segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Wikileaks deve lançar novos documentos secretos

Criador do Wikileaks criticou Google e governo dos EUA.
Julian Assange, exilado na embaixada do Equador de Londres, anunciou que novos documentos secretos serão publicados em seu site, o Wikileaks. Assange divulgou a informação durante video conferência feita para um simpósio do festival de cinema nas cidades portuguesas de Lisboa e Estoril (Leffest), nesta segunda-feira (17).
O ativista australiano não detalhou sobre o conteúdo dos documentos, mas insinuou que podem fazer parte dos documentos de espionagem que desmascararam as empresas envolvidas no sistema de vigilância global, promovido pelos Estados Unidos.
Assange também criticou o Google. Segundo o ativista, a empresa é responsável por colaborar com o governo dos EUA para o controle das informações. Segundo Assange, o controle das informações por apenas um país "conduz ao totalitarismo". (Ansa Brasil)

Aeroporto de Brasília pode operar até 52 aeronaves por hora

A capacidade de operação  do sistema de pista do Aeroporto Internacional de Brasília passou de 44 aeronaves por hora para 52 aeronaves por hora. Com a mudança, que começou a ser implementada no início do mês, o terminal torna-se o aeroporto com maior capacidade de pista do Brasil e pode fazer até um voo a cada intervalo de 1 minuto e 9 segundos nos horários de maior movimento.
A autorização foi concedida pelo  Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), depois de fazer estudos observando as condições de operação das pistas do aeroporto, como qualidade, visibilidade em situações meteorológicas adversas, tempo de ocupação, capacidade de pátio, direção do vento e a categoria das aeronaves. Segundo a Inframerica, concessionária que administra o terminal, o acréscimo de oito novos voos por hora vai significar um crescimento de até 8 mil passageiros a mais todos os dias, considerando a média de movimentação do aeroporto.
O aeroporto já estava operando na sua totalidade em horário de pico, nos períodos de 7h às 12h e de 17h às 22h30, de acordo com a Inframerica. Com esse incremento no número de operações por hora, empresas aéreas estão procurando o aeroporto de Brasília para negociar novos pedidos de voos e a projeção é que, até o final do ano, existam mais opções de horários para diversos destinos no país. Desde o início do ano, mais de 14 milhões de usuários utilizaram o terminal como ponto para desembarque, embarque e conexão.

Oposição insistirá na convocação de ex-diretores na CPI da Petrobras

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) defendeu a instalação de uma nova comissão parlamentar de inquérito para investigar as denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras e as empreiteiras brasileiras. Após vir à tona a sétima fase da operação Lava Jato, o senador disse que a oposição já colhe assinaturas para a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI).
“Nós queremos que essa nova CPMI funcione. Renovaremos, agora, o pedido de convocação de Renato Duque, de Sérgio Machado, porque a base do governo impediu a convocação deles na sessão passada, obstruíram", disse o líder do PSDB no Senado. Acrescentou que a oposição insistirá na convocação dos ex-diretores na reunião da comissão de inquérito que investiga a Petrobras, ainda "nesta semana”.
De acordo com o senador Pedro Taques (PDT-MT), foram criadas neste ano duas CPIs “para inglês ver”. A seu ver, em 2015, será necessário que a nova comissão que defenda o direito de o cidadão saber o que se passa na Petrobras, sem “semprejulgamentos”.
Para Aloysio Nunes, a sétima fase da Opereção Lava jato, da Polícia Federal, significa um novo patamar das investigações, a partir do qual virá uma outra, “dos políticos envolvidos na corrupção”. O que não pode haver, na opinião do parlamentar de oposição, é uma revelação antecipada que atrapalhe as investigações.

O clamor público e a covardia política

A grande mídia escrita encerrou a louvável campanha de esclarecimento e crítica à situação caótica do trânsito nas nossas grandes cidades expondo, em editorial, a sua opinião. Correndo o risco de abordar um assunto complexo, embora sem serem especialistas, chegaram à conclusão lógica  que a opção pelo transporte individual é insustentável.
Só não vê esta realidade a covardia política dos governantes, a quem caberia corrigir este erro. Há um entendimento errado do que seja mobilidade urbana. Não é a oferta do tipo de transporte deficiente e superlotado que irá permitir a verdadeira mobilidade urbana, onde o rendimento da malha viária é acima de 60% e garante a mobilidade da ambulância, se possível, em faixa para ela liberada, em atendimento ao seu aviso sonoro.
Cabe aqui, a magnífica resposta do insuperável e saudoso engenheiro de tráfego Gerardo Penna Firme, ao responder a um repórter se o metrô, que iniciava sua construção, seria a solução para o trânsito: “O transporte de massa está para o trânsito urbano como o sexo para o casamento. Ambos são muito importantes mas, sozinhos, não dão a felicidade completa”. Falou e disse, como se costuma dizer. Não foi por acaso que juntos, no governo Negrão de Lima, gerindo o trânsito do finado Estado da Guanabara, deixamos saudades até os dias de hoje.
Henry Ford, o responsável pela popularização do automóvel, atribuía o sucesso de seu negócio, à preguiça  e ao comodismo inerentes da pessoa humana. É por causa deste sentimento que o indivíduo continuará preferindo o conforto, a privacidade e a independência do uso do automóvel, no seu deslocamento diário para o trabalho, embora feito para o passeio, ainda segundo Henry Ford,
O transporte público, por ônibus, com seu pecado original de ser explorado empresarialmente, visando, por conseguinte o lucro, terá que ser sempre um incômodo para o usuário. A prova está que a solução BRT aumentou a velocidade e o preço da passagem e, conforme já desafiei aos responsáveis pelo projeto, para pesquisarem quantos usuários deste novo meio de transporte possuem automóvel, não me responderam. E não responderam porque sabem que o resultado é pífio, não chega a 0,5%.
O problema merece ação imediata e coragem política para implantar o sistema URV, que reduz, nas horas de pico o volume de carros, obrigados a trafegarem com mais de um passageiro, entre 50 e 80% incentivada esta prática com prêmios em dinheiro. Pune o motorista sozinho, hoje cerca de 96% do volume de carros circulando, com o pagamento da elevada “taxa de congestionamento” e cria subsídios para o transporte público, na razão de 2 milhões de reais/mês, para cada 100 mil usuários do sistema URV,  o uso racionado das vias. Mais pessoas circulando e menos carros atrapalhando.
Como me disse, ao tomar conhecimento do meu projeto URV, o eminente urbanista professor Sérgio Magalhães: “Com o tempo acabarão implantando o seu sistema.”

STJ nega pedido de liberdade a cinco executivos e funcionários da OAS

Pedidos de liberdade de cinco presos pela Operação Lava Jato foram rejeitados pelo desembargador Newton Trisotto, que está atuando como ministro interino do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os pedidos, protocolados no domingo (16), eram relacionados a executivos e funcionários da Construtora OAS.
O mesmo pedido de habeas corpus já havia sido negado no sábado (15) Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que abrange os estados da Região Sul.
Os executivos foram presos na na sexta-feira (14), durante mais uma fase da Operação Lava Jato. Na OAS, foram presos preventivamente José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da empresa em São Paulo, e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS.
Ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi um dos presos 
Ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi um dos presos 
Presos na Lava Jato fazem exames no IML e prestam novos depoimentos à PF
Os 23 presos na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, fizeram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. Em seguida, eles iniciaram a segunda rodada de depoimentos na sede da Polícia Federal. Primeiro, estão sendo ouvidos aqueles que tiveram o mandado de prisão temporária decretado.
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocado desvio de recursos da Petrobras. Entre os 23 presos desta fase, está o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. Ele foi detido em sua residência na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Ao todo, foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná 25 mandados de prisão, sendo que dois estão em aberto. A polícia ainda está à procura de Fernando Antônio Falcão Soares (conhecido como Baiano) e Adarico Negromonte Filho.
No sábado, a Justiça Federal rejeitou três pedidos de habeas corpus de dirigentes de empreiteiras presos na sexta-feira (14). As decisões foram proferidas pela desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre.
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Nas petições, as defesas de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Correa, e de Agenor Franklin Magalhaes Medeiros e Jose Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados à OAS, alegaram que os decretos de prisão são ilegais por não fundamentarem as participações dos acusados dos fatos. Os advogados de Eduardo Emerlino também alegaram questões de saúde para pedir que a prisão preventiva seja transformada em domiciliar. Segundo eles, o investigado é portador de hipertensão arterial de "difícil controle, chegando a registrar picos de 19 por 10 [mmHg (milímetros de mercúrio)]".
Nas decisões, a desembargadora indeferiu as liminares para libertá-los por entender que não há constrangimento ilegal nas prisões, determinadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, de Curitiba.
"Igualmente restou evidenciada a necessidade da medida [prisão] por conveniência da instrução criminal. Isto porque apresentados documentos falsos perante o juízo como forma de justificar as transferências às empresas controladas por Alberto Youssef. Daí a constatação no sentido de que se as empreiteiras, ainda em fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que [a] integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco sem uma contramedida. Mas não é só. Segundo informações prestadas pela autoridade policial e destacadas pelo juízo impetrado, emissários das empreiteiras tentaram cooptar, por dinheiro ou ameaça velada, uma das testemunhas do processo, o que desvela de forma concreta a necessidade da medida", concluiu a magistrada.
Também neste sábado, o diretor-presidente e o presidente do Conselho de Administração da Construtora Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, se apresentaram à Polícia Federal, em São Paulo.
Os dois tiveram prisão temporária decretada por cinco dias pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, mas não foram localizados pela Polícia Federal.
Além dos dois executivos, o vice-presidente da empresa, Eduardo Leite, teve prisão preventiva pedida na mesma operação. Ele não foi encontrado pela manhã de sexta, em casa, mas entregou-se no fim da tarde à Polícia Federal, em São Paulo.
Veja quem está preso:
- Jayme Oliveira Filho (seria ligado ao doleiro Alberto Youssef)
Da empreiteira Camargo Corrêa 
- Dalton dos Santos Avancini, presidente
- Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração
Da Engevix
- Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor
- Gerson de Mello Almada, vice-presidente
- Newton Prado Júnior, diretor
Da Galvão Engenharia
- Erton Medeiros Fonseca
Da IESA
- Otto Sparenberg, diretor
- Valdir Lima Carreiro, diretor-presidente
Da Mendes Junior
- Sérgio Cunha Mendes, diretor-vice-presidente-executivo
Da OAS
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor
- Alexandre Portela Barbosa
- José Aldemário Pinheiro Filho, presidente
- José Ricardo Nogueira
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira, vice-presidente do conselho
Da Petrobras
- Renato Duque, ex-diretor de Serviços
Da Queiroz Galvão
- Ildefonso Collares Filho, ex-diretor-presidente
- Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor
Da UTC
- Carlos Alberto Costa Silva
- Ednaldo Alves da Silva
- Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente
- Walmir Pinheiro Santana
Quem está foragido
- Fernando Antonio Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano
- Adarico Negromonte Filho

