráfico e associação para o
tráfico.
Aeronaves militares dos Estados Unidos
realizaram um ataque nesta sexta-feira contra artilharia do Estado
Islâmico usada para atacar forças curdas que defendem a cidade de Arbil,
no Iraque, perto de pessoal norte-americano, informou um porta-voz do
Pentágono.
Dois caças F/A-18 lançaram bombas guiadas a laser em uma
unidade de artilharia móvel perto de Arbil, relatou o contra-almirante
John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono, em um comunicado.
O porta-voz do Pentágono afirmou que os rebeldes do Estado
Islâmico vinham utilizando a artilharia para bombardear forças curdas
que protegem Arbil, a capital da região semi-autônoma do Curdistão.
Os EUA têm um consulado e, desde o início da mais recente crise
de segurança iraquiana, em junho, um centro de operações militares
conjuntas na cidade.
“A decisão de atacar foi tomada pelo comandante do Comando
Central dos EUA com autorização concedida pelo comandante em chefe (o
presidente Barack Obama)”, afirmou Kirby.
Ele disse que o ataque ocorreu às 7h45 (horário de Brasília) e,
de acordo com autoridades militares, foi lançado do porta-aviões USS
George H.W. Bush.
Em junho, o Pentágono ordenou que o navio fosse ao Golfo Pérsico em preparação a uma possível ação militar no Iraque.
A ação aconteceu poucas horas depois de Obama autorizar, na
noite de quinta-feira, ataques aéreos no Iraque para proteger cristãos e
evitar “um possível ato de genocídio” de dezenas de milhares de membros
da minoria iraquiana yazidi, que foram expulsos de suas casas e estão
sitiados numa montanha.
Os EUA também começaram a enviar suprimentos de emergência aos refugiados por via aérea.
Os combatentes sunitas do Estado Islâmico, uma dissidência da
Al Qaeda decidida a estabelecer um califado e erradicar os descrentes,
varreu o norte iraquiano desde junho e também está se firmando perto de
Arbil.
Embora Obama insista que os EUA não irão enviar tropas
terrestres novamente ao país, os Estados Unidos desde junho já enviaram
cerca de 700 soldados para proteger pessoal diplomático e instalações e
para avaliar as forças e fraquezas dos militares do Iraque diante do
avanço do Estado Islâmico.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(Otan), Anders Fogh Rasmussen, pediu hoje para que a Rússia retire suas
tropas da fronteira com a Ucrânia.
"A Rússia continua
desestabilizando a Ucrânia" e "apoiando os separatistas", disse, durante
coletiva de imprensa realizada em Kiev. Rasmussen disse estar "muito
preocupado" com a possibilidade de que tropas russas usem "uma força de
paz como desculpa para fazer guerra".
O governo de Moscou
negou nesta quarta-feira, dia 6, que esteja concentrando tropas na
fronteira com a Ucrânia. A emissora norte-americana CNN publicou,
citando um alto funcionário da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(Otan), que a Rússia enviou cerca de 20 mil oficiais à região.
Dezoito pessoas foram presas, em caráter temporário, em
operação deflagrada hoje (6) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado (Gaeco) do Paraná, coordenado pelo Ministério
Público Estadual. Denominada Operação Sucupira, a ação
foi motivada pela suspeita de desvio de dinheiro dos cofres da
prefeitura de São Jerônimo da Serra (PR), por meio de licitações
públicas fraudulentas. Ainda não há estimativa do valor desviado.
Entre os presos na operação estão dois filhos
do prefeito Adir dos Santos Leite (PSDB), dois secretários municipais,
três vereadores e empresários. A Justiça também concedeu 55 mandados de
busca e apreensão e autorizou a quebra do sigilo bancário de 51 pessoas
físicas e jurídicas. Policiais militares e civis estão cumprindo os
mandados na sede da prefeitura e também em empresas e endereços
associados aos investigados em Santa Cecília do Pavão, Maringá, São
Sebastião da Amoreira, Fazenda Rio Grande, Pinhalão, Nova Santa Bárbara,
Mandirituba, além de São Jerônimo da Serra.
