A Justiça Federal em Minas Gerais condenou na madrugada de hoje (31) três réus acusados de participação no assassinato de
três auditores fiscais do Trabalho e de um motorista do Ministério do
Trabalho. O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004, na cidade de Unaí
(MG), e ficou conhecido como Chacina de Unaí. No total, oito pessoas são
acusadas de cometer os crimes.
Erinaldo de Vasconcelos Silva,
Rogério Alan Rocha Rios e William Gomes de Miranda foram condenados por
homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. A maior pena
foi para Rios: 94 anos de reclusão em regime fechado.
Silva, réu
confesso e beneficiado pela delação premiada, foi condenado a 76 anos e
20 dias de reclusão em regime fechado. Para Miranda, a sentença foi 56
anos de reclusão em regime fechado.
Os nove anos que eles
permaneceram presos serão considerados como cumprimento de pena. Além
disso, poderão ter penas reduzidas pelo trabalho na prisão.
Dos
cinco réus que respondem ao processo em liberdade, quatro devem começar a
ser julgados no dia 17 de setembro. O fazendeiro Norberto Mânica e os
empresários Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro são acusados de
homicídio qualificado. Eles são acusados de participar do crime como
mandantes e intermediários. Mânica também responde pelos crimes de
resistência e frustração de direitos trabalhistas. Já Humberto Ribeiro
dos Santos é acusado de formação de quadrilha.
A data do
julgamento do oitavo acusado, o fazendeiro Antério Mânica, irmão de
Norberto, ainda não foi definida. Apontado como um dos maiores
produtores de feijão do país, ele foi eleito prefeito de Unaí poucos
meses após o crime e reeleito em 2008. De acordo com a PF, os irmãos
Mânica são os principais mandantes do crime.
O nono réu, Francisco
Elder Pinheiro, acusado de ter contratado os pistoleiros, morreu em
janeiro deste ano, aos 77 anos de idade.
Durante quase nove anos,
os principais acusados conseguiram adiar o julgamento apresentando à
Justiça sucessivos recursos. O último contratempo, no entanto, foi uma
discussão jurídica decorrente da decisão da juíza Raquel Vasconcelos
Alves de Lima, da Justiça Federal de Belo Horizonte, que se declarou
incompetente para julgar os réus, decretando que o Tribunal do Júri
fosse transferido da capital mineira para Unaí. O MPF recorreu da
decisão e conseguiu manter o julgamento na capital mineira. A própria
juíza Raquel Vasconcelos preside o tribunal de júri.
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