domingo, 16 de novembro de 2014

Mulher volta a ser flagrada andando nua em avenida de Porto Alegre

Lutadora de 35 anos foi flagrada na Avenida Juca Batista, na Zona Sul. Ela foi encaminhada para um pronto atendimento para receber auxílio.

Depois de andar nua em meio à chuva e aos carros na Terceira Perimetral, um das vias mais movimentadas de Porto Alegre, no dia 6 de novembro, a lutadora de MMA Betina Baino, de 35 anos, voltou a ser vista nas mesmas condições na madrugada de sábado (15), na Zona Sul da capital gaúcha. Por volta da 1h, ela foi flagrada caminhando totalmente sem roupas na Avenida Juca Batista, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço, da RBS TV (veja o vídeo).

De acordo com a Brigada Militar, a mulher resistiu à abordagem e chegou a ser algemada para sua segurança. Ela foi encaminhada para o Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul para receber auxílio psiquiátrico. Betina também foi vista por um motorista que passava pelo local e chegou a tentar falar com a lutadora.

"Eu estava saindo de um churrasco e dirigindo no sentido contrário da rua quando vi uma mulher correndo pelada e voltei pra ver o que estava acontecendo. Ela é forte, tatuada, reconheci pelas fotos que vi em notícias. Deu para ver que ela estava bem transtornada, fora da realidade, não falava coisa com coisa. Comecei a filmar e vi que tinha um monte de gente nos carros, filmando também", relata o homem que se identificou apenas como Juliano.

Em entrevista concedida ao G1, Betina admitiu estar passando por dificuldades financeiras, revelou ter se prostituído para sobreviver e classificou sua atitude como um ato de protesto. Ela também perdeu a guarda do filho de três anos e foi interditada judicialmente.

Esta é a quinta ocorrência de pessoas andando nuas pelas ruas de Porto Alegre desde o dia 30 de outubro. O primeiro caso da onda de nudez pela cidade ocorreu quando uma jovem foi flagrada correndo em um parque. No dia 6, Betina foi vista pela primeira vez caminhando em meio aos veículos de uma avenida. No domingo (9), uma mulher correu sem roupa no Centro e, mais tarde, um homem foi visto pelado na Avenida Carlos Gomes.

Justiça nega habeas corpus para 11 investigados da Operação Lava Jato

A desembargadora Maria de Fátima Freitas Laberrère, do TRF4, indeferiu habeas corpus para 5 sábado e mais 2 neste domingo.

A Justiça Federal negou pedidos de liberdade para 11 investigados da Operação Lava Jato entre sábado (15) e domingo (16).
Hoje: No G20, Dilma diz que Lava Jato mudará Brasil

Divulgação/Polícia Federal
A PF deflagrou na sexta-feira (14) a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga organizações criminosas responsáveis por desvio de recursos públicos (arquivo)
A desembargadora Maria de Fátima Freitas Laberrère, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre, indeferiu habeas corpus para cinco pessoas no sábado e mais seis neste domingo. Segundo o Ministério da Justiça, 19 pessoas foram presas.
Sábado, a desembargadora negou pedidos da defesa de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Corrêa; e de Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, vinculados à mesma construtura. Avancini e Auler tiveram decretada a prisão temporária.
No caso de Leite, cujo mandado foi para prisão preventiva, além de pedir habeas corpus, os advogados alegaram questões de saúde para pedir ainda o cumprimento de prisão domiciliar, já que ele seria portador de hipertensão arterial.
Também no sábado foram indeferidos os pedidos de Agenor Franklin Magalhães Medeiros e José Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados à OAS.
Neste domingo, Maria de Fátima Freitas Laberrère negou habeas corpus a José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS, e a Mateus Coutinho de Sá Oliveira e Alexandre Portela Barbosa, ligados à mesma empresa.
Foram expedidos mandados de prisão temporária para os três. A desembargadora indeferiu, ainda, pedidos de liberdade para Carlos Eduardo Strauch Albero, Milton Prado Júnior e Gerson de Mello Almada, da Engevix. Para os dois primeiros foi expedido mandado de prisão temporária. Para Almada, mandado de prisão preventiva.

Divergência sobre apoio ao golpe militar racha ato em São Paulo

A manifestação contra a presidenta Dilma Rousseff neste sábado em São Paulo foi marcada por um racha. Cerca de 2,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, reuniram-se no Masp para pedir a queda de Dilma, mas divergiram quanto ao método: parte pedia o impeachment. Outros clamavam pela “ajuda” do exército. Dilma foi reeleita no último dia 26 de outubro com mais de 54 milhões de votos.
A divergência foi tamanha que o ato, após a concentração no Masp, dividiu-se em três, cada um com seu carro de som: uma parte ficou por ali mesmo. Outros marcharam até a praça da Sé, descendo pela avenida Brigadeiro Luiz Antônio. E um terceiro grupo, formado pelos defensores de uma “intervenção militar”, rumou com seu carro de som para o Comando Militar do Sudeste, um quartel do exército ao lado do parque do Ibirapuera.
Alguns políticos marcaram presença na avenida Paulista: o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice na chapa de Aécio Neves, não discursou mas foi bastante festejado e tirou muitas fotos com admiradores. O deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) estava em um dos três carros de som. Eduardo, flagrado com uma arma na cintura no ato anti-Dilma de primeiro de novembro, desta vez afirmou a jornalistas que estava desarmado. Outro muito assediado pelos presentes foi o ex-comandante da Rota e deputado estadual eleito Coronel Telhada (PSDB-SP). Estava ainda no ato Gilberto Natalini, candidato a governador pelo PV nas eleições deste ano.
Lobão “traidor do movimento"
Um dos líderes e maiores divulgadores da manifestação, o cantor Lobão, evidenciou o racha, ameaçou abandonar o ato e deixou aflitos seus seguidores no Twitter. Chegou a descrever o protesto como “cilada infame”, e complementou: “Chego no Masp e a primeira coisa que vejo é um carro de som com os dizeres ´Intervenção Militar Já!´. Palhaçada!”. A reação foi imediata: o roqueiro foi chamado de “burro”, “petista” e “covarde” por seus seguidores. Depois que a manifestação partiu-se em três o artista, contudo, mudou de ideia e juntou-se ao grupo que desceu até a Praça da Sé. E tranquilizou seu fãs: “Voltei!”.
Tirando o bate-boca entre as diferentes facções (defensores do impeachment X defensores do golpe militar), o ato transcorreu sem maiores problemas. O único relato na imprensa de agressão é da reportagem do UOL, que presenciou um rapaz de camiseta vermelha sendo agredido (sem gravidade) por dois idosos de verde e amarelo.
As bandeiras tinham em comum o desejo de retirar Dilma do poder imediatamente  e o ódio a Lula, ao PT, ao Foro de São Paulo, a Cuba, a Venezuela, ao bolivarianismo, ao comunismo e a qualquer coisa “de esquerda”. Cartazes saudavam Olavo de Carvalho, as Forças Armadas, a revista Veja e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Também havia muitas menções à operação Lava-Jato e à Petrobras. Havia ainda críticas a alguns veículos de comunicação em faixas e cartazes. Jornalistas do Grupo Folha, por exemplo, foram chamados de “imprensa petralha”.
O dress-code do ato era usar cores da bandeira do Brasil. Quem não vestia camisas da seleção, trajava alguma outra peça verde, amarela ou azul. Foram distribuídas fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim, e camelôs vendiam bandeiras do Brasil. Marcaram presença também bandeiras do Estado de São Paulo, empunhadas por jovens tatuados com camisetas aludindo à Revolução de 32 ou pedindo a “volta do CCC”, o Comando de Caça aos Comunistas, organização paramilitar responsável por espancamentos e mortes durante a ditadura militar.
Na trilha sonora do protesto, músicas como Reunião de Bacana, do Fundo de Quintal (“Se gritar pega ladrão...”), Até Quando Esperar (Plebe Rude) e o Hino Nacional.
Teve também um Pai-Nosso puxado do alto do carro-de-som mais potente por um padre não identificado. Antes de começar a rezar o homem de batina discursou contra “o crescimento do Islã no Brasil”, contra o “gayzismo”, “pela família” e concluiu afirmando que um golpe militar “ainda não é necessário”.
Em outras cidades
Neste feriado de Proclamação da República, outros atos aconteceram no Brasil afora. A adesão, contudo, foi bem inferior a São Paulo. Em Porto Alegre eram “centenas” de manifestantes, segundo o jornal Zero Hora; em Belo Horizonte a Polícia Militar estimou em 600 os presentes; em Brasília, um pequeno grupo se reuniu em frente ao Congresso Nacional.
No Rio de Janeiro a PM falou em 150 manifestantes em Copacabana. Na capital carioca a estrela foi o deputado federal Jair Bolsonaro. Primeiro o parlamentar “denunciou” o plano do governo para “impor o socialismo no nosso País”, para em seguida afirmar: “O socialismo é o nome de fantasia para o comunismo”. E concluiu: “são poucos os manifestantes, mas valem pela qualidade”.

