A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou nesta
quarta-feira, 26, ter recebido o pedido de demissão do diretor do Centro
de Progressão Penitenciária (CPP) de Brasília, Afonso Emílio Alvares
Dourado. A exoneração foi oficializada após o Ministério Público do DF
pedir a apuração de supostas regalias concedidas ao ex-tesoureiro do PT,
Delúbio Soares, que cumpre pena na unidade há cerca de um mês.
O vice-diretor do CPP, Emerson Bernardes, também deixou o cargo, dias
atrás, supostamente por não concordar com o tratamento diferenciado ao
petista. Conforme reportagens da revista "Veja" e do jornal "O Globo",
os dois dirigentes caíram após o vice-diretor mandar Delúbio raspar a
barba. Ele teria direito a outras regalias, como cardápio diferenciado,
que inclui feijoada, e visitas fora do horário. Também teria sido motivo
de embate com a cúpula da unidade prisional o fato de o carro da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), onde Delúbio trabalha, entrar na
unidade prisional para deixá-lo, após o expediente.
A Secretaria de Segurança Pública informou desconhecer os motivos da
exoneração do diretor. Disse que, no pedido, o diretor solicita o seu
afastamento para voltar a exercer cargo na Polícia Civil, seu órgão de
origem, sem dar detalhes dos motivos. Na manhã desta quarta-feira, 26,
Afonso Emílio, que está no cargo desde 2011, ainda dava expediente no
CPP. Ao jornal O Estado de S.Paulo, ele afirmou que não comentaria os
motivos de sua saída, pois não tem autorização do Governo do DF. No CPP,
a assessoria de imprensa explicou que ele alegou "motivos pessoais".
Diante das suspeitas de tratamento diferenciado, o Ministério Público do
DF requereu na terça-feira, 25, à Vara de Execuções Penais do DF que
cobre providências ao governador Agnelo Queiroz (PT-DF) a respeito. Caso
não haja possibilidade de corrigir eventuais problemas, os promotores
querem que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a transferência
dos presos para presídios federais.
Superfaturamento
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) ouve
nesta quarta-feira, 26, em audiência, o ex-deputado José Borba também
para apurar supostas irregularidades em sua pena. Condenado a 2 anos e 6
meses de cadeia, ele conseguiu trocar a prisão por pena alternativa,
que inclui a compra de material de construção para o Presídio Feminino
do DF. A diretoria do presídio, no entanto, desconfiou que o material
estava superfaturado e pediu apuração do caso. Perícia do Ministério
Público constatou que o preço do tijolo comprado pelo ex-parlamentar é
três vezes o praticado no mercado.
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