A CPI realizou hoje (15) uma acareação entre dois ex-funcionários do escritório de advocacia de José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf: Gegliane Bessa, ex-assistente administrativo, e Hugo Borges, responsável por diversas funções, entre elas a de motorista.
Gegliane Bessa confirmou que realizou pagamentos em espécie para Juliano Nardes. O sobrinho do ministro do TCU teria, inclusive, reclamado de que "estaria faltando" dinheiro em um dos repasses, segundo contou a ex-funcionária do escritório de advocacia.
Segundo Vanessa Grazziotin, a comissão tem em seus arquivos uma planilha indicando que, apenas em 2010, os repasses do escritório de advocacia para Juliano Nardes representam cerca de R$ 1 milhão. Nas anotações, também aparece a expressão "tio", que Gegliane não soube informar a que contexto se referia.
A ex-funcionária garantiu não ter tido acesso a nenhum contrato de Juliano Nardes com o escritório e não indicou que tipo de serviço ele prestaria.
Vanessa observou que Augusto Nardes era o "real proprietário" da empresa Planalto Soluções, depois repassada a seu sobrinho. Ela disse achar "muito estranho" que quantias vultosas tenham sido pagas a Juliano Nardes em espécie, considerando-se a possibilidade de haver um contrato formal de prestação de serviços.
Para Ataídes Oliveira, tanto Gegliane Bessa quanto Hugo Borges foram "usados pela quadrilha que comandava o escritório de advocacia".
Os ex-funcionários confirmaram ainda que houve o pagamento em espécie para outros ex-conselheiros do Carf dentro do escritório de advocacia.
Hugo Borges disse também que muitos processos eram decididos na sala de José Ricardo da Silva. Depois, segundo ele, toda a papelada era levada ao Carf apenas para a votação final.
Os dois ex-funcionários disseram que os ex-ministros Erenice Guerra (Casa Civil) e Silas Rondeau (Minas e Energia) frequentaram o escritório durante um certo período e se reuniram com José Ricardo da Silva, "mas depois sumiram".
Nenhum comentário:
Postar um comentário