Embora
seja suspeito de chefiar o esquema e o Gaeco tenha pedido sua prisão
preventiva, o prefeito Adir Leite não estava entre os procurados pela
polícia, pois a Justiça não havia concedido mandado de prisão contra
ele. Apesar disso, o prefeito acabou detido por porte ilegal de
armamento depois que policiais encontraram três armas ilegais em sua casa – aonde haviam ido para prender seus dois filhos.
Após
cinco meses de investigações, o Gaeco de Londrina (PR) e a Promotoria
de Justiça de São Jerônimo da Serra concluíram que pessoas ligadas à prefeitura
e empresários se uniram para desviar dinheiro público. Segundo o
coordenador do Gaeco, o procurador de Justiça Leonir Batisti, a
prefeitura autorizava o pagamento de despesas injustificadas, como a
compra de combustível e o uso de maquinários, para fins pessoais.
Batisti
também garante que foram encontrados indícios de que o Poder Executivo
superfaturava contratos de serviços que eram terceirizados e realizados
por valores bem abaixo do valor empenhado pela prefeitura. Para isso, as
licitações eram forjadas a fim de beneficiar empresários que
participavam do esquema. Além disso, os promotores também suspeitam que a
prefeitura pagava com dinheiro público o apoio de vereadores aos seus
projetos.
“Não temos dúvida quanto ao superfaturamento. Os
serviços contratados poderiam ser feitos por preços bem abaixo dos pagos
pela prefeitura”, afirmou Batisti à Agência Brasil. “Vamos
terminar de cumprir os mandados de busca e apreensão, recolher
documentos, computadores e outros objetos presumivelmente associados à
fraude, ouvir os investigados, analisar os dados obtidos com a quebra
dos sigilos bancários e identificar o papel desempenhado pelos
participantes do esquema para então denunciar os que estiverem
envolvidos”, disse Batisti. Os investigados podem responder pelos crimes
de peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, fraude à
licitação e organização criminosa.
A reportagem entrou em contato
com a prefeitura de São Jerônimo da Serra, mas não conseguiu conversar
com nenhum de seus representantes. Responsável por investigar e combater
o crime organizado, o Gaeco é formado por representantes do Ministério
Público, Polícia Civil e Polícia Militar e, no Paraná, pela Secretaria
de Fazenda. Vinculado diretamente ao Procurador-Geral de Justiça do
Paraná, o órgão goza de autonomia institucional.
Uma idosa morreu hoje (6) pela manhã durante uma operação de policiais
militares do Batalhão de Irajá, nas comunidades da Pedreira e da
Quitanda, no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, subúrbio do Rio. A
Polícia Militar confirmou a morte de Maria de Lourdes Correia do
Nascimento, de 68 anos. Um ônibus foi tomado pelos moradores e
estacionado na Avenida Professor Bernardino, um dos acessos ao Chapadão.
Os moradores revoltados depredaram parcialmente o veículo e atearam
fogo em lixo e pedaços de pau, bloqueando a via. A PM já desbloqueou a
avenida.
Por medida de segurança, devido a operação no Chapadão, 14 unidades
escolares não abriram as portas pela manhã e cerca de 4,6 mil alunos da
rede municipal de educação ficaram sem aula. Seis escolas municipais,
quatro creches e quatro Espaços de Desenvolvimento Infantil deixaram de
funcionar.
De acordo com o comandante do 41° Batalhão da Polícia Militar (BPM) de
Irajá, a operação foi para cumprir um mandado de prisão. Os policiais
alegam que foram recebidos com muitos tiros. Para reforçar a ação, foram
chamados militares 9° BPM de Rocha Miranda e do 14° BPM de Bangu, além
de um blindado que está na área. O veículo blindado foi intensamente
alvejado nos pneus e radiador e se encontra na comunidade. A operação
ainda está em andamento.
No dia 25 de junho passado, em outra operação do Batalhão da PM de
Irajá, o menino Luiz Felipe Rangel de Melo, de 3 anos, morreu vítima de
uma bala perdida enquanto dormia em casa, no Morro da Quitanda. Ele foi
enterrado no Cemitério de Irajá, sob pedidos de justiça e paz na
comunidade.
A bala que atingiu o menino foi disparada durante tiroteio entre
policiais do 41º Batalhão da Polícia Militar e criminosos da comunidade.
A perícia foi feita no local, e a Polícia Civil apreendeu 15 armas dos
policiais que participaram da operação.
