Na sexta-feira, ativistas invadiram o instituto, retiraram 178 cães da raça beagle e depredaram as instalações.
Terminou em confronto com a Polícia Militar um
protesto de ativistas contra o uso de cães como cobaias em testes de
medicamentos, neste sábado (19), em São Roque. Três veículos, entre
eles uma viatura da Polícia Militar, foram incendiados, seis pessoas
ficaram feridas por balas de borracha e quatro manifestantes foram
presos por danos ao patrimônio.
Mais uma vez, um grupo de Black blocs - militantes
mascarados - tomou a frente da manifestação para provocar a polícia,
que reagiu contra a multidão de manifestantes - cerca de mil pessoas,
segundo a própria PM. A manifestação, convocada sobretudo pelas redes
sociais, era de protesto contra Instituto Royal, organização que utiliza
cães e outros animais para testar a toxicidade de medicamentos.
Na sexta-feira, ativistas invadiram o instituto,
retiraram 178 cães da raça beagle e depredaram as instalações. O novo
protesto visava ao fechamento da unidade, já que não havia animais no
local, mas o instituto obteve uma liminar de interdito proibitório,
impedido que os manifestantes se aproximassem de seu portão. Por conta
desse documento, assinado pelo juiz de São Roque, Fabio Calheiros do
Nascimento, a PM bloqueou o acesso com viaturas e policiais do pelotão
de choque local.
Leia mais:Beagles resgatados em instituto podem ser colocados para adoção
Resgate de 200 cães em São Paulo mobiliza artistas nas redes sociais
Ativistas resgatam 200 cães de laboratório de testes em empresa de São Paulo
Resgate de 200 cães em São Paulo mobiliza artistas nas redes sociais
Ativistas resgatam 200 cães de laboratório de testes em empresa de São Paulo
Representantes dos ativistas, entre eles o deputado
estadual Feliciano Filho (PEN), negociavam a entrada de uma comissão
quando integrantes mascarados dos Black blocs forçaram a passagem. Os
policiais reagiram disparando tiros com balas de borracha e lançando
bombas de efeito moral contra a multidão. Houve tumulto e correria. Uma
bomba estourou no pé do deputado. Muitas pessoas passaram mal.
Em reação, os mascarados lançaram paus e pedras
contra uma viatura da Polícia Militar e um carro de reportagem da TV
Tem, afiliada da Rede Globo. Outro carro da emissora que estava numa
viela foi arrastado para o meio da rodovia e também incendiado. As
ações ocorreram a poucos metros dos policiais. A rodovia Raposo Tavares
foi bloqueada na altura do km 56, no bairro Mailasqui, por uma
extensão de um quilômetro. Longas filas de veículos se formaram dos dois
lados. Os manifestantes voltavam a se organizar quanto a PM ganhou o
reforço de um pelotão de choque da capital.
Em formação, os policiais avançaram pela rodovia
lançando bombas e balas. Manifestantes e jornalistas foram tratados sem
distinção. Uma repórter do jornal O Globo foi atingida no braço e ficou
ferida. Ao ver os Black Blocs fugindo, uma senhora gritou. “Os de
preto agora estão fugindo, porque vocês não mostram a cara agora?”
Ambulâncias do serviço de Resgate dos Bombeiros e da concessionária da
rodovia levaram pelo menos duas pessoas que passavam mal para o
hospital de São Roque.
A rodovia, fechada desde as 11h20, foi liberada às
14h40, quando já havia um grande congestionamento nos dois lados do
bloqueio. Entre as quatro pessoas detidas e levadas para a Delegacia da
Polícia Civil de São Roque estava o advogado André Zanargo, que atua
em defesa dos ativistas.
Policiais militares o acusaram de depredação, mas
ele alegou que foi vítima e apresentou um ferimento produzido por bala
de borracha.$0D Outras três pessoas foram presas sob a acusação de
depredar viaturas da PM e Polícia Rodoviária. O delegado informou que,
após o depoimentos, eles seriam liberados mediante pagamento de fiança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário