segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Brasil reafirma mal-estar com EUA, mas adota cautela em reação

O ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, classificou nesta segunda-feira como “uma inadmissível e inaceitável violação da soberania brasileira” a denúncia de que os Estados Unidos espionaram a presidente Dilma Rousseff, mas adotou cautela quanto a possíveis retaliações.
Ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Figueiredo disse em uma coletiva em Brasília que o governo brasileiro espera ainda nesta semana “explicações formais por escrito” da Casa Branca sobre a suposta ação da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), divuldada no domingo pela TV Globo.
O chanceler se recusou a responder se Dilma poderia cancelar sua viagem para os Estados Unidos, marcada para outubro, em reação à denúncia. Posteriormente, Cardozo disse que o “tipo de reação dependerá do tipo da resposta” dos EUA.
“A partir dessa análise, tenha certeza de que o governo brasileiro tomará as medidas necessárias”, disse o ministro da Justiça.
“Se confirmada, esse tipo de prática é incompatível com a confiança necessária para uma parceria estratégica entre os dois países.”
Segundo Cardozo, a revelação tem especial gravidade por envolver a chefe de Estado. “Se chega ao ponto da violação de sigilo atingir a presidente da República, que não dizer de outros cidadãos e empresas que atuam em território nacional?”
Nesta segunda-feira, o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, reuniu-se com Figueiredo para tratar do caso.
“Ele (Shannon) entendeu o que foi dito, que foi dito em termos claros.”
Segundo o chanceler, Shannon se comprometera a entrar em contato com a Casa Branca ainda nesta segunda-feira para narrar a conversa. O ministro disse ainda que o Brasil levará o tema a foros internacionais e consultará outros países para saber como eles se protegem de espionagem.

Caso Snowden

Segundo reportagem apresentada no programa Fantástico, da TV Globo, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, também teria sido um dos alvos do esquema de espionagem.
A reportagem diz ter conseguido documentos secretos junto ao ex-técnico da CIA Edward Snowden que comprovam a existência do monitoramento.
Snowden foi o responsável por denunciar, em junho deste ano, um extenso programa de monitoramento de dados de telefone e de internet pelo governo americano dentro e fora do país.
Os documentos foram fornecidos ao Fantástico pelo americano Glenn Greenwald, o primeiro jornalista a revelar o esquema de espionagem eletrônica. Ele mora com seu parceiro, o brasileiro David Miranda, no Rio de Janeiro.
Segundo Greenwald, que foi coautor da reportagem, a informação sobre o monitoramento de Dilma e Peña Nieto consta em uma apresentação interna da NSA.
A apresentação revela que os EUA espionaram as comunicações de Dilma e Peña Nieto com pessoas que se supõem serem seus principais assessores.
No documento, datado de junho de 2012, a NSA explica como monitorou os dois presidentes, diz a reportagem.
Em um dos slides, sob o título mensagens interessantes, aparecem duas mensagens de texto de celular supostamente enviadas por Peña Nieto.
Em uma delas, ele diz quem seriam dois de seus ministros caso vencesse as eleições presidenciais mexicanas.
Logo em seguida, há uma explicação sobre como Dilma foi monitorada.
A apresentação não mostra, entretanto, exemplos de mensagens ou chamadas telefônicas entre a presidente e seus assessores, acrescenta a reportagem.
Mas no último slide da apresentação a NSA diz que o método de monitoramento é “uma filtragem simples e eficiente que permite obter dados que não estariam disponíveis de outra maneira. E isso pode ser usado de novo”.
A reportagem também diz ter recebido um segundo documento que diz que a NSA tem um departamento internacional encarregado de espionar Japão, Brasil, Turquia e a Europa Ocidental.
Um terceiro documento, também fornecido ao Fantástico, lista os desafios geopolíticos que serão enfrentados pelos EUA de 2014 a 2019.
Em um tópico chamado Amigos, inimigos ou problemas?, o Brasil aparece novamente, mas juntamente com Egito, Índia, Irã, Turquia e México.

Câmara vai sugerir a Alves que espere decisão do STF sobre Donadon

A assessoria jurídica da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados informou nesta segunda-feira que irá sugerir ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que espere a decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suspensão da decisão da Câmara que manteve o mandato do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO), condenado a mais de 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha. Alves está em voo para Brasília.
O ministro do Supremo Luís Roberto Barroso atendeu ao pedido de liminar feito pelo líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), e suspendeu a decisão que manteve o mandato de Donadon até definição do plenário da Corte.


Conforme a sugestão da assessoria, o suplente de Donadon, Amir Lando (PMDB-RO), deve permanecer no cargo. De acordo com a assessoria, não há nada que possa ser feito até a decisão do pleno da Corte.
Segundo a assessoria, o ministro Barroso deverá ainda pedir informações à presidência da Câmara sobre o fato do processo de cassação do mandato de Donadon ter sido levado para o plenário da Casa.
A Câmara terá dez dias para se posicionar. O pedido ainda não chegou à Casa.
Acusações
Donadon foi acusado de participar de um esquema de fraude em licitações para contratos de publicidade da Assembleia Legislativa de Rondônia entre 1998 e 1999, quando era diretor financeiro da Casa. A fraude totalizaria R$ 8,4 milhões em valores da época. O Supremo considerou culpado o parlamentar em 2010, mas a execução da prisão foi adiada com sucessivos recursos.
Ocorrida no dia 28 de agosto, a sessão da cassação foi marcada pela presença do deputado, que deixou o presídio da Papuda em um camburão para fazer um discurso de 25 minutos em sua defesa, na Câmara. Sem algemas, Donadon dedicou boa parte de sua fala para falar das dificuldades que ele e sua família passaram desde sua prisão, para depois rebater as acusações que levaram à condenação.
Pelo regimento da Câmara, a cassação de mandatos de deputados ocorre em votação secreta. Para a perda de mandato ser aprovada, 257 dos 513 deputados precisariam votar a favor. A cassação de Donadon recebeu 233 votos a favor, 131 contra e 41 abstenções, dos 405 deputados presentes. Após a divulgação do resultado, porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), determinou afastamento de Donadon e a sua substituição pelo suplente, já que o titular cumpre pena em regime fechado. 
Apesar de preso, Donadon continua com o mandato parlamentar, mas com salário e demais benefícios cortados. O PMDB decidiu afastá-lo do partido depois da condenação pelo envolvimento na fraude da assembleia de Rondônia.
"Acabo de chegar do presídio da Papuda, onde completa hoje (dia 28) dois meses que lá estou preso, no presídio, sendo tratado como preso qualquer, um preso comum. Muito difícil para mim estar passando por essa situação, numa prisão, num isolamento, prisão de segurança máxima", disse o deputado, durante a sessão, que teve 25 minutos reservados para falar em sua defesa.
O parlamentar disse ter ido ao Plenário para esclarecer "a verdade". "Eu vim aqui para dizer a verdade. Eu nunca desviei um centavo de lugar nenhum. Que procurem os responsáveis. Quebrem o sigilo bancário de quem quer que for", disse, ao apontar supostas falhas do Ministério Público de Rondônia na investigação da contabilidade de empresas ligadas ao esquema.
Eleito com 43.627 votos, Natan Donadon não teve seus votos computados em 2010 com base na aplicação da lei da Ficha Limpa. Ele foi diplomado após a concessão de uma liminar do ministro Celso de Mello, por entender que ainda cabia recursos ao político de Rondônia.