Município do Rio de Janeiro segue na liderança, concentrando 541 das queixas registradas.
Durante o mês de julho deste ano, o sistema e-Denúncia
do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) registrou 781
reclamações. O sistema é responsável pelas denúncias de casos de
propaganda eleitoral irregular. O número foi praticamente o dobro do
registrado no mês de junho, quando foram registradas 394 denúncias.
Entre as irregularidades denunciadas, 454 eram
relacionadas a propaganda em vias públicas, com faixas, cartazes e
panfletos. Outras 184 citavam propaganda feita por telefone, 134 pela
internet, cinco pelo rádio e quatro pela televisão.
Em todo o Estado, o município do Rio de Janeiro segue na
liderança, concentrando 541 das queixas. Em seguida, encontram-se o
município de Duque de Caxias, com 38 registros, e Mesquita, com 28
reclamações registradas.
Desde o início do ano, o sistema estadual já recebeu
2095 reclamações de propaganda eleitoral irregular, segundo dados
divulgados pelo TRE-RJ nesta quarta-feira.
As reclamações podem ser feitas pelo formulário do site do e-Denúncia
ou pelo Disque-Denúncia. Todas as queixas são redirecionadas
automaticamente para a coordenadoria de fiscalização da propaganda
eleitoral do TRE-RJ.
Polícia investiga quem são os outros dois PMs envolvidos na denúncia.
Quatro policiais militares (PMs) - Gabriel Machado
Mantuano, Renato Ferreira Leite, Wellington de Cássio Costa Fonseca e
Anderson Farias da Silva - da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do
Jacarezinho, no Rio de Janeiro, foram presos por suspeita de estuprar
três mulheres na madrugada de terça-feira. O delegado Niandro Lima
informou que as investigações prosseguem para identificar outros dois
policiais militares envolvidos no crime de violência sexual.
De acordo com a Polícia Civil, os quatro foram presos em
flagrante na noite de terça-feira por agentes da 25ª Delegacia de
Polícia (Engenho Novo), após as vítimas terem procurado a delegacia.
Elas prestaram depoimento e fizeram exame de corpo de delito no
Instituto Médico Legal.
A casa, indicada pelas mulheres, onde teria ocorrido o
crime passou por perícia e foi recolhido material genético para exame de
DNA. Durante todo dia de ontem, cerca de 60 policiais militares que
estavam de plantão na UPP do Jacarezinho na madrugada foram apresentados
na 25ª DP pela Delegacia de Policia Judiciária Militar (DPJM).
Divididos em grupos, eles foram submetidos ao reconhecimento pelas três
mulheres e também por testemunhas.
Segundo a polícia, os quatro soldados presos em
flagrante foram reconhecidos pelas vítimas e testemunhas. Eles vão
responder pelo artigo 232 do Codigo Penal Militar (constranger mulher a
conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça), além de abuso de
autoridade. O PM Anderson Farias da Silva também foi indiciado pelo
crime de roubo do celular de uma das mulheres.
No início da manhã, o Terra noticiou
que seis PMs haviam sido presos pelo crime, segundo informações do Bom
Dia Brasil. Dado que foi posteriormente corrigido pela assessoria da
Polícia Civil. Outros dois suspeitos ainda são investigados.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, disse (5) que não compete ao governo explicar as denúncias
sobre a antecipação da lista de perguntas que seriam feitas a diretores
da Petrobras durante depoimentos na comissão parlamentar de inquérito
(CPI) do Senado que investiga denúncias de irregularidades na estatal.
Carvalho
disse que os senadores da oposição não foram impedidos de questionar os
diretores e que “têm de prestar contas ao povo” pelas perguntas que não
fizeram.
“O grave teria sido se houvesse alguma obstrução
a eventuais perguntas que a oposição poderia ter formulado. Se a
oposição tivesse sido tolhida no seu exercício
de fazer perguntas e investigar a Petrobras, aí sim a democracia
poderia ter sido prejudicada”, disse o ministro, que concordou com a
presidenta Dilma Rousseff na avaliação de que compete ao Congresso
Nacional dar explicações sobre o assunto.
O presidente da
CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), pediu que a Polícia Federal apute
as denúncias e solicitou abertura de sindicância interna.