Presos da Lava Jato começam a prestar primeiros depoimentos

Desembargadora nega primeiros pedidos de habeas-corpus feitos pelos presos na Operação Lava Jato. Investigadores começaram ontem a ouvir os depoimento dos acusados. No foco, o papel das empreiteiras na corrupção na Petrobras.A sexta-feira ainda não acabou para os 23 presos  na sétima fase da Operação Lava Jato. Transferidos para Curitiba, centro das investigações da Polícia Federal (PF), eles começaram ontem a ser ouvidos pela autoridades envolvidas na apuração das denúncias de corrupção na Petrobras. Nem a ordem nem o teor dos depoimentos foram divulgados  até o fechamento desta edição.
Entre os presos estão um diretor da estatal, Roberto Duque (acusado de movimentar R$ 60 milhões em propinas), e presidentes das maiores empreiteiras do país, acusadas de agir em cartel para vencer licitações de contratos superfaturados da Petrobras, corrompendo servidores públicos e pagando propinas a agentes políticos.
A movimentação de advogados do lado de fora da sede da PF na capital do Paraná foi intensa. Eles reclamavam que não tinham acesso às acusações ou aos clientes, ao mesmo tempo em que tentavam agir para encurtar o tempo de detenção dos executivos.
Leia também:
Entenda como funcionava o esquema denunciado pela Operação Lava Jato

A  Justiça Federal, porém, não se sensibilizou e rejeitou três pedidos de habeas-corpus de dirigentes de empreiteiras. As decisões foram proferidas pela desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (RS).
Nas petições, as defesas de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Corrêa, e de Agenor Franklin Magalhães Medeiros e Jose Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados a OAS, alegaram que os decretos de prisão são ilegais por não fundamentarem as participações dos acusados nos fatos.
Os advogados de Eduardo Emerlino, que ainda não teve prisão confirmada pela PF, também alegaram questões de saúde para pedir que a prisão preventiva seja transformada em domiciliar. Segundo eles, o investigado é portador de hipertensão arterial de “difícil controle”.
A desembargadora indeferiu as liminares por entender que não há constrangimento ilegal nas prisões. “Igualmente restou evidenciada a necessidade da medida (prisão) por conveniência da instrução criminal. Isto porque apresentados documentos falsos perante o juízo como forma de justificar as transferências às empresas controladas por Alberto Youssef”, escreveu a magistrada em sua decisão.
“Daí a constatação no sentido de que se as empreiteiras, ainda em fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que (a) integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco sem uma contramedida. Mas não é só.
Segundo informações prestadas pela autoridade policial e destacadas pelo juízo impetrado, emissários das empreiteiras tentaram cooptar, por dinheiro ou ameaça velada, uma das testemunhas do processo, o que desvela de forma concreta a necessidade da medida”, concluiu a juíza.
Novas prisões
O grupo de presos chegou a 23, ontem, depois que o presidente do conselho de administração da construtora Camargo Corrêa, João Auler, e o presidente da empreiteira, Dalton Avancini, se entregaram à Polícia Federal. Contra eles, a Justiça decretou mandados de prisão temporária - cinco dias. Um terceiro integrante da cúpula da empreiteira, o vice-presidente Eduardo Leite, havia se entregado na noite da sexta.
Dois acusados ainda estariam foragidos, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e que seria o lobista indicado para arrecadar propinas para o PMDB. O outro é  Adarico Montenegro Filho, irmão do ex-ministro das Cidades e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia Mário Negromonte.
CGU
As empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras serão alvo de processos administrativos movidos pela Controladoria-Geral da União (CGU). A exemplo do que fez na apuração dos escândalos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em 2012, a CGU vai apurar irregularidades entre as empreiteiras e a estatal.
A partir das provas encontradas, grandes construtoras correm o risco de ter o mesmo destino dado pela CGU à Delta Construções: a declaração de inidoneidade, situação que impede a empresa de concorrer em licitações da administração pública por um determinado período.
Seria um desfecho inédito e de efeitos ainda desconhecidos sobre o setor de infraestrutura do país. A lista das empreiteiras envolvidas na Lava Jato envolve nove gigantes da construção pesada: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa Óleo e Gás, Mendes Júnior, OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.Empresas que prestam serviço ou são donas de praticamente todas as concessões de rodovias e aeroportos realizadas pelo governo, além de terem participação crucial nos projetos do setor elétrico.

Presidente da Turquia defende que a América foi descoberta por muçulmanos

O continente americano foi descoberto pelos muçulmanos no século XII e não por Cristóvão Colombo mais de dois séculos depois, defendeu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, no sábado.

A afirmação de Erdogan sustenta-se numa corrente extremamente minoritária de historiadores e teólogos muçulmanos, que sugere a presença muçulmana antes da chegada de Colombo à América, em 1492 — oficialmente, o primeiro estrangeiro a pisar no continente americano.
Os contactos entre América Latina e o Islão remontam ao século XII. Os muçulmanos descobriram a América no ano de 1178, «não Cristóvão Colombo», disse Erdogan num discurso durante uma reunião de líderes muçulmanos de países da América latina organizado pelas autoridades turcas.
Segundo autores que sustentam a tese, os marinheiros muçulmanos chegaram a América em 1178 e os relatos de Colombo mencionam a existência de uma mesquita sobre uma colina na costa cubana. Por isso, Erdogan mostra-se favorável a participar na construção de uma mesquita no local alegadamente citado pelo explorador genovês.
«Gostaria de falar com os meus irmãos cubanos, uma mesquita ficaria perfeita nesta colina também atualmente», completou o chefe de Estado conservador-islâmico, citado na imprensa brasileira.
Um artigo polémico publicado em 1996, do historiador Youssef Mroueh, menciona um trecho dos relatos de Colombo em aparecem referências à tal 'mesquita' observada em Cuba. Mas outros historiadores são unânimes a refutar a hipótese e ressaltam que a mesquita era apenas uma imagem metafórica utilizada para descrever a forma da paisagem.

Ex-diretor da Petrobras recebia propina em conta na Suíça

Pelo menos R$ 30 milhões foram parar nas contas de Renato Duque e Pedro Barusco.

As propinas pagas ao ex-diretor da área de serviços da Petrobras, Renato Duque, e ao ex-gerente executivo da estatal, Pedro Barusco, eram pagas “em sua maioria” em contas na Suíça. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a denúncia foi feita ao Ministério Público pelo executivo da Toyo Setal, Julio Camargo, por meio de delação premiada. Um dos pagamentos teria sido feito na conta offshore chamada Dreno, no Banco Cramer, e “controlada pelo próprio Renato Duque”.
Já Pedro Barusco teve mais de R$ 20 milhões “apreendidos administrativamente” na Suíça pelas autoridades daquele país. Os depoimentos de Julio Camargo mostram ainda que houve desvio de recursos em nove obras da Petrobras, sendo que R$ 30 milhões do montante foram destinados a Duque e Barusco.
Na refinaria Repav da Petrobras, em São José dos Campos (SP), construída pela Toyo, Camargo Corrêa, OAS e SOG, Julio Camargo revelou que R$ 6 milhões foram pagos à dupla. No projeto Cabiúnas outros R$ 3 milhões foram depositados em contas no Brasil e no exterior. E no caso da refinaria Repar, outro executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, afirmou ao MP – também em delação premiada – que foram pagos R$ 20 milhões; Camargo diz que foram R$ 12 milhões.
Para o MP, Camargo e Mendonça não descreveram apenas os fatos, mas “indicam contas bancárias utilizadas nas transações, datam as transações, especificam locais de encontros, descrevem meios utilizados”.
>> Empreiteiras apresentaram notas e contratos falsos a juiz da Lava Jato
>> Empresas de Youssef receberam R$ 90 milhões de empreiteiras
>> Juiz da Lava Jato defende acordos de delação premiada
>> Moro diz que prisões da Lava Jato são remédio amargo contra corrupção
>> PF cumpre 85 mandados judiciais na sétima fase da Operação Lava Jato
>> Lava Jato: em ação contra corruptores, PF prende 18 em vários estados
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi preso em sua residência, no Rio
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi preso em sua residência, no Rio
Renato Duque foi preso nesta sexta-feira em sua residência, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, durante a 7ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.Além de Renato Duque e Jayme Oliveira Filho, que seria ligado ao doleiro Alberto Youssef, os demais 16 presos, todos vinculados a empreiteiras, são os seguintes:
OAS - José Aldemário Pinheiro Filho, presidente; Mateus Coutinho de Sá Oliveira, vice-presidente do conselho; Alexandre Portela Barbosa; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor; José Ricardo Nogueira.
Engevix - Gerson de Mello Almada, vice-presidente; Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor; Newton Prado Júnior, diretor;
Queiroz Galvão - Ildefonso Collares Filho, diretor-presidente; Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor
UTC - Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente; Ednaldo Alves da Silva; Walmir Pinheiro Santana; Carlos Alberto Costa Silva
IESA - Otto Sparenberg, diretor
Galvão Engenharia - Erton Medeiros Fonseca