Donadon é prova de que sistema não funciona no Brasil, diz jurista

Pouco mais de dois meses se passaram desde as históricas manifestações de junho, em todo o Brasil, e tudo indica que muitos deputados já se esqueceram das palavras de ordem bradadas pelos milhões de brasileiros que foram às ruas pedindo mudanças na política. A recente decisão da Câmara de manter o mandato do deputado federal Natan Donadon, condenado a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, causou indignação não apenas entre a população, mas também motivou a discordância de especialistas no assunto.
Davi Tangerino. Foto: Raphael Alves
Nesta segunda, porém, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso anulou essa decisão da Câmara. O jurista Davi Tangerino, professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e ex-assessor de Ministro do Supremo Tribunal Federal, disse ao SRZD que concorda com a decisão de Barroso.
"Por uma questão lógica jurídica, a perda do mandato de Donadon deveria ser uma consequência direta", afirmou. Não é isso, porém, que ocorre: "A decisão que havia sido tomada pela Câmara atende a Constituição, segundo a qual a perda do mandato é decretada pela Casa".
Isso mostra que a Lei Maior brasileira possui uma "armadilha jurídica", na opinião do especialista. "Como ele poderia exercer o mandato? É uma situação contraditória. Nossa Constituição não se sustenta", afirma.
Por isso, Tangerino diz que o verdadeiro problema não é o caso específico de Natan Donadon. "Esse é apenas um exemplo de que o sistema no Brasil não funciona direito. Ele possui um curto-circuito".
Para especialista, reforma política é a solução
Com a manutenção do mandato, o deputado não poderia exercer sua função pública por estar em regime fechado no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, por um tempo maior do que seu mandato irá durar. "Se ele estivesse no semi-aberto ou se a pena fosse mais curta, poderia continuar exercendo seu trabalho, segundo a nossa lei", explica.
Sendo assim, o professor aponta que não basta debater o que Donadon fez ou deixou de fazer e se ele deve ter o mandato cassado ou não. "Tem que ser feita uma reforma política", decreta. "Desde as manifestações pelo Brasil, em junho, esse importante embate vem sendo propulsionado, principalmente devido à Ação Penal 470, o Mensalão. Muito se falou da comissão de reforma política, mas pouca coisa foi feita".
O especialista critica, por exemplo, o voto secreto na Câmara, que foi inclusive o mecanismo utilizado na votação que manteve o mandato de Donadon. E se o problema, portanto, está na Lei, o que deve ser feito para resolvê-lo? "Deveria ser feita uma emenda constitucional. Ela poderia partir do Executivo ou de uma iniciativa popular, porém o mais normal é que venha de um parlamentar", explica Tangerino.
Natan Donadon. Foto: Reprodução de Internet
Na opinião do jurista, a cassação do mandato de um político deveria ocorrer em duas situações. Primeiro, caso ele tenha praticado algum crime que envolva diretamente o cargo ocupado, como peculato. Segundo, se ele tiver cometido algum outro crime cuja pena impeça completamente o exercício da função. "Um senador que atropela uma pessoa e é condenado por homicídio culposo não deve perder o mandato. Já se ele mata alguém e pega 20 anos de cadeia, não pode continuar no cargo", comenta.
Enquanto a reforma política não sai do papel e o embate entre Câmara e Supremo Tribunal Federal permanece sem solução, Donadon segue sem saber se seu mandato será mantido, e o povo brasileiro sem saber se continuará sendo representado por um presidiário.

Psiquiatra diz que Marcelo matou família por doença psíquica

Um psiquiatra forense chamado para traçar o perfil psicológico de Marcelo Pesseghini, de 13 anos, apontou que o menino tinha uma "doença psíquica" que o levou a matar toda a família. Esse foi o diagnóstico de Guido Palomba, que produzirá uma "perícia psiquiátrica" a ser integrada ao inquérito policial sobre o crime, ocorrido em Brasilândia, em São Paulo.
"Ele tinha uma doença psíquica que o levou a cometer os crimes. Pessoas normais não fazem o que ele fez", diz ao "G1" Palomba.
O diagnóstico do psiquiatra, classificado como "perícia póstuma retrospectiva", foi embasado em quase 50 depoimentos ouvidos pela polícia, aos quais o especialista teve acesso. Ainda serão analisados os resultados das perícias da Polícia Técnico-Científica, e o nome da suposta doença não foi divulgada pelo especialista.
A hipótese da Polícia Civil é a de que o menino de 13 anos matou a mãe, o pai, a avó e a tia-avó com uma pistola 40, usada pelos pais, que eram policiais. Todos morreram com tiros à queima-roupa. Segundo a linha de investigação da polícia, o menino teria se suicidado após cometer os crimes.

Dilma dá prazo de uma semana para EUA explicar espionagem

Proposta brasileira de acesso a dados de cidadãos sob investigação foi rejeitada por autoridades americanas

O governo brasileiro deu o prazo de uma semana para que o governo dos EUA esclareça as denúncias de espionagem feita pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). A cobrança pelo monitoramento, que teria atingido até mesmo a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores, foi feita pelo ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, durante reunião com o embaixador dos EUA no Brasil , Thomas Shannon, na manhã desta segunda-feira.
Reação: Dilma reavalia visita aos EUA em outubro após denúncia
AP
Chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado (D), fala ao lado de ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante coletiva no Itamaraty, Brasil
De acordo com o ministro, na conversa o embaixador americano comprometeu-se a entrar em contato ainda nesta segunda-feira com a Casa Branca para comunicar a exigência do governo brasileiro. O embaixador evitou falar sobre a visita como chefe de Estado que Dilma está prevista para fazer em outubro  a Washington. “Não vou tratar da viagem agora”, disse.
A viagem, que havia sido confirmada pelo Itamaraty e pelo Planalto, está sendo reavaliada por Dilma, que ficou irritadíssima com as denúncias de que também foi vítima de monitoramento por parte do governo americano. “O tipo de reação dependerá do tipo de resposta”, disse o ministro, que evitou falar sobre as medidas que poderão ser tomadas pelo Brasil.
Acordo
A possibilidade de Dilma ter tido seus contatos monitorados foi a gota d’água em uma relação que já andava difícil entre os dois países. Na semana passada, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou a se reunir com autoridades americanas na semana passada para propor um acordo que regulamentasse o acesso aos dados de pessoas dos dois países em casos de investigação de atos ilícitos.
Thomas Shannon: Brasil convoca embaixador dos EUA após denúncia
O acordo proposto pelo Brasil previa que a quebra de sigilos deveria ser autorizada pelo Poder Judiciário dos dois países. A proposta, de acordo com Cardozo, não foi aceita pelo governo dos EUA. “Queríamos um acordo que respeitasse a Constituição dos dois países. A Constituição americana é do século 17. A do Brasil é de 1988. Mas os brasileiros amam a sua Constituição assim como os americanos amam a deles”, comentou Cardozo, que chegou na sexta-feira da viagem dos EUA.
“Partindo do pressuposto de que somos soberanos e parceiros, surgiu a proposta de que se fixassem em termos muito claros os limites para a investigação. Propusemos que se pedisse aos nossos tribunais o acesso a nossas informações se houvesse atos ilícitos e indícios de situações ilícitas. Se nós, brasileiros, também quiséssemos, poderíamos solicitar. Seria um protocolo que respeitasse a soberania dos dois países. Os EUA disseram que não aceitavam e estavam dispostos a dialogar”, contou.
Conversas
Após a reunião de emergência convocada por Dilma na manhã desta segunda-feira, o Itamaraty deu início a uma série de conversas com outros países com o objetivo, segundo o ministro, de buscar uma regulamentação no âmbito mundial que “proíba a exposição dos dados” de cidadão e de governantes.
“Estamos conversando com diversos parceiros, desenvolvidos ou em desenvolvimento, principalmente com os países do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) para saber como se protegem e para podermos elaborar ações conjuntas a ser tomadas em relação a um caso grave como esse”, disse Figueiredo.
“A imprensa fala em intercepção de dados telefônicos, internet, espionagem física. O governo brasileiro entrará em contato com vários países, inclusive os membros dos Brics, porque acreditamos que envolve a todos e afeta a todos. Precisamos de uma governança internacional que proíba a exposição dos cidadãos. Não é uma regulamentação para cercear direitos, mas para proteger direitos”, ressalvou Figueiredo.