Para
Carvalho, não houve restrição ao questionamento de nenhum parlamentar
durante os depoimentos. “Só haveria farsa se houvesse a impossibilidade
de qualquer senador fazer qualquer pergunta que quisesse. Tem que se
perguntar à oposição porque ela deixou de fazer as perguntas que acha
que deviam ter sido feitas”, avaliou.
Quando João Paulo de Oliveira foi
demitido em 1980 pela Rapistan, um fabricante de esteiras
transportadoras com sede em Michigan, nos Estados Unidos, seus problemas
estavam apenas começando.
Nos anos seguintes, a ditadura militar no Brasil prendeu ou
deteve Oliveira por cerca de 10 vezes. Carros de polícia passavam por
sua casa nos subúrbios industriais de São Paulo, disse ele, e os
oficiais faziam gestos intimidadores ou apontavam armas em sua direção.
O crime aparente de Oliveira: ser um sindicalista durante
uma época em que os militares consideravam greves como subversão
comunista.
"Eu costumava brincar que a minha casa era a mais segura
no bairro com tanta polícia por perto", disse Oliveira, hoje com 63
anos. "Mas era difícil, realmente assustador, como uma tortura
psicológica."
Pior, disse ele, outras fabricantes locais se recusaram a
contratá-lo por muitos anos depois, vagamente citando seu passado.
Outros colegas tiveram o mesmo destino. "Nós sempre suspeitamos que as
empresas estavam passando informações sobre nós para a polícia",
afirmou. "Mas nunca soubemos com certeza."
Evidências recentemente descobertas sugerem que as suspeitas de Oliveira eram bem fundamentadas.
Uma comissão apontada pelo governo para investigar abusos
durante a ditadura no Brasil de 1964 a 1985 encontrou documentos que diz
mostrarem que a Rapistan e outras empresas secretamente ajudaram os
militares a identificar suspeitos "subversivos" e ativistas sindicais em
suas folhas de pagamento.
Empresas estrangeiras e brasileiras são citadas nos
documentos, incluindo algumas das maiores montadoras do mundo:
Volkswagen, Ford, Toyota e Mercedes-Benz, unidade da Daimler, entre
outras.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) ainda tem que
publicar as suas conclusões, e as empresas não foram até aqui acusadas
de qualquer crime. Está em debate se elas colaboraram com a ditadura e
se sim, em que medida. No entanto, defensores dos direitos humanos e
alguns dos trabalhadores citados nos documentos dizem que podem mover
ações cíveis ou legais como resultado das conclusões da comissão.
Alguns trabalhadores querem que as empresas paguem
reparações por salários perdidos. Outros, incluindo aqueles que duvidam
que o relatório da CNV será conclusivo o suficiente para um caso nos
tribunais, dizem que ficariam satisfeitos com um pedido de desculpas.
A CNV foi instituída em 2012 pela presidente Dilma
Rousseff, ela própria uma ex-militante de esquerda que foi presa e
torturada por militares na década dos anos 1970.
A comissão tem a tarefa de lançar nova luz sobre os abusos
cometidos durante essa época, e quem foram os responsáveis por isso. A
ditadura apoiada pelos Estados Unidos matou cerca de 300 pessoas, e
torturou ou prendeu milhares mais, como parte do que o regime via como
uma luta para parar o esforço de esquerdistas de transformar o Brasil em
uma versão muito maior da Cuba de Fidel Castro.
Dilma, que está concorrendo à reeleição em outubro,
expressou a esperança de que um registro histórico mais completo ajudará
a garantir que o Brasil, agora uma democracia próspera e um crescente
poder econômico, nunca repita erros daquela época.
As empresas, em geral, se beneficiaram das políticas
conservadoras da ditadura. Acadêmicos há muito acreditam que as empresas
locais e multinacionais ajudaram o regime a identificar os funcionários
que estavam fomentando conflitos trabalhistas ou representavam uma
suposta ameaça à estabilidade.
Agora, os investigadores da comissão descobriram
evidências que acreditam comprovar tal relação. A CNV planeja incluir as
alegações no seu relatório oficial, previsto para sair em dezembro.
Seus membros permitiram que à Reuters tivesse acesso a documentos com
evidências sobre as empresas à medida que a investigação se aproxima do
fim.