sábado, 15 de novembro de 2014

Collor acusado de rituais com fetos humanos

Ex-mulher do antigo presidente brasileiro revela que participaram em rituais de magia negra.
Rosane Malta e Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente do Brasil eleito por voto popular depois dos anos de ditadura, separaram-se de forma litigiosa há nove anos. A mulher fez depois revelações chocantes.
A ex-primeira-dama do Brasil decidiu publicar a sua biografia, na qual inclui os 22 anos de casamento com Collor de Mello e faz revelações chocantes. O ex-casal era adepto de rituais de magia negra e realizava reuniões secretas, onde sacrificava animais e até chegou a usar fetos humanos.
Segundo a revista brasileira Isto É, Rosane Malta sofreu uma depressão depois do divórcio e luta ainda hoje pela pensão de alimentos que Collor de Mello se recusa a pagar. No livro de 220 páginas - Tudo o que Vi e Vivi -, Rosane Malta acusa ainda o ex-presidente de ter contas bancárias na Suíça e uma conta conjunta com Paulo César Farias, o homem que foi tesoureiro da sua campanha.

Acidentes com ônibus deixam 15 feridos na Zona Sul do Rio

Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas em dois acidentes com ônibus na Zona Sul do Rio, na manhã deste sábado. O primeiro aconteceu na Rua Visconde de Pirajá, na altura da Rua Vinícius de Moraes, em Ipanema. Dois ônibus bateram e um deles invadiu uma loja. Bombeiros dos quartéis do Humaitá e de Copacabana atuaram no socorro às 10 pessoas que ficaram feridas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as vítimas foram identificadas como Taomira R. Feachengo, de 22 anos; Alan C, 20; Lidia C. Ferreira, 27; Ilda do E. Santo; Gilberto S., 33; José F. Silva, 60; Cristiano A. Aguirre, 36; Luis O., 55; Felipe A. Arrigue, 26; e Cintia A. Pereira, de 35 anos.
Segundo o Centro de Operações Rio, a Rua Visconde de Pirajá foi interditada e o desvio feito pela Rua Joana Angélica.
Já no Leblon, dois ônibus bateram na Rua Visconde de Albuquerque, na altura da Rua Rainha Guilhermina. Um dos coletivos caiu no canal que passa pela rua. Cinco pessoas foram atendidas no local.
Segundo os bombeiros, as vítimas são: Simone C. Gonçalves, de 36 anos; Maria A., 39; Irene P. Souza, 69; Ana M., 38; e Fabio C. Caldeira, de 42 anos.

CNV pede providências sobre documentos encontrados em hospital do Exército

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, pediu providências ao Ministério da Defesa a respeito de documentos encontrados no Hospital Central do Exército (HCE) sobre presos políticos na época da ditadura militar. O local foi vistoriado ontem (14) por procuradores do Ministério Público Federal (MPF), com o apoio de agentes da Polícia Federal, que cumpriram mandado judicial de busca e apreensão.
Dallari foi informado da operação pelo procurador da República Antônio Cabral e comunicou o ocorrido ao ministro da Defesa, Celso Amorim, solicitando providências da pasta para o rápido esclarecimento dos graves fatos apurados pelo MPF. As informações foram divulgadas em nota distribuída hoje (15) pela CNV.
“A CNV considerou graves duas constatações feitas pelo MPF: a de que aquela unidade do Exército ocultou da comissão documentos que foram objeto de diligência conjunta da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão da Verdade do Rio feita em 23 de setembro deste ano e a informação de que membros e integrantes da delegação foram objeto de investigação preliminar daquela unidade militar”, destacou a comissão em trecho da nota.
A operação feita ontem já havia sido detalhada em nota publicada pelo MPF. “Os procuradores dirigiram-se inicialmente à garagem de ambulâncias e ao setor de manutenção, onde, segundo as investigações do MPF, os documentos estariam ocultos. Posteriormente, foram à Seção de Informações [S-2] do hospital e lá, em uma sala com cofre, encontraram um dossiê com notícias e documentos referentes a Raul Amaro [dissidente político Raul Amaro Nin Ferreira, morto no dia 12 de agosto de 1971, nas dependências do HCE], bem como uma pasta com nomes e fotografias dos integrantes das comissões Nacional e Estadual da Verdade.”
Na diligência, foi encontrada uma pasta com nomes, fotografias e informações de integrantes das duas comissões. A CNV esclareceu que, a pedido do Ministério da Defesa, uma lista somente com nomes foi enviada previamente para a confecção de crachás para facilitar o acesso de todos às dependências do hospital. Um dos objetivos da operação era buscar documentos de pessoas falecidas durante o regime ditatorial, incluindo o dissidente político Raul Amaro, segundo a nota do MPF.
Os fatos apurados pelo MPF serão discutidos em uma reunião do colegiado da CNV, na próxima quarta-feira (19), em São Paulo. Procurado, o Ministério da Defesa informou, através de sua assessoria, que não faz cometários referentes ao trabalho da CNV.

Milhares protestam na Geórgia contra governo do país e Rússia


Dezenas de milhares de georgianos protestaram no sábado contra a Rússia, acusando Moscou de tentar anexar regiões do país, e denunciando seu próprio governo por não fazer mais para defender os interesses nacionais.
Críticos do governo dizem que ele é relutante demais em criticar seu poderoso vizinho, particularmente sobre a crise na Ucrânia, que traz memórias desconfortáveis para a Geórgia, em torno da desastrosa guerra contra a Rússia em 2008.
Na sequência daquele conflito, duas províncias separatistas, Abkházia e Ossétia do Sul, declararam independência com o apoio da Rússia.
Moscou, que se opõe aos esforços da Geórgia de se juntar à aliança militar ocidental Otan, tem proposto um novo tratado com a Abkházia, que é visto em Tbilisi como um passo na direção da anexação total da região pela Rússia.
Os manifestantes, liderados por ativistas e lideranças da oposição Movimento Nacional Unido, marcharam na principal avenida da capital da Geórgia carregando a bandeira nacional e cartazes onde se lia "Nào à ocupação!" e "Não à anexação!". Muitos gritavam "longa vida à Geórgia".
"Essa é a clara mensagem do povo georgiano de que nós jamais aceitaremos o fato de que nossa soberania seja desmantelada pela Rússia de Putin", disse à Reuters Giga Bokeria, um dos líderes do movimento de oposição.
"Também é uma mensagem ao governo da Geórgia. Nós precisamos que o governo se concentre nos problemas do país e não em uma retribuição política."

Justiça rejeita pedido para libertar executivos presos na Lava Jato

A Justiça Federal rejeitou três pedidos de habeas corpus de dirigentes de empreiteiras presos na sexta-feira (14) na sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). As decisões foram proferidas pela desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre.
Nas petições, as defesas de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Correa, e de Agenor Franklin Magalhaes Medeiros e Jose Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados a OAS, alegaram que os decretos de prisão são ilegais por não fundamentarem as participações dos acusados dos fatos. Os advogados de Eduardo Emerlino, que ainda não teve prisão confirmada pela PF, também alegaram questões de saúde para pedir que a prisão preventiva seja transformada em domiciliar. Segundo eles, o investigado é portador de hipertensão arterial de "difícil controle, chegando a registrar picos de 19 por 10 [mmHg (milímetros de mercúrio)]".
Na decisões, a desembargadora indeferiu as liminares para libertá-los por entender que não há constrangimento ilegal nas prisões, determinadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, de Curitiba.
"Igualmente restou evidenciada a necessidade da medida [prisão] por conveniência da instrução criminal. Isto porque apresentados documentos falsos perante o juízo como forma de justificar as transferências às empresas controladas por Alberto Youssef. Daí a constatação no sentido de que se as empreiteiras, ainda em fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que [a] integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco sem uma contramedida. Mas não é só. Segundo informações prestadas pela autoridade policial e destacadas pelo juízo impetrado, emissários das empreiteiras tentaram cooptar, por dinheiro ou ameaça velada, uma das testemunhas do processo, o que desvela de forma concreta a necessidade da medida", concluiu a magistrada.

