Com
apenas um breve comunicado, a imprensa oficial chinesa informou o
início e depois o fim da Terceira Plenária da atual liderança do Partido
Comunista chinês. Mas não se tratou de uma mera reunião, e, sim, de uma
cúpula que poderá trazer consequências profundas à China e reflexos ao
mundo.
O termo reformas "compreensíveis" foi o sinal de
que a plenária resultará em reformas significativas sob o governo do
novo presidente, Xi Jinping, e de seu primeiro-ministro, Li Keqiang, que
deverão ficar uma década no poder.Até agora, a mensagem mais forte aventada pela imprensa estatal é a de que o mercado deve desempenhar um papel "decisivo" na economia do país comunista.
Isso reforça os objetivos dos líderes chineses, que é deixar as forças do mercado atuarem com mais liberdade na economia.
Não é fácil
As grandes três reformas fundamentais passam pela reformulação do mercado de capitais, do mercado de trabalho e o aumento da qualidade de vida dos trabalhadores e a reforma agrária.Basicamente, todos os fatores de produção precisam ser reformados e boa porta dessa reforma passa pelo aumento da produtividade para fomentar o crescimento.
Essa não é uma tarefa fácil para qualquer economia, menos ainda para um país onde empresas estatais dominam o mercado financeiro e partes essenciais da economia.
O problema mora justamente nos detalhes de como essas reformas serão implementadas. E disso ainda não se sabe.
"A mensagem mais forte aventada pela imprensa estatal é a de que o mercado deve desempenhar um papel 'decisivo' na economia do país comunista."
Fala-se que a frase é do próprio Deng, que comandou as reformas que começaram a abrir a economia chinesa ao mundo nos anos 1980.
Quando questionado como planejava deixar as forças do mercado agirem em uma economia planejada (ou seja, comunista) e conseguir êxito nessas reformas, Deng teria dito que isso se daria "cruzando um rio e sentido as pedras".
Em outras palavras, passo a passo, de forma pragmática. Essa é a receita das grandes reformas na China.
Deng Xiaoping
Vale lembrar que as reformas feitas por Deng foram consideradas graduais e não radicais. O modelo contrasta com o demonte radical da economia que se deu em boa parte dos países da ex-União Soviética.Já as reformas da China transformaram o país. Ao invocar o “espírito” de Deng Xiaoping, o presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang talvez queiram indicar que a reforma em curso será igualmente transformadora, à medida que a China se abre a uma nova fase do crescimento de sua economia.
Até o momento, no entanto, as inquietações serão mais sobre a falta de transparência da política econômica do segundo maior PIB do mundo e suas implicações para o resto do mundo.
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