Conflitos deixam 34 milhões de crianças e adolescentes fora das escolas no mundo
De acordo com relatório da Unesco divulgado nesta segunda, serão necessários 2,3 milhões de dólares para a educação.
A
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO), revelou nesta segunda-feira (29) que 34 milhões de crianças e
adolescentes não frequentam a escola em países afetados por conflitos,
adiantando que são necessários 2,3 milhões de dólares (2 milhões de
euros) para a educação. Os dados integram um novo texto, divulgado hoje
do relatório de acompanhamento da iniciativa Educação para Todos (EPT)
da UNESCO. Brasil: Rio terá mediadores de conflito nas escolas
AP
Dois dias de ataques do Estado Islâmico em Kobane, na Síria, deixaram mais de 200 mortos (Arquivo)
O último relatório sobre a EPT, divulgado em
abril, mostrava que apenas um terço dos 164 países que há 15 anos
lançaram a iniciativa atingiram os objetivos fixados e identificava os
conflitos como um dos maiores obstáculos ao progresso.
O
novo texto indica que “as crianças em países afetados por conflitos têm
mais probabilidades de estarem fora da escola que as dos países não
afetados,” enquanto para os adolescentes a probabilidade é dois terços
maior.
A organização das Nações Unidas refere que uma das
“principais razões” para o problema “é a falta de financiamento”. “Em
2014, a educação recebeu apenas 2% de ajuda humanitária.”
Os 2,3
milhões de dólares que a UNESCO considera necessários para fazer
regressar à escola as 34 milhões de crianças e adolescentes nos países
em conflito correspondem a dez vezes o valor da ajuda disponibilizada
para a educação atualmente.
A agência da ONU explica que “mais de
metade da ajuda humanitária disponível para educação foi atribuída a
apenas 15 dos 342 pedidos feitos entre 2000 e 2014”.
Em 2013,
foram identificados nos países em conflitos necessidades de apoio na
área de educação as 21 milhões de pessoas. No entanto, apenas 8 milhões
foram incluídas nos apelos e destes só 3 milhões receberam ajuda.
“Voltar
à escola pode ser a única centelha de esperança e de normalidade para
muitas crianças e jovens em países mergulhados em crises”, acrescenta a
diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, citada no comunicado.
Cerca de 58 milhões de menores estão fora da escola em todo o mundo e 100 milhões não conseguem completar o ensino primário.
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