Projetos no Congresso que discutem conceito de família devem gerar polêmica

Dois projetos de lei (PL) que, entre outros pontos tratam da definição do conceito de família, prometem esquentar a discussão no Congresso Nacional. Pelo nome que receberam, muito parecidos – um Estatuto da Família e o outro Estatuto das Famílias - as propostas parecem ser iguais, mas na prática são completamente diferentes. A primeira é mais conservadora enquanto a segunda é mais progressista.
A que tramita na Câmara (PL 6.583/13) é o Estatuto da Família, relatada pelo deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), define família como o núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, por meio de casamento, união estável ou comunidade formada pelos pais e seus descendentes. A definição é a mesma que está no Artigo 226 da Constituição Federal. Já o  Projeto de Lei Suplementar (PLS) 470/13, o Estatuto das Famílias, que tramita no Senado,  reconhece a relação homoafetiva como entidade familiar ao rever o instituto da união estável e amplia sua conceituação.
No relatório do projeto do Estatuto da Família, que será entregue na segunda-feira (17) à comissão especial que analisa a proposta na Câmara, Fonseca, que também integra a bancada evangélica, promete acirrar a polêmica. “Eu estou colocando no relatório a proibição da adoção [por casais do mesmo sexo]. Se o Artigo 227 ( da Constituição Federal) diz que a família é para proteger a criança, como é que dois homens, duas mulheres que são homossexuais que dizem ser pais, querem adotar? Adotar para satisfazer a eles ou a criança? A adoção é para contemplar o direito da criança, não do adotante”, justifica. O direito de adoção por homossexuais foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça em votação unânime em abril de 2010.
Desde fevereiro, a página da Câmara tem uma enquete que pergunta se os internautas concordam com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher. A enquete já recebeu mais de 4 milhões de votos. Até o fechamento desta reportagem, o resultado estava praticamente empatado com 49,52 % dos votos para sim e 50,16% para não e 0,32 % dos internautas disseram não ter opinião formada sobre o tema.
Ronaldo Fonseca nega que a divisão reflita o pensamento da sociedade brasileira. “Aquela enquete deve ser vista apenas pela força de mobilização e não de opinião. Uma [mesma] pessoa pode votar várias vezes, inclusive os ativistas homossexuais têm escritório só pra fazer isso, mas é interessante ver que a sociedade está mobilizada”, disse.
Sem citar fonte, o deputado diz ainda que há pesquisas que apontam que a sociedade brasileira, na sua maioria, quer que o conceito de família tradicional seja mantido. “Não é questão de perseguição, é que na proteção especial do Estado para a família em que está configurada a integridade da família, o Estado não pode simplesmente reconhecer que dois homens querem viver como família. Que história é essa? Dois marmanjos? Qualquer pessoa que se junta agora é família? Se duas mulheres querem fazer sexo, que façam, mas que não busquem a proteção do Estado”, diz.
Deputados que rechaçam a proposta tentarão protelar ao máximo a votação prevista para o fim deste mês. Se aprovada, ela segue para o Senado. Nomes na Câmara, como o de Erika Kokay (PT-DF) e Jean Wyllys (PSOL-RJ), vêm sendo voz e ouvido de movimentos atingidos pela proposta defendida por Fonseca. Presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBTT), Carlos Magno Silva, mantém um diálogo permanente com esses parlamentares e afirma que a votação este ano poderia significar uma derrota para a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros).
A formatação do Congresso Nacional a partir do ano que vem também não é favorável. Enquanto a bancada evangélica cresceu, muitos  parlamentares que levantavam a bandeira dos direitos humanos como prioridade não foram reeleitos.
“ A gente nunca teve um quadro de representação tão conservador. Estamos tentando contato com os deputados para constituir uma Frente Parlamentar pelos Direitos LGBT forte e atuante porque a próxima legislatura vai ser de muito embate, de muita disputa política. Este setor [evangélicos] tem se organizado para impedir qualquer avanço no reconhecimento de direitos humanos”, afirmou Carlos Magno. No caso de um grupo misto, a ex-ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), que está de volta ao Senado, e a senadora Lídice da Mata  (PSB-BA) devem ser procuradas .
Magno disse ainda que não existe uma estratégia definida de atuação, mas afirmou que vão encontrar uma forma de evitar que a proposta mais conservadora avance. “Isso é um retrocesso. Vai na contramão de tudo que já avançamos no Brasil e em outros países. Não existe só um formato de família. Existem vários formatos de família”, criticou, elencando conquistas do movimento como o direito à adoção e ao casamento.
A união de casais do mesmo sexo foi reconhecida em maio de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Dois anos depois, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução proibindo que os cartórios do país se recusarem a celebrar casamentos civis de casais do mesmo sexo ou de converter em casamento a união estável homoafetiva.
Magno defende o texto que tramita no Senado, a PLS 470/13 . Chamada de Estatuto das Famílias – no plural- , é menos conservadora. O texto reconhece a relação homoafetiva como entidade familiar ao rever o instituto da união estável, amplia sua conceituação, sem que ela fique restrita à ligação formal entre homem e mulher. A mesma proposta retira toda a parte de família do Código Civil e a coloca em um estatuto próprio. Também polêmica , a matéria aguarda votação do parecer favorável do senador João Capiberibe (PSB-AP) na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa.

Exército ocultou documentos procurados pela CNV em Hospital Central do Exército

A Comissão Nacional da Verdade tomou conhecimento da operação de busca e apreensão realizadas ontem (14) pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal no Hospital Central do Exército (HCE) em Benfica, Rio de Janeiro. O coordenador da Comissão, Pedro Dallari, recebeu telefonema do procurador da República Antônio Cabral, que relatou a operação.
A CNV considerou graves duas constatações feitas pelo MPF: a de que aquela unidade do Exército ocultou da comissão documentos que foram objeto de diligência conjunta da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão da Verdade do Rio realizada em 23 de setembro deste ano e a informação de que membros e integrantes da delegação foram objeto de investigação preliminar daquela unidade militar.
Na ocasião da visita ao HCE, membros das duas comissões se reuniram com o diretor do hospital, general Vitor Cesar, e este informou não dispor dos prontuários médicos do período investigado pela Comissão. Entretanto, a diligência do MPF constatou a existência de prontuários de 1940 à 1969 e de 1974 à 1983.
Na diligência, o MPF encontrou uma pasta com nomes, fotografias e informações de integrantes das duas comissões. A CNV esclarece que, a pedido do ministério da Defesa, uma lista somente com nomes foi enviada previamente para a confecção de crachás para facilitar o acesso de todos às dependências do hospital.
Hoje de manhã, o coordenador da CNV comunicou o ocorrido ao Ministro da Defesa, Celso Amorim, e solicitou providências da pasta para o rápido esclarecimento dos graves fatos apurados pelo MPF.
Os fatos apurados pelo MPF serão objeto da reunião do colegiado da CNV na próxima quarta-feira (19/11) em São Paulo.

Ministro da Justiça diz que oposição quer transformar Lava Jato em 3º turno

Em entrevista coletiva, na manhã deste sábado, em São Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acusou a oposição de tentar transformar as investigações da Operação Lava Jato em terceiro turno eleitoral. Cardozo disse que “certos políticos” que não aceitaram o resultado das urnas estariam usando as investigações e prisões da Polícia Federal como palanque eleitoral.
“Nós não podemos aceitar algumas insinuações, posturas, de que as investigações têm sido partidárias. A PF tem cumprido seu papel e o Judiciário também tem cumprido seu papel. Muitas vezes tem aqueles que ainda acham que estamos em uma disputa eleitoral”, afirmou o ministro.
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“Existe uma tentativa de politizar as investigações por forças políticas A, B ou C, para tentar estender a corrida eleitoral. Aqueles que não digeriram a derrota tentam continuar com a eleição, é algo que só Freud explica”, acrescentou. “A eleição acaba com a apuração. Se quer continuar, deve procurar um psicanalista. Quem ganha, ganha. Quem perde, perde”, enfatizou .
O ministro garantiu que a Petrobras não irá parar e disse que o governo tem dado o apoio necessário às investigações. "Há um compromisso claro do governo, do ministério da Justiça e da Polícia Federal para que tudo seja esclarecido e os responsáveis sejam punidos, doa a quem doer", garantiu.
Cardozo disse também que a presidente Dilma Rousseff, que está na Austrália, está a par de todos os acontecimentos e determinou o prosseguimento das apurações com  todo o rigor.
A sétima etapa da Operação Lava Jato prendeu 20 pessoas na última sexta-feira, sob suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Dentre elas, o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, além de presidentes e executivos das principais empreiteiras do País, como a OAS, Queiroz Galvão, Camargo Correa, Mendes Junior e UTC.