França terá debate 'sem votação' na quarta sobre ação na Síria

O parlamento francês realizará um debate quarta-feira sobre a Síria "sem votação", declarou nesta segunda-feira o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, descartando os pedidos de parte da oposição por uma votação a exemplo das opções britânica e americana para decidir o recurso a uma ação armada.
"Na quarta-feira, haverá um debate sem votação porque, em qualquer hipótese, a última decisão só poderá ser tomada pelo presidente da República depois que for constituída de (uma) coalizão" internacional, afirmou o primeiro-ministro.
François Hollande "mantém seu trabalho de persuasão para formar dentro dos melhores prazos (esta) coalizão" com o objetivo de punir o uso de armas químicas feito por Damasco, acrescentou.
A decisão americana de recorrer a uma votação parlamentar sobre uma eventual intervenção armada colocou François Hollande em posição delicada para concretizar seu compromisso de uma resposta firme ao regime de Damasco após o ataque químico de 21 de agosto.
O Congresso americano se reunirá apenas depois do dia 9 de setembro.
"Se o Congresso americano se opuser à intervenção, a França não irá", ressaltou a presidente da Comissão de Defesa da Assembleia, Patricia Adam.

STF suspende sessão que manteve mandato de Donadon

Em liminar, ministro Luís Roberto Barroso decide que votação da Câmara fica suspensa até o plenário do Supremo julgar mérito da ação.
Brasília - O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira, 2, a decisão da Câmara que preservou o mandato do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO), preso em Brasília após ter sido condenado pelo STF a mais de 13 anos de prisão. Barroso atendeu a um pedido de liminar feito pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Com a decisão de Barroso, fica suspensa a sessão da Câmara em que foi votada a cassação. Ou seja, é como se a Câmara ainda não tivesse levado a questão ao Plenário.
Na semana passada, os deputados mantiveram o mandato do parlamentar, mas o o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu afastá-lo do cargo enquanto ele estiver cumprindo pena em regime fechado. O suplente, deputado Amir Lando (PMDB-RO), já assumiu a vaga.
Pela decisão de Barroso, a recente deliberação da Câmara sobre o mandato de Donadon ficará suspensa até o plenário do Supremo julgar o mérito da ação movida por Sampaio. Apesar de ser apenas uma decisão liminar, nela Barroso adianta pontos de vista sobre o mérito. Ele disse que a Constituição prevê como regra geral que cabe a cada uma das Casas do Congresso a decisão sobre a perda do mandato do deputado ou do senador que sofrer condenação criminal.
"Esta regra geral, no entanto, não se aplica em caso de condenação em regime inicial fechado, por tempo superior ao prazo remanescente do mandato parlamentar. Em tal situação, a perda se dá automaticamente, por força da impossibilidade jurídica e física de seu exercício", disse o ministro.

Homem europeu 'cresceu' 11 cm desde 1870, diz estudo

A altura média dos homens aumentou quase 11 centímetros desde a metade do século 19, segundo especialistas.
Os dados foram coletados de centenas de milhares de homens de 15 países europeus.
Entre os britânicos, a altura média aos 21 anos aumentou de 167,05 centímetros, no período entre 1871 e 1875, para 177,37 centímetros, exatamente um século depois.
O estudo, publicado na revista científica Oxford Economic Papers, analisou dados de diversas fontes, desde registros militares a pesquisas e censos populacionais entre 1870 e 1980 na Europa.
O único dado estudado foi a altura dos homens, porque há poucos registros históricos sobre mulheres no período.

Genética

Herança genética é geralmente vista como o principal fator que determina a altura. Mas, apesar de os genes explicarem diferenças entre os indivíduos, eles não conseguem descrever o que acontece em termos de tendência de população.
Segundo os pesquisadores, o crescimento é muito afetado pelo que acontece nos primeiros dois anos de vida.
No passado, um alto índice de doenças – como respiratórias ou diabetes – provocava muitas mortes entre crianças, mas também afetava as que sobreviviam. Isso afetava o seu crescimento. A mortalidade infantil na Europa caiu bruscamente no século estudado.
Outro fator que é levado em consideração pelos pesquisadores é a diminuição no número de pessoas por família. O maior poder aquisitivo das pessoas, melhores condições de higiene e melhor educação das famílias tiveram efeito combinado no aumento da altura média dos homens, na avaliação dos cientistas.
O estudo também analisa os dados dos 15 países europeus em separado.
No norte da Europa, houve um aumento significativo na altura média dos homens no período que engloba as duas Guerras Mundiais e a Grande Depressão, antes da criação do sistema nacional de saúde.
O professor Tim Hatton, da universidade britânica de Essex, acredita que esse fenômeno – considerado surpreendente por ele – acontece porque foi o período em que houve os maiores ganhos em higiene pública e nutrição.
Durante os períodos de guerra, mais mulheres estavam trabalhando e aumentando a renda dos domicílios. Além disso, o racionamento melhorou a alimentação de algumas famílias.
No sul da Europa, houve forte crescimento da altura média dos homens após a Segunda Guerra Mundial. Segundo Hatton, esta região adotou neste período mudanças sociais que o norte já havia implementado previamente.
"Aumento na estatura das pessoas é um indicador importante de melhorias na saúde das populações."
O professor John Middleton, que trabalha para um órgão britânico de saúde pública, disse que o estudo de Hatton é interessante por sugerir uma relação entre altura média de populações e saúde pública. No entanto, ele ressalta que isso não significa que pessoas de baixa estatura tenham necessariamente problemas de saúde.

Brasil pedirá explicações aos EUA sobre suposta espionagem a Dilma

O Brasil vai pedir explicações ao governo americano sobre as denúncias de que autoridades americanas estariam monitorando conversas entre a presidente Dilma Rousseff e seus assessores.
A notícia sobre a suposta ação da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) no Brasil foi divulgada no domingo em reportagem no programa Fantástico, da TV Globo.
Segundo a Globo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no domingo para tratar sobre o assunto. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, vai ser chamado pelo governo brasileiro para dar explicações.
"Se forem comprovados os fatos, nós estamos diante de uma situação que é inadmissível, inaceitável. Eles qualificam uma clara violência à soberania do nosso país", disse Cardoso à TV Globo.
"O Brasil cumpre fielmente com suas obrigações e gostaria que todos os seus parceiros também às cumprissem e respeitassem aquilo que é muito caro para um país, que é a soberania."
Ele acrescentou que apelará aos órgãos internacionais para garantir a soberania do país e pedirá explicações formais ao governo dos Estados Unidos.

