A grande mídia escrita encerrou a louvável campanha de esclarecimento
e crítica à situação caótica do trânsito nas nossas grandes cidades
expondo, em editorial, a sua opinião. Correndo o risco de abordar um
assunto complexo, embora sem serem especialistas, chegaram à conclusão
lógica que a opção pelo transporte individual é insustentável.
Só
não vê esta realidade a covardia política dos governantes, a quem
caberia corrigir este erro. Há um entendimento errado do que
seja mobilidade urbana. Não é a oferta do tipo de transporte deficiente e
superlotado que irá permitir a verdadeira mobilidade urbana, onde o
rendimento da malha viária é acima de 60% e garante a mobilidade da
ambulância, se possível, em faixa para ela liberada, em atendimento ao
seu aviso sonoro.
Cabe aqui, a magnífica resposta do insuperável e
saudoso engenheiro de tráfego Gerardo Penna Firme, ao responder a um
repórter se o metrô, que iniciava sua construção, seria a solução para o
trânsito: “O transporte de massa está para o trânsito urbano como o
sexo para o casamento. Ambos são muito importantes mas, sozinhos, não
dão a felicidade completa”. Falou e disse, como se costuma dizer. Não
foi por acaso que juntos, no governo Negrão de Lima, gerindo o trânsito
do finado Estado da Guanabara, deixamos saudades até os dias de hoje.
Henry
Ford, o responsável pela popularização do automóvel, atribuía o sucesso
de seu negócio, à preguiça e ao comodismo inerentes da pessoa humana. É
por causa deste sentimento que o indivíduo continuará preferindo o
conforto, a privacidade e a independência do uso do automóvel, no seu
deslocamento diário para o trabalho, embora feito para o passeio, ainda segundo Henry Ford,
O transporte público, por ônibus, com seu pecado original de ser explorado empresarialmente, visando, por conseguinte o lucro,
terá que ser sempre um incômodo para o usuário. A prova está que a
solução BRT aumentou a velocidade e o preço da passagem e, conforme já
desafiei aos responsáveis pelo projeto, para pesquisarem quantos
usuários deste novo meio de transporte possuem automóvel, não me
responderam. E não responderam porque sabem que o resultado é pífio, não
chega a 0,5%.
O problema merece ação imediata e
coragem política para implantar o sistema URV, que reduz, nas horas de
pico o volume de carros, obrigados a trafegarem com mais de um
passageiro, entre 50 e 80% incentivada esta prática com prêmios em dinheiro.
Pune o motorista sozinho, hoje cerca de 96% do volume de carros
circulando, com o pagamento da elevada “taxa de congestionamento” e cria
subsídios para o transporte público, na razão de 2 milhões de
reais/mês, para cada 100 mil usuários do sistema URV, o uso racionado
das vias. Mais pessoas circulando e menos carros atrapalhando.
Como me disse, ao tomar conhecimento do meu projeto URV, o eminente urbanista professor Sérgio Magalhães: “Com o tempo acabarão implantando o seu sistema.”
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