"LISTA NEGRA"
Os documentos não fornecem um registro completo da
repressão do Estado durante a ditadura. Alguns jornais da época foram
queimados pelos militares ou desapareceram; alguns foram encontrados no
ano passado nas casas de ex-oficiais depois que eles morreram; outros
estão espalhados em arquivos do Estado.
A descoberta mais valorizada da Comissão até aqui é um
documento encontrado nos arquivos do governo do Estado de São Paulo que
investigadores chamam informalmente de "lista negra".
A lista datilografada contém os nomes e endereços
residenciais de cerca de 460 trabalhadores de 63 empresas do ABC
paulista, que às vezes é chamado de "Detroit do Brasil" por ter muitas
montadoras estrangeiras baseadas na região.
A lista, que data de início de 1980, foi elaborada pelo
Departamento de Ordem Política e Social (Dops), uma agência de
inteligência da polícia que existia principalmente para monitorar e
reprimir os esquerdistas. Historiadores dizem que o Dops deteve um
número indeterminado de pessoas, incluindo a presidente Dilma, e
torturou muitas delas.
A Volkswagen é a empresa que tem mais funcionários na lista do Dops, com 73. A Mercedes-Benz aparece em seguida, com 52.
O documento não diz para qual finalidade o Dops usou a
lista, ou quais critérios foram usados para selecionar os nomes. O
documento também não indica como o Dops obteve as informações.
A advogada Rosa Cardoso, que lidera a subcomissão da CNV que
investiga supostos abusos contra trabalhadores, disse que a lista parece
ter sido usada para monitorar ativistas sindicais num momento em que os
sindicatos da Grande São Paulo foram se tornando mais assertivos em
suas demandas por melhores salários e condições de trabalho.
A lista, ou alguma versão dela, também pode ter sido
distribuída a empresas para impedir os trabalhadores de conseguir
emprego em outro lugar após serem demitidos, disse ela, com base em
entrevistas que a comissão realizou.
O documento inclui informações que, segundo Rosa, só podem
ter sido fornecidas pelas empresas. Mais da metade dos nomes na lista
têm o setor da fábrica onde os funcionários trabalhavam. Esse dado,
escrito à mão ao lado dos nomes dos empregados, é altamente específico,
denotando a função do departamento ("Manutenção") ou sua nomenclatura
interna ("Setor 4530").
"É uma prova de que essas empresas conspiraram para reprimir os seus trabalhadores", disse Rosa.
Alguns estudiosos alertam que é possível que as
informações sobre os trabalhadores tenham sido obtidas por outros meios
--por exemplo, através de informantes dentro dos sindicatos ou pelo
próprio Dops. Questionado sobre as explicações alternativas, Rosa disse:
"Não com esse detalhe".
Alguns documentos descobertos pela comissão indicam mais claramente que as empresas passaram informações para os militares.
Investigadores encontraram uma carta de duas páginas da
polícia civil de São Paulo para o Dops, datada de 9 de março de 1981,
sobre David Rumel, então um médico para o sindicato dos metalúrgicos.
A carta inclui data de nascimento e endereço residencial
do Rumel, mas é mais concentrada em seu passado esquerdista. A carta
observa que ele ingressou no Partido Comunista Brasileiro, como
estudante, em 1971, e foi preso por cinco meses entre 1975 e 1976.
Na carta, a polícia diz que a informação foi "recolhida pelo serviço de segurança Volkswagen do Brasil".
O nome de Rumel não aparece na "lista negra". Os esforços para encontrá-lo foram infrutíferos.
Em resposta a perguntas detalhadas da Reuters sobre se
forneceu tais informações aos militares, a Volkswagen do Brasil disse
que ainda não foi contactada pela CNV. No entanto, em um desenvolvimento
que pode ser o primeiro do tipo no Brasil, a Volkswagen informou que
vai iniciar a sua própria investigação.
"Sem o conhecimento dos documentos concretos, não somos
capazes de dar respostas a todas as suas perguntas", disse o porta-voz
da Volkswagen Renato Acciarto via e-mail. "Mas a Volkswagen vai
investigar todas as indicações para obter mais informações sobre a
empresa e as instituições do Estado durante o período (do regime)
militar."
"A Volkswagen lançará luz sobre esse assunto para obter pleno conhecimento (do que aconteceu)", escreveu ele.