Caso Snowden

Segundo o Fantástico, o presidente do México, Enrique Peña Nieto também teria sido um dos alvos do esquema de espionagem.
A reportagem diz ter conseguido documentos secretos junto ao fugitivo americano Edward Snowden que comprovam a existência do monitoramento.
Ex-agente da NSA, Snowden foi o responsável por denunciar, em junho deste ano, um extenso programa de monitoramento de dados de telefone e de internet pelo governo americano dentro e fora do país.
Os documentos foram fornecidos ao Fantástico pelo americano Glenn Greenwald, o primeiro jornalista a revelar o esquema de espionagem eletrônica. Ele mora com seu parceiro, o brasileiro David Miranda, no Rio de Janeiro.
Segundo Greenwald, que foi co-autor da reportagem, a informação sobre o monitoramento de Dilma e Peña Nieto consta em uma apresentação interna da NSA.
A apresentação revela que os EUA espionaram as comunicações de Dilma e Peña Nieto com pessoas que se supõem serem seus principais assessores.
No documento, datado de junho de 2012, a NSA explica como monitorou os dois presidentes, diz a reportagem.
Em um dos slides, sob o título "mensagens interessantes", aparecem duas mensagens de texto de celular supostamente enviadas por Penã Nieto.
Em uma delas, ele diz quem seriam dois de seus ministros caso vencesse as eleições presidenciais mexicanas.
Logo em seguida, há uma explicação sobre como Dilma foi monitorada.
A apresentação não mostra, entretanto, exemplos de mensagens ou chamadas telefônicas entre a presidente e seus assessores, acrescenta a reportagem.
Mas no último slide da apresentação a NSA diz que o método de monitoramento é "uma filtragem simples e eficiente que permite obter dados que não estariam disponíveis de outra maneira. E isso pode ser usado de novo".
A reportagem também diz ter recebido um segundo documento que diz que a NSA tem um departamento internacional encarregado de espionar Japão, Brasil, Turquia e a Europa Ocidental.
Um terceiro documento, também fornecido ao Fantástico, lista os desafios geopolíticos que serão enfrentados pelos EUA de 2014 a 2019.
Em um tópico chamado "Amigos, inimigos ou problemas?", o Brasil aparece novamente, mas junto do Egito, Índia, Irã, Turquia e México.

Ministro caracteriza denúncia de espionagem como 'situação de emergência'

Com outros ministros, Gilberto Carvalho é convocado para reunião após informação de que Dilma foi espionada

A presidente Dilma Rousseff convocou reunião ministerial de emergência nesta segunda-feira no Palácio do Planalto, após denúncias de monitoramento de telefonemas, emails e mensagens de celular da presidente por parte de uma agência de espionagem americana.
TV: Presidente Dilma foi alvo de espionagem dos EUA
Alan Sampaio / iG Brasília
Dilma Rousseff teria sido alvo de espionagem pelo programa de monitoramento dos EUA
O ministro Gilberto Carvalho disse mais cedo, em evento sobre resultados do Plano Plurianual, que havia sido convocado para uma reunião com a presidente e que as denúncias resultam em uma "situação de emergência".
Dilma realizou duas reuniões nesta manhã, segundo uma fonte do Planalto. Participaram do primeiro encontro os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e o general José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
Brasil: Leia todas as notícias sobre a espionagem no Brasil
Depois, a presidente conversou com os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Defesa, Celso Amorim, e com o chanceler Luiz Alberto Figueiredo. Cardozo também participou dessa reunião.
Segundo denúncias feitas no domingo pelo programa "Fantástico", da TV Globo, a presidente teria sido alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). As revelações foram feitas com base em documentos fornecidos pelo ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden ao jornalista americano Glenn Greenwald , que vive no Rio de Janeiro.
Denúncias pelo vazamento de Snowden:
WPost: EUA lançaram 231 ciberataques em 2011

WSJ: Monitoramento dos EUA abrange 75% do tráfego de internet americano
Bild: Espionagem alemã usou dados de monitoramento dos EUA
Monitoramento: EUA mantêm ampla base de dados telefônicos
Prism: EUA coletam dados de nove empresas de internet
Jornal: EUA podem usar dados de inteligência sem mandado
Anfitrião: Reino Unido espionou autoridades do G20 em 2009
Guerra cibernética: EUA espionam computadores da China
Diplomatas: Europa exige respostas sobre supostos grampos dos EUA
XKeyscore: Ferramenta permite monitoramento em tempo real
WPost: Agência dos EUA quebrou regras de privacidade milhares de vezes
Mais cedo, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, foi convocado ao Itamaraty para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de monitoramento.
Dilma tem uma visita de Estado a Washington, agendada para outubro, na qual se reunirá com o presidente dos EUA, Barack Obama. A viagem tem como objetivo reforçar como as relações entre Brasil-EUA melhoraram desde que Dilma tomou posse, em 2011.

Chefe da Otan convencido da responsabilidade do regime sírio em ataque

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, declarou nesta segunda-feira que está pessoalmente convencido de que o regime sírio foi o responsável pelo ataque químico que matou centenas de pessoas no dia 21 de agosto.
"Pessoalmente, estou convencido de que não só o ataque químico aconteceu, mas também que o regime sírio é o responsável", disse Rasmussen a jornalistas, indicando ter tido acesso a informações concretas fornecidas por países membros da Otan.
Durante uma coletiva de imprensa, ele reiterou que não comentará publicamente informações fornecidas à Otan pelos serviços de inteligência dos 28 países-membros, em primeiro lugar os Estados Unidos.
"Não há dúvida de que a comunidade internacional deve responder com força para impedir novos ataques químicos no futuro", disse Rasmussen. "Se não respondermos, seria como enviar uma mensagem muito perigosa para todos os ditadores do mundo".
Mas, acrescentou, "não acredito que a Otan possa desempenhar um papel na crise. Neste ponto, os aliados realizam consultas e cabe a cada Estado decidir como responder" ao ataque.
Além disso, se a intervenção armada for, como tem sido planejada, "breve, com alvos específicos", "não seria necessário" recorrer a estruturas militares da Otan, que devem ser utilizadas para supervisionar operações complexas de longo prazo.
Segundo ele, a Otan "já está cumprindo seu papel", servindo como "fórum de consulta entre os Aliados" e decidindo instalar mísseis Patriot no sul da Turquia para proteger este país, um dos seus membros, de um possível ataque da Síria.
"Eu posso garantir que temos todos os planos em vigor para garantir a defesa e a proteção da Turquia. Neste ponto, não vejo a necessidade de novas medidas", indicou Rasmussen.
"Um ataque contra um aliado é um ataque contra todos", alertou , referindo-se ao princípio fundamental da Aliança Atlântica, criada em 1949.
O chefe da Otan também reiterou que apenas um "processo político" permitirá resolver a crise na Síria.

Governo sírio diz que ação dos EUA seria como apoio à Al-Qaeda

O governo da Síria disse neste domingo que qualquer ação militar americana contra o país seria equivalente a um apoio dos Estados Unidos à "Al-Qaeda e seus grupos afiliados".
O vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, disse em entrevista à BBC que grupos armados apoiados pelos Estados Unidos foram responsáveis pelo uso de armas químicas no conflito interno do país – e não o governo.
No fim de semana, o presidente americano, Barack Obama, prometeu uma resposta contra a Síria, mas disse que qualquer ação depende de aprovação prévia do Congresso.
Mekdad disse que um eventual ataque americano beneficiaria dois grupos ligados à Al-Qaeda: o Jabat al-Nusra e o Estado do Islã na Síria e no Iraque. Ambos vêm desempenhando uma papel importante na insurgência contra o regime de Bashar al-Assad.
O vice-ministro sírio – que é tido como muito influente no governo de Al-Assad – disse que uma intervenção americana no país aprofundaria o "ódio aos americanos" no Oriente Médio e desestabilizaria a região.
Mekdad disse que o fato de Obama ter recuado no fim de semana, pedindo agora aprovação do Congresso americano, é um sinal de que o presidente americano não pensou com cuidado em todas as consequências que uma ação teria.
Mas ele acredita que o recuo de Obama não fará muita diferença.
"Isso não mudou nada, já que ele está decidido a lançar um ataque."
Ele acredita que a decisão americana será tomada em defesa dos interesses de Israel.

