Francesco Schettino diz que foi transformado em bode expiatório da tragédia que deixou 32 mortos
O capitão do navio Costa Concordia
, que naufragou na Itália no ano passado, responsabilizou o timoneiro
por não conseguir realizar uma manobra corretiva que, segundo ele, teria
evitado o choque da embarcação contra uma barreira de corais.
Francesco Schettino
participou nesta segunda-feira (23) de uma audiência no julgamento em
que é acusado por negligência. Trinta e duas pessoas morreram na
tragédia em 13 de janeiro de 2012. Na semana passada, o navio, que
estava tombado na costa italiana, foi erguido em uma complexa operação de engenharia
.
Capitão Francesco Schettino deixa tribunal após audiência em Grosseto, Itália
Críticos acusam Schettino de ser um covarde por
ter abandonado o navio antes que todos os passageiros e tripulantes
tivessem conseguido se salvar. Mas Schettino insiste que ele se tornou
um bode expiatório, e que erros de outros membros da tripulação e
problemas mecânicos do navio agravaram a tragédia na ilha toscana de
Giglio.
O Concordia se chocou contra uma barreira de corais e
naufragou parcialmente quando Schettino tentou se aproximar da ilha de
Giglio. Ele realizou uma manobra arriscada para chegar bem próximo à
ilha e impressionar os passageiros com uma visão mais interessante do
local.Relembre o caso: Navio naufraga e deixa mortos na Itália
Infográfico: Saiba mais sobre o resgate do Costa Concordia
Schettino falou perante o tribunal que no momento em que o Concordia chegou perto da costa de Giglio, ele ordenou que o timoneiro dirigisse o leme para a esquerda, mas que ele reagiu muito lentamente e deslocou o navio para direita.
"Se não fosse pelo erro do timoneiro (...) a colisão não teria acontecido", disse Schettino, que pode ser condenado a até 20 anos de prisão. Schettino também disse que a presença dos corais não estava indicada nos gráficos e que a empresa deveria ser responsabilizada pelo acidente.
Naufrágio na Itália: Saiba o que aconteceu com o Costa Concordia
Julgamento: Cinco são condenados à prisão pelo acidente no Costa Concordia
Segundo investigadores, problemas de comunicação entre o capitão italiano e o timoneiro da Indonésia podem ter influenciado no erro na manobra. O timoneiro, Jacob Rusli Bin, é um dos cinco funcionários da Costa Cruzeiros que venceram uma apelação e enfrentaram um processo separado. Ele foi condenado a um ano e oito meses de prisão, mas não deve cumprir a sentença atrás das grades.
"O gerador de energia - e outros equipamentos são fundamentais para entender o que aconteceu naquela noite", disse o advogado de Schettino, Francesco Pepe, antes de entrar no tribunal. "Queremos entender por que eles não funcionaram."
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