quarta-feira, 5 de abril de 2017
Senadores querem reverter 'excessos' da Câmara em projeto sobre Uber
Senadores de partidos da base governista vão atuar para reverter uma
série de restrições a serviços de transporte individual de passageiros
como o Uber e assemelhados, aprovadas em projeto na Câmara dos Deputados
ontem. A ideia, segundo parlamentares envolvidos com o tema, é anexar a
proposta que veio da Câmara a outros dois projetos semelhantes,que já
tramitam na Casa e impõem menos limitações ao serviço.
“É um tremendo retrocesso o que a Câmara aprovou. Vivemos o tempo
digital e aprovaram uma medida da era analógica. Ao invés de olhar pelo
para-brisa, olharam para o retrovisor”, diz Ricardo Ferraço (PSDB-ES).
Autor de um projeto sobre o serviço que está no Senado desde 2015, o
tucano considera
inviável a mudança da natureza privada para pública do Uber. Os carros
passariam, por exemplo, a ser identificados por placas vermelhas, de
carro alugado. “Isso revela um viés intervencionista que só vem para
atrapalhar, tutelar. Não pode estatizar o serviço”, afirmou.Para o
senador, “o ideal é ter uma diretriz nacional e deixar às cidades um
espaço para regular o que lhe caiba”. Entre essas diretrizes, Ferraço
apoia que as cidades tenham meios para saber quantos veículos o Uber,
Cabify, 99, entre outros, há em operação, assim como certificar que
motoristas tenham certa qualificação e os veículos estejam legalizados, com
impostos em dia.
“A Câmara desfigurou a existência do Uber, tornou o serviço inviável. O
Uber acaba se aprovada essa proposta”, avaliou o senador Lasier Martins
(PSD-RS), também autor de proposta sobre a legalização do serviço.
“Vamos trabalhar para que o consumidor tenha preservado seu direito da
escolha. O Estado precisa entrar comodisciplinador
apenas.” Lasier avalia que a pressão de grupos organizados, como
taxistas, é um entrave. “Meu temor é que, mesmo com mudanças no Senado, o
texto terá de voltar para a Câmara. Mas faremos o que nos cabe.”
Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que o governo
não entrará na questão. Pessoalmente, ele se diz a favor do Uber e
de regras que viabilizem a continuidade do serviço. Os dois projetos do
Senado estão na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), sob relatoria de
Pedro Chaves (PSC-MS).
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