Gás sarin

O fim de semana teve diversos desdobramentos do caso sírio:
  • Ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe, reunidos no Cairo, pediram que a comunidade internacional "adote ações necessárias" contra a Síria. Mas diversos países – como Líbano e Iraque – não apoiaram à manifestação.
  • A Jordânia – um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio – descartou qualquer envolvimento em uma eventual coalizão de forças contra a Síria.
  • O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrult, vai se encontrar com líderes parlamentares para falar sobre planos de uma ação militar francesa. O governo da França está comprometido com os planos americanos na Síria.
No sábado, inspetores da ONU deixaram a Síria. Eles estão agora analisando dados coletados sobre possíveis ataques com armas químicas.
O maior ataque com armas químicas aconteceu no dia 21 de agosto, em subúrbios ao leste da capital Damasco. Os Estados Unidos disseram que mais de 1,4 mil pessoas morreram, incluindo 426 crianças.
Estados Unidos e França acusam o regime sírio de usar armas químicas, e dizem que isso justificaria uma ação militar internacional no país. A Síria nega as acusações, e culpa os insurgentes que há dois anos lutam contra o governo.
No domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, disse que os Estados Unidos têm provas de que o agente químico nervoso sarin foi usado em um ataque mortal em Damasco no mês passado.
Kerry disse que amostras de cabelo e sangue, reunidas após o ataque de 21 de agosto, apresentaram resultado "positivo para o uso de sarin" .

domingo, 1 de setembro de 2013

Reconstituição do sumiço de Amarildo deve se estender pela madrugada

A reconstituição dos últimos momentos do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, deverá se estender até a madrugada desta segunda-feira (2), na Rocinha. Segundo o delegado responsável pela operação, Rivaldo Barbosa, não há hora para o término das atividades.
Os trabalhos estavam programados para começar às 15h deste domingo (1). No entanto, até às 18h não havia iniciado por conta de um desencontro entre agentes da Polícia Civil e os policiais militares que participam da reconstituição dos fatos. Policiais da Delegacia de Homicídios chegaram por volta das 16h10 à sede da UPP da Rocinha, onde Amarildo esteve antes de sumir, mas 15 minutos antes os PMs haviam ido embora, após esperarem desde o meio-dia.
Na última sexta-feira (30), a Polícia Civil informou que os PMs envolvidos na prisão de Amarildo não participariam da reconstituição.Na última quinta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) anunciou o envio de uma representação para uma proposta de ação civil pública, em que pede a expulsão dos quadros da Polícia Militar do major Edson Raimundo dos Santos e dos policiais militares Rodrigo de Macedo Avelar da Silva, Douglas Roberto Vital Machado, Rafael Adriano Silva de Carvalho e Vitor Luiz Evangelista, por improbidade administrativa. Todos são lotados na UPP da Rocinha, para onde Amarildo foi levado no dia 14 de julho e nunca mais foi visto.

RJ: reconstituição do sumiço de Amarildo deve durar 9 horas

A reconstituição dos últimos passos do pedreiro Amarildo de Souza, 47 anos, desaparecido desde o dia 14 de julho, deverá se estender até a madrugada desta segunda-feira na Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro (RJ). Segundo a Polícia Civil, a operação deverá durar cerca de nove horas.
Os trabalhos, que estavam programados para começar às 15h, não tinham iniciado até às 18h em função de um desencontro entre a Polícia Civil e os policiais militares que participam da reconstituição. De acordo com a Polícia Civil, os delegados aguardavam, desde as 16h, os PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), local onde Amarildo passou por uma averiguação antes de sumir.
Porém, segundo a Polícia Militar, os PMs foram dispensados horas antes, depois de esperarem até as 16h pelos policiais civis. Na última sexta-feira, a Polícia Civil havia informado que os policiais militares responsáveis pela prisão não participariam da reconstituição.
MP pede expulsão de PMs
Na última quinta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) anunciou o envio de uma representação para uma proposta de ação civil pública, em que pede a expulsão dos quadros da Polícia Militar do major Edson Raimundo dos Santos e dos policiais militares Rodrigo de Macedo Avelar da Silva, Douglas Roberto Vital Machado, Rafael Adriano Silva de Carvalho e Vitor Luiz Evangelista, por improbidade administrativa. Todos são lotados na UPP da Rocinha, para onde Amarildo foi levado no dia 14 de julho e nunca mais foi visto.


A representação da 15ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos encaminhada à Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania pede também a expulsão dos militares, a suspensão do porte e o recolhimento das armas acauteladas em seus nomes e os distintivos.
Além das medidas na área cível, no âmbito penal os policiais militares também são investigados pelos crimes de tortura e abuso de autoridade com a possibilidade de oferecimento denúncia pelo Ministério Público contra os cinco militares. Na quarta-feira, o comandante das Unidades de Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, havia anunciado que o major Edson Raimundo dos Santos, deixaria o comando da UPP da Rocinha, onde estava lotado desde a inauguração em setembro do ano passado.

Após novo vazamento, radiação em Fukushima atinge nível crítico

Os níveis de radiação nas proximidades da usina nuclear de Fukushima, no Japão, estão 18 vezes mais altos do que se supunha inicialmente, alertaram neste domingo autoridades locais.
Na semana passada, o operador responsável pela planta informou que uma quantidade ainda não identificada de água radioativa vazou de um tanque de armazenamento.
Leituras mais recentes realizadas perto do local indicam que o nível de radiação chegou a um patamar crítico, a ponto de se tornar letal com menos de quatro horas de exposição.
A usina nuclear de Fukushima sofreu um forte dano em sua estrutura devido a um terremoto seguido por um tsunami em 2011.
A companhia de eletricidade de Tóquio (Tepco) informou inicialmente que a radiação emitida pela água vazada era de 100 milisieverts (unidade internacional de radiação) por hora.
No entanto, posteriormente, o órgão refez a medição e descobriu que o equipamento utilizado na primeira leitura só conseguia verificar níveis de radiação de até 100 milisieverts.
A nova medição, para a qual foi usada um aparelho mais sensível, indicou um nível de 1,8 mil milisieverts por hora.
O resultado terá implicações diretas para as doses de radiação recebidas pelos operários que passaram muitos dias tentando interromper o vazamento na semana passada, afirmou o repórter da BBC em Tóquio Rupert Wingfield-Hayes.
Além disso, a Tepco disse que descobriu um novo vazamento em outro cano que emite níveis de radiação de até 230 milisieverts por hora.
Desde o tsunami, a usina de Fukushima já sofreu uma série de vazamentos e quedas de energia.
Naquele ano, a força das águas interrompeu o funcionamento dos sistemas de refrigeração dos reatores. Três deles derreteram por causa do incidente.
Para evitar uma tragédia de maiores proporções, o governo japonês precisou manter um constante bombeamento de água para refrigerar as estruturas.
Foi a quarta vez que um grande vazamento ocorre nos tanques de armazenamento de Fukushima desde 2011. Também foi o pior de todos em termos de volume vazado.
Após a última ocorrência, a agência reguladora de energia nuclear do Japão elevou o nível de alarme de 1 para 3 na escala internacional, que mede a gravidade de acidentes atômicos.
A escala vai de 1 (menor grau) até 7 (maior grau).
Especialistas dizem que a quantidade de água vazada pode ser pior do que as autoridades informaram inicialmente.

