domingo, 22 de junho de 2014
Kerry diz que EUA esperam que Iraque escolha liderança inclusiva
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou em visita
ao Egito neste domingo (22) que os Estados Unidos são favoráveis a que o
povo iraquiano escolha uma liderança preparada para representar toda a
população do país.
Segundo o secretário, os curdos, os sunitas e parcela dos xiitas já
demonstraram insatisfação com os líderes políticos atuais. Citou também o
aiatolá Ali al-Sistani, influente líder espiritual do país, que já deu
declarações sobre a necessidade de se evitar repetir erros do passado no
Iraque.
Porém, Kerry não mencionou nominalmente o atual primeiro-ministro, Nuri
Kamal al-Maliki, em nenhum momento de seu discurso.
O americano reiterou, contudo, que a posição formal de Washington é a de
não interferir na escolha de lideranças em Bagdá.
Kerry fez as declarações em conferência após encontro com o presidente
egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, no Cairo. Ele está no Egito como primeira
parada de um roteiro pelo Oriente Médio, durante o qual espera-se que
ele visite o Iraque. O país está em crise desde que militantes sunitas
tomaram significativas porções de território e armamentos das tropas do
primeiro-ministro xiita al-Maliki.
AJUDA FINANCEIRA
O secretário norte-americano ainda fez um apelo para que países árabes
evitem financiar forças armadas sunitas no que estaria se tornando "uma
guerra supra-fronteiriça entre Iraque e Síria", por acreditar que esses
apoios insuflariam a insurgência iraquiana, que está se espalhando com
rapidez.
Adicionou que o grupo extremista do Estado Islâmico no Iraque e no
Levante (EIIL) tornou-se uma ameaça a todo o Oriente Médio e
possivelmente além.
"Não há margem de segurança para financiar grupos como o EIIL e nós
desencorajamos particularmente indivíduos que possam estar enviando
dinheiro por entidades de caridade ilícitas ou duvidosas, crendo ajudar
no bem-estar de pessoas que foram deslocadas nos conflitos, mas cujo
dinheiro acaba caindo nas mãos de terroristas" disse Kerry.
Oficiais norte-americanos esclareceram que Kerry não estava pedindo o
fim de ajuda financeira para as forças rebeldes moderadas sunitas da
Síria, que lutam há mais de três anos contra o presidente Bashar
al-Assad.
Disseram ser possível que apoio a rebeldes sírios possa terminar nas
mãos de insurgentes iraquianos devido à sobreposição de guerreiros
sunitas nos dois países.
O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, concordou que
é dever apenas dos iraquianos escolherem seus líderes, mas que também
espera que Bagdá crie um governo inclusivo se pretende dirimir a
violência.
Shoukry declarou estar preocupado com as reverberações que a crise no
Iraque causará nos países árabes vizinhos, e afirmou que o Egito está
procurando trabalhar conjuntamente a outros países para ajudar a
população iraquiana.
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