O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou hoje (18) a
saída do general Leonardo Barrero do comando das Forças Militares do
país. Ele e quatro generais do alto comando foram afastados pelo
governo. A saída dos generais ocorre dois dias depois da revelação de um
escândalo de corrupção no Exército colombiano.
Santos, no
entanto, disse que o afastamento de Barrero não tem relação com as
denúncias de corrupção, mas que o motivo seria a reação “negativa” e
"grosseira" do general quanto às investigações que o Ministério Público
estava fazendo sobre o caso dos falsos positivos (execuções
extrajudiciais feitas por militares no país).
“Considero oportuno e
necessário esta troca da cúpula militar, ressaltando que o Comandante
Geral das Forças Militares [Barrero] não sai por nenhum ato de
corrupção, senão por umas expressões desrespeitosas que ele usou ao se
referir ao Poder Judiciário”, explicou Santos.
O presidente voltou
a defender que seja feita uma investigação “a fundo” sobre as denúncias
para que a raiz dos problemas de corrupção sejam cortadas “pela raiz”.
A
reportagem da revista colombiana Semana, veiculada nesse domingo,
mostra áudios com conversas de generais e militares que apontam para um
suposto esquema de contratos fraudulentos entre 2012 e 2013 e também
sobre conversas sobre as investigações judiciais sobre os escândalos dos
falsos positivos.
Em gravação entre Barrero e um coronel, o
ex-comandante teria sido grosseiro ao falar da atuação dos promotores
que investigavam os casos dos falsos positivos. “Façam uma máfia para
denunciar os promotores e todas essa palhaçada [investigação dos falsos
positivos]”, revelou a reportagem.
Agora os áudios estão em poder
do Ministério Público para investigação. A revelação das conversas
causou comoção na opinião pública, pelo referência de Barrero às
execuções extrajudiciais, caso sensível à opinião publica. A retirada
foi uma resposta “rápida” do governo Santos, em pleno período eleitoral.
O país terá eleições presidenciais em maio.
Além de Barrero,
foram afastados o major general Manuel Guzmán, segundo comandante do
Exército; o general Fabrício Cabrera, chefe de Aviação do Exército;
brigadeiro general Jaime Reyes e o general Javier Rey, chefe de
Operações do Comando Geral.
A partir de agora o comandante do
Exército, Juan Pablo Rodríguez, assume o Comando Geral das Forças
Militares, no lugar de Barrero.
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