O governador do estado mexicano de Guerrero, Ángel Aguirre, anunciou
hoje (24) que deixará o cargo após os protestos pelo desaparecimento de
43 estudantes e a morte de seis pessoas há um mês. Em uma mensagem, o
político do Partido da Revolução Democrática disse que apresentava ao
Congresso sua renúncia, para favorecer um clima político que permita
resolver a situação de emergência social causada por aqueles casos de
violência.
A saída de Ángel Aguitrre do poder era uma das
principais exigências dos familiares dos 43 alunos da Escola Normal de
Ayotzinapa que desapareceram em 26 de setembro em Iguala e dos colegas,
que protagonizaram numerosos protestos para exigirem a volta dos jovens
para casa.
Na quarta-feira (22), manifestantes incendiaram o
edifício da Câmara Municipal de Iguala, Sul do México, em protesto.
Alguns dos manifestantes invadiram o edifício que estava vazio e
incendiaram parte das instalações.
O procurador-geral mexicano,
Jesús Murillo Karam, disse que o presidente da Câmara, José Luis Abarca,
e sua mulher, María de los Ángeles Pineda, foram os autores
intelectuais do desaparecimento dos estudantes, há 26 dias. Eles
permanecem com paradeiro desconhecido. Segundo as investigações da
polícia federal, agentes policiais de dois municípios locais podem ser
os principais responsáveis pelas mortes e pelo desaparecimento dos
estudantes. Eles teriam saído de Ayotzinapa, também no estado de
Guerrero, para Iguala.
Karam disse que Abarco deu a ordem de
atacar os estudantes para evitar que intervissem num evento do qual
participava sua mulher.
Após a recente detenção do líder do cartel
Guerreros Unidos foi possível descobrir que o crime organizado estava
infiltrado na Câmara Municipal de Iguala, que recebia do cartel de
narcotraficantes entre 2 milhões e 3 milhões de pesos por mês (entre 115
mil e 174 mil euros).
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