O Governo dos Estados Unidos está a
estudar os relatórios sobre um alegado ataque químico ocorrido, na
sexta-feira, na Síria, e fará "tudo ao seu alcance" para confirmar as
denúncias sobre o regime e a oposição, antes de considerar uma possível
resposta.
"Estamos a tratar de analisar isto.
Por agora, não há nada confirmado", disse a embaixadora dos Estados
Unidos na ONU, Samantha Power, numa entrevista à ABC News, acrescentando
que o Governo norte-americano tem demonstrado, no passado, que faz
todos os possíveis para perceber o que aconteceu e só depois considera
possíveis ações de resposta.
No sábado, o Governo e a oposição na
Síria trocaram acusações sobre o alegado ataque químico ocorrido na
sexta-feira, na localidade de Kafr Zita, na província central de Hama,
onde pelo menos duas pessoas morreram e mais de uma centena ficaram
feridas.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em
setembro passado, chegou a ameaçar fazer um intervenção militar na
Síria, acusando o regime de utilizar armas químicas contra civis, mas
acabou por renunciar a essa ideia, depois de se ter alcançado um acordo
diplomático para entrega e destruição do arsenal químico sírio.
Questionada
sobre se Obama poderia voltar a ponderar uma intervenção militar,
Samantha Power limitou-se a dizer que "o presidente deixou muito claro
quão alarmante considera o uso de armas químicas" e recordou que até
agora "se tem conseguido retirar e destruir mais de metade das armas
químicas da Síria".
"Teremos que rever a nossa política sobre
isto", assinalou Samantha Power, referindo-se a uma possível resposta,
caso se confirmem os relatórios.
O governo de Bashar al-Assad
atribuiu o sucedido a "terroristas" da Frente al-Nusra, ligada à
al-Qaeda, que terão levado a cabo o alegado ataque com gás de cloro,
segundo a televisão oficial.
Por seu lado, a principal aliança
política da oposição, a Coligação Nacional Síria, acusou as forças do
regime de terem usado gases tóxicos e outras substâncias num
bombardeamento em Kafr Zita.
O Observatório Sírio de Direitos
Humanos, que falou com fontes médicas do Hospital de Kafr Zita, revelou
que deram entrada naquela unidade de saúde vários casos de asfixia e
intoxicação, após um bombardeamento da aviação governamental.
Uma
missão conjunta da ONU e da Organização para a Proibição de Armas
Químicas (OPAQ) está encarregada de retirar esse armamento da Síria para
destruição no mar.
Na passada quarta-feira, o presidente da OPAQ,
Ahmed Üzümcü, anunciou que, em "maio ou junho", a Síria poderá
declarar-se país livre desse tipo de armamento, logo que se façam
algumas "verificações" e se completem os últimos envios de material.
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