Ataque à Síria acontecerá mesmo sem aval do Congresso, dizem Estados Unidos

John Kerry, secretário de Estado dos Estados Unidos, afirmou neste domingo (1º) que o país atacará a Síria mesmo sem o aval do Congresso. Em entrevista o canal norte-americano CNN, Kerry disse ainda que foi confirmado o uso de gás sarin pela Síria nos ataques a civis do país, apesar de o regime sírio desmentir.
A descoberta foi feita depois de o governo americano ter acesso a amostras de sangue e de cabelo doadas por socorristas de Damasco das vítimas do ataque, no qual segundo os EUA morreram 1.429 pessoas, "deram positivo" para exposição ao sarin, detalhou Kerry.
"Achamos que o caso (contra a Síria) é poderoso e continua crescendo a cada dia", disse o chefe da diplomacia americana, que se mostrou convencido de que o Congresso dará ao presidente Barack Obama a autorização solicitada para uma ação militar contra o regime de Bashar al Assad.
O gás sarin é uma substância tóxica que afeta o sistema nervoso e causa lesões semelhantes a queimaduras pelo corpo. Seu uso é vetado pela comunidade internacional.
A prova recolhida a revelia da ONU "reforça o apelo do presidente Barack Obama por uma ação militar", disse Kerry.
"O presidente fez sua escolha primeiro e a anunciou. Sua decisão é que ele acredita que os Estados Unidos devem fazer uma ação militar para deter Assad de usar suas armas. Essa é a sua decisão. Ele tem o direito de fazer, não importa o que o Congresso faça", disse Kerry.
O secretário disse ainda que a administração de Obama trabalha para ganhar apoio entre os legisladores.
Uma missão da ONU foi à Síria para investigar o uso de armas químicas. A equipe de inspeção, liderada pelo cientista sueco Åke Sellström, permaneceu no país entre os dias 18 e 30 de agosto, quando os inspetores partiram para a Holanda com amostras que serão analisadas pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), localizada em Haia. A ONU não informou sobre qualquer resultado das amostras.
Neste domingo, o jornal britânico "Le Journal du Dimanche", afirmou que os serviços franceses de inteligência têm provas de que o regime sírio de Bashar Assad possui mil toneladas de armas químicas e agentes tóxicos entre gás sarin, mostarda e VX, e que utilizou esse tipo de arsenal no dia 21 de agosto.
Ontem, Obama anunciou que decidiu pela ação militar no país, mas que esperaria o aval do Congresso, que deve votar sobre o caso depois de voltar do recesso em 9 de setembro.
A ação militar dos EUA seria uma retaliação ao governo sírio, acusado de usar armas químicas contra civis no país. Obama falou que o episódio foi o "pior ataque químico do século 21".
A Síria vive uma guerra civil desde 2011, entre grupos rebeldes e forças do governo, que causou um enorme êxodo do país, com milhões de refugiados, e mais de 100 mil pessoas mortas.
"Estou confiante que o governo fará o que tiver que ser feito", disse Obama. "Que mensagem nós daremos se não fizermos nada?"
Obama disse ainda no sábado que o país "não pode fechar os olhos para o que está acontecendo em Damasco" e que ele não foi eleito para "evitar decisões difíceis".
O presidente citou que as imagens divulgadas de pessoas queimadas, as quais chamou de 'terríveis', foram um "insulto a dignidade humana".
Logo após o pronunciamento de Obama, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse que "entende e apoia" a decisão do presidente dos Estados Unidos.
Na quinta-feira, Cameron teve que desistir de participar dessa operação militar após perder uma votação no Parlamento.
Uma pesquisa divulgada neste domingo pelo jornal britânico "The Observer", mostrou que aproximadamente 60% dos cidadãos do Reino Unido são contrários à participação de seu país em um possível ataque à Síria.
Antes do anúncio, legisladores dos EUA já pressionavam o presidente por mais informações, e muitos expressavam reservas sobre o custo e o impacto dos potenciais ataques.
O anúncio acontece um dia depois de a Casa Branca divulgar um relatório no qual aponta o regime de Damasco responsável pelo ataque com armas químicas em 21 de agosto, que matou pelo menos 1.429 civis, sendo um terço deles crianças.
A maioria dos norte-americanos não querem que os EUA façam uma intervenção na Síria. Uma pesquisa Reuters/Ipsos feita nesta semana mostrou que apenas 20 por cento acreditam que o país deveria tomar uma ação, isso ante nove por cento uma semana antes. (Com agências internacionais)

Porta-voz de Bush divulga mensagem de condolências por 'morte' de Mandela

O porta-voz de George H. W. Bush, Jim Mc Grath se precipitou ao divulgar, neste domingo, 1º de setembro, uma mensagem oficial à imprensa, em nome do ex-presidente, de 89 anos, na qual Bush pai lamentava a "morte" de Nelson Mandela, que recebeu alta hospitalar neste primeiro dia de setembro.
Segundo Jim, que pediu desculpas através das redes socias, o equívico se deu após informações divulgadas pelo jornal The Washington Post.
O ex-presidente da África do Sul segue em estado críitico, no entanto, foi encaminhado para casa, em Houghton, Joanesburgo, onde sua equipe médica acredita que ele receberá todos os cuidados necessários.
Ele estava internado desde o dia 8 de junho, após uma recaída de infecção pulmonar.

Briga entre palmeirenses e são-paulinos acaba com baleados

Após uma briga entre torcidas na estação Guaianazes da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), na zona leste de São Paulo, dois homens acabaram baleados. Os dois grupos, formados por palmeirenses e são-paulinos se encontraram na manhã deste domingo e iniciaram um confronto na plataforma.
Durante a briga, um torcedor do São Paulo usou uma arma de fogo, disparou contra os rivais e acabou acertando dois palmeirenses. Um dos homens foi atingido no pé e outro no rosto. Os feridos foram encaminhados para hospitais diferentes da região.
Os culpados não foram localizados, mas o caso será registrado na Delegacia de Polícia do Metropolitano, na estação Barra Funda do metrô.
As duas equipes participam de competições distintas e em jogam datas diferentes. O Palmeiras visitou o Ceará no sábado, pela Série B do Campeonato Brasileiro e o São Paulo joga, neste domingo, com o Botafogo, no Rio de Janeiro.

EUA dizem ter provas sobre uso de sarin na Síria

O secretário de Estado americano, John Kerry, disse neste domingo que os Estados Unidos têm provas de que o agente químico nervoso sarin foi usado em um ataque mortal em Damasco no mês passado.
Kerry disse que amostras de cabelo e sangue, reunidas após o ataque de 21 de agosto, "testaram positivas para o uso de sarin" .
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ataques punitivos contra a Síria, mas quer o aval do Congresso antes.
A Síria rejeitou o atraso e disse que estava pronta para qualquer ataque.
Especialistas da ONU estiveram na Síria coletando provas para determinar se armas químicas foram utilizadas em diversas ocasiões.
O maior, e mais mortal ataque ocorreu no dia 21 de agosto, no leste de Damasco. Os Estados Unidos dizem que mais de 1.400 pessoas foram mortas.
Washington acusa o governo sírio, dizendo que só ele tem a capacidade de lançar um ataque.
Kerry deu a entender que as evidências que os Estados Unidos têm foram fornecidas por suas próprias fontes, e não pelos inspetores da ONU.
Eles disse que ao programa da NBC Meet the Press que "o caso está sendo construído e será concluído".
Os Estados Unidos já haviam falado de evidências similares do uso do sarin em outros ataques.
Kerry também disse estar confiante de que o Congresso vai dar sua aprovação para o lançamento de um ataque contra a Síria depois de se reunir novamente no dia 9 de setembro.
O vice ministro das Relações Exteriores da Síria disse que a decisão de Obama de adiar o ataque até que ocorra uma votação no Congresso era apenas "uma manobra política e midiática " .
Ele disse também que a Síria "ainda está" preparada para qualquer ataque.
O presidente do comitê de segurança do Parlalmento sírio, Ibrahim Mahmoud, disse à BBC que "os nossos aliados ofereceram sua assistência integral, mas não precisamos de ninguém para lutar nossas batalhas" .
O jornal estatal sírio Al-Thawra disse que a decisão de Obama foi "o início da histórica retirada americana".

