As Forças Armadas da Rússia promoveram neste sábado (22) um assalto
armado e com veículos blindados à base militar ucraniana de Belbek, a
última de relevo que o país ainda mantinha na Crimeia, região que
pertencia a Kiev, mas foi anexada por Moscou após um referendo
popular.
Segundo testemunhas que acompanharam a ação, pelo
menos duas pessoas ficaram feridas. Contudo, logo após o início da
invasão, o capitão do posto, Yuli Mamciur, começou a negociar uma
rendição com os russos. Antes de começar as conversas, o oficial se
dirigiu aos seus subordinados e disse que fez o possível para defender a
honra do quartel. Algumas fontes presentes no local contaram à ANSA que
Mamciur reuniu na praça de armas os homens que estavam barricados com
ele e entoou o hino da Ucrânia.
No pátio do complexo foram
estacionados quatro blindados da artilharia da Rússia, enquanto milícias
cossacas cercaram o exterior da estrutura.
A cidade de
Simferopol, capital da Crimeia, foi palco de um raro momento de união
neste sábado. Os funerais do soldado ucraniano e do cossaco russo que
morreram na última terça-feira (18) durante o assédio a um centro
cartográfico do município foram celebrados de forma conjunta. Os dois
corpos, cobertos de flores, foram colocados um ao lado do outro na
mesma sala, onde se reuniram paramilitares ligados a Moscou e militares
da Ucrânia, provavelmente desertores que tiveram que prestar juramento
ao novo governo da região. "Estes são heróis da Crimeia, que
demonstraram como as pessoas estão prontas a doar a própria vida para
fazer a Crimeia voltar à sua pátria histórica", disse o premier da
península, Sergei Aksionov.
Contudo, apesar do clima pró-Rússia da cerimônia, o soldado ucraniano foi velado vestindo a farda de seu país.
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