A porta-voz do Dematic Group, com sede em Luxemburgo e que
agora controla a Rapistan, Cheryl Falk, disse que a empresa "não tem
documentação ou registros" em relação aos empregados em sua unidade
brasileira em 1980.
"Valorizamos nossos funcionários e respeitamos sua
privacidade, e não iríamos tolerar a conduta alegada (pela comissão da
verdade)", acrescentou ela.
A assessoria de imprensa da Mercedes-Benz no Brasil disse que a
empresa "não confirma" que deu informações aos militares, e disse que
"tem entre seus valores ser apartidária e zelar pela confidencialidade
dos dados cadastrais de seus empregados".
A Ford se recusou a comentar. A Toyota e a Fiat, que agora
é dona da Chrysler, disseram não ter registros de possíveis abusos
durante aquela época. "Gostaríamos de lembrar que estamos nos referindo a
um período passado há mais de 30 anos", disse o Departamento de
Relações Públicas da Toyota do Brasil.
TORNEIRO MECÂNICO NA LISTA
A Reuters entrevistou 10 pessoas cujos nomes apareceram na
"lista negra". A maioria relatou ter sido despedida pelas empresas no
início dos anos 1980, na época que o documento apareceu. Alguns disseram
que foram presos pelo menos uma vez, às vezes em piquetes. A maioria
relatou problemas para encontrar trabalho mais tarde.
Nenhum dos trabalhadores disse ter enfrentado tortura ou
prisão prolongada nos anos após o surgimento da lista. Isso condiz com
relatos de historiadores de que as táticas mais duras dos militares
cessaram em grande parte em meados da década dos anos 1970, com grupos
guerrilheiros armados diminuindo em número e generais mais moderados
ganhando influência.
Manoel Boni, de 59 anos, disse que foi demitido pela
Mercedes-Benz depois de participar de uma greve em 1980. Nos anos que se
seguiram, ele aplicou repetidamente para cargos como torneiro mecânico
em outras montadoras fora de São Paulo, incluindo algumas fábricas que
tinham vagas disponíveis para essa função.
As empresas se recusaram a contratá-lo. Boni disse que
dependeu por longos períodos de ajuda da igreja ou da assistência de
amigos. Ele finalmente encontrou trabalho em uma pequena fábrica perto
do centro de São Paulo.
Quando viu a lista a qual a Reuters teve acesso pela primeira vez, Boni disse: "Meu Deus, meu Deus".
"Setor 381", disse ele, lendo em voz alta a anotação
manuscrita ao lado de seu nome. "Sim, isso era a inspeção de qualidade,
onde eu trabalhava."
Ele ficou em silêncio por um longo período, lendo outros
nomes no documento. "Muitas coisas fazem sentido agora", disse ele,
finalmente.
Keiji Kanashiro, 70, foi assessor econômico para a
Mercedes-Bens antes de perder o emprego em 1980. Nos anos seguintes, ele
disse que muitas vezes enviou 20 currículos por semana, sem sucesso.
Uma vez, Kanashiro disse que se reuniu com um representante
de recursos humanos de uma outra grande montadora estrangeira na Grande
São Paulo. "Ele me disse: 'Você está em uma lista, e você nunca mais
vai trabalhar no setor privado de novo'", afirmou Kanashiro.
Nem todos na lista tiveram essas experiências ruins. Geovaldo
Gomes dos Santos, que trabalhou na prevenção de acidentes para a
Volkswagen, disse que sentiu como se seus chefes estivessem tentando
empurrá-lo para fora da empresa no início dos anos 1980. Ele continuou
no trabalho mesmo assim e, finalmente, se aposentou em 2003.
De todo modo, ele tem lembranças vívidas dos anos duros.
"Se você apoiou o sindicato, eles trataram você como um inseto", disse.
"Eu gostaria de ver alguma justiça pelo que aconteceu com os outros."
LEI DE ANISTIA COMPLICA AS COISAS
A grande questão que paira sobre o trabalho da comissão da verdade é qual tipo de justiça é possível de ser feita.
Diferentemente de alguns outros países na América do Sul
que passaram por ditaduras durante a Guerra Fria, o Brasil nunca tinha
visto um esforço assim para investigar abusos graves.