Provas mostram que Síria usou gás sarin, diz secretário de Estado dos EUA

'Amostras de sangue e cabelo que chegaram até nós testaram positivo para traços de sarin', diz Kerry à CNN

Provas mostram que o regime sírio usou gás sarin em um ataque contra sua própria população, disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, no "State of the Union", na CNN. "Amostras de sangue e cabelo que chegaram até nós de equipes que prestaram os primeiros-socorros no leste de Damasco testaram positivo para traços de sarin", disse Kerry.
Entenda: Saiba o que é o sarin, arma química que teria sido usada na Síria
Saiba mais sobre as armas químicas da Síria: Irã ajudou a produzir arsenal
AP
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, faz pronunciamento sobre Síria no Departamento de Estado em Washington (30/8)
Anúncio: Obama buscará voto no Congresso para lançar ataque contra a Síria
Putin: Presidente da Rússia desafia EUA a apresentar à ONU provas sobre Síria
As provas - que foram compiladas de forma independente da ONU - fortalecem o pedido do presidente dos EUA, Barack Obama, para lançar um ataque contra a Síria, afirmou. "A cada dia que passa, esse caso é ainda mais forte", disse Kerry, classificando a situação de "questão clara". O governo Obama diz ter certeza de que a Síria é a responsável pela ação, apesar das negativas do regime.
O anúncio de Kerry foi feito enquanto o governo Obama trabalha para conseguir o apoio dos legisladores para um ataque contra a Síria. A ação militar parecia iminente até sábado, quando Obama anunciou que primeiramente buscaria aprovação do Congresso , que volta do recesso em 9 de setembro.
Síria: Obama recua ao pedir aval do Congresso para lançar ataque
"Apesar de acreditar que tenho a autoridade para lançar esse ataque sem uma autorização específica do Congresso, sei que o país ficará mais forte se adotarmos esse rumo, com nossas ações sendo ainda mais efetivas", disse Obama no sábado. A Lei de Poderes de Guerra, de 1973, tecnicamente permite ao presidente dos EUA atacar sem autorização prévia.
Líderes mundiais já haviam dito previamente que o sarin havia sido usado na guerra civil Síria, que deixou mais de 100 mil mortos desde seu início, há mais de dois anos e meio.
EUA: Ataque químico da Síria deixou 1.429 mortos, incluindo 426 crianças
Galeria de fotos: Veja imagens do suposto ataque químico na Síria
Os congressistas americanos estão profundamente divididos sobre o que os EUA devem fazer depois do suposto ataque químico em 21 de agosto . Segundo o governo Obama, o ataque deixou 1.429 mortos , incluindo mais de 400 crianças, total bem maior do que estimativas anteriores que apontavam centenas de mortos. A inteligência britânica informa que o número de mortos ultrapassaria os 350, número similar aos 355 apontados pelos Médicos Sem Fronteiras .
Leia: Saiba os principais itens de relatório dos EUA sobre o ataque químico
O governo sírio negou que tenha usado armas químicas, afirmando que jihadistas que combatem os rebeldes usaram o armamento não convencional em uma tentativa de virar os sentimentos do mundo contra o regime de Assad.
Risco de retaliação
As autoridades americanos estão reforçando suas medidas de segurança domésticas. O FBI (polícia federal americana) e o Departamento de Segurança Interna estão alertando para um risco maior de ciberataques depois de meses de intervenções de hackers conhecidos como Exército Eletrônico da Síria.
TV estatal:  Assad diz que Síria é capaz de enfrentar qualquer agressão
O Reino Unido já votou contra uma ação militar , e a França disse que não atuará sem os EUA como parceiro. "França não pode agir sozinha", disse o ministro do Interior Manuel Valls à Europe Radio 1 neste domingo. "Tem de haver uma coalizão."
O primeiro-ministro francês se reunirá com ministros do governo e outras autoridades na segunda para discutir Síria - dois dias antes de um debate aberto no Parlamento, sem votação, disse o governo.
Pelo Twitter, o ministro de Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, disse neste domingo que o tempo conquistado com a espera pela votação no Congresso americano "deveria ser usado para alcançar uma posição comum da comunidade internacional dentro do Conselho de segurança da ONU".
ONU: Inspetores deixam Síria com amostras de suposto ataque químico
Uma equipe de inspetores da ONU tenta confirmar se um ataque químico aconteceu, mas levará até três semanas para os investigadores analisarem as provas. Mesmo assim, a equipe dirá apenas se armas químicas foram usadas - não quem é o responsável.

Papa decreta dia mundial de jejum e oração pela Síria em 7 de setembro

O papa Francisco pediu neste domingo a todo o mundo uma jornada de jejum e de oração pela paz na Síria, em um gesto simbólico que lembra o apelo feito pelo papa João Paulo II após os atentados de 11 de setembro de 2001.
O dia 7 de setembro será uma jornada de "oração e de jejum", para a qual o Papa convidou todos os cristãos a participarem, assim como os fiéis de outros credos e, inclusive, aqueles que não têm uma religião.
Em um apelo lançado diante de dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro para assistir à oração do Ângelus, Francisco condenou firmemente o uso de armas químicas na Síria, mas reiterou sua oposição a qualquer intervenção armada.
"Um grito se eleva com força... é o grito da paz", "guerra nunca mais", afirmou o Papa, retomando a célebre frase pronunciada por Paulo VI na ONU em 1964, em plena guerra do Vietnã.
"Condeno firmemente o uso de armas químicas. Ainda tenho gravadas na memória e no coração as terríveis imagens dos últimos dias", disse o papa argentino, antes de exclamar: "Há um julgamento de Deus e um julgamento da História diante de nossas ações, de que não podemos escapar!".


Reiterando sua firme oposição a qualquer intervenção armada na Síria, o Papa pediu "com todas as suas forças" que as partes em conflito na Síria "sigam com valentia o caminho da negociação".
Francisco exortou também a comunidade internacional "a fazer todos os esforços para promover sem hesitações as iniciativas de paz" na Síria.
"O uso da violência não traz a paz. A guerra chama a guerra. A violência chama a violência", ressaltou.
O Papa se disse "muito ferido", não só "pelo que está acontecendo na Síria", mas também pelos "dramáticos acontecimentos que se projetam", em uma referência às declarações do presidente americano, Barack Obama, e de seu colega francês, François Hollande, que parecem estar determinados a "castigar" o regime sírio.
Obama anunciou a sua decisão de atacar o regime sírio, embora vá pedir o aval do Congresso, que está em recesso até 9 de setembro.
Em uma coincidência ou por decisão tática, o dia de oração e de jejum decretado pelo Papa será realizado dois dias antes, em 7 de setembro.
Essa forte iniciativa segue a lançada pelo papa João Paulo II após os atentados contra as torres do World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001. O papa polonês também havia pedido ao mundo inteiro um dia de jejum e de oração pela paz.
Segundo o vaticanista Luigi Accattoli, entrevistado pela AFP, na tradição cristã o jejum é muito menos preciso do que na religião judaica ou na muçulmana. "Cada um interpreta a sua maneira, sem comer, sem beber, ou evitando simplesmente alguns alimentos ou alguns pratos".
Outras jornadas mundiais de jejum e oração foram decretadas no passado, mas eram "dias de paz", anunciados com antecedência e sem relação com um conflito específico.
O Papa anunciou também que em 7 de setembro haverá uma vigília de oração, das 16h00 às 21h00 (14h00 às 18h00 de Brasília), na Praça São Pedro.

