O presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turcinov,
anunciou que fechou parcialmente as suas fronteiras com a Rússia no
leste do país nesta quinta-feira (5). O presidente alega que a medida
é para impedir a entrada de armas e militantes nas cidades
separatistas de Donetsk e Lugansk. A Rússia disse estar indignada com a
decisão de Kiev. "Em vez de abrir estas fronteiras para todos aqueles
que desejam deixar a área das ações militares, estas são fechadas. É
absolutamente ofensivo e inaceitável", declarou Aleksandr Lukashevich,
porta-voz
do ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. Já o
governador da região russa de Rostov do Don, Vasili Golubev declarou
estado de emergência em 15 distritos na fronteira com a Ucrânia em
decorrência do fluxo de refugiados. A cidade registrou a entrada de mais
de 8 mil cidadãos ucranianos nas últimas 24 horas que fugiram das
violências no leste do país, informou o responsável russo para os
direitos das crianças, Pavel Astakhov. O primeiro-ministro russo, Dmitri
Medvedev, acusou as autoridades ucranianas de mentir negando a ausência
de refugiados deixando o leste do país e definiu a situação humanitária
"sem precedentes", informando a chegada de ao menos 3 mil pessoas por
dia em Rostov do Don.
Conflitos
Em Sloviansk, a cidade
separatista no leste da Ucrânia, e outras cidades da região leste perto
de Donetsk, estão sem água depois que um ataque militar do exército
ucraniano danificou uma central elétrica que alimentava o Voda Donbassa
Comapny, o aqueduto que fornece água potável em toda a região. A
informação é da fonte dos separatistas pró-russos, citada pela agência
de notícias russa Itar-Tass. Os moradores dispõem apenas de reservas de
água já armazenadas ou de água mineral vendida nos supermercados. As
localidades de Kramatorsk, Druzhkovka, Konstantinovka, e outros
municípios menores ficaram também sem água. A assessoria de imprensa do
ministério das Situações de Emergência informou que foi organizado um
serviço de caminhões para fornecer água na região. O governo informou
que o fornecimento da água será retomado "depois que acabarem as
hostilidades militares na região".
G7
Medvedev criticou as afirmações do G7, a reunião dos sete países mais industrializados
do mundo (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália
e Japão), que começou ontem (4) em Bruxelas e trata da crise na Ucrânia
e a posição russa no conflito. "O chamado G7 ainda discute as ações
moderadas por parte das tropas ucranianas contra o próprio povo. Não
existem limites sobre o cinismo", disse o primeiro-ministro russo.
Ontem, em esboço da declaração do G7 confirmou a ameaça de novas sanções
contra a Rússia em ocasião da falta d recuo do país na crise ucraniana.
"A anexação ilegal da Crimeia e as ações de desestabilização no leste
da Ucrânia são inaceitáveis e devem acabar, caso contrário, se
necessário os países do G7 estão prontos a reforçar as sanções aplicando
sanções suplementares", alerta o comunicado. A cúpula dos sete países
realizada em Bruxelas, deveria acontecer em Sóchi, na Rússia, mas foi
transferida e a participação da Rússia do grupo foi suspensa por causa
da crise ucraniana e da posição deste país no conflito.
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