Isso é em parte porque o regime militar do Brasil matou
muito menos pessoas do que seus pares regionais. A ditadura na Argentina
entre 1976 e 1983 matou até 30 mil pessoas-- cerca de 100 vezes o
número de mortes no Brasil, em um país com cerca de um quinto da
população brasileira. O regime militar do Brasil também foi capaz de
negociar uma anistia abrangente para proteger os seus líderes da
acusação antes de entregar o poder de volta aos civis em 1985.
Como resultado, alguns juristas são cautelosos sobre as chances de processos judiciais bem-sucedidos.
"Em tese, se uma empresa contribuiu ou se beneficiou da
violação de direitos humanos, ela pode ser responsabilizada", disse o
procurador regional da República e especialista em direito internacional
de direitos humanos, Marlon Weichert. O Ministério Público é um órgão
que poderia iniciar ações judiciais com base em conclusões da CNV.
Ciente do trabalho da comissão da verdade até o momento,
Weichert disse por e-mail que os resultados são importantes, mas
ressaltou que ele precisa ver a prova completa antes de dizer se e como
um processo contra as empresas poderia ser fundamentado.
No ano passado, o Ministério Público da Argentina
apresentou acusações criminais contra três ex-executivos da Ford, que
supostamente deram nomes, endereços e imagens de trabalhadores para as
forças de segurança do país durante a ditadura. Alguns desses
trabalhadores foram presos e torturados. Os três homens negam as
acusações e se declararam inocentes. O caso ainda está fazendo seu
caminho nas instâncias da Justiça argentina.
No Brasil, a comissão da verdade pode convocar ou convidar
as empresas que aparecem com mais frequência na "lista negra" para dar a
sua versão da história nas próximas semanas, disse Sebastião Neto, que
está supervisionando a investigação sobre as companhias.
"VOCÊ TEM QUE PROVAR ISSO"
Augusto Portugal, um ex-funcionário da Rolls-Royce que está
na lista, está esperando por indenizações das empresas. Mas ele teme
que se a comissão solicitar seu testemunho com base em provas
inconclusivas, isso poderia fazer com que as empresas se escondam atrás
de uma muralha de advogados.
Portugal já entrevistou cerca de 30 pessoas na lista ao
escrever uma tese de pós-graduação sobre o tema, e diz que não é
completamente claro de onde a informação veio. "É óbvio que as empresas
colaboraram (com os militares)", disse ele. "Mas você tem que provar
isso."
Também não está claro quão ativamente Dilma, apesar de seu
passado, apoiaria qualquer esforço de acusação. Alguns em seu partido
queriam incluir um apoio para uma "revisão" da lei de anistia de 1979 em
seu programa de governo para a reeleição. Mas a proposta encontrou
resistência por parte de alguns de seus assessores, que se preocupam com
o fato de ela já ter muito trabalho com uma economia estagnada e uma
popularidade em queda.
Outros dizem que a atenção pública dada à comissão da
verdade tem sido a sua própria recompensa, por despertar um debate mais
amplo na sociedade sobre os crimes da época da ditadura.
O jornal O Globo, que defendeu o regime militar, publicou
um editorial no ano passado dizendo "que o apoio foi um erro" --o que
levou a especulações de que outras empresas possam seguir o mesmo
caminho em breve.
Enquanto isso, alguns na lista se confortam por acreditar que no fim venceram.
A agitação sindical nas montadoras instaladas na Grande São
Paulo acabou se espalhando, enfraquecendo as forças armadas e levando a
uma transição para a democracia em 1985. Do movimento sindical
encorajado nasceu um novo partido político: o Partido dos Trabalhadores
(PT).
Um de seus fundadores, o ex-líder sindical Luiz Inácio Lula
da Silva, tornou-se presidente do Brasil em 2003. Dilma também é
integrante do PT, e o Brasil agora tem algumas das leis trabalhistas
mais generosos do mundo.
"Lula sempre nos disse que, para realmente vencer em nossa
batalha, tínhamos necessidade de fundar um partido e tentar mudar a
sociedade", disse Kanashiro, o ex-empregado da Mercedes-Benz na lista,
que agora é do PT em Brasília . "Nunca pensei que isso iria acontecer
tão rápido. Mas isso não muda o fato de que nós queremos justiça para
esses abusos."