Cidades
do interior de São Paulo estão adotando racionamento ou rodízio de
água. A causa é o longo período de estiagem que atinge o estado desde o
início do ano. Cada prefeitura estuda a melhor forma para enfrentar o
problema.
Um dos municípios mais atingidos pela falta de água, Itu enfrenta um racionamento oficial desde fevereiro. A estiagem na cidade já provocou diversos protestos de moradores e mais de mil reclamações da população ao Ministério Público.
Na quinta-feira (16), por exemplo, o município de Barretos passou a adotar o racionamento de água de forma oficial. Segundo a prefeitura,
a medida foi tomada, após a constatação de que o Ribeirão Pitangueiras,
responsável por 60% da água consumida na cidade, registrou grande queda
no volume, com a profundidade baixando 60 centímetros e atingindo um
1,2 metro. Com isso, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da
cidade decidiu aplicar multa de R$ 264,6 nos moradores flagrados lavando
calçados ou veículos. Em caso de reincidência, o valor será dobrado.
Na capital paulista, muitos moradores reclamam de falta de água em diversos bairros, mas a Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo (Sabesp) não admite o racionamento. Para diminuir o
consumo, desde fevereiro a companhia concede descontos para consumidores
do Sistema Cantareira que economizarem água.
Em
Guarulhos, o rodízio começou dia 14 de março. Conforme o Saae da cidade,
o consumo é liberado um dia sim e outro não. Dados do Saae indicam que
aproximadamente 13% da água disponibilizada na cidade são de sistemas
próprios, que utilizam captações superficiais e subterrâneas poços
profundos. Do restante operado pela Sabesp, 62% saem do Sistema
Cantareira um dos mais prejudicados com a estiagem e 25% do Sistema
Alto Tietê. Para enfrentar a crise, o Saae também decidiu oferecer
descontos para consumidores que reduzirem o consumo.
O rodízio em
Bauru é operado, desde quarta-feira (15), de maneira diferenciada. A
cada 24 horas das 6h as 6h, o abastecimento é alternado entre as
regiões do centro zona sul e da Vila Falcão Bela Vista. Assim, uma área
fica sem água para que outra ser abastecida. Segundo a prefeitura, a
combinação de escassez de chuvas e altas temperaturas, que aumenta o
consumo de água, provocou a redução do nível do Rio Batalha. A medição
do manancial passou dos 2,25 metros, registrados na última sexta-feira
(10), para 1,27 metro, na tarde de segunda-feira (13). De acordo com a
prefetura, a situação, que afeta 38% da população da cidade o restante é
abastecido com água de poços, seguirá por tempo indeterminado, até o
retorno do período de chuvas.
Em Mauá, a prefeitura criou o
Projeto Revezamento de Abastecimento, que ocorre de segunda à
sexta-feira e envolve toda a cidade. A cada quatro dias com água, o
consumidor enfrenta um dia sem. O projeto foi adotado no dia 1º de
outubro e passará a funcionar na próxima segunda-feira (20).
A
prefeitura de Cruzeiro implantou rodízio programado desde a última
terça-feira (14), com interrupção do serviço por 24 horas, em dias
alternados. Na cidade, o rodízio também só será suspenso com a volta das
chuvas.
Em Mirassol, o Rio São José dos Dourados, que abastece
mais de 30% da cidade, está praticamente sem água. Enfrentando problemas
técnicos também no poço Guarani, que dá suporte à captação no rio, a
região central da cidade entrou em estado de atenção. Com isso, cerca de
40% da população enfrentará problemas com a falta de água até a semana
que vem. Enquanto isso, a prefeitura deve oferecer caminhões-pipa para
abastecer locais de emergência, entre eles escolas e postos de saúde.
Em
Americana, o rodízio, sem previsão de término, foi anunciado na
terça-feira (14), quando se confirmou o baixo nível do Rio Piracicaba,
que abastece a cidade.
Cidade próxima de Itu, Salto enfrenta
reduções noturnas no abastecimento. Principal fonte de água do
município, o Ribeirão Pirahy está com 20% do nível de fornecimento. A
capacidade do Ribeirão Buru e Ribeirão Ingá (Lagoa da Conceição), chega,
respectivamente, a 30% e 50%. O período de contenção começou na
segunda-feira (13) e ocorrerá todos os dias, entre 21h e 6h.
Em
Araras, desde quinta-feira (16), o racionamento inclui todos os bairros.
O fornecimento de água é interrompido entre 6h e 18h. Segundo a
prefeitura, sem a redução do consumo, as atuais reservas de água bruta
de Araras seriam suficientes apenas para 50 ou 60 dias.
A cidade
de Casa Branca também adotou racionamento, estabelecendo cronograma de
abastecimento e corte de água até o fim de outubro. A ideia é que a
população fique 12 horas seguidas com água e um dia inteiro sem água.
O
município de São Sebastião da Grama decretou estado de alerta e decidiu
aplicar multas de R$ 291,4 no consumidor que exceder no consumo de
água. A represa que abastece a cidade tem somente 20% de sua capacidade.
A prefeitura estuda a implantação do rodízio.
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