O Parlamento ucraniano (Rada) aprovou hoje (25) a demissão do
ministro da Defesa, Igor Teniukh, criticado por sua atuação durante a
perda da Crimeia, e nomeou para o cargo o general Mikail Koval. A Rada
havia rejeitado antes a demissão do almirante Teniuk, mas a saída foi
finalmente aprovada por 228 deputados, em sessão parlamentar bastante
agitada.
Posteriormente, os deputados votaram a favor da nomeação
de Mikail Koval para o cargo, apresentada pelo presidente interino,
Oleksandr Turchinov, que recebeu 251 dos 314 votos dos parlamentares
presentes à sessão. “Entendo toda a responsabilidade. Sou militar de
carreira. Amo a minha profissão, amo a Ucrânia”, disse o general Koval,
de 58 anos, pertencente ao corpo de Guarda-Fronteiras.
Koval
agradeceu ao almirante sua gestão à frente do ministério e Turchinov
defendeu Teniukh das acusações de “ineficácia” de que foi alvo nos
últimos dias.
“A Rússia esperava na Crimeia provocações dos
militares, um confronto direto para que morressem centenas de milhares
de civis e houvesse uma desculpa para invadir a Ucrânia continental.
Mas, graças à paciência do Ministério da Defesa e das unidades colocada
ali, o plano não funcionou”, disse Turchinov.
Vários deputados da
Rada, entre eles o líder do partido Udar, o ex-boxeur Vitaly Klitschko,
acusaram o governo ucraniano de não ter oferecido resistência às tropas
russas na Crimeia e de ter abandonado os soldados que mantiveram
lealdade a Kiev.
Mais de 200 unidades ucranianas içaram a bandeira
russa e mais da metade dos soldados das Forças Armadas da Ucrânia
trocaram de lado, colocando-se às ordens da Rússia.
A maioria das
últimas unidades, bases e navios de guerra que continuavam leais a Kiev
foram tomados pelas forças russas no sábado passado, face à inoperância
da liderança militar e política do país, denunciada como negligente por
muitos oficiais ucranianos.
Os efetivos ucranianos foram forçados pelas tropas russas a deixar todo o armamento e os equipamentos nas bases militares.
Pelo
menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o comandante adjunto da
Marinha da Ucrânia para a Defesa do Litoral, general Igor Voronchenk,
foram detidos pelas autoridades da Crimeia por resistir aos russos.
Península
da Ucrânia, a Crimeia foi ocupada durante mais de três semanas por
tropas russas, tendo sido anexada à Federação russa na semana passada,
depois da realização de um referendo.
A Rússia concedeu, até o momento, cidadania a cerca de 2.500 habitantes da Crimeia, segundo o Serviço Federal Migratório russo.
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