O candidato a governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR) disse, nesta quinta-feira, que o Estado
do Rio de Janeiro vive “seu pior momento da história financeira”. O
motivo seria a contração de dívidas elevadas, que teriam tido, segundo
Garotinho, a permissão do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para
serem feitas. “Não poderia ser permitido, mas foi. O governo Sérgio
Cabral/Pezão (2006-2014) aniquilou as finanças públicas”, declarou a uma
plateia de empresários que lotou o prédio da Associação Comercial do
Rio.
No mesmo encontro, o ex-governador anunciou que
deve se encontrar com Dilma, no Rio, já na próxima semana. Disse que
havia um emissário da presidente na cidade
com quem se encontraria após a reunião, mas fez mistério em torno dos
precursores com quem irá fechar a agenda. A visita seria em substituição
à que aconteceria na semana passada, com a ida da presidente a um
Restaurante Popular ao lado de Garotinho, adiada em função da morte do
ex- presidenciável Eduardo Campos.
Aos jornalistas,
questionado se o governo petista havia sido conivente com o suposto
endividamento do Estado, o concorrente adotou um discurso mais brando,
mas se manteve no ataque. “Abriu-se a porteira demais. Antigamente era
vedado ao Estado pegar qualquer dinheiro em bancos nacionais ou
internacionais sem uma prévia análise da Secretaria do Tesouro Nacional.
Agora o governo só dá um ‘autorizo’”. Segundo o candidato, a
permissividade que levou ao endividamento começou com a saída do
ex-ministro Antonio Palocci do cargo, em 2011, já no governo Dilma.
Ação na justiça
No
seu estilo de franco-atirador, Garotinho disse que irá responsabilizar
judicialmente o Estado (governo Cabral) pela forma que encontrará o
Estado, caso eleito. “Vamos recuperar as finanças públicas, renegociar
dívidas e reestruturar prazos”. E seguiu nas críticas: “O que foi feito
(endividamento) foi uma irresponsabilidade fiscal.”
Segundo
Garotinho, sua relação com o governo federal, caso eleito, será cordial,
independente do resultado das urnas. Na conversa com os jornalistas,
mesmo não querendo avaliar a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa
como presidenciável, diz que tem bom relacionamento com a concorrente.
“Minha candidata é a Dilma. Eu me dou muito bem com ela, assim como me
dou bem com a Marina...”
Garotinho ironizou a relação entre o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o ex-governador Cabral e o atual,
Pezão. “Uma coisa é relacionamento, outra é submissão e
puxa-‘saquismo’. Um diz ‘sim’, e outro diz ‘sim senhor’. Tenho certeza
de que se fosse consultado o Eduardo Paes diria para o Sérgio Cabral:
não vá a Paris todo final de semana, fazer farra”.
O
candidato do PR não quis responder a um repórter quando foi
insistentemente questionado se havia ficado satisfeito com o apoio
declarado que acaba de receber do ex-chefe da Polícia Civil em seu
governo, Álvaro Lins. “Tem que perguntar a ele, tem que perguntar a
ele”, restringiu-se a responder seguidas vezes. Em 2010, Lins foi
condenado pela Justiça Federal a 28 de prisão por corrupção e formação
de quadrilha envolvido em ligações com a máfia das máquinas
caça-níqueis.
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