Indícios indicam que autor de atentado estaria levando explosivos
dentro de uma mochila. Suspeito teria ligação com grupos radicais
islâmicos. Explosão deixou onze mortos e mais de 40 feridos.A polícia
suspeita que a explosão de uma bomba dentro de um vagão próximo à
estação Sennaya Ploshchad, em São Petersburgo, segunda maior cidade da
Rússia, foi causada por um atentado suicida. Pelo menos, onze pessoas
morreram e 45 ficaram feridas no ataque.
Os investigadores acreditam que o suspeito entrou no metrô carregando
explosivos dentro de uma mochila. Indícios encontrados no local da
explosão reforçaram a suspeita, porém, a confirmação só pode ser dada
depois de testes de DNA.
A polícia também suspeita que o autor do atentado suicida teria
colocado a outra bomba na estação de metrô Ploshchad Vosstaniya. O
artefato não explodiu e foi desarmado pela polícia. Inicialmente,
autoridades buscavam por dois suspeitos de terem envolvimento no ataque.
O suspeito de ser o autor do atentado teria sido identificado com um
jovem de 23 anos de nacionalidade de uma ex-república soviética na Ásia
Central que teria ligação com grupos radicais islâmicos. Nenhuma
organização assumiu a autoria do ataque.
Duas bombas
A explosão, por volta das 14h40 (horário local) desta segunda-feira
(03/04), atingiu dois vagões próximo à estação Sennaya Ploshchad, que
encheu de fumaça, sendo logo esvaziada. Após o impacto, o maquinista
ainda conduziu o metrô até chegar à Sennaya Ploshchad, o que ajudou a
remover os feridos e a salvar vidas.
"A explosão ocorreu entre duas estações, mas o maquinista tomou a
decisão absolutamente correta de não parar o trem até chegar à próxima
estação", afirmou a porta-voz do Comitê de Instrução russo, Svetlana
Petrenko. "Isso permitiu iniciar a remoção das pessoas imediatamente e
ajudar os feridos."
Uma segunda bomba foi encontrada em outra estação de metrô - Ploshchad
Vosstaniya - e foi desarmada pela polícia. Esse artefato, que foi
colocado dentro de um extintor, tinha uma potência várias vezes maior
que o que explodiu, segundo informaram fontes oficiais.
Todas as estações de metrô da segunda maior cidade do país foram
interditadas e esvaziadas. Depois de seis horas, o sistema de transporte
voltou a funcionar parcialmente.
Fotos divulgadas nas redes sociais mostravam feridos numa plataforma e
portas destruídas de um vagão do metrô. "Tudo ficou cheio de fumaça,
havia muitos bombeiros. Eles gritaram para corrermos para a saída e todo
mundo correu. Todos estavam em pânico", contou a estudante Maria
Smirnova, que estava no trem atrás do que explodiu.
Investigação
O presidente russo, Vladimir Putin, estava na região para se reunir com
seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko. No momento da explosão
ele se encontrava em Strelna, na periferia de São Petersburgo.
Putin prometeu que as autoridades de segurança esclarecerão a explosão.
"Estamos considerando todas as possibilidades, se foi um ato criminoso
ou se teve um caráter terrorista."
O presidente visitou ainda o local do ataque e levou flores em
homenagem às vítimas. Após deixar as flores, Putin voltou para o carro
em silêncio e não quis falar com a imprensa.
Segundo deputado Viktor Oserov, do Conselho da Federação, todos os
indícios apontam na direção de um atentado terrorista. Fontes oficiais
avaliam entre 200 e 300 gramas de dinamite a força explosiva do
artefato, que tinha fragmentos de metal.
Depois do ataque, autoridades locais reforçaram a segurança no
aeroporto de Pulkovo, nos demais terminais de transporte da cidade e em
lugares de maior concentração de pessoas, como escolas e creches. Moscou
também seguiu essa medida.
A Rússia já foi alvo de ataques similares nos últimos anos, e líderes
rebeldes chechenos com frequência ameaçam realizar novos atentados. Em
2010, pelo menos 38 pessoas morreram quando dois suicidas detonaram
bombas em trens de metrô lotados em Moscou.
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