Uma investigadora independente encontrou vestígios de uma vala comum
com 796 restos de crianças em Galway, na Irlanda. Catherine Corless
descobriu quase 800 certidões de óbito do orfanato católico de Tuam,
para onde eram mandadas as mães solteiras entre os anos de 1926 e 1961.
As
autoridades da Igreja de Galway, no oeste da Irlanda, disseram
desconhecer que tantas crianças morreram no local e foram enterradas
pelas monjas católicas. O arcebispo de Tuam, Michael Neary, porém,
afirmou que se reunirá com as autoridades da Igreja para realizar uma
arrecadação de fundos para instalar uma placa com todos os nomes das 796
crianças e oferecer um serviço religioso no lugar.
A câmara
séptica, onde Corless acredita que os restos mortais estão enterrados,
era utilizada para a limpeza das pessoas pobres que frequentavam o local
antes dele se tornar um orfanato. Por isso, acreditava-se que os ossos
eram de pessoas que haviam morrido no século XIX.
As certidões de
óbito mostram que as crianças eram, em sua maioria, bebês recém-nascidos
ou com menos de um ano de idade e que tiveram como causa da morte
vários tipos de doenças infecciosas, deformidades e nascimento
prematuro. Segundo Corless, de acordo com as regras católicas, os filhos
de mulheres solteiras não eram batizados e, se morressem em um
orfanato, não recebiam um enterro cristão, terminando em valas comuns.
As famílias também tinham o hábito de enviar as filhas grávidas - que
não estivessem casadas - para esse tipo de lugar, onde viviam escondidas
do resto da comunidade.
Apesar da iniciativa da Igreja, Corless e
outros ativistas de Tuam organizaram um comitê, não só para construir o
memorial pelas crianças, mas também para que seja lançada uma
investigação pública e o local seja escavado. Já o governo irlandês não
quis comentar o assunto. O orfanato foi demolido há décadas para a
construção de uma série de casas no local.
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