Milhares manifestam-se contra governo mexicano depois de massacre de estudantes


O presidente Enrique Pena Nieto, que vive a pior crise desde que chegou ao cargo em 2012, foi mais uma vez o alvo dos manifestantes
 Milhares de estudantes e professores tornaram a manifestar-se, na sexta-feira, no Estado de Guerrero, no sul do México, em cólera contra o governo depois de um provável massacre de 43 jovens por traficantes de droga.
A manifestação nas ruas de Chilpancingo, capital do Estado de Guerrero, decorreu de forma tranquila, em contraste com os violentos protestos nos últimos dias, durante os quais vários edifícios públicos foram incendiados.
O presidente Enrique Pena Nieto, que vive a pior crise desde que chegou ao cargo em 2012, foi mais uma vez o alvo dos manifestantes, que gritavam “Fora o governo de traficantes de droga de Pena Nieto”.

Quadrilha cobrava até R$ 30 mil por fraude no Enem, diz Polícia Federal

Quadrilha atuava na região do Cariri, no sul do Ceará; dois candidatos foram presos em Juazeiro do Norte

Quatro pessoas foram presas na última sexta (14) pela Polícia Federal suspeitas de participarem de uma quadrilha que fraudou o Exame Nacional do Ensino Médio de 2013 e 2014.
Reprodução/Facebook
Candidato do Piauí denunciou vazamento do tema de redação do Enem 2014
O esquema criminoso atuava na região do Cariri, no sul do Ceará, e cobrava até R$ 30 mil de candidatos interessados em ter ajuda da quadrilha para fazer a prova do Enem. O grupo focava candidatos ao curso de medicina em universidades públicas. A Polícia Federal do Ceará, responsável pela Operação Apollo, não detalhou a forma de atuação da quadrilha.
Leia mais: Veja a correção comentada das provas do Enem 2014
Enem 2014: veja imagens dos dias de prova
Durante a aplicação da última edicão do Enem, dois candidatos foram presos em Juazeiro do Norte (CE) no sábado (8) por fraudarem o exame. Inscritos como sabatistas --categoria que tem o direito a fazer a prova após o por-do-sol no sábado--, um homem e uma mulher foram flagrados com o gabarito da prova em seu celular.
Segundo a Polícia Federal do Ceará, o número de beneficiários do esquema pode chegar a 40.
Presente na coletiva de imprensa da Polícia Federal, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Francisco Soares, disse que não há possibilidade do Enem ser cancelado por conta dessa fraude.
"O Enem não será cancelado. Estamos aqui diante de um fato completamente isolado", disse.
Os presos foram indiciados pela prática dos crimes de fraudes em certames públicos e organização criminosa. A Polícia Federal segue investigação agora para identificar candidatos que tiraram vantagem do esquema.
Tema da redação vazou, diz estudante
A Polícia Federal do Piauí investiga também uma denúncia de vazamento do tema da redação do Enem 2014. Um candidato de Picos (Piauí) afirmou à PF na última quarta-feira (12) ter recebido o tema da redação por uma foto no aplicativo WhatsApp mais de uma hora antes do início do exame no domingo.
A foto da folha de prova teria sido enviada a um grupo com cerca de 40 estudantes que fariam o Enem.
Um jovem do Ceará confirmou ao jornal Bom Dia Brasil ter recebido a imagem pelo aplicativo através de uma mensagem de um amigo de Campina Grande (PB).
O Inep afirma que está trabalhando em parceria com a PF para a investigação do caso.

Crise da Petrobras se aprofunda e atinge alto escalão de empreiteiras

A nova fase da Operação Lava-Jato, realizada pela Policia Federal, trouxe grandes empreiteiras brasileiras para o centro do escândalo de corrupção na Petrobras.
A Polícia Federal começou a cumprir na manhã desta sexta-feira o que deve ser um total de 85 mandados de prisão e de busca e apreensão em cinco Estados brasileiros, mais o Distrito Federal. Trata-se da sétima etapa da Operação Lava-Jato, que investiga o desvio de recursos da Petrobras para partidos políticos.
Dessa vez, porém, o foco da operação são as empresas suspeitas de terem participado do esquema e que, segundo a PF, teriam contratos com a estatal no valor de R$ 59 bilhões.
Em nota pela manhã, a PF disse que "entre os mandados de busca, 11 estão sendo cumpridos em grandes empresas". Mais tarde, em uma entrevista coletiva, foi dito que haveria "provas robustas" contra sete empresas.
"Essas setes empresas são aquelas para as quais o material apreendido, as diligências realizadas nesses oito meses (de operação Lava-Jato), as quebras de sigilo, os depoimentos colhidos dão um material robusto para demonstrar o envolvimento delas na formação de cartel em licitações e também no desvio de recursos para corrupção de agentes públicos", disse o investigador da PF Igor Romário.
Foram detidas até momento 18 pessoas, entre elas o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, segundo informações de jornais brasileiros. O canal de notícias Globonews divulgou que, entre aos presos, estariam funcionários e executivos de alto escalão das empreiteiras Camargo Correa, Mendes Júnior, OAS, Engevix, Queiroz Galvão, Iesa e UTC.
Outros 9 mandatos de prisão teriam sido emitidos, segundo a PF. A Justiça também teria autorizado o bloqueio de R$ 720 milhões em ativos de 36 pessoas investigadas no esquema. A Odebrecht confirmou em nota que houve um mandato de busca e apreensão para o escritório da empresa no Rio de Janeiro.
É a primeira vez que um número tão grande de empreiteiras brasileiras é alvo de uma operação de busca e apreensão ou tem seus executivos detidos como parte de investigações de um caso de corrupção.
Entre as investigadas estariam algumas das principais doadoras de campanhas. "Essa é uma bomba, um caso que pode forçar uma redefinição no que é hoje um padrão de relacionamento nem sempre lícito entre empresas privadas, políticos e estatais no Brasil", diz Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE).

Balanço

Na noite da última quinta-feira, a Petrobras também anunciou que não divulgaria o balanço relativo ao terceiro trimestre deste ano no prazo estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em função das investigações.
As ações da empresa chegaram a cair mais de 5% nesta sexta-feira. Para especialistas, as novas prisões e o adiamento da divulgação do balanço levam a crise da Petrobras a um novo patamar, mais grave.
"Uma coisa é um gestor agir de má-fé, tomando decisões viciadas para atender a interesses escusos. Outra coisa é um descumprimento sistêmico dos princípios que devem pautar a gestão dos negócios da empresa", diz Ildo Sauer, que foi diretor da Petrobras no governo Lula e hoje é diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo.
"Ainda precisamos esperar os resultados da investigação, mas, de fato, já há alguns indícios de que podemos estar nos deparando com esse segundo caso."
Pires, do CBIE, concorda. "O fato de eles não terem divulgado o balanço vai comprometer o pagamento de dividendos para acionistas, por exemplo, e as ações na empresa devem cair", diz Pires.
"Aparentemente, havia um grande esquema (de corrupção) dentro da empresa. Como a Petrobras tem capital aberto, a conclusão é que o dinheiro dos acionistas minoritários pode ter sido usado para financiar partidos e o enriquecimento ilícito de alguns indivíduos."
De acordo com a Agência Estado, o resultado da Petrobras para o terceiro trimestre não foi divulgado porque a auditoria externa da empresa, PricewaterhouseCoopers, teria se recusado a referendá-lo.
Na quinta-feira, a empresa disse que o balanço seria divulgado só em dezembro - e ainda sem a assinatura da auditoria.
"A Petrobras passa por um momento único em sua história, em face das denúncias e investigações decorrentes da "Operação Lava Jato" (...) na qual o ex-diretor de abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa(...)", diz o comunicado da empresa.
"Em decorrência do tempo necessário para se obter maior aprofundamento nas investigações em curso pelos escritórios contratados, proceder aos possíveis ajustes nas demonstrações contábeis (...); e avaliar a necessidade de melhorias nos controles internos, a Companhia não está pronta para divulgar as demonstrações contábeis referentes ao terceiro trimestre nesta data", conclui.
Segundo Pires, a não divulgação do balanço deve dificultar ainda mais o acesso da empresa a crédito. "Isso é algo muito grave, que nunca havia acontecido na história da companhia, e pode comprometer suas atividades e capacidade de investimento."
A operação Lava-Jato começou em março. Costa foi preso juntamente com o doleiro Alberto Yousseff - que seria responsável por "lavar" no exterior os recursos desviados da empresa.

No G20, EUA e Europa pressionam Rússia sobre Ucrânia


Os líderes ocidentais que participam da reunião de líderes do G20, grupo formado pelas principais economias do mundo, acusaram o presidente russo, Vladimir Putin, pela crise na Ucrânia, ameaçando ainda mais sanções se a Rússia não retirar as tropas e armas de nação vizinha.
     O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a agressão russa contra a Ucrânia era uma ameaça para o mundo, enquanto o Conselho Europeu exigiu que Moscou coloque pressão sobre os rebeldes para aceitar um cessar-fogo.
     Falando nos corredores da reunião em Brisbane, Obama colocou segurança e alterações climáticas como ponto central da reunião dos líderes, ofuscando as conversações sobre como levantar o crescimento econômico global.
     Obama disse que os Estados Unidos estavam na vanguarda da "oposição à agressão da Rússia contra a Ucrânia, que é uma ameaça para o mundo, como vimos no terrível acidente do MH17".
     A chanceler alemã Angela Merkel disse que a União Europeia considerava novas sanções financeiras contra indivíduos russos por causa da crise na Ucrânia.
     "A situação atual não é satisfatória", disse Merkel a repórteres na cúpula. "Atualmente, a lista de mais pessoas está na agenda. "
    O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, também na reunião do G20, disse que os ministros estrangeiros da Europa se reunirão na segunda-feira para avaliar a situação na Ucrânia e se novas medidas, incluindo sanções adicionais, serão necessárias contra a Rússia.       
     Um porta-voz do Kremlin disse que a crise na Ucrânia foi o único tema discutido em um encontro entre Putin e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, mas acrescentou que ambos expressaram interesse em "acabar com o confronto" e reconstruir relações. Putin também se reuniu com o presidente francês, François Hollande, e ambos concordaram em proteger os seus laços de efeitos das sanções, disse o porta-voz.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Dilma diz que fará o dever de casa no controle da inflação

Em entrevista a jornais, presidente disse também que vai reduzir gastos.

Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff afirmou que vai fazer o "dever de casa" e apertar o controle da inflação e que também fará um reajuste em todas as contas do governo. "Vamos fazer o dever de casa, apertar o controle da inflação e teremos limites fiscais. Vamos reduzir os gastos. Vamos olhar todas as contas com lupa e ver o que pode ser reduzido e o que pode ser cortado. Temos que fazer um ajuste em várias coisas, várias contas podem ser reduzidas. Minha visão de corte de gastos não é similar àquela maluca de choque de gestão", disse.
Dilma sinalizou ainda que não pretende mexer na meta de inflação (4,5% ao ano) ou no intervalo de tolerância, que hoje é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, cujo teto definido pelo Banco Central é de 6,5%.
A presidente ressaltou ainda que não está fazendo "estelionato eleitoral" ao adotar medidas econômicas como o aumento da taxa de juros, logo após ser eleita, para acalmar o mercado.
Dilma Rousseff também comentou sobre a nomeação do futuro ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega, e reafirmou que ele só será definido semanas após o G20, encontro com as vinte maiores economias do mundo que será realizado nos dias 15 e 16 deste mês. Ela, contudo, deixou claro que ainda não fez convite nenhum.
Perguntada sobre a operação Lava-Jato que investiga corrupção na Petrobras, a presidente afirmou que trata-se de uma oportunidade para "acabar com a impunidade”. "A operação trouxe o momento para acabar com a impunidade no país. Não vou engavetar nada, não vou pressionar para não investigar, quero todos os responsáveis punidos".
Dilma voltou a defender a necessidade de saber respeitar o resultado das urnas, enfatizando que é preciso "saber perder e saber ganhar". "Saber ganhar na democracia é tão difícil quanto saber perder, porque existe a tendência das pessoas acharem que é o rei da cocada preta. Não sairá da sua cabeça o que fazer pelo país, tem que ter uma interação. Não estou propondo nenhum diálogo metafísico, sobre quem sou, o que quero, para onde vai", afirmou.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Protesto de motoristas de ônibus paralisa transporte em São Paulo

Um protesto de motoristas de ônibus contra os ataques de vandalismo deixou cerca de um milhão de passageiros em São Paulo temporariamente sem transporte nesta quarta-feira.
Os motoristas paralisaram as atividades por duas horas, entre 10h e 12h (horário de Brasília), e fecharam 29 terminais municipais da cidade, o que provocou um grande engarrafamento.
Segundo a São Paulo Transporte (SPTtrans), a manifestação paralisou terminais que são usadas diariamente por um milhão de passageiros.
Os líderes da manifestação, concentrados no terminal Parque Dom Pedro II, denunciaram ataques de vandalismo contra ônibus por parte de diferentes grupos e pediram aos passageiros que denunciem as pessoas que atearam fogo nos veículos.
Pelo menos 119 ônibus foram incendiados e outros 795 afetados nos dez primeiros meses deste ano em São Paulo por grupos de pessoas com diferentes reivindicações, principalmente em protestos contra a violência policial ou contra a interrupção de serviços públicos.
O número de ataques com fogo em 2014 é quase o dobro dos 65 registrados ao longo do ano passado.
Os manifestantes, representados pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano (Sindmotoristas), exigiram a criação de uma comissão com representantes de órgãos públicos em que se possa discutir soluções para o problema.
Eles também pediram que a polícia ofereça uma linha telefônica gratuita e específica para a qual as pessoas possam ligar para denunciar atentados contra o transporte público.
"Estamos correndo o risco de ser incendiados dentro de um ônibus. Nosso protesto busca conscientizar os passageiros sobre o problema. A população tem que denunciar e se posicionar contra esse vandalismo", afirmou o presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa.
O motorista de ônibus John Carlos Soares Brandão sofreu queimaduras em diferentes partes do corpo durante um ataque ocorrido em 18 de outubro, quando dirigia um ônibus em uma linha da Viação Santa Brígida, no Parque São Domingos, na Zona Norte, e morreu quatro dias depois. EFE

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Cid Gomes sugere criação de frente à esquerda para ajudar Dilma na governabilidade


O governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), sugeriu em reunião com a presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira que seja criada uma frente de partidos mais alinhados à esquerda para ajudá-la no Congresso e facilitar a governabilidade.
Segundo Cid, que ainda deve conversar com integrantes de partidos como o PDT, PCdoB e de sua própria legenda, a intenção é angariar um número de parlamentares equivalente a 10 por cento do total de deputados.
“É fundamental que ela (Dilma) possa ter além do PT dois partidos ou frentes fortes que possam ajudá-la na governabilidade. Acho que o (Gilberto) Kassab está cumprindo um papel aí de formação de um partido de centro. E eu me coloquei à disposição para cumprir um papel na busca por uma frente ou um partido à esquerda”, disse a jornalistas Cid, após a reunião com a presidente, referindo-se a notícias publicadas sobre movimentações do ex-prefeito.
“Ter uma frente ou um partido de centro para além do PMDB, e um partido, uma frente à esquerda, ajuda na governabilidade e reduz aí o espaço da pressão que muitas vezes beira até a chantagem”, acrescentou o governador.
De acordo com Cid, que deve conversar ainda nesta terça com o presidente de sua legenda, a ideia é formar inicialmente uma frente com cerca de 10 por cento do plenário da Câmara, para então evoluir o grupo para um partido de “todos aqueles que militam à esquerda ... que tenham uma identidade ideológica mais à esquerda”, que pode incluir, inclusive, membros do PSB.
O PSB rompeu como o governo no ano passado, ocasião em que Cid deixou o partido. Após a ruptura, apresentou candidatura própria ao Palácio do Planalto e apoiou o tucano Aécio Neves no segundo turno.
“Eu penso que há pessoas insatisfeitas nesse arco de esquerda.... acho que há gente insatisfeita no PSB”, afirmou.
Questionado sobre a reação da presidente sobre a ideia, o governador disse que não poderia afirmar que ela “concordou” ou “incentivou”.
Sobre a possibilidade de integrar o novo ministério da presidente, Cid se negou a comentar “essa especulação” e disse que seu projeto é passar uma temporada nos Estados Unidos como consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Henrique Alves quer votar PEC da Reforma Política na CCJ na quarta

Após se reunir com Mercadante, presidente da Câmara disse que não pretende votar pauta bomba.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, espera que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprove nesta quarta-feira (5) a admissibilidade da proposta do Grupo de Trabalho da Reforma Política (PEC 352/13).
A expectativa do presidente é que, após essa aprovação, seja criada uma comissão especial onde serão vários ouvidos setores da sociedade, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e os movimentos sociais.
O que for aprovado na Câmara, segundo o presidente, será levado a um referendo popular. “É importante o povo participar dessa decisão e é mais simples tendo um projeto, fácil de entender. Eu acho que isso dá uma reposta imediata de uma reforma política que essa Casa tem de fazer. Já devia ter feito, não fez. Eu acho que é um mea culpa de todos nós, mas a futura legislatura terá de fazer”, disse o presidente ao chegar à Câmara nesta quinta-feira.
Na quinta-feira, Henrique Alves participou de reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A conversa se resumiu, segundo Alves, a questões institucionais, demandas e preocupações do governo com assuntos fiscais em possíveis votações da Casa. O presidente da Câmara afirmou ao ministro que não seria “irresponsável” de votar projetos de impacto econômico e ficou de passar a ele uma pauta acordada com os líderes partidários para o resto do ano.
Orçamento impositivo e FPM
Ainda nesta semana, Henrique Eduardo Alves quer colocar em votação a proposta de emenda à Constituição do orçamento impositivo (PEC 358/13), que ainda precisa ser votada em 2º turno, e a PEC 426/14, que aumenta os repasses ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Também nesta semana, Alves deve se reunir com a presidente Dilma Rousseff.

domingo, 2 de novembro de 2014

Ataque suicida deixa ao menos 45 mortos na fronteira Índia-Paquistão


Ao menos 45 pessoas morreram neste domingo quando um homem-bomba explodiu próximo à fronteira entre Índia e Paquistão, informou a polícia, logo depois de uma cerimônia diária na qual tropas dos dois lados baixam as bandeiras dos dois países.
O Talibã paquistanês reivindicou o ataque, dizendo que foi uma resposta às ações do exército paquistanês contra suas posições em áreas tribais na fronteira do Paquistão com o Afeganistão.
O ataque suicida ocorreu em um estacionamento do lado paquistanês, a ao menos 500 metros da fronteira com a Índia. Nenhum membro das tropas indianas ficou ferido no ataque.
A polícia paquistanesa disse que estava investigando o ataque, e um médico disse que mais de 70 pessoas ficaram feridas.
Centenas de pessoas visitam a fronteira Wagah perto da cidade paquistanesa de Lahore todos os dias para observar as bandeiras dos dois países serem baixadas pouco antes do pôr do sol.
Índia e Paquistão já estiveram envolvidos em três guerras e permanecem em conflito pela região da Cashemira, reivindicada pelos dois lados.
A Índia acusa o Paquistão de patrocinar grupos jihadistas na região e encorajar incursões em território indiano para realizar ataques contra forças indianas, uma acusação negada pelo Paquistão.
Mas a reivindicação do Talibã sugere que o ataque pode não ter relação com a Índia.
"Reivindicamos o ataque suicida de Lahore", disse o comandante do Talibã paquistanês, Gilamn Mehsud.

