Uma operação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Civil de Goiás
deflagrada nesta quarta-feira cumpre 23 mandados de prisão contra
policiais suspeitos de estar atuando em colaboração com traficantes de
drogas e com o crime organizado na cidade de Anápolis (a 55 Km de
Goiânia).
Pelo menos 18 mandados já foram cumpridos em Anápolis, e
também em Alvorada do Norte e em Luziânia. A chamada Operação Malavita
tem como suspeitos, dentre o total de envolvidos, 14 policiais
militares, dentre eles dois capitães, e quatro policiais civis, que
atuavam no esquema que engloba inquéritos de 2011 a 2014. Pessoas que
não eram da PM e da Polícia Civil também participavam das ações
criminosas, que tinham como fundo a disputa por espaço e poder entre
traficantes.
Segundo a investigação da polícia, os policiais e os
outros envolvidos executavam atividades como cobrança de dívidas e
cometeram sequestros, homicídios, extorsões, além de lesão corporal e
ameaças, dentre outros crimes. Trinta e nove mandados de busca e
apreensão também foram cumpridos. O secretário de Segurança Pública de
Goiás, Joaquim Mesquita, em entrevista concedida a imprensa na sede do
órgão, disse que não se trata de um grupo de extermínio. "Tecnicamente
não se enquadra neste conceito. O que temos efetivamente são ações
relacionadas ao tráfico de drogas", observou.
“Eles começaram
exigindo que um traficante não atuasse na área do outro, depois passaram
a cobrar dívidas”, disse na mesma coletiva o delegado-geral da Polícia
Civil, João Carlos Gorski. “Isso resultou em homicídio, em extorsão e em
sequestro”, detalhou.
O Comandante-geral da PM goiana,
Tenente-coronel Sílvio Benedito Alves, informou que processos
administrativos contra os suspeitos militares serão instaurados, com
penas que podem ir de advertência a exclusão do serviço público. “Vamos
cortar na própria carne. Não aceitamos desvio de conduta”, assegurou.
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