Em uma disputa acirrada, o deputado Leonardo Picciani (MG) foi eleito o novo líder
do PMDB na Câmara dos Deputados, em substituição a Eduardo Cunha (RJ),
que derrotou o petista Arlindo Chinaglia (SP) na disputa pela
presidência da Casa. Picciani derrotou o deputado Lúcio Vieira Lima
(PMDB-BA) por um voto. Foram 34 votos favoráveis ao novo líder contra 33
para Vieira Lima.
Picciani comandará um dos
principais aliados do governo federal, com a segunda maior bancada da
Câmara. No discurso, o deputado destacou a unidade partidária e o respeito
às decisões coletivas. Ele minimizou o resultado apertado dizendo que o
partido tem tradição em disputas. “A partir desse momento não existem
aqueles que votaram no Lúcio [Vieira Lima] ou em mim”.
Sobre a relação da bancada do PMDB com o governo, Picciani afirmou que a princípio é da base
governista mas caberá a bancada definir “a medida exata” do apoio.
“Temos na figura do vice-presidente Michel Temer a presença no próprio
governo. O PMDB sempre foi garantidor da governabilidade e tem
consciência dessa responsabilidade. Agora, a medida exata da postura da
bancada, só a bancada pode falar e não ouvimos ainda a bancada para
falar desse relacionamento”, ressaltou.
O novo líder
peemedebista disse estar aberto ao diálogo para minimizar o clima de
desconforto do partido com o governo e que conversará com os líderes da
base aliada na Casa, além dos ministros da presidenta Dilma responsáveis
pela articulação política, entre eles o ministro das Relações
Institucionais, Pepe Vargas.
Entre as prioridades do partido estão as recém-criadas Comissão Especial
sobre a Reforma Política e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras. A respeito da CPI, ele afirmou que vai consultar
informalmente os deputados para definir se o partido ficará com a
presidência ou relatoria da CPI, assinalando que o candidato derrotado,
Lúcio Vieira Lima deve ser indicado para ocupar um dos cargos.
No
que diz respeito a postura do PMDB na CPI, Picciani disse que será de
investigação total e que o partido não trabalharia para esvaziar a
comissão para evitar a investigação de parlamentares envolvidos com o
esquema de corrupção na Petrobras, deflagrado pela Operação Lava Jato.
“Cada um terá que responder por suas atitudes”, disse Piccinani. “Eu
tenho certeza de que o PMDB não tem nenhuma atuação partidária, relativa
a Petrobras ou a Lava Jato”, acrescentou.
O novo líder do PMDB
disse que a bancada agirá afinada com as lideranças do partido, entre
elas os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan
Calheiros (AL), além do vice-presidente, Michel Temer e o líder do
partido no Senado, Eunício Oliveira (CE). A primeira reunião da bancada
acontecerá no dia 24, após o Carnaval. Por decisão do PMDB, haverá um
rodízio anual na liderança.
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