Aquecimento global: se não houver ação imediata, será tarde demais

A síntese do 5º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês), divulgado hoje (2), em Copenhague, na Dinamarca, mostra que se não houver ação imediata das nações para frear o aquecimento global, em pouco tempo, não haverá muito o que fazer. “Se as taxas de emissão de gases de efeito estufa continuarem aumentando, os meios de adaptação não serão suficientes”, aponta o documento.
“Temos uma janela de oportunidade, mas ela é muito curta. O relatório mostra isso. As mudanças climáticas não deixarão nenhuma parte do globo intacta”, enfatizou o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, durante a apresentação da síntese. Ele ressaltou que ainda há meios para frear as mudanças climáticas e construir um futuro mais próspero e sustentável, mas que a comunidade internacional precisa levar a questão a sério.
O relatório, elaborado com a participação de mais de 800 cientistas de 80 países, mostra que a emissão de gases de efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, tem aumentado desde a era pré-industrial, como consequência do crescimento econômico e da população. De 2000 a 2010, indica o documento, as emissões foram as mais altas da história. “A acumulação de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera alcançaram níveis sem precedentes nos últimos 800 anos”.
Entre 2000 e 2010, a produção de energia por meio da queima de combustíveis fósseis foi responsável por 47% da emissão globais de gases de efeito estufa. A indústria respondeu por 30%, o transporte por 11% e as construções por 3%.
Pachauri enfatizou, ao longo da apresentação, que emissões continuadas tem levado a um aquecimento global contínuo, ao derretimento das geleiras e ao consequente aumento do nível do mar. Nas últimas três décadas foram registrados sucessivos aquecimentos na superfície da Terra, sem precedentes desde 1850. O período entre 1983 e 2012 foi o mais quente dos últimos 800 anos no Hemisfério Norte, de acordo com a síntese. O aquecimento médio global combinado da Terra e dos oceanos no período de 1880 a 2012 foi 0,85 grau Celsius (°C).
O derretimento das geleiras, em especial na Groelândia e na Antártida, geraram o aumento do nível do mar em 19 centímetros de 1991 a 2010. O número é maior do que os registrados nos últimos dois milênios. O relatório alerta, também, para a acidificação dos oceanos em 26% por causa da apreensão de gás carbônico da atmosfera, o que pode ter impacto grave sobre os ecossistemas marítimos.
Ao fazer projeções para o futuro, os cientistas preveem impactos severos e irreversíveis para a humanidade e para os ecossistemas. “Se não frearmos as mudanças climáticas, elas ampliarão os riscos já existentes e criarão novos riscos. Meios de vida serão interrompidos por tempestades, por inundações decorrentes do aumento do nível do mar e por períodos de seca e extremo calor. Eventos climáticos extremos podem levar a desagregação das redes de infraestrutura e serviços. Há risco de insegurança alimentar, de falta de água, de perda de produção agrícola e de meios de renda, particularmente em populações mais pobres. Há também risco de perda da biodiversidade dos ecossistemas”.
De acordo com a síntese, mesmo se houver um esforço das nações para limitar o aquecimento da Terra a 2°C, ainda assim, os efeitos continuarão a ser sentidos por um longo tempo. “Ondas de calor vão ocorrer com mais frequência e durar mais, e precipitações extremas se tornarão mais intensas e frequentes, em mais regiões. Os oceanos vão continuar a se aquecer e acidificar e o nível do mar continuará a subir”.
O relatório enfatiza que, para frear as mudanças climáticas e gerenciar os seus riscos, é preciso que as nações promovam ações combinadas de mitigação e adaptação. “Reduções substanciais nas emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas podem diminuir os riscos das mudanças climáticas e melhorar a possibilidade de adaptação efetiva às condições existentes”. Os cientistas reconhecem, entretanto, que essas reduções demandarão mudanças tecnológicas, econômicas, sociais e institucionais consideráveis.
Para o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que participou da apresentação do relatório, é preciso agir imediatamente. “O tempo não está a nosso favor. Vamos trabalhar juntos para construir um mundo mais sustentável. Vamos preservar o nosso planeta Terra e promover desenvolvimento de maneira sustentável”, disse.

sábado, 1 de novembro de 2014

Estudantes se preparam para o Enem; exame tem 8,7 milhões de inscritos

Nas bancas de jornal, na internet, nas paradas de ônibus, as dicas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão em toda parte. Daqui a uma semana, mais de 8 milhões de candidatos farão as provas. Sozinhos ou em grupo, os estudantes se preparam na reta final para o exame.
Luzia Cardoso tem 44 anos e está no 3º ano do ensino médio. Ela voltou a estudar por causa do filho, Jerônimo Araújo, 22 anos, queria motivá-lo. Ambos estão inscritos no Enem e juntos também se preparam. Luzia leva para casa as dicas dadas pelos professores do Centro de Ensino Médio 1 do Paranoá, no Distrito Federal, e Jerônimo mostra o que aprendeu na apostila de exercícios que comprou.
"É a primeira vez que faço o Enem, estou apreensiva. Colhendo todos os dados que posso, pedindo ajuda aos professores", conta Luzia. "Os meus irmãos todos têm faculdade. Eu quero cursar pedagogia ou psicologia, me dou bem na área, me interesso pelo comportamento das pessoas", diz. Já o filho quer fazer curso de cinema.
Para Giovanna Simon, 18 anos, este será o terceiro Enem, sendo que o primeiro fez ainda no 2º ano. Ela terminou o ensino médio no ano passado e quer cursar medicina. Concilia o estudo para o exame com o curso de técnica de enfermagem. À noite, faz cursinho em Brasília. Chega em casa, estuda e faz os exercícios. "E durmo", acrescenta.
Ela dividiu as matérias por semana e fez um plano de estudo.  A matéria preferida é biologia, ela conta que o quarto é coberto de fórmulas da disciplina nas paredes. "Vou refazer exercícios, algumas provas do Enem e a redação nessa última semana", diz. No cursinho, com as amigas, Agatha Cristhy, 18 anos, e Bárbara Santana Rosa, 18 anos, troca dicas e opiniões, principalmente sobre redação. Esta semana foi Giovanna que decidiu o tema sobre o qual escreveriam: abastecimento de água.
"Querendo ou não, amigos quando se juntam para estudar sempre acabam falando de outra coisa, sempre têm algo para contar. Melhor cada uma estudar e depois a gente senta e troca opiniões. Redação funciona, a gente escolhe um tema, uma dá dica para outra", explica Bárbara, que está cursando o 3º ano e também vai tentar uma vaga em medicina.
Agatha não esconde a ansiedade. "Está chegando! Não adianta falar que está preparada para o Enem, é preciso buscar mais conhecimento, mais dicas, buscar uma maneira de olhar para a prova e falar: eu vou conseguir passar", diz. Além das aulas que tem na escola e no cursinho, a estudante busca na internet exercícios e videoaulas. O objetivo é conseguir ingressar no curso de engenharia civil.
Em Vitória (ES), Deborah Sabará recorre aos amigos. Ela é coordenadora de Políticas da Região Sudeste da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e  coordenadora colegiada do Fórum estadual LGBT do Espírito Santo. Divide o tempo entre a militância e reuniões de preparação para o Enem, que duram de três a quatro horas, com amigos universitários. "Pedi ajuda, principalmente na redação. Não sou muito boa em redação, mas leio muito, vejo TV, tento acompanhar os fatos, acho que isso pode me ajudar", diz.
Deborah quer cursar serviço social ou história. Ainda está em dúvida. Passar em uma universidade vai ser também ato de militância. "Travestis estão fora do processo escolar. Se eu fizer o Enem e passar ou qualquer outra passar, vai dar visibilidade e impulsionar outras pessoas a fazer".
O Enem será nos dias 8 e 9 de novembro. O exame tem 8,7 milhões de inscritos e será realizado em 1,7 mil cidades brasileiras. Para se preparar para o exame, os candidatos podem acessar o aplicativo questoesenem.ebc.com.br. O banco de questões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) reúne itens de 2009 a 2013. O acesso é gratuito.