Proteína oferece pista importante sobre perda de memória com idade

Cientistas americanos dizem ter encontrado uma pista importante sobre o porque a memória se deteriora com a idade.
Experiências feitas com camundongos sugerem que baixos níveis de proteína no cérebro podem ser responsáveis por perda de memória.
O estudo publicado pela revista científica Science Translational Medicine afirma que a perda de memória não tem relação com Alzheimer.
A equipe do Columbia University Medical Centre começou analisando o cérebro de oito pessoas já falecidas, com idades de 22 a 28 anos, que doaram seus órgãos para pesquisa médica.
Eles encontraram 17 genes cujas atividades variavam com a idade. Um deles continha instruções para fazer a proteína RbAp48, que ficou menos ativo com o tempo.
Camundongos jovens criados com baixos níveis de RbAp48 em laboratório tiveram desempenho mais fraco em testes de memória.
Usando um vírus para melhorar o nível de RbAp48 em camundongos mais velhos pareceu melhorar a memória e reduzir o nível de deterioração.
"O fato de que nós fomos capazes de reverter a memória relacionada ao envelhecimento em camundongos é bastante animador", disse o professor Erica Kandel, que trabalhou na pesquisa.
"No mínimo, mostra que essa proteína é um fator importante, e faz alusão ao fato de que a perda de memória relacionada à idade acontece em função de uma mudança de algum tipo nos neurônios. Ao contrário do Alzheimer, não existe perda signigicativa (no número) de neurônios."
Ainda não se sabe o impacto que o ajuste no nível de RbAp48 tem no cérebro humano, que é mais complexo. Nem mesmo se entende se seria possível manipular estes níveis com confiança.
Simon Ridley, da entidade Alzheimer Research UK, que não participou da pesquisa, disse que os resultados do estudo avança em uma área desafiadora para a ciência, que é a compreensão sobre os mecanismos que causam Alzheimer e os que provocam perda de memória em relação à idade.

Polícia do Rio faz reconstituição do caso Amarildo neste domingo

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizará, neste domingo, uma reconstituição dos últimos passos do pedreiro Amarildo de Souza, 47 anos, antes de sumir. Equipes da Delegacia de Homicídios tentarão esclarecer, a partir das 15h, o que levou o pedreiro a desaparecer no dia 14 de julho, após ser preso por policiais da unidade de polícia pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio. Segundo a Polícia Civil, porém, os policiais militares responsáveis pela prisão não participarão da reconstituição.
Na última quinta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) anunciou o enviou de uma representação para uma proposta de ação civil pública, em que pede a expulsão dos quadros da Polícia Militar do major Edson Raimundo dos Santos e dos policiais militares Rodrigo de Macedo Avelar da Silva, Douglas Roberto Vital Machado, Rafael Adriano Silva de Carvalho e Vitor Luiz Evangelista, por improbidade administrativa. Todos são lotados na UPP da Rocinha, para onde Amarildo foi levado no dia 14 de julho e nunca mais foi visto.
A representação da 15ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos encaminhada à Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania pede também a expulsão dos militares, a suspensão do porte e o recolhimento das armas acauteladas em seus nomes e os distintivos.
Além das medidas na área cível, no âmbito penal os policiais militares também são investigados pelos crimes de tortura e abuso de autoridade com a possibilidade de oferecimento denúncia pelo Ministério Público contra os cinco militares.
Na quarta-feira, o comandante das Unidades de Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, havia anunciado que o major Edson Raimundo dos Santos, deixaria o comando da UPP da Rocinha, onde estava lotado desde a inauguração em setembro do ano passado.

Decisão de Obama pode 'encorajar' Assad

A oposição síria diz que a decisão do presidente americano Barack Obama de adiar uma possível ação militar no país poderia "encorajar" as forças do presidente Bashar al-Assad.
O porta-voz do Conselho Nacional Sírio (CNS), Louay Safi, chamou a decisão de um" fracasso de liderança" dos Estados Unidos.
"Nosso medo agora é que a falta de ação encoraje o regime, e ele repita os ataques de forma mais severa," Safi disse à CNN.
A Síria nega as acusações dos Estados Unidos de que seu exército utilizou armas químicas em agosto, que teriam matado 1.429 pessoas.
Em seu discurso, Obama disse que qualquer ação seria limitada, e descartou uma invasão terrestre. Ele enviou ao Congresso americano um projeto de lei buscando aprovação para o uso da força que ele "determina ser necessária e adequada" para evitar que o governo sírio realize ataques com armas químicas.
Não houve nenhuma declaração oficial do governo sírio desde o anúncio de Obama, mas a CBS citou o vice primeiro ministro sírio Qadri Jamil, dizendo: "Estamos em constante alerta. Se os Estados Unidos adiaram sua decisão, ou se retiraram ... isso convida o ridículo de todos os lados."
No domingo, o vice ministro das Relações Exteriores sírio, Faisal Mekdad, disse à BBC que a decisão de Obama não mudaria nada para a Síria e chamou sua declaração de um jogo de palavras destinadas a ganhar tempo.
O correspondente da BBC em Damasco, Jeremy Bowen, diz que há um certo alívio na cidade entre aqueles que temiam que os ataques norte-americanos poderiam começar neste fim de semana.
Ele diz também que o atraso poderia dar tempo ao governo para movimentar equipamento militar sensível.
No sábado à noite, enquanto Obama terminava seu discurso, foças do governo sírio voltaram a bombardear áreas da capital Damasco contraladas pelos rebeldes.

Aval do Congresso

Em um rápido pronunciamento nos jardins da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que o país deve intervir militarmente na Síria, mas que buscará o aval do Congresso para levar adiante a ação.
Ele, no entanto, não fixou um prazo para a ofensiva acontecer.
"[O ataque] pode acontecer amanhã, em uma semana, ou em um mês", disse.
O presidente dos EUA acrescentou que o Congresso discutirá a operação militar após o retorno do recesso, no dia 9 de setembro.
Ele destacou que não precisaria da autorização dos parlamentares para realizar a investida, mas justificou a decisão por acreditar que "o debate é necessário".
O presidente americano criticou ainda o que chamou de 'paralisia' da ONU em relação à Síria e ressaltou que os Estados Unidos estão prontos para intervir militarmente no país mesmo sem um consenso do Conselho de Segurança do órgão.
Ele reiterou que o governo americano possui evidências, por meio de relatórios de inteligência, de que a Síria usou armas químicas em um ataque no subúrbio da capital Damasco na semana passada. Mais de 1,4 mil pessoas já morreram em decorrência da ação.
O governo de Bashar al-Assad, entretanto, nega a acusação e culpa os rebeldes.
Obama reafirmou que a ofensiva seria "limitada" e que não envolveria "botas no chão". Ele já havia falado sobre tal estratégia na sexta-feira, quando disse que os EUA "estavam planejando" uma ação militar contra a Síria.

ONU

Neste sábado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, desafiou os EUA a apresentar às Nações Unidas evidências de que o governo sírio atacou rebeldes com armas químicas.
O líder russo afirmou que seria "um disparate total" para a Síria provocar os adversários dessa forma.
Paralelamente, os inspetores de armas da ONU, que estavam no país para investigar a autoria do ataque, já chegaram à Holanda.
Eles vão levar as provas reunidas durante quatro dias de visita aos locais onde ocorreram os ataques à Organização para a Prevenção de Armas Químicas, em Haia.
A ONU disse que seus inspetores realizaram uma "ampla gama de atividades de averiguação".
O porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky, recusou-se a definir um prazo para os resultados dos testes de laboratório e o relatório completo dos inspetores.
Ele descreveu como "grotesco" o rumor de que a saída dos inspetores da Síria "de alguma forma abre a possibilidade para uma ação militar".
O trabalho humanitário da ONU na Síria continuará, disse ele.