A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado
aprovou, nesta quarta-feira (23), parecer do senador Sérgio Souza
(PMDB-PR) a quatro emendas de Plenário apresentadas às três propostas de
emenda à Constituição (PECs 20,28 e 43, de 2013) que disciplinam o fim
do voto secreto em deliberações do Poder Legislativo.
Souza havia recomendado a aprovação da PEC 43/2013 sem mudanças e a rejeição não só das emendas de Plenário, mas também das PECs 20 e 28 de 2013.
Assim, prevaleceu o entendimento
de que o voto deve ser aberto e irrestrito em todas as instâncias do
Poder Legislativo. Depois da decisão da CCJ, a matéria retoma o processo
de votação no Plenário do Senado.
Depois de vários
adiamentos, o relatório do senador Sérgio Souza (PMDB-PR) foi aprovado
por unanimidade após quase três horas de debate. Autor de um dos
destaques para restringir o voto aberto, o senador Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB-SP), sustentou que o mecanismo em todas as deliberações
pode acarretar em perseguições.
A mesma tese é defendida pelo líder
do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele acrescentou que os
deputados deixaram de votar propostas semelhantes e, pressionados pela
opinião pública, acabaram por invadir prerrogativas do Senado. “No afã
de dar uma resposta à opinião pública sobre a trágica votação do
episódio do deputado [Natan] Donadon, a Câmara dos Deputados aprovou o
voto aberto, sem levar em consideração o que o Senado tem como
prerrogativa, como a votação de autoridades”, frisou o peemedebista.
“Nos
casos do voto em mérito de projetos de lei, em todas as matérias de
conteúdo e mérito em relação à atividade parlamentar, defendo o voto
aberto. Mas no caso [de análise] de veto [presidencial] e de [escolha
de] autoridade, acho importante, para o regime de peso e contrapeso, o
voto secreto”, acrescentou Braga.
No entanto, a maioria dos membros da CCJ concordou com a tese de que a sociedade
está cobrando transparência das ações do Congresso. “Temos que
aproveitar a oportunidade, a sociedade está vigilante”, disse Sérgio
Souza. “O Brasil amadureceu o suficiente para que a gente pudesse hoje
dar esse passo a mais que é a votação aberta para todos os casos”,
acrescentou o líder do PT, Wellington Dias (PT-PI).
O
senador Roberto Requião (PMDB-PR) acrescentou que os parlamentares devem
representar a vontade do cidadão. “As ruas estão a exigir transparência
do Congresso Nacional. Voto aberto em tudo. Mandatário não pode
esconder o seu voto do mandante. Neste momento, há sim um clima para
estabelecermos a transparência”, ressaltou.
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